quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Entrevista com Antonius Matheus Reijnen


Perfil


Nascimento:12 mai 1928

Casou-se com Maria do Socorro da Silveira Reijnen (7 set 1942 - 31 Mai 2003)
Professor Toon. Foto de 29 de agosto de 2013
Holandês, veio para o Brasil como padre, tendo atuado em Miracema – RJ, Campo Belo -MG e em Belo Horizonte. Deixou a batina para se casar com Socorro em 1971.
Psicólogo.
Ex-professor do Colégio Dom Cabral – Campo Belo
Ex-professor do Imaco – Belo Horizonte - nas disciplinas de História e Psicologia
Ex-Vice-Diretor da FUNABEM – Fundação Nacional do Bem Estar do Menor
Filhos: Alexandre Matheus da Silveira Reijnen e Renata da Silveira Reijnen.






Apresentação



Fomos novamente a Santa Tereza, em Belo Horizonte, um bairro que deixou sua marca na vida de muitos Easistas. Dessa vez, nosso interesse voltava-se para aquele antigo mestre do Colégio Dom Cabral dos anos 60, que chamávamos de Padre Antônio, mas cujo nome de origem é Antonius Matheus Reijnen e apelido Toon. Ele, já naquele tempo, gostava dos movimentos sociais, da juventude, de ensinar teatro e de viver no meio das pessoas. Fomos, também, movidos por um interesse específico: conseguir dele uma entrevista para o Blog. Já conhecemos um pouco de sua história: veio da Holanda como padre crúzio, no final dos anos 1950;  esteve inicialmente em Miracema, Rio de Janeiro; depois foi para Campo Belo de onde, finalmente, veio para Belo Horizonte; e já no final dos anos 1960, vamos encontrá-lo ajustando o curso de sua vida, largando a batina  e se casando com Socorro.



Comemoração dos 85 anos na Holanda.
Na foto de cima: Alexandre, de cócoras.
Ao fundo, Toon e os amigos.


Depois de muitos anos, queríamos aproximar-nos, ver como ele estava e dar notícias disso aos colegas, encontristas da EASO. Com isso na cabeça, havíamos marcado uma reunião na casa onde moram atualmente os padres Guilherme, Tiago, Teófilo e João Maria. Cumprindo com rigor o horário estabelecido, lá estava ele, às 15:30 hs de um sábado frio.  Viera de carro do Sion para Santa Tereza, nada demais para um psicólogo de 85 anos, que ainda abre a clínica para atender a alguns pacientes, pratica natação no Country Clube e quer trabalhar até quando puder.


Já no início da conversa — não sei se sempre foi tão direto — perguntou-nos: “o que vocês querem comigo, exatamente?”. Uma pergunta à queima-roupa ensejou igual reação: “Simplesmente revê-lo, mas de repente o senhor pode nos conceder uma entrevista para o Blog”, respondemos. Foi assim, tão simples, que conseguimos esta entrevista.


No dia 29 de agosto de 2013, fomos novamente ao seu encontro. Recebeu-nos, então, no salão de festas do prédio onde ele mora. Estava com a filha, Renata, e o neto, Toon, uma criança tipicamente holandesa: cabelos loiros e olhos claros e espertos.  Enquanto testávamos os equipamentos de gravação, o neto brincava com a mãe ali por perto, pois o salão de recepções se liga, no mesmo nível, aos jardins que rodeiam o prédio.


O neto em 2013, com dois anos.

E a entrevista teve início. Toon, o avô coruja, tem a vivacidade de um jovem, a sabedoria de quem vive intensamente e, acima de tudo, é paciente e receptivo. Transmite aquela confiança dos que vivenciam o que falam e falam o que pensam. Durante a entrevista, Toon responde a todas as perguntas, mas não gosta de falar sobre todos os assuntos; parece que a consciência é sua polícia, mas não a subordina ao interesse particular e à precaução pessoal. Quando se nega a um juízo de valor o faz pela própria certeza na limitação ou pela consciência de sua responsabilidade.


À medida que a entrevista vai se deslanchando, suas palavras, seus gestos e suas convicções vão desenhando um homem em que a grandeza se alicerça, exatamente, em não querê-la: não gosta do mito, da ostentação, das alegorias e da valorização do material. Quando fala de Francisco, o Papa, deixa isso bem claro: “gosto dele porque não é um homem do trono”.  


As palavras de Toon, nesta entrevista, mostram o ser humano que vive a plenitude da vida e que busca a felicidade sem a ilusão de que seja completa. Quanto mais avançamos em compreender suas ideias, mais elas se fecham em torno de uma linha de coerências: afinal, como poderia ser completo aquilo que se realiza numa jornada que não termina enquanto se está vivo? Perguntamo-nos.


Esta entrevista nos deixa convencidos de que o mais profundo para as pessoas está sempre no mais simples. Toon nos dá suas referências: a busca da felicidade está no trajeto; os outros devem ser considerados como companheiros de viagem; devemos valorizar o que temos e ter uma esperança.


 O pensamento de Toon certamente esquentará, um pouco mais, o nosso V Encontro. Um homem que vive por inteiro, que tem a coragem de mudar a trajetória de sua vida e moldá-la ao próprio querer,  e que busca a felicidade junto aos outros, não é alguém que se encontre todo dia. Toon não quer ser mito; mas certamente aceitará nosso respeito.


