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segunda-feira, 7 de março de 2011

VIDA MISSIONÁRIA (Ipsis litteris)


VIDA MISSIONÁRIA
Jesus Cristo, prestes a deixar a terra, no desejo irresistível de salvar todos os homens, disse a seus discípulos: “Ide e pregai a todos...” sem exceção dos ricos e pobres, vermelhos, brancos ou negros.
Ainda hoje milhares de missionários de diversas ordens têm pregado e continuam pregando nos quadrantes de terra, a doutrina de Jesus, cheia de amor de verdade e de misericórdia.
A compaixão por uma humanidade transviada e dolorosamente infeliz, leva milhares de missionários aos heroísmos e muitas vezes ao martírio.
Sua missão é especialmente pregar, e evangelizar os povos; e vão até às almas mais desprezadas, mais abandonadas, para levar a elas a verdadeira luz da alegria e da felicidade.
Onde estão essas almas? Em tôda parte. Nas aldeis, nas grandes cidades, mas estão principalmente  nos lugares menos civilizados, por ex: no norte do Brasil, na parte central da África, na Austrália e entre os Esquimõs.
“Senhor, que eu veja! Senhor, ensina-nos a rezar! Senhor, se queres, podes curar-me!”
Êstes são os gritos de milhares de almas que sofrem, que estão precisando de banhar-se no Sangue do Cordeiro, isto é, estão precisando do auxílio de almas generosas que possam mostrar-lhes o caminho da felicidade.
São Pedro na pesca milagrosa recebeu socorro dos outros que estavam à margem do lago. Oxalá recebessem também os missionários de hoje os auxílios dos outros em ocasião tão necessária.
Êstes outros somos nós fiéis, com nossas orações e nossos sacrifícios.
Muitas são as almas e poucos os escolhidos.
Antônio Edes Carraro
3ª. série

HISTÓRIA MISSIONÁRIA (Ipsis litteris)


HISTÓRIA MISSIONÁRIA
       ANTES de subir ao céu, Jesus encarregou os apóstolos de pregar a sua doutrina a todos os povos e batizá-los, para que assim todos os homens se convertessem à verdadeira religião.
       Os apóstolos tinham a idéia de propagá-la a todos, mas só através dos judeus. Coube a São Paulo mostrar o erro dêsse pensamento, dirigindo-se também diretamente aos gentios e tornando-se assim o primeiro missionário.
       Logo a seguir, todos os demais apóstolos (exceto Tiago que ficou em Jerusalém) partiram pra longínquas terras para difundir entre os pagãos a doutrina de seu Divino Mestre. Nêste trabalhos foram secundados por numerosos outros que se entregaram com todas as fôrças a esta sublime missão.
       No início da Idade Média, quando os bárbaros, em grandes invasões, ameaçavam destruir a cultura e civilização existente, surgiram homens corajosos e abnegados que, à custa de grandes sacrifícios e às vêzes da própria vida, conseguiram trazer êstes povos ao seio da religião e da civilização.
       Alguns dêstes ligaram o seu nome à história da terra que evangelizaram: São Patrício, hostilizado no início, conseguiu converter os Pictos e Escotos, habitantes da Irlanda.
       Os Anglos são trazidos à religião pelo monge Santo Agostinho e mais 40 companheiros enviados à Inglaterra pelo papa Gregório Magno.
       Os Francos e Germanos são igualmente convertidos por São Remígio e São Bonifácio respectivamente.
       No início da Idade Moderna, com as grandes descobertas, abriu-se um vasto campo para a ação missionário, para onde acorreram muitíssimos imbuídos no santo desejo de ganhar almas para Deus.
       Sacerdotes de diversas Ordens embrenharam-se nas terras da América, África, e Ásia, em busca do negro e do amarelo para a Igreja de Cristo.
       Nêste mister não podem ser olvidados os trabalhos de São Francisco Xavier nas Índias e no Japão e os de Nóbrega e Anchieta nas terras brasileiras.
       Ainda hoje, depois de vinte séculos, a Igreja vem cumprindo o preceito de Cristo. Muito resta, no entanto, para fazer. Apenas uma quinta parte da humanidade pertence à Igreja de Cristo, mais da metade são pagãos, e o restante são protestantes e cismáticos.
       Contudo, a ordem que Jesus deu não vale apenas para os apóstolos e missionários, mas para todos os cristãos e lhes impõe a obrigação de rezar e de fazer boas obras e sacrifícios pelas Missões.
Max Ordonez de Sousa
1º Científico.  

DESCRIÇÃO: O MÊS DE SETEMBRO (Ipsis litteris)


DESCRIÇÃO
O MÊS DE SETEMBRO
Estamos no mês de setembro, mês da primavera, mês das flôres.
Vocês devem ter notado que, por coincidência quase todos os dias comemoráveis deste mês caem numa quinta-feira. Ocorre-nos o primeiro, o dia 7, quando comemoramos a Independência do Brasil.
Como era de esperar, não houve desfile aqui em Campo Belo devido à situação política do país.
Outro dia comemorativo também foi o dia 14, dia da Exaltação da Santa Cruz. Foi esse dia um feriado especial somente para nós seminaristas e para os alunos do Ginásio.
Neste dia, à tarde, fomos à Usina Velha; lugar onde costumamos nadar frequentemente. Fomos a pé. Chegamos, logo depois chegaram os padres conduzidos pela “Kombi Wolkswagen”. O Padre Cornélio trouxe a sua bola a qual nos divertiu muito: fizemos, dentro da piscina, um joguinho entre Padres X Seminaristas.
Na volta viemos na “Kombi” (em três viagens).
Também, outro dia que não podemos deixar passar sem algumas palavras, é o dia da árvore (dia 21). O principal propagador para que se comemorasse neste dia o DIA DA ÁRVORE, foi José Mariano Filho, em virtude de ser nesta data a chegada da Primavera. Nada mias justo que festejar a árvore, pois ela é quem nos oferece sua sombra, a paisagem e seus frutos.  Além disso nos dá a madeira com a qual fazemos várias coisas.
 Por isso, quando tivermos de cortar uma árvore por necessidade, devemos plantar outra, preservando assim nossas florestas e também nossos mananciais de água cristalina.
Ivair Vasconcelos
Admissão

