sábado, 5 de maio de 2012

Entrevista com Marcos Rocha


Marcos Rocha

Apresentação


Não é difícil de perceber que o nosso entrevistado, Marcos Antônio Rocha, o Marcos Rocha, desde a juventude vem trilhando um caminho de sucesso. Ao longo de sua vitoriosa trajetória profissional, agregou à profissão de jornalista outros conhecimentos e habilidades que ampliaram suas competências, como a formação em comunicação e marketing. Houve também uma consistente participação na arte cinematográfica, de que é profundo conhecedor.

Marcos considera de suma importância a sua vida em família, fala de sua esposa Liana, seus filhos e sua neta de maneira tão carinhosa que evidencia o quanto os ama. Com sutileza, mostra tratar-se de uma família formada nos novos padrões da sociedade brasileira. Marcos Rocha e sua esposa, a engenheira civil Liana, demonstram, em nossos encontros setembrinos, o verdadeiro exemplo de como conviver com simplicidade, simpatia e carisma. Aqui vale lembrar a frase “não digas ao mundo do que és capaz, demonstre-o, se necessário for”. A frase se aplica a nosso colega e sua esposa que, nas reuniões, nos transmitem uma enorme sabedoria, porém cultivada em humildade. Católico por opção, nunca esqueceu a base de sua formação religiosa, sobre a qual fala com carinho, relembrando os tempos em que frequentou a Escola Apostólica Santa Odília, onde cursou o antigo ginasial, e o Colégio Dom Cabral, onde cursou o primeiro clássico.

Desnecessário dizer que nosso entrevistado é um profissional polivalente e bem resolvido em todos os sentidos da vida. Trata-se de um jornalista de sucesso, criativo profissional de comunicação e marketing, e ativo cineasta, que foi um dos fundadores do Centro Mineiro de Cinema Experimental (CEMICE), chegando a ser presidente daquela instituição. Por ocasião do golpe militar de 1964, mostrou-se firme em suas convicções ideológicas, participando intensamente da militância em oposição à ditadura, quando foi preso. Apoiou a luta pela anistia e pelas diretas na esperança da redemocratização do país. Trata-se de alguém que exercita plenamente sua cidadania, acreditando ser a política instrumento de transformação da sociedade, quando praticada por pessoas éticas, sérias e bem intencionadas, o que endossamos por princípio.

Sendo leitor de bons livros e apreciador de bons filmes, prefere as obras que trazem em sua mensagem conteúdos que o levem às reflexões filosóficas e existenciais. Preocupado com a solidariedade, mostra-nos profunda sensibilidade com a desigualdade social. Acredita que a fraternidade e a busca permanente da paz e da justiça poderão tornar muito melhor a humanidade.

Este é o Marcos Rocha que, do alto de sua sólida experiência de vida, nos concede esta preciosa entrevista, mostrando-nos a diversificação de suas atividades, como consultor de comunicação da presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e de grandes empresas e entidades de classe; como assessor de políticos renomados, redator de marketing político, publicitário, empresário, fotógrafo (que se afirma amador, mas acaba se contradizendo com as belas fotos em nossos encontros anuais) e muitos outros predicados.


"Fiz cursos que levaram a me tornar um    
profissional especializado simultaneamen-
te nas áreas de Jornalismo, Cinema, Co-   
municação e Marketing".                          

Blog: - Como foi sua formação escolar e acadêmica, abrangendo o período em que esteve no Semiário? 


Marcos Rocha em 1972, aos 26 anos,
quando organizou o Seminário de
Propaganda e Marketing.
 Marcos Rocha: - Entrei para a Escola Apostólica Santa Odília em 1957 e saí em 1961, tendo cursado o antigo ginasial e o primeiro ano clássico no Colégio Dom Cabral. Concluí o segundo grau no Colégio Municipal de Belo Horizonte e fiz cursos que levaram a me tornar um profissional especializado simultaneamente nas áreas de Jornalismo, Cinema, Comunicação e Marketing. Considero os cursos, estágios e as produções de cinema feitos no Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), no Centro Mineiro de Cinema Experimental (CEMICE) e na Escola Superior de Cinema da Universidade Católica (que, posteriormente, se transformou na Faculdade de Comunicação da PUC/MG) as bases teóricas e práticas da minha formação cultural e profissional − isso sem levar em conta o período no Seminário, que considero importantíssimo na minha formação. Embora não tenha feito faculdade específica de jornalismo, tornei-me jornalista profissional − devidamente registrado no Ministério do Trabalho – desde a regulamentação da profissão, em 1970.

Blog: - E como é sua vida familiar? Como se constituiu ao longo do tempo?


Os quatro filhos e a neta de Marcos
Rocha, em foto de 2001.
M. R.: - Considero-me um exemplo típico daquilo que, em Sociologia e Estatística, é enquadrado como “novos arranjos e padrões da família brasileira”. Estou casado desde 1986 com Liana Borges Amaral, engenheira civil, com quem tenho um filho de 22 anos, Lucas Amaral Rocha, atualmente no último ano do Curso de Esportes da Escola de Educação Física da USP, em São Paulo. Este é o meu terceiro casamento. O primeiro casamento foi em 1969, aos 23 anos, com Aparecida Maria e Silva Rocha, socióloga e funcionária pública, no qual tivemos dois filhos: Georgiana Rocha, atualmente com 42 anos, formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo; e Flávio Silva Rocha, 37 anos, advogado pela PUC/MG e atualmente trabalhando na área jurídica da Caixa Econômica Federal, em Brasília. Desquitei-me em 1975 (na época ainda não existia o divórcio no Brasil), e vivi durante oito anos em união estável com Sandra Maria Masi, assessora de Relações Públicas, com quem tive um filho, Marcos Masi Rocha, atualmente com 35 anos, publicitário. Sandra faleceu aos 33 anos, em 1983, vítima de um tipo de câncer altamente letal, o melanoma maligno − estava com 37 anos quando fiquei viúvo deste casamento. Dois anos depois, conheci a Liana, que é mineira de Uberaba, e nos casamos no ano seguinte. São, portanto, quatro filhos, oriundos de três casamentos. Tenho também uma neta, atualmente com 12 anos, chamada Alice (é filha da Georgiana).