Pelo menos podemos dizer: salve Toon!


Os holandeses talvez digam: sparen Toon! 

  
Perguntas
1.   Editor: como o senhor definiria a vida com base em sua experiência familiar, profissional e religiosa?
Toon: a vida é uma preciosidade. A vida é, no fundo, como a gente a quer. Não pensando em coisa material, mas em relações humanas, a gente é feliz no que a gente quer; a felicidade total não existe, existe o caminho e nele podemos ser felizes. A felicidade está no caminho e não na chegada.
2.   Editor: na sua visão, o que é ter uma vida bem sucedida?
 


O casamento: um dos mo-
 mentos marcantes da vida
 do  entrevistado. 
 Toon e Socorro (Foto de 
 1971)
Toon: é uma pergunta bem difícil porque a vida depende das aspirações de cada um, pois se a pessoa conseguir, parcialmente, realizar o que sonhou, ela é feliz. Digo parcialmente, pois tudo na vida é relativo, a própria vida é relativa; a vida é um caminho; o tempo que a gente vive nesta terra, pensando bem, é pequeno. Nós fazemos parte de uma história e a contribuição para a história depende muito da gente. Eu sou feliz porque consegui realizar o que sonhei, gostei muito das pessoas que encontrei. Eu tenho até hoje muitos amigos em vários lugares deste país e da Holanda.

Padre Agostinho presidiu o 
casamento celebrado por 
Toon e Socorro, em 1971. 
Foto de 2008 (I Encontro da
EASO)
     3.  Editor: numa conversa anterior, quando conversamos lá em Santa Tereza, o senhor me disse, se entendi bem, que o que realmente importa é o relacionamento com as pessoas, é o outro. Eu peguei bem o seu pensamento? O senhor poderia desenvolver um pouco mais essa filosofia de vida?
Toon: o outro para mim é sempre aquele que segue o mesmo caminho que percorro e que, no fundo, tem as mesmas aspirações, ou seja, que quer ser feliz. Onde a pessoa coloca a felicidade, isso é muito relativo; para mim a felicidade é sempre estar satisfeito com o que se tem e ver o outro como colega, participando da mesma vida.



4.   Editor: nós, os Easistas, estamos na faixa dos 56 aos 72 anos; como psicólogo, que conselho o senhor nos daria para que possamos enfrentar bem o processo de envelhecimento?




Toon: ficar satisfeito com o que (se) tem. Pensar com alegria sobre as coisas que já teve e tentar viver em direção a uma esperança. E essa esperança é um reencontro com a nossa origem. Pode-se chamar isso de Deus  (vídeo abaixo).


   
 
5.  Editor: que fatos mais importantes marcaram sua vida?
Toon: na Holanda, primeiro foi a morte de meu pai, ele morreu de pneumonia, naquela época a cura era difícil; depois, a entrada dos alemães na Holanda e, também, a entrada dos ingleses e americanos, não tanto pela alegria, havia medo também. Puseram oitocentos canhões na minha rua. Isso perto da capital da província. Na época era uma pequena aldeia, com 500 a 800 habitantes, hoje deve ter mais de dois milhões. Minha família toda morava lá, éramos agricultores. Eu catei batatas quando menino.

No Brasil, o primeiro fato marcante aconteceu quando eu estava trabalhando em Campo Belo e me avisaram que minha mãe havia morrido. Eu fiz (celebrei) uma missa na igreja de Santa Efigênia, de Campo Belo; fiquei emocionado pelo apoio, principalmente, que a juventude de Campo Belo me deu.
Há muitas coisas que aconteceram no Brasil, mas eu destaco o meu casamento, que aconteceu também no meio de outros fatos, como, por exemplo, a difícil aceitação de meus colegas em relação à minha decisão de largar a batina e me casar; dos estudantes não, estes me apoiaram.

 
6.  Editor: como tem sido sua vida atualmente?
Toon: Boa, eu tenho ainda meia dúzia de pacientes, atendo um ou outro. A maioria da minha idade já nem existe e, dos que estão vivos, a maioria não tem mais atividade.  Eu pretendo assegurar essa minha atividade até quando puder; é bom, é importante, eu me sinto útil e também me sinto obrigado a fazer alguma coisa. Pratico também a natação.

 
7.   Editor: o que o senhor mudaria, em sua vida, se pudesse voltar o tempo e fazer diferente?
Toon: faria tudo do mesmo jeito.

 
8.   Editor: como o senhor vê a chegada do Papa Francisco?


Papa Francisco: "aceitou sua posição,
mas quis ser, realmente, alguém
para o povo".

             Toon: um homem pelo qual eu tenho admiração, gosto da simplicidade dele e ao mesmo tempo do seu idealismo. Afastou o mito (do cargo). Não é aquele tipo de papa distante das pessoas, não é aquele papa do trono. Aceitou a sua posição, mas quis ser, realmente, alguém para o povo. Eu sinto muita simpatia por este papa, é gente normal, pessoa normal!
 