CRÔNICA: O BARBOSINHA (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
Aí está mais um número de o REPÓRTER CRÚZIO; Aí está mais uma exposição da vida interna do Seminário Santa Odília.
11 de Agôsto – Com o objetivo de ensinar e divulgar certas brincadeiras recreativas, assim como canções folclóricas, veio por intermédio da Diretoria de Esportes de Minas Gerias ( a única no Brasil), êste senhor, bem capacitado do seu ofício, logo na chegada já ganhara a afeição dos seminaristas que lhe foram ao encontro, entusiasmados, sem mesmo o conhecerem. Barbosinha, é para nós o seu nome.
Êle teve um grande sucesso no nosso meio pois, obteve a comprrensão e o instrumento de que necessitava. O seminário tem jeito para tudo. Se se precisava de um palhaço, apareciam dois; de um chorão ou de um declamador, tinha até o trabalha de escolher, e essa enumeração vai por aí afora.
Isso tudo o Barbosinha encontrou; só precisava dizer, e pronto! Não havia acanhamento. Todos estavam dispostos e interessados vendo a boa vontade do homem. Foi justamente isso que lhe deu apoio e ao mesmo tempo êxito. E  como homem experimentado, tendo todas as aptidões, aproveitou-nos e foi divertido por nós: gostou de nós e nós gostamos dele.
Já com os ginasianos houve um grande esperdício. Acanhamento, falta de cooperação e interêsse, como também o exíguo número, cremos que levaram o Sr. Barbosinha a pensar na união e civilização do seminário, ao menos em comparação com aquêles.
Esteve três dias aqui em Campo Belo; não só no seminário, como também em outras escolas. Mas, julgamos que foram os seminaristas que o compreenderam melhor. Como prova disso, sabemos até agora tudo o que êle nos ensinou. Diàriamente ouvem-se cantigas ou assovios daquelas pequenas e engraçadas canções.
Obrigado, portanto, à D.E.M.G.; obrigado ao Barbosinha e bem-vindo seja novamente ao nosso seminário!
O futebol cada vez mais cativa aos seminaristas, seja para jogar, seja para assistir. O clube do seminário fêz sua primeira partida do segundo semestre contra o teimoso Infnatil do Sparta que há muito procura uma desforra. Indignado porém, teve de aceitar desta vêz os 3 a 2 do seminário. Então, o infantil do Comercial, para mostrar sua grandeza, convidou-nos, abateu-nos (3 X 2) e nos instigou para uma melhor de três. Perdemos a primeira e empatamos a segunda. 15 de agosto – Dia da Assunção da SS. Virgem – Como todos os anos, tivemos a reunião da nossa Congregação Mariana daqui do seminário e, logo após, cantamos a missa na Velha Matriz.
28 de agôsto – Dia de Santo Agostinho – Esta data é muito lembrada pelos padres crúzios. Nêste dia uns fizeram os votos de Profissão Religiosa, outros receberam a ordenação sacerdotal. Por sorte, nêste ano, deram-se as bodas de Profissão Religiosa do nosso Diretor, Pe. Humberto. Anotamos com os padres, aqui mesmo, a missa solene, celebrada pelo próprio Pe. Humberto.
Enquanto tomávamos café com mais alguma coisa, Alfredo leu um curto, mas acertado discurso. Pouco depois já se ouvia o barulho da bola no campo. Eram os padres Paulo (doido por uma bola), Haroldo e Antônio. Jogamos um bom tempo com eles. Além dos primeiros dois, estava aqui também o Pe. Artur e o Sr. Firmino, grande cooperador dos padres em Belo Horizonte.
Á noite oferecemos ao Diretor um simples teatro, durante o qual houve diversos cânticos e brincadeiras dos padres.
2 de setembro – Cada um tendo apanhado seu pão e enfiado no bolso, marchamos para a Usina Velha. Nem o sol nem a poeira não nos impediram.
À tardinha, em seguida ao jantar, o Senhor Vilico apanhou-nos com seu  caminhão para fazermos aquêle teatrinho do dia 28 aos meninos da Vila Vicentina.
Dois dias depois, fomos assistir ao filme “Zé Periquito” que, embora não tivêsse arte, ao menos deu para rir um bocado.
Nêsse tempo também os seminaristas do curso  científico começaram a dar catecismo em São Benedito, no alto das Mercês.
Já caira em esquecimento a promessa do Diretor de dar uma sinuca para o seminário (para os maiores), quando mesmo sem darmos tento, a tal já estava sendo armada lá embaixo, na sala de recreio. Enquanto os grandes estão na sinuca muito apegados, os pequenos não largam a mesa de botão.
Já está, e, ainda seria longa demais esta crônica se contar todos os passeios que fizemos, sobretudo na usina Velha. Por outro lado seria injusto se não disséssemos ainda sobre os jogos que assistimos. Foram raros os domingos, que abrange esta crônica, sem que fôssemos a uma partida de futebol, quer seja no Sparta, que no Comercial. Êstes dois clubes, pela antiga rivalidade, tem-se mostrado muito ultimamente, receosos de um ficar por baixo do outro. Isso de todos os domingos haver jogos trouxe para nós , fortes futebolistas, uma viva satisfação, já que temos entrada franca nos dois campos e já que o Diretor é o primeiro a descer o morrinho.
Também não pode deixar de constar entre o futebol, a fremente peleja entre o Tiro de Guerra local e o seminário. (Êste agora com um jôgo de camisas novas)
Ainda que o marcador de 1 a 1 não acusa diretamente nenhum, contudo o Tiro tremeu e viu que topava com uma “união” mesmo: A  União Seminarista, muito mais ...
Se esta crônica não te agradou, leitor, espero que ao menos te fêz saber da vivacidade dos seminaristas. Que não os julgues parados e frios!.
Geraldo Seoldo Rodrigues
1º. Ano Científico

