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segunda-feira, 7 de março de 2011

CRÔNICA: O BARBOSINHA (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
Aí está mais um número de o REPÓRTER CRÚZIO; Aí está mais uma exposição da vida interna do Seminário Santa Odília.
11 de Agôsto – Com o objetivo de ensinar e divulgar certas brincadeiras recreativas, assim como canções folclóricas, veio por intermédio da Diretoria de Esportes de Minas Gerias ( a única no Brasil), êste senhor, bem capacitado do seu ofício, logo na chegada já ganhara a afeição dos seminaristas que lhe foram ao encontro, entusiasmados, sem mesmo o conhecerem. Barbosinha, é para nós o seu nome.
Êle teve um grande sucesso no nosso meio pois, obteve a comprrensão e o instrumento de que necessitava. O seminário tem jeito para tudo. Se se precisava de um palhaço, apareciam dois; de um chorão ou de um declamador, tinha até o trabalha de escolher, e essa enumeração vai por aí afora.
Isso tudo o Barbosinha encontrou; só precisava dizer, e pronto! Não havia acanhamento. Todos estavam dispostos e interessados vendo a boa vontade do homem. Foi justamente isso que lhe deu apoio e ao mesmo tempo êxito. E  como homem experimentado, tendo todas as aptidões, aproveitou-nos e foi divertido por nós: gostou de nós e nós gostamos dele.
Já com os ginasianos houve um grande esperdício. Acanhamento, falta de cooperação e interêsse, como também o exíguo número, cremos que levaram o Sr. Barbosinha a pensar na união e civilização do seminário, ao menos em comparação com aquêles.
Esteve três dias aqui em Campo Belo; não só no seminário, como também em outras escolas. Mas, julgamos que foram os seminaristas que o compreenderam melhor. Como prova disso, sabemos até agora tudo o que êle nos ensinou. Diàriamente ouvem-se cantigas ou assovios daquelas pequenas e engraçadas canções.
Obrigado, portanto, à D.E.M.G.; obrigado ao Barbosinha e bem-vindo seja novamente ao nosso seminário!
O futebol cada vez mais cativa aos seminaristas, seja para jogar, seja para assistir. O clube do seminário fêz sua primeira partida do segundo semestre contra o teimoso Infnatil do Sparta que há muito procura uma desforra. Indignado porém, teve de aceitar desta vêz os 3 a 2 do seminário. Então, o infantil do Comercial, para mostrar sua grandeza, convidou-nos, abateu-nos (3 X 2) e nos instigou para uma melhor de três. Perdemos a primeira e empatamos a segunda. 15 de agosto – Dia da Assunção da SS. Virgem – Como todos os anos, tivemos a reunião da nossa Congregação Mariana daqui do seminário e, logo após, cantamos a missa na Velha Matriz.
28 de agôsto – Dia de Santo Agostinho – Esta data é muito lembrada pelos padres crúzios. Nêste dia uns fizeram os votos de Profissão Religiosa, outros receberam a ordenação sacerdotal. Por sorte, nêste ano, deram-se as bodas de Profissão Religiosa do nosso Diretor, Pe. Humberto. Anotamos com os padres, aqui mesmo, a missa solene, celebrada pelo próprio Pe. Humberto.
Enquanto tomávamos café com mais alguma coisa, Alfredo leu um curto, mas acertado discurso. Pouco depois já se ouvia o barulho da bola no campo. Eram os padres Paulo (doido por uma bola), Haroldo e Antônio. Jogamos um bom tempo com eles. Além dos primeiros dois, estava aqui também o Pe. Artur e o Sr. Firmino, grande cooperador dos padres em Belo Horizonte.
Á noite oferecemos ao Diretor um simples teatro, durante o qual houve diversos cânticos e brincadeiras dos padres.
2 de setembro – Cada um tendo apanhado seu pão e enfiado no bolso, marchamos para a Usina Velha. Nem o sol nem a poeira não nos impediram.
À tardinha, em seguida ao jantar, o Senhor Vilico apanhou-nos com seu  caminhão para fazermos aquêle teatrinho do dia 28 aos meninos da Vila Vicentina.
Dois dias depois, fomos assistir ao filme “Zé Periquito” que, embora não tivêsse arte, ao menos deu para rir um bocado.
Nêsse tempo também os seminaristas do curso  científico começaram a dar catecismo em São Benedito, no alto das Mercês.
Já caira em esquecimento a promessa do Diretor de dar uma sinuca para o seminário (para os maiores), quando mesmo sem darmos tento, a tal já estava sendo armada lá embaixo, na sala de recreio. Enquanto os grandes estão na sinuca muito apegados, os pequenos não largam a mesa de botão.
Já está, e, ainda seria longa demais esta crônica se contar todos os passeios que fizemos, sobretudo na usina Velha. Por outro lado seria injusto se não disséssemos ainda sobre os jogos que assistimos. Foram raros os domingos, que abrange esta crônica, sem que fôssemos a uma partida de futebol, quer seja no Sparta, que no Comercial. Êstes dois clubes, pela antiga rivalidade, tem-se mostrado muito ultimamente, receosos de um ficar por baixo do outro. Isso de todos os domingos haver jogos trouxe para nós , fortes futebolistas, uma viva satisfação, já que temos entrada franca nos dois campos e já que o Diretor é o primeiro a descer o morrinho.
Também não pode deixar de constar entre o futebol, a fremente peleja entre o Tiro de Guerra local e o seminário. (Êste agora com um jôgo de camisas novas)
Ainda que o marcador de 1 a 1 não acusa diretamente nenhum, contudo o Tiro tremeu e viu que topava com uma “união” mesmo: A  União Seminarista, muito mais ...
Se esta crônica não te agradou, leitor, espero que ao menos te fêz saber da vivacidade dos seminaristas. Que não os julgues parados e frios!.
Geraldo Seoldo Rodrigues
1º. Ano Científico