"Nessa época, já era fanático por cinema, paixão que  
começou quando fiz o Curso de Iniciação Cinemato-  
gráfica por sugestão e insistência do Padre Humber-  
to. Este curso aconteceu nas férias de Julho de 1961"

Blog: - Conte-nos um pouco sobre o início de sua vida profissional.


Marcos Rocha logo que saiu
do Seminário.
M. R.: - Iniciei minhas atividades profissionais logo no ano seguinte ao que saí do Seminário (1961), pois meu pai havia falecido e precisava contribuir para o orçamento doméstico − minha mãe recebia uma pensão, como viúva, insuficiente para a manutenção da família. Comecei a trabalhar como auxiliar de Departamento de Pessoal, em maio de 1962, aos 16 anos, na Bemoreira Máquinas S/A., antiga loja de departamentos de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro. Um ano e meio depois, em outubro de 1963, aos 17 anos, fui convidado por um amigo para mudar de emprego, passando a ganhar um pouco melhor como auxiliar administrativo na Sucursal do Jornal do Brasil em Minas Gerais. Esta foi uma mudança de emprego que marcaria os rumos da minha vida. Convivendo com jornalistas consagrados e outros profissionais de áreas afins, descobri que minha verdadeira vocação era o jornalismo e a área de comunicação.


Blog: - Foi a partir daí que surgiu seu interesse por cinema?

Marcos Rocha operando uma filmadora
de vídeo (a paixão pelo cinema)
M. R.: - Nessa época, já era fanático por cinema, paixão que começou quando fiz o Curso de Iniciação Cinematográfica por sugestão e insistência do Padre Humberto. Este curso aconteceu nas férias de julho de 1961 e foi ministrado em Belo Horizonte pelos padres Edeimar Massote e Guido Logger, ambos altamente especializados em cinema (naquela época, a Igreja Católica dava mais atenção ao papel da chamada sétima arte na formação cultural do que hoje). Este talvez tenha sido um dos momentos mais importantes da minha evolução e aperfeiçoamento cultural – que devo (e reconheço isso) ao Padre Humberto. Como resultado dessa iniciação, comecei a ler e a estudar tudo que me caía às mãos sobre a arte cinematográfica. Tornei-me leitor habitual das revistas Cahiers du Cinèma e Positif, que eram feitas pelos melhores críticos de cinema franceses e serviam como referência de qualidade para as mais importantes publicações culturais brasileiras. Aos 18 anos, comecei a fazer resenhas críticas de filmes, que foram publicadas em jornais de Belo Horizonte − mais por consideração e amizade dos editores do que pela qualidade dos textos, devo acrescentar.

Blog: - A partir daí, para se tornar um cineasta, foi só um pulo...

M. R.: - Continuava fazendo cursos, estágios, pesquisando e tentando aprender na prática aquilo de que mais gostava: a arte e a técnica do cinema. Dediquei-me ao cineclubismo, através do CEC, do qual mais tarde fui vice-presidente; criei com dois amigos as sessões de arte do antigo Cine Pathé, na Praça da Savassi, em Belo Horizonte; ajudei a fundar o Centro Mineiro de Cinema Experimental (CEMICE), do qual fui presidente e através do qual produzimos vários filmes de curtas-metragens; e fiz cursos de especialização na Escola Superior de Cinema da Universidade Católica, fundada e dirigida, então, pelo já citado padre jesuíta Edeimar Massote, faculdade que, posteriormente, deu origem ao Curso de Comunicação e Marketing da PUC/MG.

Blog: - E como foi sua trajetória profissional até se tornar este jornalista de sucesso atualmente?

M. R.: - No início da década de 60, havia pouquíssimos cursos superiores de jornalismo no Brasil. A profissão ainda não era regulamentada. Os jornalistas vinham com bagagem cultural de outros cursos superiores, principalmente de Letras e de Direito, ou eram simplesmente autodidatas, como alguns dos melhores profissionais que se destacaram na profissão naqueles tempos e continuam em destaque ainda hoje. Todos, independente da formação, eram treinados nas técnicas de jornalismo dentro das redações − começando sempre como “focas” (gíria que designa jornalistas principiantes).

Como sempre gostei muito de escrever, desde os tempos do Seminário (era um colaborador frequente do nosso Repórter Crúzio), possuía uma boa base cultural e tinha um texto considerado bastante razoável pelos meus professores de Língua Portuguesa - entre os quais o saudoso Mariante de Oliveira -, comecei a pedir aos colegas da Sucursal do JB que me dessem algumas matérias mais simples para apurar e redigir. Foi assim, aprendendo na prática e no dia a dia das redações, que me tornei jornalista. Sem nunca deixar de estudar e de ler muito - sobre literatura, poesia, cinema, jornais, revistas, propaganda, marketing, enfim, tudo que me caísse às mãos.


MR  entrevista Ulysses Guimarães,  na
 época das "Diretas Já!", aos 37 anos.
Um ano e pouco depois de ter começado como auxiliar de escritório no Jornal do Brasil, já apurava e redigia matérias jornalísticas com desenvoltura e logo fui registrado na própria empresa como repórter. Pouco depois, mostrando versatilidade, passei a ser Chefe da Divisão de Publicidade e exerci também, durante um período, a chefia de redação da Sucursal do JB em Minas Gerais. Decorridos mais dois anos, desliguei-me do Jornal do Brasil e passei a chefiar a redação do jornal “O Sol” em Belo Horizonte por um curto período; e, na sequência, em 1968, aos 22 anos, fui contratado pelas Empresas Bloch, onde permaneci quatro anos, sempre atuando como jornalista – como repórter, chefe de reportagem, chefe de redação e diretor da sucursal. Produzi dezenas de reportagens para as revistas Manchete, Fatos e Fotos, Enciclopédia Bloch, Pais & Filhos e outras publicações da Bloch Editores S/A.