 
9.   Rafael: como o senhor compararia o Brasil de hoje com aquele que existia quando de sua chegada ao Brasil?
      Toon: quando cheguei aqui, o Brasil era um país lá na América do sul, a ideia era assim, um país de índios, eu não tinha muito isso, mas a maioria pensava assim. O brasileiro é fundamental. O brasileiro é muito simpático. Eu encontrei um país a caminho da modernidade, o Brasil não era um paisinho assim... O Brasil é um país muito importante. Um povo alegre, muito diferente daquela visão europeia. Hoje o país melhorou muito, não sei se do ponto de vista humano também. Agora, me chamaram sempre de comunista, eu não gosto muito dos bancos... e agora eu apoio essa política de maior distribuição terras, eu gosto disso aí!

 
10.  Rafael: o Senhor hoje é um crítico da Igreja ou a vê como no caminho certo?
      Toon: a minha pergunta é: o que é a Igreja? A igreja não é aquela organização de Roma, não. A igreja é a presença de Deus, a consciência da presença de Deus no nosso meio, tentando fazer o bem que Deus sempre comunicou (apontou), o outro . Se a Igreja não está no caminho certo, pelo menos ela o procura; se está ou não certa, eu não sou autorizado a falar disso e, também, não gosto de falar disso. Só tem uma coisa que eu gostei: o papa é uma pessoa normal, isso eu gostei.

 
11.  Edgard: hoje, aos 85 anos, quais são suas melhores lembranças da época em que ainda exercia o sacerdócio e fazia parte do austero comando do Seminário de Campo Belo, junto àquela criançada?
Toon, à direita, prepara os jovens  para o teatro. Foto dos anos
1960 quando ele era padre e morava em Campo Belo MG
Toon: os próprios jovens, a amizade deles, que me tratavam de igual para igual. Eu tentei sempre acabar com o mito. O mito não é coisa boa, não. Um grande amigo meu, desse tempo, chama-se Vicente Odair Spindola, que mora atualmente aqui em Belo Horizonte.

 
12. Edgard: que filme passa por sua cabeça ao lembrar-se daquela linda batina branca com uma simpática capa preta e uma faixa, também preta, ostentando no peito a cruz vermelha, fazendo sermões nas festas de Semana Santa e em outras oportunidades?
Toon: a pergunta é muito comprida... eu não gostava muito daquela batina. Pra mim é coisa da idade média. O tempo mudou demais... o mundo  mudou. Não me lembro muito dos sermões. Muitos falavam que eu era meio comunista. A culpa (rsrsrs) de eu ter ido para Campo Belo foi do padre Justino Ele sabia que eu gostava dessas atividades com os  jovens e me convidou para ir para Campo Belo. Antes disso, eu estava em Miracema.

 
13  Edgard: tenho uma grande curiosidade: lembro-me claramente de seu emocionante discurso na Igreja Matriz de Campo Belo, em 1962, durante a comemoração do Dia das Mães, quando quase todos choraram. O senhor ainda se lembra disso?
Toon: eu não me lembro desses discursos. Eu falava o que sentia e pensava, e nem sei se os outros gostavam.
 
 
14. Edgard (Pergunta para a filha Renata):como você define seu pai?
Festa de aniversário das crianças. Foto dos anos 1980.
Na frente, Alexandre e Renata. Atrás, Socorro e Toon
Renata: ai meu Deus do céu!  (Toon: “eu não posso nem escutar” (rsrsrs) É, pois é, meu pai não pode escutar.  Eu o acho uma pessoa corajosa. Vir ao Brasil, largar a batina. Ele tem uma certa cultura; se adaptou ao Brasil, virou mais brasileiro que holandês. Um homem com sabedoria de vida, teimoso e sempre soube e sabe o que quer, mas tenta não desagradar a ninguém. É um bom pai, foi um bom marido. Uma pessoa extremamente independente que soube se virar na vida mesmo passando por situações muito difíceis.


 
15.     Marcos Rocha: qual a sua opinião sobre o celibato exigido pela Igreja Católica de todos os padres e, como desdobramento desta questão, o que o senhor pensa sobre o posicionamento da Igreja em relação ao papel que poderiam ter os ex-padres (que optaram pelo casamento, como é o seu caso) no atual momento do catolicismo? Pois é sabido que as vocações sacerdotais têm diminuído em todo o mundo e, portanto, faltam tantos padres em praticamente em todos os países do mundo...
Renata e o filho Toon, em  Arnhem,
 Holanda, onde morou com o marido
por 3 anos.
Toon: o mundo está em crise, nós estamos numa mudança de época, mudança de mentalidade. Como vai ser, ninguém sabe porque precisaria ser um profeta, mas que o mundo está em mudança nós sabemos que está. Não é só o Brasil, a Holanda e sei lá onde mais, agora é o mundo, um pouquinho oriental e ocidental, ... vamos ver como vai ser isso. Um país curioso é a Rússia, um lado ocidental, mas o outro lado muito oriental. Mas aquele presidente da Rússia, cala a boca! (Risos)
Neste contexto e voltando à pergunta: o celibato eu acho uma coisa boa, mas o celibato obrigatório, ligado a uma vocação, eu não acho certo, não. Agora, o celibato por opção livre da pessoa, aí sim. Quanto aos ex-padres serem convidados para atuar na igreja, não sei se seria uma boa coisa. Nem sei se seriam bem aceitos e também nem sei se eu mesmo seria bem aceito. Não sei qual seria a reação. Nunca pensei nisso.