CAMPO BELO DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ (Ipsis litteris)


CAMPO BELO DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ
É nossa principal e primordial finalidade, numa ligeira explanação, transcrever uma simples, mas amorosa saudação a Campo Belo, na quase centenária data de sua emancipação política.
Com sua independência municipal em 1879, há 82 anos, abriu-se-lhe uma porta para o caminho do progresso, para a luta renhida entre a ignorância e as escolas, entre a civilização e o atraso. E tôda a cidade enveredou por êste caminho, disposta a enfrentar e a vencer a nobre missão que lhe foi destinada: implantar nestas antigas plagas despovoadas a civilização, o progresso, que ora se vê, embora em menor escala, nas regiões circunvizinhas.
E essa comodidade, êsse progresso que hoje desfrutamos, não foram adquiridos ex-abrupto, mas decorreram na norma vicissitude dos acontecimentos, ora um período de progresso, ora outro de retrocesso; ora um tempo de agitação, ora outro de estabilidade.
Por isso, não podemos nós dizer que Campo Belo é obra de uns dez anos para cá; seria olvidar aqueles que penosamente lutaram para colocar Campo Belo no lugar de destaque que hoje ocupa.
Que se diga, embora, que Campo Belo progrediu muito nos últimos anos, mas isso jamais poderia ser se não houvêsse aquela base que a geração passada nos legou.
Isto foi Campo Belo no passado, isto é Campo Belo no presente, mas o que será Campo Belo no futuro?
Isto depende única e exclusivamente de nós, jovens de hoje, homens de amanhã. Podemos levar Campo Belo aos píncaros da glória, ou rebaixá-la ao abismo da ignomia.
Por isso, não menos árdua é a obrigação a que estamos sujeitos, de lutar para engrandecer e melhorar Campo Belo, combatendo assim para uma causa nacional que é a salvação do Brasil.
Portanto, à juventude campobelense o nosso angustiado, mas esperançoso grito: acordai, e agi!
Reginaldo Antônio Maia
4ª. série

Aniversário de Campo Belo (Ipsis litteris)


CAMPO BELO CM F Sf.
No dia 28 de setembro comemorou-se mais um aniversário de fundação da nossa próspera cidade de Campo Belo.
Na madrugada dêsse dia, enquanto todos ainda dormiam e a lua caminhava pálida e serena para o ocidente, alguns tiros de festim arrancaram do sono em que jazia a população campobelense.
Logo a seguir houve uma alvorada, que se prolongou até que o sol despontasse oferecida à cidade pela garbosa banda do nosso colégio Dom Cabral.
À Proporção que o tocar das cornetas e o rufar dos tambores iam espalhado no ar, um enorme clarão começa a aparecer no oriente e poucas horas depois a cidade se desperta com a natureza.
O Sol, de uma esfericidade incalculável surge do fundo do horizonte, erguendo-se por trás das montanhas que circundam a cidade, avermelhado cubaciado, em tudo se assemelhando a um diamante que aos poucos vai surgindo do meio de um lamaçal infinito. É que nêsse dia o ambiente amanhecera mascarado por uma espécie de bruma seca que fizera com que a paisagem perdesse o seu contorno exato e regular.
Raríssimos eram os raios do sol que, conseguindo romper a neblina vinham ajudar-nos a festejar com mais pompa a cidade aniversariante.
No entanto êsse aspecto desagradável com que a natureza assistia a festança não veio manchar o esplendor da cidade homenageada.
Quando o sol ultrapassava em altura os picos mais elevados dos montes, foram iniciadas as solenidades dêste dia no palanque armado no centro da praça principal da cidade e ladeado pelas bandeiras da Nação e do Estado hasteadas nessa mesma hora. A estas assistiram as principais autoridades civis e eclesiásticas locais e de outros municípios vizinhos. Durante estas foi com eloquência pronunciado um discurso pelo prefeito Lycério Miguel dêsse município, e executado com sonoridade angélica o Hino a Campo Belo pela Lira Santa Cecília desta cidade. Logo após sucederam-se os desfiles dos grupos e colégios do município e dos carros alegóricos que percorreram em marcha as ruas principais da cidade.
Havia um troféu oferecido pelo Banco da Lavoura ao colégio ou grupo que melhor desfilasse e que tivesse melhor banda. Êste foi ganho pelas alunas do colégio São José, que souberam inspirar uma forte simpatia na banca julgadora.
Terminados os desfiles, cessaram também os festejos que se  reiniciaram à tarde com uma partida de futebol oferecida aos desportistas de Campo Belo pelo forte esquadrão do Comercial local, time que aniversaria nêsse mesmo dia.
À noite continuou a festa com um baile no Clube dêsse mesmo time e em outros salões de dança da cidade.
Francisco Sales Paula
2ª. série



sábado, 5 de março de 2011

A borracha (Ipsis litteris)