Blog: - Foi a partir do exercício do jornalismo que começou sua militância política?

Foto do Blog Plano-Geral-Marcos Rocha,
sendo julgado pela Justiça Militar, em
1972. Ele é o primeiro à esq., na parte de
baixo.A atual presidente da República
está na parte de cima, à direita. O de
óculos na parte de cima é o atual
ministro Fernando Pimentel. 
M. R.: - Sim, paralelamente às minhas atividades jornalísticas, tive uma atuação como militante de organizações políticas de esquerda armada que lutavam contra a ditadura militar – isso no período de 1965 a 1970. Fui integrante da POLOP (Política Operária), que depois se transformou na OPML - Organização Popular Marxista-Leninista, cujo braço armado era o COLINA - Comandos de Libertação Nacional. Entre os companheiros de militância desta época, em Belo Horizonte, estão a atual presidente da República, Dilma Vana Rousseff, e seu primeiro marido, o também jornalista Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, que era meu amigo pessoal. Essa resistência à ditadura militar, sobretudo depois do Ato Institucional n° 5, em dezembro de 1968, teve como consequência uma dura repressão, que resultou na minha prisão por três vezes, em 1969 e 1970, durante as quais tive de enfrentar traumáticas sessões de tortura e de isolamento em celas solitárias, inclusive no terrível DOI-CODI do Rio de Janeiro e de São Paulo, de triste memória. Foram seis meses, ou, para ser exato, 200 dias, somadas as três temporadas , em diversas unidades prisionais. Exatamente por isso, decidi, em 1971, afastar-me temporariamente do jornalismo, para ficar menos exposto à violenta repressão da ditadura militar, que tinha uma preferência toda especial por reprimir jornalistas, intelectuais e formadores de opinião pública em geral. Mas resolvi também não sair do Brasil, apesar de ter tido várias oportunidades para isso, por entender que a redemocratização tinha que ser conquistada aqui, dentro do próprio país. Optei, então, por trabalhar em agências de propaganda e em departamentos de marketing e assessorias de comunicação, apoiando, paralelamente, movimentos como a luta pela Anistia, as Diretas-Já, o Fora-Collor e outras iniciativas no campo da política.

Blog: - Bem, então a partir daí houve um redirecionamento para as áreas de propaganda e marketing...

M. R.: - Sim, são áreas que têm grande afinidade com o jornalismo e estão inseridas no vasto universo da comunicação. Gostei da atividade porque oferecia menos riscos e era mais bem remunerada que o jornalismo. E, também, porque podia dedicar-me a áreas com as quais sempre tive muitas afinidades: criação e planejamento estratégico, produção de filmes publicitários, além de me permitir algumas incursões no atendimento. Exerci a profissão de publicitário ao longo de praticamente quatro décadas, passando por grandes agências no eixo Belo Horizonte–São Paulo. E também no Triângulo Mineiro, onde morei durante aproximadamente 20 anos em várias épocas – foram, no total, quatro anos em Uberlândia e 16 em Uberaba -, onde comandei minhas próprias agências de propaganda ou produtoras de vídeos e de filmes. O jornalismo passou a ser uma atividade apenas eventual ou complementar. Fazia matérias como free-lancer ou como colaborador-articulista em diversas publicações. Em algumas épocas, exerci um tipo de jornalismo mais especializado, quando as áreas estavam muito interligadas. Por exemplo: quando fui contratado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, de Uberaba, atuava como assessor de imprensa e fundei e dirigi a Revista ABCZ, que existe até hoje, especializada em pecuária. Na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, fui assessor de imprensa de um deputado e, mais tarde, consultor de comunicação da presidência durante dois anos (de 1999 a 2001). Da mesma forma, praticava técnicas de jornalismo quando fui coordenador-geral ou redator principal em dezenas de campanhas de marketing político.

"Gosto de Política, com P maiúsculo mesmo, pois acredito    
que, quando praticada por pessoas éticas, sérias e bem inten-
cionadas, é um poderoso instrumento de transformação da    
 sociedade, de melhoria da qualidade de vida, de busca da     
 justiça social."                                                                          


Blog: - Além destas atividades, você atuou em outras frentes de trabalho? Há algo que ainda deseja fazer?

M. R.: Nessa já longa carreira profissional de quase meio século, fui sócio de empresas ou trabalhei como contratado em Belo Horizonte, Uberaba, São Paulo, novamente Uberaba, Belo Horizonte (segunda temporada), São Paulo (segunda temporada), Uberlândia, Belo Horizonte (terceira temporada), Uberaba (terceira temporada) e novamente São Paulo, onde resido atualmente pela terceira vez e ainda atuo profissionalmente, prestando consultoria a empresas nas áreas de comunicação e marketing. Estas sucessivas mudanças de cidade são encaradas com bom humor, pois tenho espírito meio cigano e não gosto de criar raízes em nenhum lugar. Uma das minhas metas atuais é poder morar pelo menos dois anos em Barcelona – cidade pela qual me apaixonei nas duas viagens à Espanha, a última delas em 2010, quando fiz o Caminho de Santiago de Compostela, percorrendo 850 quilômetros a pé, ao longo de 35 dias, e, depois, permanecendo por lá mais duas semanas em viagens turísticas, estas em companhia da Liana.


Blog: - Voltando ao nosso assunto preferido, por que você entrou e por que saiu do Seminário?