 
16.     Marcos Rocha: ainda como desdobramento da pergunta anterior, o que o senhor pensa sobre os escândalos que têm surgido em vários países (EUA, Irlanda, Portugal, também aqui no Brasil e até no Vaticano!) sobre pedofilia e homossexualismo praticados por padres. O Sr. vê alguma correlação entre esses desvios de conduta de padres e até bispos católicos e a exigência ou obrigação do celibato?"
Toon: com relação ao celibato poderia ter alguma correlação.  Como já disse, o celibato obrigatório não é uma boa coisa.

 
17.     Santana: nos anos sessenta, o senhor nos incentivou muito ao gosto pelo teatro e pelas representações cênicas, gostaríamos de saber se, posteriormente em sua vida profissional, o senhor organizou peças teatrais ou se envolveu em outras atividades artísticas?"
Foto dos anos 1980. A partir da esquerda:
Alexandre, Renata, Mônica, Socorro e Toon.
Toon: não, eu tinha que trabalhar. Não tinha mais tempo para teatro. Eu sempre apoiei o pessoal que mexia com artes, mas eu mesmo não tinha tempo; tinha dois filhos pra criar... dava aulas de psicologia e história. Fui professor do IMACO. O diretor do IMACO, Raul Murad, era muito meu amigo. Por aquele diretor eu tenho a maior admiração, muito correto.  
 
 
18.     Seoldo: a gente cria raízes novas, adapta-se e tudo... Mas as raízes velhas cobram um preço alto pelo transplante. Como você se sentiu/sente como um imigrante holandês no Brasil? Saudades da Holanda? (Em geral, imigrantes sofrem bastante).

Toon: não, eu me senti muito bem aqui desde o início. Eu aprendi uma coisa que uma pessoa falou para mim, não sei mais quem, mas é o seguinte: quando você vai ao outro lado, você tem que olhar. Então, quando vim para o Brasil, eu olhei, não tinha uma ideia moralista do certo ou errado.

 
19.     Seoldo: nosso grupo de conscientização lá do Bairro Santa Tereza -BH (do qual você foi o guia/líder e Socorro uma ativa participante) parece que, de uma maneira ou de outra, empurrou-me para ir trabalhar na Colônia Pindorama - AL, um projeto de reforma agrária tipicamente de cunho socialista - participação no trabalho e no ganho. O que aconteceu com aquele grupo depois de 1968?
Toon: o grupo se dispersou pouco tempo depois de 1968. Ali pelos anos 70, se não me falha a memória, eu larguei a batina. Casei-me em 1971, e o grupo deixou de existir.

 
20.     Seoldo: creio que sua decisao de deixar o sacerdócio foi dura, penosa... porém, corajosa. Admiro muito sua arrancada e a opção de formar uma família com Socorro. Aonde vocês foram passar a lua de mel?
Toon:  no Rio de Janeiro.  

         Outras fotos do entrevistado
O neto, o xodó.

Renata e o marido, Hans.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

V Encontro da EASO - Programação.


V ENCONTRO EASO 
CAMPO BELO/SANTANA DO JACARÉ



Programação:

Dia 20/09/2013 – Sexta-feira - Campo Belo

Local: Espaço Antares (Rua Clóvis Ferreira da Silva, 920)

19:00 às 20:00 h - Recepção e inscrição dos participantes 
            
20:00 às 20:30 h - Exposição de fotos selecionadas e premiação aos ganhadores do Concurso de Fotos do IV Encontro (Vide resultado do concurso neste link aqui )

20:30 h - Festa de confraternização dos Easistas e familiares, com oportunidades de performances individuais e grupais (poesias, danças, cantorias, piadas, etc): , acompanhado de serviços de bufê.


Dia 21/09/2013 - Sábado - Campo Belo
               
10:00 h - Missa na Igreja de Santa Cruz (próxima ao Colégio “Dom Cabral”)
               
11:00 h - Visita às obras do Convento Santa Cruz
               
12:30 h – Almoço no Colégio Dom Cabral (ofertado pelos Padres Crúzios)
               
Tarde: livre
               
Noite: 20:00 – Jantar em Churrascaria (a definir) com participação livre


Dia 22/09/2013 (Domingo) - VISITA A SANTANA DO JACARÉ

8: 00 h - saída do ônibus de Campo Belo (local a definir)

8: 30 h - chegada a Santana do Jacaré

8: 30 – 9:30 h - tour pela cidade e margens do Rio Jacaré

9:30 - 12:00 h - apresentação musical e folclórica na Praça João Alves Duca

 Retreta da Corporação Musical “São Geraldo” : 9:30-10:30
 Ternos de Congado (Catupé, Moçambique, Vilão):10:30-12:00

12:00 – 14:30 h - Churrasco e almoço (Pousada Santa Felicidade) 

14:30 – 16:00 h - Avaliação Final do V Encontro 

16:00 h - Retorno a Campo Belo (ônibus saindo da Pousada)


INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES:

A – Hotéis e hospedagens (escolha e reservas em hotéis, a critério e sob responsabilidade de cada Easista):

     A1- Hotéis disponíveis, em Campo Belo:

Campos Palace Hotel
Fone: (35) 3831 1323
Diária Casal: R$ 60,00 - Solteiro: R$ 32,00 aptº/ Café manhã.