A Borracha
       Há muitas espécies de seringueira, sendo a mais importante a chamada "hervae Brasiliensis", própria das regiões úmidas. Sua altura chega a mais de 20 metros. Tem sua maior exploração a oeste de Marajó e nas altas bacias dos rios Madeira, Purus no estado do Pará. É extraído desta preciosa árvore o 'latex' na estação da seca. O seringueiro para tirar êste líquido bate com uma machadinha no tronco da seringueira em forma de 'V' e deixa uma tigelinha para aparar o líquido que é o "latex". Mais ou menos 100, 120 árvores poder fornecer por dia cerca de 20 litros de "latex". A preparação do produto é feita com o auxílio de fumaça. Com o "Latex" assim defumado êle faz uma grande bola que pesa 30 a 40 Kg.
       Assim é feita a borracha. Durante muitos anos o Brasil foi o maior produtor mundial de borracha, tendo o estado do Amazonas o maior produtor. Mas alguns, e especialmente os holandeses, tinham levado muitas mudas da nossa terra para as ricas possessões no oriente; e deu um grande resultado (estas sementes foram levadas por Henry Wickbram). Hoje em dia a Companhia Forde do Brasil, tendo pedido permissão ao Govêrno do Pará para plantar a seringueira, cultiva-a nas margens do rio Tapajós em relativa escala. Aí fundou uma pequena vila, que só trata sobre a plantação de seringueira, com o nome de Fordolândia.
Sebastião Rocha
1a. Série
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CRÔNICA DE 1961(Ipsis litteris)