Foto da primeira comunhão com toda a
 família. Note as  irmãs freiras.
M. R.: - Minha família sempre teve forte formação católica. Meu pai era congregado mariano e atuava em obras assistenciais e de caridade como vicentino. Junto com o pai, participei de muitas vigílias chamadas de “adorações noturnas”, na Igreja da Boa Viagem, em Belo Horizonte, isso a partir dos 7 ou 8 anos. Quando entrei para o Seminário, em 1957, aos 11 anos, tinha duas irmãs que eram freiras há mais de 10 anos e que também me influenciaram nesse sentido. Outra influência importante aconteceu quando passei a frequentar a Cruzada Eucarística, na Paróquia de Santa Tereza, sob a coordenação dos Padres Crúzios. A ida para o Seminário em Campo Belo foi, portanto, quase uma extensão dessa trajetória e a intenção era, realmente, no início, tornar-me padre. Mas os cinco anos de vivência na Escola Apostólica Santa Odília, em Campo Belo, mostraram-me que não tinha a verdadeira vocação para a vida religiosa, dom que é dado a poucos. E, para precipitar a saída, contribuiu a morte do meu pai em agosto de 1961, fazendo com que fosse obrigado a começar a trabalhar para ajudar a família.

Blog: - Entre as diversas experiências que a vida lhe reservou, quais as de que mais gosta?

M. R.: - Aos cinco anos incompletos, fui levado por meu pai para assistir aos grandes comícios da eleição presidencial de 1950, realizados na Praça da Estação, em Belo Horizonte, quando o ex-ditador Getúlio Vargas, então candidato pela antiga coligação PTB/PSD, derrotou o Brigadeiro Eduardo Gomes (antiga UDN). Meu pai era udenista e democrata convicto, odiava o ex-ditador, que havia sido simpatizante do fascismo e do nazismo, além de ter governado o Brasil por 15 anos de forma autoritária. Vem provavelmente daí o meu gosto-quase-paixão pela política e pelas liberdades democráticas, aqui entendidas em seu sentido original, totalmente em desuso nos dias atuais: a arte de chegar ao poder pelas vias democráticas para servir ao interesse público. Gosto de Política, com P maiúsculo mesmo, pois acredito que, quando praticada por pessoas éticas, sérias e bem intencionadas, é um poderoso instrumento de transformação da sociedade, de melhoria da qualidade de vida, de busca da justiça social.

Hoje, continuo gostando de escrever e mantive na internet até recentemente um blog no qual escrevi cerca de 1.300 posts e tive mais de 500 mil acessos, isso em apenas três anos. Mas parei de atualizar o blog http://www.planogeral-marcosrocha.blogspot.com/ porque constatei que os filtros e barreiras colocados pelos provedores estavam funcionando como censura de minha opinião sobre temas políticos brasileiros contemporâneos. Ainda pretendo voltar a ter um blog ou site pessoal em que possa escrever sobre temas de atualidade, mas preciso ter mais tempo para me dedicar a isso, pois dá trabalho.

Continuo, também, viciado em leitura de todos os tipos, sobretudo bons romances, biografias de grandes personalidades, revistas e jornais em geral; gosto de assistir a programas jornalísticos e documentários nas TVs a cabo; continuo cada vez mais apaixonado pelo cinema, que considero a base da minha formação cultural – gosto de filmes de todos os gêneros, mas sobretudo daqueles considerados obras de arte e que levam a reflexões filosóficas ou existenciais. Alguns diretores cujos filmes não perco: Ingmar Bergman, Fellini, Antonioni, Tornatore, Bertolucci, Truffaut, Godard, Akira Kurosawa, Kenji Mizoguchi, Michael Curtiz, Orson Welles, Howard Hawks, Billy Wilder, John Ford, Sam Peckimpah, Hitchcock, George Stevens, Nicholas Ray, Clint Eastwood, Francis Ford Coppola, Woody Allen, além de dezenas de outros cineastas importantes na história do cinema universal. Entre os brasileiros, destaco Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman, todos ligados ao Cinema Novo.


2011 em Campo
Belo (MG).
Gosto, também, de fotografia – considero-me um amador avançado; de surfar aleatoriamente pela internet, tendo o hábito de acompanhar alguns blogs e sites que tratam de política nacional e internacional; de música clássica, jazz, tango, bossa-nova e MPB de qualidade; de conhecer cidades e culturas diferentes das nossas; de futebol quando bem jogado, embora seja torcedor - talvez fosse melhor dizer sofredor - do Villa Nova Atlético Clube, de Nova Lima, glorioso Campeão Mineiro de 1951, ano em que comecei a gostar de futebol; de cerveja e chope gelados; de vinhos de boas safras; de cozinhar quando estou inspirado (minha especialidade é a moqueca capixaba de badejo, feita em panelas de barro); de ver e apreciar mulher bonita em todas as suas manifestações de beleza; enfim, sou bastante eclético em minhas predileções.

Blog: - E a religiosidade, como se compõe com esta vida dinâmica que você tem?


Caminho de Santiago, um dos
marcos do caminho, em Palência
M. R.: - Depois de ter ficado afastado durante anos das práticas religiosas, por influência direta dos estudos de marxismo e da militância política de esquerda que tive nos anos 60 e 70, venho, em anos recentes, sobretudo após ter feito o Caminho de Santiago de Compostela, me aproximando novamente do catolicismo. Ainda estou longe de voltar a ser um católico exemplar, como cada um de nós já foi no passado, mas pretendo chegar lá. Graças, principalmente, à ajuda e ao estímulo da minha esposa, Liana Amaral, que é católica praticante, participativa e possui uma fé contagiante. Mas os valores morais e éticos cristãos transmitidos nos tempos do Seminário jamais foram esquecidos e pautam minha vida em todos os momentos.

Blog: - Quais são seus sonhos e projetos para o futuro?

M. R.: - Tenho como princípios fundamentais de vida os valores e as crenças expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos , proclamada solenemente pela ONU em 10 de dezembro de 1948. Em minha opinião, ali, naquele documento basilar, estão os fundamentos e princípios que sintetizam 10 mil anos de civilização. As bases da verdadeira democracia e da construção do futuro estão todas alinhavadas no documento. E mais: o texto é belíssimo, sobretudo no preâmbulo e quando descreve com brilhantismo as liberdades, os direitos e os deveres individuais e coletivos que devem ser perseguidos insistentemente pelo ser humano para a sua plena realização. A ética do trabalho, a solidariedade, a fraternidade e a busca permanente da paz e da justiça constituem as forças propulsoras que devem nortear a vida em sociedade e só elas conduzem indivíduos, povos e nações pelos caminhos da prosperidade e do bem-estar social. Que o mundo inteiro, todos os povos e nações, um dia não muito distante coloquem em prática a Declaração Universal dos Direitos Humanos - este é o meu sonho.