Alvorada
Fone: (35) 3832 2511
casal:R$ 125,00 ind, R$ 85,00
Solteiro: R$ 45,00 / Café, estacionamento, internet

Hotel Fazenda Álamo
Fone:(35) 3832 1883 
casal: R$ 176,00 (stander) - R$ 214,00 - R$ 277,00 - R$ 315,00
Solteiro: R$ 101,00 /frigobar.

Presidente
Fone: 3832 1551
Casal: R$ 80,00 - R$ 100,00
Solteiro: R$ 43,00 - R$ 60,00 / estacionamento. 

Champagne
Casal: R$ 145,00 - R$ 160,00 - R$ 199,00
Solteiro: R$ 69,00 - R$ 79,00 / estacionamento.

Preços diferenciados em todos os hotéis quando há mais camas em apartamentos ou quartos.


  A2- Disponibilidade de hospedagem opcional em Santana do Jacaré

Pousada Santa Felicidade
            
            A Pousada oferece 5 suites, 3 quartos de casal e uma casa anexa à pousada (tipo flat, com fogão e comodidade para 5 pessoas), todos em preços promocionais para os easistas, no valor de R$ 30,00/pessoa . Tratar diretamente com o proprietário, Juca Pimenta (End.: Rua João Rodrigues Teixeira, 98, fones: (35) 3866-1221 ou (35) 9941-9794, e-mail: jucapimenta2010@hotmail.com e visualização no site: pousadasantafelicidade.blogspot.com), identificando-se como participante do Encontro, agendado pelo Antônio José.
         
           A irmã do Santana (Maria das Graças) oferece acomodação básica, em Santana do Jacaré, (sem luxo) para até quatro casais (cama e comida free), durante a semana do encontro. Contatar o Santana (e-mail: ajferreira@den.ufla.br ou fones: (35) 3822-4651 e (35) 88178763).


B - Despesas da Visita a Santana do Jacaré 
            Total: R$ 70,00 (por pessoa), assim discriminadas:

- ônibus (ida e volta): ...................................R$ 10,00

- Churrasco + Almoço + Bebidas (cerveja e refrig.):.R$ 40,00

- Aluguel do espaço da Pousada: ......................R$ 10,00

- Gratificação p/ banda + ternos Congado: ...........R$ 10,00


C – Despesas no dia da apresentação – 20/09/2013

- Bufê [salgados + caldos quentes + comida de boteco + bebidas (cerveja e/ou refrigerante) - preço/pessoa ...R$ 25,00

D – Despesas administrativas (crachás, impressos , correios, etc) ......R$  5,00/pessoa


Observações:

1.      As despesas fixas (despesas administrativas + bufê de recepção + visita a Santana do Jacaré) serão acertadas na inscrição do Encontro, em 20/09/2013 (R$ 100,00/pessoa, exceto crianças abaixo de 10 anos).

2.      Geisa Carla Batista, secretária do Dom Cabral, se prontificou em colaborar com o V encontro, digitalizando e postando as cartas-convites. Também, estará disponível para alguma informação aos easistas , de segunda a sexta feira. Atenção, apenas no período da manhã.
Fones: Geisa (35- 8816 9913 ou 9990 1313)
Colégio “Dom Cabral”: (35) 3831-1875  



COMISSÃO ORGANIZADORA DO V ENCONTRO EASO

Presidente: Eustáquio Azevedo Silva – fone: (35) 88249956
      e-mail: eustaquioas@yahoo.com.br

Colaboradores:

Antônio José Ferreira (Santana) – fones: (35) 3822-4651 ou (35) 88178763  e-mail: ajferreira@den.ufla.br
Gabriel Neves de Sousa
José Orlando Baliza


E - Roteiro do Hotel Champagne (Av. Afonso Pena, 1050) ao
Espaço Antares (Rua Clóvis Ferreira da Silva, 920), percurso total: 1,5 km 

          Do Hotel Champagne, subindo pela Avenida Afonso Pena, em direção ao trevo da BR 354 (saída de Campo Belo), na primeira rotatória (próxima a um posto de combustível), dobrar à esquerda e seguir a frente, no terceiro quarteirão (depois da pista de terra), virando à esquerda encontra-se o Espaço Antares.



