domingo, 16 de janeiro de 2011

O aniversário de Campo Belo em 1958 (Ipsis litteris)

O REPÓRTER CRÚZIO
Escola Apostólica Santa Odília. Campo Belo. Minas Gerais
Ano I                                           Outubro de 1958                                                                           No. 6
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CRÔNICAS
   Dia 28 de setembro comemorou-se a passagem do 79º. Aniversário da cidade de Campo Belo. As festividades deste insigne dia começaram com a Santa Missa, celebrada na Nova Matriz às 7 horas da manhã. Em seguida tôda a multidão se aglomerou na Praça da Bandeira, onde houve o Hasteamento do Pavilhão Nacional. Neste mesmo local discursou o prefeito e consequentemente iniciou-se o desfile. Na frente iam os alunos do Ginásio Dom cabral, acompanhados pelos representantes dos diversos grupos escolares. Após estes, seguiu o Tiro de guerra 261, da vizinha Cidade de Formiga, o qual veio abrilhantar esta importante festa. Desfilaram também o colégio São José, o Tiro de Guerra 75, os representantes dos diversos clubes de futebol, rainhas, etc.
   Após este maravilhoso e bem organizado desfile, voltamos para casa, já ansiosos de assistir à tarde, ao grande encontro futebolístico entre o “Comercial” e o “Olímpic”, da Cidade de Barbacena.
   Às 3 horas e poucos minutos dirigimo-nos ao estádio do Comercial. Assistimos ainda aos últimos minutos do Jôgo de Bola Militar, esporte indigno de ser chamado jôgo, pois parece mais uma tourada do que um divertimento.
   Poucos minutos após o término deste jogo, iniciou-se a partida de futebol. Ainda com poucos minutos de jogo, surgiram diversos mal entendidos entre juiz e jogadores. A situação piorou quando o juiz expulsou, por motivo insignificante, o capitão da equipe comercialina, que não se retirou. Aquêle, por sua vez, entregou o apito a outro juiz que roubou escandalosamente. O esquadrão do Comercial, que estava perdendo por 1 X 0, no primeiro tempo, empatou a partida por meio de uma penalidade máxima, como nos relataram dois colegas que ficaram no campo, sem perceberem que nós já tínhamos vindo.
   Dia 30 de Setembro ocorreu outra grande festa na Cidade de Campo Belo, comemorando-se o “Dia do Expedicionário”. De manhã fomos à missa que foi acompanhada com belíssimos cantos, executados pelo Côro Sacro da Igreja de são Francisco, de São João Del Rei. Ao findar-se esta Missa, inaugurou-se o monumento dos expedicionários que foi erigido na praça em frente à Nova Matriz. Em seguida houve uma série de discursos que a maioria da multidão que ali se encontrava não escutou. Logo depois realizou-se um desfile. Os participantes deste, que, sem dúvida, merecem ser destacados, são: a banda militar do 11º. Regimento de Infantaria, de São João Del Rei, que apresentou nesta cidade belas páginas do seu repertório, e a banda do Instituo Gamon, de Lavras, notável pela sua organização.
   O tempo correu normalmente até o dia 10 de outubro, quando sucumbiu o Sumo Pastor da Igreja. Nesse dia fomos assistir a  uma Missa, às 6,30 da tarde, na Matriz de Senhor Bom Jesus, a qual foi celebrada pelo vigário da paróquia e cantada pelo coro de padres, em sufrágio da alma do Papa Pio XII. Ficamos três dias sem aula, em virtude do luto pela sua morte, decretado pelo Presidente da República Dr. Juscelino Kubitchek de Oliveira.
   Dia 12, dia de Nossa Senhora Aparecida, foi recebido mais um membro em nossa Congregação Mariana, depois de pouco tempo como aspirante. Esta recepção de fita, como disse o Pe. Marino, era uma exceção, uma vez que a permanência do seminarista aqui é curta.
   A reunião da Congregação era para ser realizada neste dia, mas foi adiada para o Domingo das Missões. Nesta reunião discursou Marcos Antônio Rocha, ilustrando-nos sôbre as Missões, que eram o principal assunto.
   De quando em quando, ouvimos já falar, nos recreios, sobre as tão desejadas férias; mas devemo-nos lembra de que, antes delas, temos de enfrentar as provas finais. Então, peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine para que possamos estudar muito e para que sejamos felizes em tôdas as provas.
Edison  Júlio da Silva
6ª. Série

 Há ainda 25% de fies na Rússia
Durante sua viagem pelos Estados declarou o representante do Patriarca de Moscou, o metropolita Nicolau, que ainda 25% da população é religiosa. Antes da Revolução a porcentagem era mais ou menos 60%. Êle comunicou que há em Moscou 55 igrejas e 1600 teólogos, enquanto que ainda 600 outros estudam a teologia por meio de cartas. Embora êsses moços tivessem recebido educação anti-religiosa, resolveram estudar para padre.
O total de sacerdotes ortodoxos é 35000. Ainda há mais de 5000 monges e freiras, que se mantêm pelo trabalho manual.
O metropolita de declarou contra as idéias materialistas do comunismo, mas aceitou o progresso social que o comunismo trouxe.
PAGAMENTO À VISTA
Acabada a cerimônia do casamento, o noivo ainda meio encabulado, dirigiu-se ao Padre:
— Quanto lhe devo, reverendo?
O reverendo considerou alguns momentos, para depois responder:
— Acontece que eu não tenho uma tabela fixa para êstes serviços religiosos, façamos, porém, da seguinte maneira: o senhor me pagará de acôrdo com a beleza de sua mulher.
O recém-casado sacou da carteira e passou-lhe uma cédula de cinquenta cruzeiros. Mas o padre devolveu-lhe vinte e cinco cruzeiros, observando:
LEMBRANÇA

- Maria, você pode servir o jantar, hoje, no jardim?
A criada nova, vindo da roça:
- Posso, sim Senhora, e até com muito gôsto. Faz-me lembrar o tempo em que ia dar de comer aos procos no curral!

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