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CRÔNICA DE 1960 (Ipsis litteris)



Crônicas
       Prosseguindo com o conto dos principais acidentes além dos de costume na nossa convivência, vide adiante o período em que vivemos de 5 de Outubro até nossa saída para as férias (9 de dez.).
       Em primeiro plano, surgem as brincadeiras, cujo tempo vivido, às vezes se prolongam ou então é quase efêmero. O certo é que em determinada época do ano tornam a voltar.
       Foi o que se deu com as bolinhas de gude. Pe. Cornélio trouxe de sua terra novas e bonitas bolinhas de gude, que distribuídas, entre nós iniciaram um jôgo muito simpático a todos. Jôgo êste de ganhar ou perder, quer dizer, "a valer". Interessante é que as bolinhas holandêsas estão bem guardadinhas (para levar para casa) enquanto que as disputadas, são as brasileiras, velhas ou manjadas. Nos primeiros dias, há um pouco de confusão por causa das regras mas, dá-se um jeitinho e temos as regras próprias do seminário.  

Como acontece com todos os brinquedos, êste também foi-se extinguindo paulatinamente.






       É certo "a pelada e voleibol", um outro divertimento que vem atravessando o ano todo é o jôgo de botão. Êste, numa palavra, é próprio dos pequenos, porque os maiores gostam mais de ler ou ouvir rádio. Quanto ao futebol e voleibol, estamos parados. Parados assim, não topando com outro  quadro, porque aqui principalmente futebol, nunca morrerá. Se é paixão dos brasileiros como alguns dizem, é pelo menos o melhor meio que temos para as conversas, para passear, para assistir aos jogos aqui na cidade.
       Fizemos uma partida de voleibol com os ginasianos. Coitados! Suaram para sair do zero, o que mostra não haver necessidade de não dizer quem venceu.
        O nosso espírito neste fim do ano é outro. Nossos pensamentos, nossas conversas têm como alvo os exames, aquêles dias que resumem  todo ano escolar.  É justo que tenhamos algum receio, porque perder um ano! Graças a Deus, já chegaram, já passaram, levando as pragas de uns e os louvores de outros.
       Por duas vêzes, deixou-nos o nosso diretor: a primeira, indo a Belo Horizonte para lá passar o décimo aniversário da paróquia de Santa Teresa nas mãos dos Crúzios, o que era muito natural, tendo sido êle o primeiro vigário de lá; a segunda, levando a Juiz de Fora o seminarista Francisco Afonso cujo pai lhe faltara.
       Domingo das Missões, 23 de outubro, esteve nossa Congregação Mariana em movimento pela quarta vez no ano. Como parte principal, sobressaiu o discurso de Marcos Antônio sôbre o ferenho e ameaçador inimigo nosso: o comunismo.
       Depois de muitos choros, reclamações, deu-se o que há muito havia sido planejado: um piquenique temporão. Foi no nosso lugarzinho costumeiro no rio Jacaré em Santana.
       Acompanhou-nos Pe. Clemente que não teve um instante de sossêgo. Tinha mêdo de que alguém se afogasse! Ainda mais desorientado ficou depois que viu alguns passando um bocado de apêrto para safar-se da água.
        18 de novembro, sexta-feira, no meio das provas parciais, um dia de folga. É claro! Pois é o dia do aniversário do Pe. Diretor; é o dia de fazermos um passeio, é o dia de passarmos bem, um dos melhores do ano. Mas quase que ficamos aqui, porque já amanheceu chovendo e o tempo estava mal. Pareceu que com a choradeira e o desespêro fizeram-no além de bom, até muito propício.
       Asistida a missa, com cântigos, tomados os cafés (duas vêzes) raspamos para a usina elétrica de Candeias. Lugar longe, mas ótimo.
Um acontecimento que muito deu que fazer e falar foi a captura de um mico na viagem. Diziam-se que êle era um novo seminarista, etc... mas, qual  foi o espanto quando depois de três dias viemos saber que em vez de mico era uma mica!