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Férias em Santana do Jacaré

por Geraldo Hélcio Seoldo Rodrigues



O tamanduá de focinho anuncia que haverá  uma festona  no céu enquanto, do lado,
'urubuservando' tudo, há alguns pássaros pretos.  O sapo se esforça para fazer boca de siri. (Foto montagem)
DE VACACIONIBUS SANTANENSIS


FÉRIAS DOS EASISTAS EM SANTANA DO JACARÉ (ANTES/DURANTE/DEPOIS 1960)


LEMBRANÇAS/ MEMÓRIAS/ SAUDADES/ RECORDAÇÕES FANTASIADAS APÓS MAIS DE 50 ANOS



            Foi mencionado anteriormente em um comentário que o Pe. Humberto, com os braços abertos naquela famosa foto, estava contando uma piada para o Raimundo e o Santana. Segundo informações arrancadas sob tortura, a piada foi a seguinte:

O Tamanduá de Focinho Fino, de cima de um murundu de cupins, rodeado de urubus assessores, anunciou bem ALTO:
--- Atenção bicharada!!! Fui encarregado pelo anjo Carneiro de anunciar o seguinte: vai haver um festão e uma festona no céu durante 3 dias, para todos os bichos da Terra, animais, aves, insetos, anfíbios, etc. Vai haver cinema com o filme KING KONG, muita comida variada (as 3 cozinheiras da EASO estarão lá), bebidas pra valer (inclusive a Germana), doce de goiaba cascão e queijo curadinho, biscoitos de Cristais, e até torresmo com vatapá!!!
Sem esperar um minutinho, o Sapo Boi, que estava entre os veados e outros animais chifrudos, logo abriu a bocona e gritou:
--- OBA!!! Tô lá!!!
Porém, o Tamanduá foi logo esclarecendo:
Jacaré rindo da piada - Foto montagem
--- Há, todavia, um detalhezinho: só pode entrar quem tiver a boca pequena (São Pedro não aceita propina!).
Então o Sapo olhou para um veado, olhou para um outro chifrudo e se encolhendo todo, fazendo um biquinho com a boca, disse baixinho:
--- COITADO DO COMPADRE JACARÉ!!!!

A famosa foto - Foto do acervo do Blog
        Esta foto despertou grande interesse e curiosidade. Parece que foi em 1961. Foram minhas últimas férias naquelas mesmas águas em que flutuou e deslizou o JANGADA, tempos e tempos atrás. Revendo e reexaminando com as melhores técnicas modernas a dita foto, assim vai minha sincera interpretação sem medo nenhum de molhar-me. Quem quiser atirar pedras, pode atirar, estou muito longe!!!!

CENÁRIO:
       
RIO JACARÉ: correndo para baixo, seguindo a boa “Lei da Gravidade”, que tudo atrai e nada repele. Nas margens: parte das matas e dos matos da região sulcando as águas um pouco impuras do Rio e ajudando a limpar os ares das cercanias para os sempre presentes Urubus... Tudo seguindo o ritmo da natureza das coisas, como deve ser. EASISTAS subindo o Rio, fazendo força contra a correnteza (só podem estar correndo de alguma coisa, pois só gostavam de ir rio abaixo, sem gastar energia...).

                        REVISÃO de alguns detalhes da foto:

1 – GERALDO LEMOS -- como que olhando para alguém que está chamando para comer;
2 – SEOLDO -- um pouco fora da linha, meio cambaleando, usando calção pintadinho... parece que sob efeito do vinho que só os maiores podiam beber escondidos;
3 – QUADRADO – reagindo com grande alegria ao chamado para comer... comia muito aquele menino de Leopoldina, mas nunca ficou redondo!!!
4 – PIGMEU – implorando à Virgem Santana – imagem branquinha na árvore – para que o rio sempre continue com maré baixa;
5 – MARCINHO – meio choramingando, também olhando para a Santinha, pedindo que ela nos proteja dos ventos fortes de Cristais e dos vira-latas dos caminhos;
6 – RAIMUNDO NONATO – entusiasmado, com a boca cheia de água, prestando muita atenção na piada do Pe. Humberto;
7 – SANTANIUS – na mesma situação que o Raimundo, porém menos entusiasmado e com a boca mais fechada que aberta; mas no final ele vai ter que rir e dar gargalhadas, senão...
8 – PE. HUMBERTO – contanto a famosa piada, relatada acima, do folclore da região, parecendo Moisés na travessia do Mar Vermelho;
9 – DUAS CABECINHAS – lá atrás aparecem duas cabecinhas: a do CHICÃO e a do ROSALINO (o Benone ficou fora dessa), porém, não sabemos com certeza se ainda tinham corpos... quem quiser mais especulação é bom se informar com o Rosalino, que, embora um pouco enrolão, é de mais confiança que o Chicão; este, depois do “galo” na cabeça, é capaz de dizer que estava nadando no Rio Amazonas, gravando o ruído da Pororoca! (Esse “galo” se explica mais adiante).


Parece que Raimundo e Santana riram muito, ou porque gostaram mesmo da piada ou para evitarem as cotoveladas e coices costumeiros. Pe. Humberto, além de piadeiro, foi um entusiasmado professor de matemática, embora um pouco impaciente com os "tapados"... Ficava vermelhão e gaguejava a ponto de fazer espumas nos cantos da boca! Ele também chegou a escrever uns livrinhos para catecismo e sobre outros assuntos de fé (ver uma crônica do Santana neste Blog sobre o assunto). Gostava de andar depressa sem balançar os braços... Nadava bem. Chegou a desafiar o Benone para uma competição de natação lá na Praça de Esportes em Campo Belo. Não deu certo porque os dois concordaram que a piscina era bem pequena... Disseram que era muito mais larga que comprida, e, além disso, não tinha curvas. Pe. Humberto era um padre alegre e gostava de cantar o "TANTUM ERGO" quando estava sozinho.