     CRÔNICAS     
       Caríssimos leitores.
       Iniciando com o dia 8 de abril e terminando com 10 de junho, expor-vos-ei a vida dos seminaristas durante tal período.
       Como todos já devem ter notado, o seminário é uma associação (excluindo parte espiritual) quase completamente futebolística, o que ainda veremos.
       Após um sossegado tempo Pascal, não poderíamos deixar de aceitar o convite do Sparta para jogarmos no dia 9. Nêste dia comparecemos em campo. Ao iniciar o jôgo o seminário dominava, domínio êste que pouco durou: com choradeiras e reclamações, perdemos por 5 X 3; derrotados, atribuímos a contagem ao coitado do juiz.
       Dia 14, dia Pan-Americano ou dia de São Justino, o diretor do colégio D. Cabral concedeu-nos feriado e, aproveitando a ocasião, rumamos de caminhão para a "fazenda da Trindade". O chofer porém, não sabia (ou fingia não saber) do caminho e, consequentemente, ficamos parados muito tempo na estrada. Mas, como os seminaristas são iguais cães para farejar alimento, logo uns dêles descobriram árvores de articuns e, uma só piscada de ôlho, estávamos todos a procurá-los. Finalmente, com uma informação, conseguimos chegar à tal meta a fazenda. Aí, a 1ª. coisa que fizemos foi chupar laranjas; em 2º. plano, nadamos, comemos amendoins, etc.
       Na volta, todos estavam alegres, pois traziam consigo sacos de laranjas.
       Dia 16, por inveja, o Comercial convidou-nos a uma partida, foi um jôgo pouco movimentado e sem graça: no final ganhamos por 3 X 1, mas êles conseguiram ainda o empate (3 X 3).
       Estando marcado para o dia 21 Tiradentes - o torneio "Initium" do campeonato organizado pela União dos Estudantes católicos de Campo Belo, dividimos o seminário em duas equipes - Furacão e Sputinick - pois assim pediram. Na manhã dêste dia, apesar de o campo do Sparta estar muito molhado pelas chuvas e muito escorregadio, disputou-se o torneio. Todos os seminaristas esperavam que o Sputinick fôsse o lanterninha por ser uma equipe de gente pequena, ao passo que os outros, inclusive Furacão, era de gente de físico. Qual não foi, porém a decepção de todos ao ver os resultados... 'Sputinick', Vice-Campeão... Entretano o campeonato só teria início em maio, dia 26, por ocasião dum Grêmio Literário organizado pelas colegianas de Campo, fomos convidados a assistí-lo; mas o nosso diretor concedeu licença sòmente aos mais interessados pela música, a saber 3ª., 4ª. séries e 1º. científico. As colegianas, com a ajuda do Pe. Alberto da vila, apresentaram a música através dos tempos; iniciaram com o hino à França e terminaram com a música popular brasileira 'Brasil'.
       Dia 1º. de maio fomos disputar o campeonato, jogando contra o 'Elétricos'. Foi um jôgo sem  muito comentário: além de darmos um show de bola, adquirimos a contagem de 7 X 1.
       Sendo dia 3 a festa da Invenção da Santa Cruz, tivemos feriado do meio-dia em diante, i.é. com aulas. Mas, nós seminaristas não gostamos de ficar parados, causa pela qual fomos passear na Usina Velha. Êste dia, porém, não passou com a alegria estampada no rosto de todos.
       Para continuação do campeonato fizemos outro jôgo dia 6. Desta vez contra o Dínamo, equipe que nos deu o que fazer, como se nota pelo placar que foi de 2 X 0 sòmente.
       Por ocasião do dia das mães (12), a diretoria da nossa Congregação Mariana houve por bem fazer uma reunião, que foi realizada de manhã, logo após a Missa. O discurso, feito por um dos congregados, Antônio Edes Carrara, foi uma exaltação às nossas mães e principalmente à Maria Santíssima, Mãe do Verbo Divino Encarnado e Nossa Mãe. Até agora as reuniões estavam um pouco monótonas, mas os novatos deram outra vida: até o caçula do seminário homenageou sua mãezinha com um belo cântico próprio para as mães. Terminamos a reunião com o hino da CC. MM. cantado em comum.
       No "Maximus" daremos o máximo, diziam alguns seminaristas papudos; realizou-se, por coincidência, êste dito. Não se poderia ver tanta balbúrdia como nêste dia dentro do campo: o capitão do "Maximus" mudava tôda hora as posições dos jogadores; só no 'goal' fêz 3 ou 4 mudanças; ninguém sabia qual era a sua própria colocação... E nós aproveitando de tal confusão, fizemos 9 "goals", enquanto êles nenhum.
       Agora só faltava-nos jogar contra o "Rener" que estava ao nosso lado na invencibilidade.
       A decisão do campeonato foi marcada para o dia 17, inicialmente, estava um jôgo bem equilibrado, pois o adversário queria de todo jeito ganhar a partida e, assim, consagrar-se campeão. No segundo tempo, porém, êles começaram a reclamar do juiz, reclamação esta que ela nada lhe valeu. O seminário ganhara o campeonato com 3 X 1, enquanto o "Rener" deixava o gramado cabisbaixo.
       A pedido do Pe. Pedro, vigário de Campo Belo, fomos dia 21, cantar a Missa na Velha Matriz, e êste, como agradecimento mandou-nos um refrigerante para o almoço.
       Após o almoço, fomos a Santana do Jacaré, a fim de disputarmos uma partida, pois assim estava combinado. Antes do jogo, alguns seminaristas nadaram no rio, que estava uma geladeira. .. Na hora havia muita gente em campo... Apesar de estarmos jogando contra os melhores da cidade, o jôgo foi quase equilibrado. Finalizou-se com a nossa vitória de 6 X 1 sôbre o santanenses. Logo após o jôgo chupamos algumas laranjas da casa do Pe. João, vigário desta cidade, e imediatamente partimos de volta.
       Resolvemos, então , descansar por algum tempo. O Sparta, porém, querendo mostrar sua maior potência ao Comercial, como base no seminário, convidou-nos para outra peleja. Dia 27 disputamo-la. Foi uma partida bem movimentada apesar de jogarmos um pouco pior, que terminou com um empate (3 X 3). O último goal do Sparta, porém foi por intermédio duma penalidade nos últimos 3 minutos da etapa final.
       Dia 1º. de Junho, festa do corpo de Deus (Corpus Christi), fomos  assistir à procissão do Santíssimo. Esta procissão tem como objetivo  mostrar ao povo o Corpo Glorioso de Cristo, que é tão esquecido nos altares. Caríssimos Leitores, vocês mesmo podem julgar qual a proporção dos católicos que frequentam a mesa da Comunhão! O  número dêles é muito reduzido! Rezamos pelos católicos não praticantes, mas, além de tudo devemos dar o exemplo!
       Por ocasião do encontro regional entre as C.C.M.M de Campo Belo e Cristais, recebemos o convite para nele participar, mas o nosso diretor o recusou pedindo desculpas : íamos dar muito incômodo aos congregados de ambas as cidades e principalmente ao povo Cristalino.
       As nossas meta principal atualmente são as provas parciais e depois .... as férias.
João H. dos Santos
   4a. série

Um Espertalhão (Ipsis litteris)

O espertalhão
Certo rapaz de uma cidadezinha beira mar, achando-se sem recursos econômicos, resolveu pregar uma boa peça ao agente do correio local, e ao mesmo tempo se munir de dinheiro de que precisava. No outro dia bem cedinho, foi ao correio e mandou lavrar uma caixa, na qual podia ler o seguinte: Pedra Preciosa. Valor Cr$20.000,00. O agente do correio, querendo ser o tal, olhou aquilo com desprêzo, mas bem diz o ditado "Quem desdenha quer comprar". Mas êle não queria comprar e sim roubar. E foi com aquela caixinha que no mesmo dia, à trdinha, êle fugiu pensando ter em suas mãos uma bela quantia, pois a pedra pensava ele vale talvez mais do que Cr$20.000,00. E assim continuou a caminhar despreocupado. Mas no caminho recebeu um aviso de que a polícia o estava seguindo; não se mostrou muito assustado, e continuou a divagar por aquelas bandas. No outro dia de manhã, teve a vontade de ver a tão bela pedra mas ao abrir a caixinha, viu sòmente no fundo uma pedra simples. Que decepção! Quis êle voltar, mas foi impossível, pois a polícia já o procurava. Então fugiu para longe, atirando fora a pedra. O rapaz da cidade ficou alegre por seu truque triunfar, e foi muito mais alegre para casa, com 20.000,00 pela pedra e 3.000,00 pelo que tinha paga para o transporte.
Luiz Henriques Alfenas
2.a série

Artigo sobre Tiradentes (sem título)

(Dificuldades técnicas não nos permitiram a edição da matéria.  Fica o registro de autoria. Cópias do original podem ser encaminhadas aos interessados)
José Eustáquio Starling.
Admissão

sexta-feira, 4 de março de 2011

ANIVERSÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ REIS (Ipsis litteris)