Nuns dias assim é a barriga que mais fica cansada, porque  não  enjeitamos nada, somos tal qual bando de gafanhotos; apesar da muita merenda, não poupamos os pés de frutas com que topamos (manga verde, côco, ingá). É bom lembrar que um pouco antes, dia 13, quase limpamos os pés de jabuticabas de um vizinho que nos convidara para chupar algumas!
       Entre as provas escritas e orais, para ganharmos mais ânimo, fizemos uma espécie de teatro, exclusivamente para nós e os padres, apenas três. Incialmente parece que estava meio sem "sal", frio , etc. Porém, com a aparição de alguns que têm mesmo jeito de palhaço, passamos uns instantes gozados.
       Calma e lentamente passam os útlimos dias.
       Tendo em vista só o dia 9 parece-nos que os outros se vão preguiçosamente fenecendo a não quer pôr término nunca nêste ano da graça de 1960.
       Nossa alegria é grande. Projetos e mais projetos já foram traçados para as férias. Há dois aqui que estão contentes qual duas criancinhas, só porque irão gastar sua férias em suas próprias casas no Pará, após estarem aqui aproximadamente quatro anos. Que sejam felizes e levem aos seus um pouco de Minas.
       Ganhamos mais dois dias de férias pela entrada do novo Superior Regional eleito: Padre Arnaldo Van Cuyk.
      Olhando-se para a esquerda do ginásio vê-se a desoladora construção do campo de futebol. É um azar! A máquina vem, trabalha uns dias, quebra e fica quase meio ano na oficina.  A enxorrada que  não se desvia mesmo, leva tôda a terra fazendo do campo um não sei que de buracos. Já duas vêzes se deu isto e o campo está na mesma.
       Bem, agora vamos para casa, dando aos padres e às cozinheiras um pouco de alívio.
       A todos boas férias; aos leitores Feliz Natal e Própspero Ano Novo.
                 Geraldo Hélcio Seoldo Rodrigues
                                                 4a. série






Resultado final do ano escolar de 1960
Total de seminaristas: 30
Arpovados:                 25
2a. época:                    1
Reprovados:                4
 No próximo número daremos uma relação mais completa
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domingo, 23 de janeiro de 2011

O concílio Vaticano II (Ipsis litteris)


O CONCÍLIO ECUMÊNICO
VATICANO II

   Impressionou-se com o presságio de um novo Concílio Ecumênico publicado pelo atual Papa, cuja data da realização ainda não está definida, todo o mundo cristão. Alegrou-se porém, sabendo dos méritos, das fôrças e das influências que até agora têm exercido na Igreja. Sua Santidade está esperançoso e ciente de sua decisão, tanto que fala dêle em todas suas palestras.  Aguarda não o esquecermos até  em nossas mais simples preces para alcançar o êxito visado.