"Não me lembro de "meninos matutos, meninos revoltados,
meninos pios" -- acho que éramos todos iguais, ingênuos   
e bem intencionados. A convivência entre pessoas vindas   
de locais e formações tão diferentes era muito saudável e   
enriquecedora, sobretudo pela presença e contribuição      
dos padres holandeses..."                                                      

Perguntas do Seoldo

- Marquinhos, meio século passou, hein?!!! Chegou a hora de nos contar pelo menos 50% de suas aventuras (claro que “os segredinhos" não virão a tona... todavia, gostaríamos de saber o máximo possível). Parte de um mandamento da Bíblia diz: "Amar o próximo como si mesmo..."; no livro do Pequeno Príncipe alguém disse: "Você e responsável por aqueles que você conhece”; e o cotidiano nos parece forçar para o lado popular dos "Salve-se quem puder; o resto que se dane". Como você se colocou e se coloca dentro destes princípios?

- Caríssimo Seoldo: minha vida não tem tantos segredos quantos você imagina e, talvez, nem sejam tão interessantes. Sou um cidadão pacato, até hoje meio tímido e introvertido. Entre o "amar o próximo como a si mesmo ", o princípio de Saint-Exupéry -- "Tu te tornas eternamente responsável por aqueles que cativas" -- e o "salve-se quem puder, o resto que se dane", eu fico na posição do meio, entre o primeiro e o segundo, pois é onde geralmente mora o bom senso. Já o terceiro aforismo eu repudio, porque é típico dos oportunistas e destituídos de caráter.


- A memoria é uma capacidade do nosso cérebro que somente a própria pessoa parece controlar ou ter acesso. E ela que vai definindo a gente a cada momento. Então, sua memoria de quando chegou na EASO vindo do dinâmico Bairro de Santa Tereza da capital para um ambiente fechado do interior...algum comentário sobre choque cultural com relação a meninos matutos, meninos revoltados, meninos pios, meninos que "metiam o pé" nos jogos de bola, etc...Vai listando 3 coisas de que gostava/não gostava; 3 coisas que o incomodavam; 3 colegas com quem se dava bem; seus dois vizinhos no dormitório; os nomes das 3 empregadas que cozinhavam, lavavam e limpavam (pedir ajuda ao Raimundo Nonato).

Férias em Santana
 do Jacaré (MG).
Acima, futebol,
abaixo, hora do rio.

- Não me lembro de "meninos matutos, meninos revoltados, meninos pios" -- acho que éramos todos iguais, ingênuos e bem intencionados. A convivência entre pessoas vindas de locais e formações tão diferentes era muito saudável e enriquecedora, sobretudo pela presença e contribuição dos padres holandeses, representantes de outra cultura. Já os que "metiam o pé", nas nossas peladas, como os prezadíssimos Antônio Bessa e o Carraro (que Deus tenha os dois ao seu lado!) e o botineiro Zé Geraldo, por exemplo, que vivia me chamando de "chorão" , esses eu tinha vontade de capar e de jogar o bilau deles para os porcos...(rs rs rs) A sorte deles é que a gente não podia usar navalha ou canivetes afiados...(+ rs rs rs) Quanto aos dois vizinhos de dormitório e aos nomes das três empregadas que cozinhavam, eu passo...Minha memória, depois de meio século, não chega a tanto. Coisas de que gostava? Posso listar muito mais do que três: de jogar bola, das férias de julho em Santana do Jacaré (corríamos enorme risco ao nadar em alguns trechos do rio, mas como era gostoso!), das sessões de hipnotismo promovidas à noite pelo Padre João (lá em Santana), das aulas de canto do Padre Marino, dos nossos retiros espirituais, das solenidades da Semana Santa, das paradas e desfiles no Dia 7 de Setembro e no aniversário de Campo Belo, de apanhar araticum no meio do mato quando íamos até a Usina Velha ou fazíamos algum outro passeio (até hoje é a minha fruta predileta)... Já citar só três colegas com quem me dava bem é sacanagem da sua parte, pois vou ficar mal com quem eu omitir... Mas incluo você entre os três, está bom assim?

- Pena que você "estacionou" seu Blog... Ai, sim, é que tem "veneno"! Você chamou o presidente daqui de "Bunda Mole". Como você interpreta o mundo agora e como você o imagina daqui a 50 anos?

- Chamei o Barack Obama não apenas de "Bunda Mole", mas o acusei também de "Pênis Flácido", poltrão, acovardado e outras expressões que ele merece, porque -- metaforicamente falando -- acho que, de fato, é tudo isso. No episódio do contragolpe que as forças democráticas de Honduras deram para evitar o golpe de estado que o bolivariano-de-mierda, chamado Mel Zelaya, pretendia dar para permanecer no poder como ditador, as atitudes do Obama e dos demais líderes dessa pseudoesquerda corrupta e liberticida da América Lat(r)ina, entre os quais o Lula e o "maricón" Chávez, só podem ser classificadas como pusilânimes. Da mesma forma tem se mostrado um frouxo e um não-líder com relação à Líbia no episódio da queda do Kadafi, ao Irã, à Síria, à Coréia do Norte, a Cuba e a outras ditaduras que precisam ser derrubadas pelas forças internas desses países, mas com o apoio decisivo dos Estados Unidos e da União Européia. Torço, realmente, para que ele, Obama, seja derrotado fragorosamente na eleição deste ano. E´ mesmo um fraco.