ANIVERSÁRIO

       Foi no dia 16  de maio que o Professor José Reis fêz mais um natalício.
       Nós o recebemos com uma festinha.
       Depois que acabou a festa: veio um belíssimo bôlo para todos da Admissão.
       Tomaram parte nesta festa: Weliton, Oiser, Antônio Custódio "Pigmeu", Pedro, Antônio Luiz o "Picolé", Oswaldo, Aloysio, José Eustáquio, Geraldo Lemos, Evair e Ildeu.
       Em primeiro lugar ouvimos um discurso por Weliton, falando sôbre o professor.
       Depois houve uma poesia - por Pedro, Oswaldo e Antônio Luiz o  nosso grande "Picolé".
       Em seguida Ildeu declamou outra poesia.
       Em quarto lugar uma poesia por Antônio Custódio o grande "Pigmeu".
       Em quinto lugar uma poesia por Aloysio, Oiser e José Eustáquio.
       Em sexto lugar mais uma poesia por Geraldo Lemos.
       Em sétimo uma poesia por Evair.
       E em último lugar um canto, por todos alunos, que se chama Io Vivat.
       Depois o professor José Reis falou algumas palavras bonitas agradecendo a todos nós. 
       E após terminar de falar,  êle disse: hoje não posso dar arguição porque não sei dar nota, e estou muito alegre de receber esta surpresa que eu não esperava, para mim foi uns dos melhores tempos que passo em minha vida. 
       E depois todos nós fomos comer o bôlo com êle.
       Também foi muito aplaudido o professor e o nosso colega Antônio Luis o "Picolé", porque além de declamar bem uma poesia, foi lá na frente e perguntou ao professor se êle queria um picolé, porque estava fazendo muito calor. 
() () () () () () () ()   
Weliton de Oliveira. Admissão
      

O grito do Ipiranga (Ipsis litteris)



O grito do Ipiranga
       Nesta gravura há lindas palmeiras, e uma linda escadaria de mármore. Em cima da escadaria estão as estátuas dos grandes vultos do Ipiranga.
       Aí estão D. Pedro e seus companheiros com a espada na mão.
       D. Pedro tirou sua espada e gritou: Independência ou Morte. Todos tiraram a espada e responderam Independência! Estas estátuas estão em S. Paulo. Tôdas as vêzes que os militares passam ali, tiram o chapéu e fazem continência, pois na mão de um dos companheiros de D. Pedro está a bandeira do Brasil.
       Também todos devem respeitar a bandeira, porque nós somos brasileiros e temos que honrar nossa pátria, pois a ela é que pertencemos.
Antônio Custódio  de Assis
    Admissão

Os Árabes (Ipsis lítteris)

      
       A Arábia é a  mais ocidental de tôdas as três penínsulas do sul da Ásia. Está situada ao sul da Anatólia, entre o Mar Vermelho, o Golfo Pérsico e o Mar das Índias.  Ao  norte predominam longos e áridos desertos onde não há habitações e onde não medra a mais comum entre as plantas.
       Êste deserto foi sempre uma boa fortificação contra os invasores.
       Há aí alguns oásis, onde os pastores erguem suas cabanas e ficam vivendo. Nas zonas do litoral, principalmente a sudeste, existem as terras mais férteis da Arábia, onde há habitações e plantações; é o único lugar onde se pode viver.
       Os árabes são brancos de origem semita da  mesma raça que os hebreus. Desde os tempos mais antigos a Arábia foi  habitada por êstes povos. Distinguiam-se pelo espírito guerreiro. Agrupavam-se em tribos algumas das quais nômades.
       Os Nômades preferiam cuidar de suas cabras e camelos no deserto, onde muitas vêzes assaltavam caravanas e as pilhavam. Êles tinham seu  chefe, ao qual  chamavam de xeque, que era um ancião venerável.
       A  religião primitiva dos árabes era politeísta. Na cidade de Meca havia um santuário comum, de enorme construção cúbica, ao qual chamavam de Caaba, onde se encontravam centenas de ídolos de pedra, com formas humanas ou de certos animais. Êste templo, diziam ter sido construído pelo patriarca Abraão. Os ídolos eram adorados em cima de uma pedra negra, que o arcanjo Gabriel trouxera alva e resplandecente, a qual se tornou negra pelo pecado dos homens.
       No século VI Maomé fundou na Arábia uma nova religião, monoteiísta, cuja propagação se fez pela "Guerra Santa". Os árabes diziam que o fundador desta nova religião, Maomé, era o mensageiro de Alá. Essa doutrina chamava-se  Islamismo, isto é: dirigir-se em oração sòmente a Deus.
       Órfão e sem recursos, Maomé, quando moço, ganhava a vida dirigindo as caravanas de Kadija, uma viúva muito  rica, com a qual casou aos vinte e cinco anos. Quinze anos mais tarde entregou-se ao retiro e meditação, e dizia ter muitas visões.
      Em 622 Maomé foi condenado à morte; por causa disso fugiu da cidade acompanhado por oitenta prosélitos e encontrou refúgio em Yatreb, cujo nome foi mudado  para Medina-el-Naby, istó é, cidade do profeta. Em 630 tomou a cidade de Meca e mandou destruir todos os ídolos que se achavam na Caaba. Dois anos depois da tomada de Meca, o profeta morreu.
       A doutrina do Islamismo está contida no Alcorão, o livro santo dos maometanos, seu código religioso, social e político.
       Sôbre o modo de rezar, nele está escrito: "Quando vos dispuserdes à oração purificai antes o rosto, as mãos até aos cotovelos, a face até as orelhas, e os pés até os tornozelos". "No mês de Ramadã, comer e beber só vos é permitido até o momento em que a claridade vos deixar distinguir um fio branco dum preto".
       Os mamoetanos acreditam na imortalidade da alma e na existência de um só Deus, Alá, e Maomé é o seu profeta.
       Os árabes foram também ótimos conquistadores pois, em um século estendeu-se seu império dos Pirineus ao Himalaia.
                                     José Aureliano Da Silva.
                                             3a. série.
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TROVAS

"Há pessoas neste mundo
de uma grande presunção,
quem me dera eu ser a metade
do que elas pensam que são"

"Triste passar pela vida,
como a sombra pela estrada,
quando passa é percebida....
passou, não resta mais nada".