Durante estas mesmas férias da foto ganhamos uma partida de futebol contra o time local com o placar de 2 X 1. O segundo gol nosso foi meu, batendo uma falta de longe... A bola passou raspando por cima da barreira, subiu, e, de repente, fez uma curvona esquisita  e foi entrar lá no ângulo esquerdo do goleiro, que era o campeão da brincadeira "tico-tico fuzilado" muito popular em Santana do Jacaré. Deixando a modéstia de lado, batizei aquele tipo de chute com o nome de "anaconda santanense". Pois bem, como a ocasião desse jogo foi justamente no famoso tradicional "Dia do Coelho", depois da churrascada, Pe. Humberto nos presenteou com a ida ao cineminha local para assistir ao aterrorizante filme KING KONG. Ele e os demais (Raimundo Nonato, Santana, Rosalino, Chicão e Geraldo Lemos, como não podia deixar de ser), foram logo sentando na fileira da frente, um pouco longe da porta de entrada. As coisas já iam mais ou menos, pois era um filme de horror com aquele gorilão bundudo... Alguns, de vez em quando fechavam os olhos, outros tremiam um pouquinho, outros olhavam para baixo... Os meninos de Senhora de Oliveira fizeram um "montinho" para proteção. Então, justamente na cena em que o descomunal, diabólico e afrodisíaco KING KONG estava para pegar a mocinha pela cintura com sua mãozona boba, houve um surto extra da corrente elétrica, o qual duplicou tanto a velocidade do projetor que a fita arrebentou e foi aquela barulhada de catraca saindo faíscas para todos os lados no escuro, dando a impressão de ser o bocão da Besta do Apocalipse. Pe. Humberto, que tinha nas veias um pouco de sangue de coelho de páscoa, deu uma arrancada de uma vez só fazendo ainda mais estalos e estragos... Só ele quebrou umas 3 cadeiras... Raimundo, Santana, Rosalino e Chicão quebraram o resto da fileira da frente... Geraldo Lemos apareceu lá fora agarrado no escapulário do Pe. Humberto. Este sorria enquanto checava a cabeça de cada um para ver se tinha algum "galo" (mencionado pelo Bessa). Realmente, o único que ganhou um "galo" foi o Chicão, pois daí para cá ficou meio biruta dizendo que Jesus Cristo tinha nascido em Belém do Pará, e que ele mesmo ia fazer uma jangada para voltar para o Norte, para seu El Dorado do Amazonas... E que um bolso vazio era melhor que um bolso cheio de nada... Pe. Humberto benzeu-o e fez umas rezas fortes... Parece que ele melhorou um pouquinho, pois agora diz que um bolso cheio de vento é melhor que um bolso cheio de sombra.

Foto montagem
Pe. Humberto sabia bastante da história de Santana do Jacaré (antes chamada de Matas do Jacaré, Mato do Jacaré, Mato do Jacaré de Tamanduá,  Sant'Ana do Jacaré...). Ele andou explicando para a turma que o portuga Manoel Ferreira Carneiro (deve ser ancestral/antepassado do Easista Santana) era um vendedor ambulante que só andava de jangada (dai seu apelido, JANGADA) no RJ (Rio Jacaré, não Rio de Janeiro) vendendo mercadorias e bagulhos, e, às vezes, alguma peça rara, como foi o caso da famosa jaqueta de couro folheada a ouro vinda de São João del-Rei. Um cara ficou louco pela jaqueta, mas como não tinha dinheiro suficiente, trocou pela jaqueta todas as terras onde é hoje Santana do Jacaré. Por sinal, aquele bonezinho que Santana aparece usando em algumas fotos é uma relíquia da família dos tempos do JANGADA. Tudo isso Pe. Humberto contava... Ainda mencionou que em Santana do Jacaré, no inicio e um pouco depois, havia duas capelas/igrejas: a de Santana, para os brancos e ricos, e a do Rosário, para os pobres e a morenada... Só a do Rosário aguentou até hoje (será que rezavam mais forte?). Finalmente, Pe. Humberto mencionou que Santana do Jacaré foi o primeiro lugar em Minas onde começou o tipo de Cemitério Secular.

Aí vai, como sugestão, um EPITÁFIO para o nosso Pe, Humberto Nienhuis: Descanso Eterno!!!)

Ensinei: o quadrado de dois é quatro
A raiz quadrada de quatro é dois
Ergui a bandeira de Cristo no mastro
Fiz as contas antes, e não depois.

Em conclusão: nossas férias em Santana do Jacaré eram divertidas... Estavam sempre nas nossas cabeças (com ou sem galos). Fomos sempre bem recebidos e tratados pelo povo local. Procurávamos, também, sempre usar nossas roupas mais novas, sapatos bem engraxadinhos para impressionar bem. (O Marquinhos era o melhor exemplo). Andávamos todos certinhos, dois a dois pelas ruazinhas da cidade. Passavam tão rápidas!! Tomando emprestado o comentário do compadre safado coelho que disse para a coelhinha de orelhas em pé: V A I   S E R   T Â O   B O M...   N  Ã O    F O I ?!!!