- Finalmente, seria interessante que você mesmo explicasse por que ganhou o apelido de "MAMONA" e que também descrevesse com detalhes o gol mais bonito que você fez com seu "canhotaço".



   






De além-mar e além-areia, fontes
dignas  de credibilidade nos
informam que o apelido Mamona
se deve ao fenômeno chamado
estouro da mamona - quando os
frutos da mamona secam, eles
explodem com um estampido
inconfundível e as sementes são
arremessadas ao longe - Dizem
que o Marcos Rocha era assim:
estopim curto e intempestivo.
(Na foto acima - mamonas verdes
se misturam com as secas que
podem estourar a qualquer
momento - cuidado!).
 - O apelido de "Mamona", sinceramente, não sei quem me deu. Só sei que foi ainda em 1957, quando teve um surto de piolhos no Seminário antigo, na Praça Cônego Ulisses, ao lado da Igreja Matriz Velha, quando todos fomos obrigados a raspar a cabeça com máquina zero e a usar mata-piolhos. Quando meus cabelos começaram a nascer, todos espetados, é claro, o formato de minha cabeça foi associado ao de uma mamona, com suas pontas que parecem espinhos, por algum sacana. Quem sabe não foi você, Seoldo? Acho que há grandes possibilidade de ter sido, já que é um grande gozador. Mas, de fato, não me lembro. Quem se lembrou desse apelido, que eu já tinha esquecido há décadas, foi o Benone, no nosso Encontro de 2008...

O ponta esquerda Marquinhos, pri-
meiro agachado do lado direito, e o
autor da pergunta, Seoldo, primeiro
no canto esquerdo da foto.

Quanto ao gol mais bonito que marquei com o meu canhotaço, prezado Seoldo, sinceramente e mandando a modéstia às favas, foram tantos que fica difícil responder (rs rs rs). Mas me lembro de um jogo em que não marquei nenhum gol, mas comandei uma vitória que ficou na história do Seminário. Em 61, formamos dois times para disputar um campeonato contra o Sparta, o Comercial e as equipes do Dom Cabral. Uma das equipes foi considerada o primeiro time da EASO e tinha os melhores futeboleiros do Seminário. Por alguma razão eu fui excluído desse time titular e encarregado de montar a segunda equipe, com os jogadores que sobraram. Lembro-me de que era uma meninadinha -- eu, com 15 anos, o mais velho, além de capitão e técnico do time. O detalhe importante foi que, no mata-mata, acabamos tendo que jogar contra a equipe titular do Seminário e...ganhamos por 2 a 1! Fiquei no meio-de-campo comandando a meninada, distribuindo o jogo, fazendo lançamentos em profundidade e demos um show nos marmanjos do primeiro time, entre os quais, com certeza, estava você. Idem, o Raimundo Nonato, o Max, o Alfredo, o João Henrique e outros considerados bons de bola. Foi a minha consagração como craque nos tempos do Seminário. Você se lembra desta partida? O pior de tudo foi que, depois de termos eliminado a equipe titular da EASO, perdemos a final, acho que para o Sparta...E, aí, tive que aguentar a maior gozação. Mas valeu!


Perguntas do Lulu


- Marcos Rocha, por que você guardou tanto tempo todos aqueles artigos de O REPÓRTER CRÚZIO? Como você colecionava as folhas e como as manteve tão bem conservadas durante tanto tempo? Conte-nos, como você prometeu, a história desse Jornalzinho.

A lata de Biscoitos Piraquê onde estão
guardados os exemplares de O Répórter
Crúzio e as cartas recebidas da família,
por mais de 50 anos.
- Caro Lulu: no meu primeiro ano no Seminário, meu pai estava fazendo um trabalho, como topógrafo, em Formiga, que fica pertinho de Campo Belo. Num domingo, ele pegou um trem da antiga Rede Mineira de Viação e foi até a EASO me visitar, e me levou um mimo: uma latinha de biscoitos Piraquê, dentro da qual os biscoitos tinham o formato de bichinhos. A partir daí, passei a guardar nesta lata, em formato de um pequeno baú, que tenho até hoje, todas as correspondências que recebia da minha família, de amigos, de ex-colegas de Seminário. E, quando "O Repórter Crúzio" começou a ser produzido por nós, mimeografado, comecei a guardar todas as edições dentro da latinha. Infelizmente, ao longo desses mais de 50 anos, algumas edições se extraviaram, por causa das minhas muitas mudanças de endereço. Mas guardo com o maior carinho, ainda, dentro dela, dezenas de cartas e as edições do nosso jornalzinho que restaram (e que você reproduziu no nosso blog). Para mim, essas relíquias têm um valor afetivo enorme.


- Marcos Rocha, no dia 4 de abril de 2012, realizou-se uma Audiência Pública para debater sobre o Acordo Ortográfico, isso aconteceu na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Sabe-se que no dia 31 de dezembro deste ano termina o período de transição para que todos os países que assinaram o acordo adotem a nova ortografia. Você, que critica com veemência esse acordo, poderia nos expor suas razões? O que você acha que o legislativo deveria fazer a respeito do assunto?


- Lulu: fui e sou radicalmente contra esse acordo ortográfico picareta. No dia 21 de março de 2009, publiquei no meu blog um post em que explico claramente o que penso dele: “Aviso aos blognavegantes: este PG será o último espaço da web a adotar o Novo Vocabulário Ortográfico da Língüa Portuguesa. Porque é uma picaretagem”. Quer conhecer a íntegra? O link é este aqui. Mas, em resumo, devo dizer que é uma reforma feita nas coxas, às pressas, sem levar em conta as opiniões de notórios especialistas, repudiada totalmente pelos portugueses, que não a colocaram em prática nem o farão agora ou no futuro. Os angolanos e outros povos de fala portuguesa na África e na Ásia também a renegam. Alguns dos estudiosos da Língüa Portuguesa que eu mais respeito, aqui no Brasil, também a repudiaram. A abolição do trema, por exemplo, é um atentado ao bom gosto e uma estupidez. Exigir a colocação de um hífen na palavra vagalume, que era e é consagrada nos dicionários e na literatura sem esse tracinho, outra burrice. O resumo da ópera é o seguinte: as editoras de dicionários, de livros em geral, de softwares de textos e a própria Academia Brasileira de Letras devem ter faturado bilhões com essa irresponsabilidade. Mas não houve benefício algum para a nossa “última flor do Lácio, inculta e bela”, nas palavras do poeta, que eu, pessoalmente, não considero inculta e acho belíssima, apesar de maltratada por quem deveria cuidar dela. Para finalizar, entendo que nem o Legislativo nem o Executivo deveriam meter o bedelho nessas questões e, muito menos, transformar isso em leis. Em países civilizados é assim que se procede.