"As cabeças de muitas pessoas parecem-se
com as casas, o  andar mais alto é
o pior mobiliado (Bacon)"

"Quem não quer pensar é um fanático;
Quem não pode pensar é um cretino;
Quem não usa pensar é um covarde".

FELIZ NATAL, BOM ANO NOVO, BOAS FÉRIAS.
  

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CRÔNICA DE 1960 (Ipsis litteris)



Crônicas
       Prosseguindo com o conto dos principais acidentes além dos de costume na nossa convivência, vide adiante o período em que vivemos de 5 de Outubro até nossa saída para as férias (9 de dez.).
       Em primeiro plano, surgem as brincadeiras, cujo tempo vivido, às vezes se prolongam ou então é quase efêmero. O certo é que em determinada época do ano tornam a voltar.
       Foi o que se deu com as bolinhas de gude. Pe. Cornélio trouxe de sua terra novas e bonitas bolinhas de gude, que distribuídas, entre nós iniciaram um jôgo muito simpático a todos. Jôgo êste de ganhar ou perder, quer dizer, "a valer". Interessante é que as bolinhas holandêsas estão bem guardadinhas (para levar para casa) enquanto que as disputadas, são as brasileiras, velhas ou manjadas. Nos primeiros dias, há um pouco de confusão por causa das regras mas, dá-se um jeitinho e temos as regras próprias do seminário.  

Como acontece com todos os brinquedos, êste também foi-se extinguindo paulatinamente.






       É certo "a pelada e voleibol", um outro divertimento que vem atravessando o ano todo é o jôgo de botão. Êste, numa palavra, é próprio dos pequenos, porque os maiores gostam mais de ler ou ouvir rádio. Quanto ao futebol e voleibol, estamos parados. Parados assim, não topando com outro  quadro, porque aqui principalmente futebol, nunca morrerá. Se é paixão dos brasileiros como alguns dizem, é pelo menos o melhor meio que temos para as conversas, para passear, para assistir aos jogos aqui na cidade.
       Fizemos uma partida de voleibol com os ginasianos. Coitados! Suaram para sair do zero, o que mostra não haver necessidade de não dizer quem venceu.
        O nosso espírito neste fim do ano é outro. Nossos pensamentos, nossas conversas têm como alvo os exames, aquêles dias que resumem  todo ano escolar.  É justo que tenhamos algum receio, porque perder um ano! Graças a Deus, já chegaram, já passaram, levando as pragas de uns e os louvores de outros.
       Por duas vêzes, deixou-nos o nosso diretor: a primeira, indo a Belo Horizonte para lá passar o décimo aniversário da paróquia de Santa Teresa nas mãos dos Crúzios, o que era muito natural, tendo sido êle o primeiro vigário de lá; a segunda, levando a Juiz de Fora o seminarista Francisco Afonso cujo pai lhe faltara.
       Domingo das Missões, 23 de outubro, esteve nossa Congregação Mariana em movimento pela quarta vez no ano. Como parte principal, sobressaiu o discurso de Marcos Antônio sôbre o ferenho e ameaçador inimigo nosso: o comunismo.
       Depois de muitos choros, reclamações, deu-se o que há muito havia sido planejado: um piquenique temporão. Foi no nosso lugarzinho costumeiro no rio Jacaré em Santana.
       Acompanhou-nos Pe. Clemente que não teve um instante de sossêgo. Tinha mêdo de que alguém se afogasse! Ainda mais desorientado ficou depois que viu alguns passando um bocado de apêrto para safar-se da água.
        18 de novembro, sexta-feira, no meio das provas parciais, um dia de folga. É claro! Pois é o dia do aniversário do Pe. Diretor; é o dia de fazermos um passeio, é o dia de passarmos bem, um dos melhores do ano. Mas quase que ficamos aqui, porque já amanheceu chovendo e o tempo estava mal. Pareceu que com a choradeira e o desespêro fizeram-no além de bom, até muito propício.
       Asistida a missa, com cântigos, tomados os cafés (duas vêzes) raspamos para a usina elétrica de Candeias. Lugar longe, mas ótimo.
Um acontecimento que muito deu que fazer e falar foi a captura de um mico na viagem. Diziam-se que êle era um novo seminarista, etc... mas, qual  foi o espanto quando depois de três dias viemos saber que em vez de mico era uma mica!