    Um Concílio Ecumênico usa o mais alto poder da Igreja, de maneira que lhe permite dar explicações de casos mais graves e instituições de normas que se estendem sôbre todo o orbe, sem que possa errar, falando sôbre matéria de fé. Sendo por isso  Papa a sua suprema potência, cabe-lhe confirmá-la; sem êle ou sem a sua ratificação não há Concílio Ecumênico.
   Êste a realizar-se é alvo de diversos fatôres que concorreram. Visa-se mais a união dos ortodoxos e protestantes com os católicos. O sumo Pontífice como delegado apostólico, permaneceu durante vinte anos no Oriente, e com êsse tempo conquistou a afinidade daquêle povo que ainda vive fora da nossa religião. Diz João XXIII: "Primeiramente uma aproximação do Oriente, depois o contacto e a reunião perfeita de tantos irmãos separados da antiga Mãe comum... Desejamos uma paz e entendimento entre católicos e êles.
   Ao dirigir uma carta ao clero de Veneza expressou-se sôbre o Concílio, que é a causa do aparecimento da submissão do clero, da dilatação da caridade, da fixação dos sacerdotes em seu terreno etc...
   Averigando Sua Santidade os fatos passados, deteve-se no período tridentino; ficou a par dessa era de perplexidade cujas calamidades foi um resistente adversário do Concílio de Trento em 1545. Olha agora também na época presente o perigo do comunismo e do materialismo, e como aquêle dera ótimas conclusões, talvez seja outra causa do próximo.
   Tratar-se-ão também de certas partes do Direito Canônico e alguns casos da doutrina Social da Igreja.
   Para preparar o necessário, há já várias comissões,  agindo, tendo por presidente o Secretário  do Estado  do Vaticano: Cardeal Domênico Tardini.
   Até o presente já houve vinte Concílios Ecumênicos, doze no Ocidente e os outros no Oriente. Oprimeiro teve lugar em 325 na cidade de Nicéia, então em terras orientais. Nele estava presente o Imperador Constantino; o último feito em Roma (Ocidente) com  o nome de Vaticano (I), não foi oficialmente terminado, por causa da invasão dos italianos no Estado do Sumo Pontífice em 1870.
   Tomarão parte dêste agora tôda a Cardinalícia, todos os Bispos, os Prelados, alguns Abades, Superiores Gerais de Or-


dens Religiosas, certos teólogos, além de outros. Segundo parece, será o primeiro que usará os modernos meios de comunicações, como rádio, o cinema, a televisão, etc.
   Os Protestantes, a respeito da união estão reagindo fortemente. Diversos líderes de seitas religiosas em suas revistas maldizem-no, não querem colidir-se de forma alguma, tendo até um Anti-concílio Mundial com o nome : "Concílio Internacional das Igrejas Cristãs". Com referência aos protestantes brasileiros, alguns  o vêem com bons olhos, como um dos bispos da Igreja Metodista do Brasil: Rev. Sucasas: "O Cristianismo uno é possível, porque Jeus Cristo jamais ensinou uma utopia ao homem e jamais exigiu do homem o que fôsse impossível ".
   Outros porém , dizem que o Papa está com receio do comunismo e que, para dar-lhe combate, quer a ajuda dos protestantes; que Roma quer o domínio das consciências, etc. Dizem também que são muitos os obstáculos que lhes impedem a coesão: 1) a infabilidade do Papa: para êles o humano é falho e possível de êrro.
2o. os dogmas da Igreja.
3o. a persuasão íntima da Igreja Católica de que está com a verdade, etc. Mas a obstância maior é de terem de palmilhar o caminho de Roma e ascenderem os degraus do Vaticano onde está o núcleo do Cristianismo.
   O pontífice Romano espera nossa colaboração nos seguintes âmbitos: a) nas orações; b) no lado financeiro; c)ns informações, a fim de que, através dêste Concílio possa se elevar a melhoria do mundo e, de  um modo particular, mostra o exemplo da união da Igreja a tôdas as seitas extraviadas da Santa Mãe comum.
                                                              Geraldo Hélcio Seoldo Rodr.
                                                                            4a. série
                                                       
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Você sabia que:
as formigas têm suas "vacas"?
Estudiosos afirmam que as formigas, ao passar as patas dianteiras nas costas de pulgas, que habitam nos formigueiros, dela retiram um líquido branco e muito doce: o "leite", com  o qual alimentam os filhotes da rainha. Em troca de tão relevante serviço as pulgas podem alimentar-se dos cogumelos que existem nos formigueiros. A êsse gênero de vida dá-se o nome de simbiose (vida em comum)