Resenha fotográfica a Marcos Rocha

Registros de fatos e da história de vida  

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001 – Marquinhos, aos 7 anos, no dia da sua Primeira Comunhão, com toda a sua família, inclusive as duas irmãs freiras.

002
002 – Equipe titular do Seminário, na qual Marcos Rocha ocupava a posição de ponta-esquerda (é o primeiro agachado à direita).



003


003 – MR aos 16 anos, em 1962, apenas 4 meses após ter saído do seminário. Esta foto foi usada na sua primeira carteira profissional. E, no mês seguinte, começou no seu primeiro emprego.

004
004 – MR aos 23 anos, em agosto de 1969, ano em que se casou pela primeira vez.



005
005 – MR aos 26 anos, em 1972, quando criou e organizou o 1o. Seminário Brasileiro de Propaganda e Marketing, em Belo Horizonte, trazendo os mais consagrados profissionais do país para conferências que tiveram grande repercussão nos meios especializados.

006
006 – Marcos Rocha entrevistando Ulysses Guimarães, em 1983, na época da campanha das “Diretas Já!” .



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007 – Os quatro filhos e a neta, em 2001, no aniversário de um ano dela.
008

Foto 008 – MR e a neta, na mesma data.

009
009 – No seu aniversário de 60 anos, em 2005, junto com suas cinco irmãs. A que ele está abraçando, Penha, faleceu em 2007.


011
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010 – Com os dois filhos do primeiro casamento, Flávio e Georgiana, e a neta Alice, no seu apartamento de S. Paulo, em 2011.



011 - MR e três de seus quatro filhos, em setembro de 2010.

012

012 – Com o seu filho do segundo casamento, Marcos Masi Rocha, em 2005.





Registros de viagens



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013 – Viagem à Europa, em 2000. À esq., em Roma; à dir., em Viena, às margens do Danúbio, com a temperatura 5 graus abaixo de zero.

014

014 – Liana e MR em Aruba, em 1996.



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015 – Liana e MR no dia em que comemoraram Bodas de Prata, em 2010.


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016 – Liana e MR em Buenos Aires (2010).





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017 – MR e Liana em Madri, em 2010, em frente ao Portão de Alcalá.




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018 – MR e Liana, em setembro de 2010, nas Bodas de Prata.


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019 – MR e Liana em São Paulo, 2011.

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020 – Liana e MR em Aruba, em 1996, no Charlie’s Bar.


021
021 – Reunião de negócios com empresários da Coréia do Sul, em Seul, em 1994.


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022 – MR, o primeiro à direita, integrando uma delegação de empresários brasileiros que foram a Taiwan (Formosa) e à Coréia do Sul, em 1994.


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023 – MR e seu amigo Renato Lucatelli fazendo o Caminho de Santiago de Compostela, em 2010.
024




024 – MR num dos marcos do Caminho, em Palência.

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025 – MR e seu amigo Renato Lucatelli em frente ao marco de entrada na Galícia, etapa final do Caminho de Santiago de Compostela.



026 – Gesto de vitória, ao final do Caminho, em Finisterra,
às margens do Mar Cantábrico, na Galícia, após 35 dias,
tendo percorrido 850 km. a pé.

Créditos: esta entrevista foi coordenada pelo Edgard Miranda Alfenas que também redigiu a apresentação. A edição contou com a coloboração especial do entrevistado e de todos os Conselheiros  do Blog.


8 comentários:

  1. O relato que o Marquinhos fez sobre um torneio no qual o Seminario participou com duas equipes - 1º E 2º TIMES - e, no confronto entre as duas equipes, o 2º time ganhou do 1º, chega, simplesmente, ser incrível, fantástico, extraordinário. " Exijo " a manifestação de pelo menos 2 notáveis do 1º time: o Seoldo, center-half(a grafia está correta ?)com quase 2 metros de altura e que deixou passar os baixinhos o 2º time e o Raimundo, centroavante, artilheiro, medalhista. Depois de passado este tempinho, estou certo que estes senhores devem ter " bolado" uma boa explicação. Ou será que tudo isto é fruto da imaginação fértil do Marquinhos. Afinal, o homem é escritor ! Estamos aguardando. Abraços - Benone

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  2. Gostei da provocação do Benone. Agora quanto ao fato em si relatado pelo Marquinho, sinceramente não estou lembrado. Pensava até que nos anos 60,61,62,e 63 o nosso time tivesse sido imbatível; pois só me lembro de derrotas no ano de 64. Agora que fui o artilheiro depois que o Reginaldo saiu do time isso eu não tenho dúvida.
    Aproveito a oportunidade para parabenizar o Marquinho pale bela entrevista.

    Nonato

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  3. "Aqui quem fala" é o Luciano Amaral, cunhado do Marcos Rocha e acabei de ficar sabendo de alguns fatos e histórias que, apesar de nossa ampla convivência e vários bate-papos, eu desconhecia. Adorável a entrevista, leve e gratificante; cheia de "surpresas", aventuras e revelações. Perguntas precisas e diretas com respostas fortes, marcantes e com tom editorial. Gostei mesmo, parabéns a todos os participantes. Parabéns pela entrevista, pelo Blog, por ver essa amizade que permanece e se fortalece com passar dos anos. Valeu a pena "ter ganho tempo" (oposição à "perdi meu tempo") lendo esta entrevista. Obrigado por me proporcionarem leitura tão agradável e enriquecedora.