Nuns dias assim é a barriga que mais fica cansada, porque  não  enjeitamos nada, somos tal qual bando de gafanhotos; apesar da muita merenda, não poupamos os pés de frutas com que topamos (manga verde, côco, ingá). É bom lembrar que um pouco antes, dia 13, quase limpamos os pés de jabuticabas de um vizinho que nos convidara para chupar algumas!
       Entre as provas escritas e orais, para ganharmos mais ânimo, fizemos uma espécie de teatro, exclusivamente para nós e os padres, apenas três. Incialmente parece que estava meio sem "sal", frio , etc. Porém, com a aparição de alguns que têm mesmo jeito de palhaço, passamos uns instantes gozados.
       Calma e lentamente passam os útlimos dias.
       Tendo em vista só o dia 9 parece-nos que os outros se vão preguiçosamente fenecendo a não quer pôr término nunca nêste ano da graça de 1960.
       Nossa alegria é grande. Projetos e mais projetos já foram traçados para as férias. Há dois aqui que estão contentes qual duas criancinhas, só porque irão gastar sua férias em suas próprias casas no Pará, após estarem aqui aproximadamente quatro anos. Que sejam felizes e levem aos seus um pouco de Minas.
       Ganhamos mais dois dias de férias pela entrada do novo Superior Regional eleito: Padre Arnaldo Van Cuyk.
      Olhando-se para a esquerda do ginásio vê-se a desoladora construção do campo de futebol. É um azar! A máquina vem, trabalha uns dias, quebra e fica quase meio ano na oficina.  A enxorrada que  não se desvia mesmo, leva tôda a terra fazendo do campo um não sei que de buracos. Já duas vêzes se deu isto e o campo está na mesma.
       Bem, agora vamos para casa, dando aos padres e às cozinheiras um pouco de alívio.
       A todos boas férias; aos leitores Feliz Natal e Própspero Ano Novo.
                 Geraldo Hélcio Seoldo Rodrigues
                                                 4a. série






Resultado final do ano escolar de 1960
Total de seminaristas: 30
Arpovados:                 25
2a. época:                    1
Reprovados:                4
 No próximo número daremos uma relação mais completa
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Egito (Ipsis litteris)

      
       Muito antes de nosso século, antes do nascimento de Jesus Cristo, e também muito antes do maior imperador romano César, floresceu nas belas e ricas margens do Nilo uma nação cujo alto grau de civilização e muito gôsto pela arte, desperta, ainda em nosso dias, grande admiração: foi a nação egípcia.
       Êste país está situado entre dois desertos: um a oeste e outro a leste, e é cortado pelo grande rio Nilo que nasce na região dos grandes lagos e desemboca no Mediterrâneo. Êste rio teve grande influência na nação  egípcia. Após as enchentes, êle deixa na terra um limo preto  que, com calor do sol torna-se úmido e fertiliza a terra.
       Por causa desta fertilidade, as margens do rio começaram a povoar-se de pessoas que formavam grupos de famílias. Estas pessoas, que eram muitas, uniram-se e começaram a fazer canais de irrigação que saíam do rio e que, nos tempos da enchente, transbordavam e deixavam o limo na terra até onde não chegavam as águas do próprio rio.
       O Nilo teve muita influência na navegação e união do país e também facilitou os transportes e as explorações do outro e pedra de granito do baixo Egito. Portanto, pode-se dizer que, sem o Nilo, não haveria o Egito, pois êste é um presente do Nilo.
      O povo, que morava nas margens do Rio, ainda estava sem organização; por isso criou um govêrno cujo chefe recebeu todos os poderes e tornou-se absoluto, tomando o nome de Faraó, isto é: "casa grande".
       Depois que os Faraós começaram a governar, o país começou a progredir; aumentou-se a economia, cultviaram-se as artes, exploraram-se as minas de ouro e granito e inventaram-se os Hieróglifos.
       Podemos dividir o govêrno dos Faraós em duas classes mais importantes: à primeira pertencem os Faraós que cuidaram mais de guerras e conquistas, por isso tinham oficiais bem preparados e, nesse tempo, os soldados gozavam de muitos prestígios. Todavia, o país estava cheio de anarquias com as invasões de outros povos, durante êste tempo.

       À segunda parte pertencem os Faraós que cultivaram a arte e principalmente a arquitetura, como o Faraó Queops que mandou construir seu túmulo com antecedência. Êste túmulo foi feito em forma de pirâmide como o de muitos outros Faraós e é o maior de todos. Por esse tempo o Egito estava no apogeu de sua glória. Mas, logo após esta época em que reinou Ramsés II, veio um período de decadência, seguido novamente por outro período de glória. Depois vieram os persas, que dominaram todo país, e finalmente os romanos, que fizeram do Egito uma provincia romana durante o reinado da rainha egípcia Cleópatra.
       Devemos o conhecimento da história Egípcia ao grande sábio francês, Champolion, que coseguiu, no fim do século passado, decifrar, por meio de uma pedra achada no delta do Nilo, escrita dos egípcios. Essa pedra continha uma inscrição tríplice, uma das quais era egípcia, outra grega e outra demótica. O sábio que conhecia o grego, traduziu-o e fêz a comparação com as outras duas inscrições e tôdas as três apresentavam honras a um Faraó. Assim, comparando os escritos egípcios,  que eram muitos, conseguiu ler a gramática egípcia e traduizr todos os textos dos livros dos egípcios para o francês, que depois foram traduzidos em outras línguas. Traduziram para o português, e assim chegou até nós a história de um povo que viveu há seis milênios atrás.
                                                               Antônio de Ázara Maia
                                                                                      3a. série
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Do Talmud
- "Se velhos te aconselham a demolir e jovens pedem que edifiques, não construas; porque o demolir dos velhos é construir e o edificar dos novos é demolir"
- "O que sustenta o mundo é o hálito puro das crianças que frequentam a escola".
Ditado
"Ninguém sabe, exceto eu, onde me aperta o sapato".