Foi feita a Enquete para ver a opinião de cada um acerca da ida a Santana do Jacaré por ocasião do próximo encontro. Parece que 21 votaram... Isso prova que alguns outros escaparam do ataque dos crocodilos. Faltou, todavia, anunciar as OPÇÕES/ALTERNATIVAS DOS MEIOS DE TRANSPORTE DE CAMPO BELO A SANTANA DO JACARÉ. Como o editor está colhendo café, resolvi, por conta própria, fazer o anúncio sem nenhuma ilusão ou interesse pessoal. Aí estão as 14 opções:

1 – CAMINHANDO A PÉ como antigamente, levando os sapatos e um porrete (para se defender de cachorros, etc.) nas mãos --- mais ou menos como fez o Marquinhos no Caminho de Santiago, na Espanha. É permitido parar de vez em quando e ir atrás das moitas. Duração: depende... Talvez uns 3 dias, sem levar cachorrinho de estimação. De noite há muita sombra para dormir. Consolo: a banda do BLOCO DO UAI estará esperando no começo da ponte.

2 – TIPO MARATONA, mas sem acompanhamento de assistência médica. Duração: depende... Se chegar vivo, talvez também uns 3 dias. Consolo: a turma do Congado estará esperando no fim da ponte.

3 – DE CARROÇA DE BURRA/MULA usando “orelheiras” para não ficar mirando de lado para aqueles maliciosos jumentos pastando e piscando na beira da estrada. Duração: se não houver nenhuma enrolada dos animais, com certeza uns 3 dias.

4 – DE CARRO DE BOI com seis juntas... carreiro e candeeiro profissionais...eixo, cocões, chumaços de peroba para ir chiando um lamentoso afinadinho. Duração: mais ou menos 3 dias, parando para as refeições e sestas.

5 – DE CHARRETE DE LUXO puxada por égua nova, com buzina de trombeta e amortecedores feitos de lã de carneiro. Duração: talvez 1 ½ dia, se a égua não estiver “naquela fase”.

6 – A CAVALO, tipo tropeiros que iam tomar banho no Rio Jacaré. Obs. : não é permitido levar sua Easista na garupa. Duração: 1 dia, se sair logo depois da meia noite e sem parar para nada. Consolo: os membros da cavalhada vão fazer uma recepção surpresa antes da chegada.

7 – DE BICICLETA sem motor e sem farol, mas com campainha de dedo. Talvez seja preciso descer para empurrar. Duração: mais ou menos 1 dia, se sair assim que o dia clarear... Rezar para não furar o pneu.

8 – DE TAXI, a frota do Baliza está à disposição... Só tem que limpar os pés e não bater a porta com força... Cabem 5, com o motorista. Duração: ½ dia, se não precisar empurrar nas subidas e segurar nas descidas, e sem parar para “ir no mato”.

9 – DE JARDINEIRA tipo Lua Cheia do Divino. Pode-se cantar, chorar, gritar, espernear... Só não pode encher o saco do motorista. Duração: ½ dia, se as marchas engatarem direitinho. Consolo: um trago da Germana.

10 -- METADE JARDINEIRA – METADADE JANGADA: ir pela Rodovia 354 (em direção a Cana Verde) até o Rio Jacaré. Daí, rio acima, de jangada feita de toras de mulungu e de pau de sabão. Duração: 2 horas de Jardineira e, quem sabe, uns 2 dias de jangada, por ser rio acima, contra o vento e a Lei da Gravidade. Não precisa usar boias, pois os passageiros serão amarrados nos paus para não desequilibrar o jangadeiro. Proibido pescar. Pode-se, porém, cuspir no rio todas as vezes que se desejar.

11 – TRANSPORTE AÉREO em couro curtido carregado por urubus treinados. Combinar com antecedência. Não há seguro de vida. Opção mais perigosa, mas muito cênica e cheia de surpresas. Duração: depende do dia. Não comer nada 3 dias antes para estar mais leve. Estar com seu espírito em dia, limpinho.

12 -- TRANSPOSIÇÃO BILOCAL – expressão meio metafísica. O Espírito vai sozinho tomando ar fresco e evitando a poeirada; o corpo fica em Campo Belo, acomodado, sem fazer nada. Duração: uma piscada de olho.

A exemplo do tamanduá, o autor se aconselha
com os corvos (quem não tem urubu ouve os 
corvos) e se inspira na sabedoria da coruja. 
13 -- TIPO VIRTUAL – transformando-se naqueles bonecos alegóricos, sem graça, chamados AVATARES... Mas não pensem que vão ficar jovens outra vez! Duração: um piscar de olho maldoso.

14 -- POR COMPUTADOR – usando o Google Earth pela internet, sem suar, sem gastar e sem mesmo precisar usar roupa... Talvez seja preciso colocar e retirar os óculos.


Boa Sorte com a escolha. Meditem bem, mas não deixem a barba crescer... TEMPUS FUGIT, CARPE DIEM, disse aquela mesma coelhinha de orelha em pé toda assanhada outra vez para o coelhão, já um pouco desanimado, desorientado e, enfim, esgotado.  Que todos façam/tenham uma boa visita a esta tão orgulhosa cidadezinha que muito marcou os Easistas!

“ SANTANA DO JACARE MEMORANDA EST “