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  4. Colegas Lulu, Edgard, Marquinhos , Benone e Raimundo...
    Li ja nao sei quantas vezes a entrevista de Marquinhos... Meus sinceros parabens para o Edgard, o ENTREVISTADOR. Parabens para o Marquinhos, o ENTREVISTADO.Parabens para a equipe do BLOG!!! Muito trabalho!!! Mas as amizades compensam tudo... Confesso que, neste momento, saem lagrimas de meus olhos...Talvez por causa de saudades, por causa de uma dose de PITU (pois nao quero ainda abrir minha unica GERMANA que tenho seladinha) ou talvez simplesmente por causa da distancia... Esperei ate agora para dar meu palpite sobre a entrevista... Dou muita importancia aos detalhes... Ninguem me engana nestas alturas... Marquinhos teve uma vida, sua VIDA... muitos aspectos, sem duvida, que merecem muito respeito e admiracao... "Gracas a Deus" que ainda esta vivo.! Fiz pressao em alguns pontos com relacao a sua vida como seminarista (ainda temos que saber os nomes das 3 empregadas... uma e Dona Lucas. Foram elas que cozinharam e lavaram para nos)...Benone, com relacao aos meus dois metros de altura (so com o braco levantado como o Marquinhos). Com relacao a FAMOSA partida da EASO 1 X EASO 2, dou permissao ao Lulu para publicar o email que mandei para ele sobre este assunto... E, para nao alongar muito a conversa, espero que a palavra VAGA---BUNDA se escreva com um hifen bem grande... Abracos Saudosos do Colega Seoldo.

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  5. Conforme solicitado pelo Seoldo, publico o e-mail citado no comentário acima:

    "COLEGA LULU,
    Muito boa ideia esta do TRANSLATE! Porem a lista esta incompleta... Faltam as seguintes linguas: UAI (Matuto Mineiro); FORRO ( Nordestinos); XANGO (Baiano/Carioca); ARARA (Regiao Amazonica) ; e o CAPIAU (Resto do Pais).

    Estou ainda pensando em intervir naquela discussao sobre os times 1 e 2 da EASO. Se me lembro bem, acho que quebrei o pe esquerdo naquele jogo... e foi so depois da minha saida de campo e com a ajuda do juiz da partida (o falecido Bessa, que gostava de ajudar os mais fracos) e ainda por cima "compraram" tanto nosso goleiro (Pandelo) com meio saco de laranjas que haviam apanhado na roca, como o nosso "beque" Arnaldo com um pacote de cigarro Continental, tirado da sala de recreio dos padres... Mas, deixe isso para la....Depois falamos mais. Abracos do Colega Seoldo".

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  6. Testando a tradução do "translate" do Português para o Inglês, de que o Seoldo parece ter gostado, notei alguns erros ou falhas, umas que levam ao riso, como, por exemplo, na tradução para "Vaga---bunda", na forma em que o Seoldo, por brincadeira, redigiu em seu comentário. Mas algumas não são tão engraçadas, como a de traduzir o nome do entrevistado "Marcos Rocha" para "Mark Richardson", este um conhecido baterista Inglês.

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  7. Gostei de todos os comentários feitos até agora; são todos muito bacanas e ajudam a explicar por que, após mais de meio século, ainda formamos uma comunidade tão marcante e singular, essa dos ex-seminaristas crúzios. Quando conto aos meus amigos sobre esse nosso reencontro após decorridas tantas décadas e sobre os Encontros anuais, eles ficam realmente admirados e, alguns, espantados.
    Dei muitas risadas ao ler o comentário do prezado Seoldo, sobretudo quanto às suas desculpas marotas e divertidas para a derrota da equipe titular: primeiro, a sua contusão no pé esquerdo, da qual não me lembro; depois, a dor de barriga do goleiro Sebastião Pandeló por ter chupado muitas laranjas trazidas da roça e os cigarros Continental surrupiados, que teriam sido tragados pelo Arnaldo. Por último, aquela velha desculpa do "juiz ladrão" -- ainda por cima, botando a culpa no querido e saudoso Bessa, que nem sei se teria sido o juiz da partida, acho até que não, pois foi um torneio/campeonato entre várias equipes da cidade de Campo Belo. E, nessas ocasiões, se bem me lembro, os juízes eram os indicados oficialmente pela liga campobelense. Gostaria que outros participantes deste jogo, realizado no campo do Sparta, viessem em meu auxílio confirmando a veracidade do meu relato e, se póssível, acrescentando outros detalhes. Quem se habilita?
    Finalmente, quero agradecer de coração a todos os comentaristas pelas manifestações simpáticas em relação à minha entrevista. E um agradecimento especial ao Edgard, meu entrevistador, e ao Luiz Alfenas, sempre caprichoso ao editar os posts -- até a minha mulher e meus filhos tomaram conhecimento de fotos que nunca tinham visto antes.
    Abraços a todos.

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  8. Renato Luiz Lucatelli Viana13 de maio de 2012 às 20:05

    Parabéns grande peregrino Marcos Rocha , que não sabia ,que era o grande (MAMONA)e fico orgulhoso de fazer parte dessa Biografia.
    A vida é isso, conhecimentos empíricos , científicos e filosóficos.
    O acúmulo de tudo isso, nos leva a ficar em um estágio diferenciado e seletista ,pois, por tudo que passou , agora serve ,para decidir o que é o melhor ,para você.
    Portanto, diante de tantas experiências espero , que tenha sorte , saúde e paz ,para desfrutar as coisas boas ,que a vida nos proporciona.
    Muito obrigado por tudo. Seja feliz e que Santiago lhe mostre o melhor Caminho e que DEUS te ilumine.
    Duodécimo peregrino Renato.

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