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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

P O S T - S C R I P T U M


VI ENCONTRO DA EASO
BELÉM DO PARÁ
DE 19 A 26 DE SETEMBRO DE 2014



NOTAS/SUGESTÕES/BOATOS/FOFOCAS
INTRIGAS/CURIOSIDADES
(LIVRES DE PRESSÕES EXTERNAS)

Por Seoldo



   
A presença no I Encontro.
Sentimos falta dos seguintes Easistas que já participaram de Encontros anteriores: Zé Maria de C. Coelho, Azara, João Henrique, Zé Aureliano, Janjão, Eustáquio, Baliza, Delduque, Artur, Dirceu, Chiquinho, Gabriel, Ildeu, Macabeu, Nicodemos, Tito, Jorge Oliveira, Max, Ney, Olímpio, Raimundo Célio, Tião Rocha, Zé Maria Fontes, Quadrado (Leopoldina), Adrianus(?) e também faltou a presença de um representante da Ordem da Santa Cruz. Houve um pequeno movimento para jogar todos ‘na cova do leão’ junto com Daniel... mas houve bom senso da maioria em considerá-los como ‘convidados às Bodas de Canaã’.

    Foi relembrada, com respeito, a “travessia para o outro lado do caminho” do ativo Easista Marquinhos, que nos disse adeus no dia 14 de maio do corrente. Liana, sua esposa, sempre nos informava da situação dele... Resistiu heroicamente até o fim à fulminante doença ELA. Que descanse em paz, Grande Amigo Easista!!!

                            CORNÉLIO VAN VROONHOVEN
                           PADRE AGOSTINHO RIJKEN (em 2009)
                           PADRE GUILHERME VAN DE LOKKANT
[U1] 

    Um fato que já ia passando despercebido foi que este redator teve a sorte de ganhar uma deslumbrante rede num sorteio promovido pelo casal Raimundo/Nazaré dentro do ônibus da Valeverde. Em agradecimento o premiado garantiu que um dia no futuro encherá a rede com dólares de prata, pois vem jogando fielmente o mesmo conjunto de números nos últimos 23 anos!!! Estatisticamente há chances (1 em 175 milhões)... Só não se sabe se há tempo suficiente pela frente...

   
Momento da reunião, com correrias e confusões citadas
pelo autor (rsr) 
A reunião para marcar o(s) próximo(s) Encontro(s) deveria, talvez, ser feita no segundo dia... Evitaria assim aquela agonia/correria/confusão/indecisão quando tal  assunto é colocado em discussão. Além do mais, no último dia alguns Easistas já voltaram para casa e, acima de tudo, todos querem relaxar... Nada de coisas muito sérias!!! Não esquecendo que, de agora em diante, as esposas dos Easistas e os convidados serão livres para participarem da discussão. Vamos adequar/acomodar/modernizar as coisas!

    Na próxima vez em que o Encontro for em Belém – II ENCONTRO EM BELÉM – iremos todos, sem dúvida, visitar as paróquias que foram dos crúzios, bem como o túmulo no cemitério onde descansam os restos mortais de 7 padres crúzios. Fará bem para o espirito! Além disso, Marajó, Salinas, e mesmo Macapá serão possibilidades... (Se quiserem podemos ir para o outro lado: Manaus!). Por que não o VIII Encontro, enquanto podemos ainda caminhar e também nadar um pouquinho aproveitando a maré baixa? QUEREMOS PO – RO – RO – CA, RAFAEL!!!

    Houve uma informação de alguém que estava por dentro que Raimundo está seriamente pensando em abrir um negócio de engarrafar e vender a água limpinha do igarapé que nasce no seu Sítio/Fazenda Espírito Santo. Até nome já tem: I G A R A P I N G A!!! Será frustração por não ter podido fabricar a Germana? Ele está até em contato com especialistas dos corpos de bombeiros de toda a Amazônia tentando convencê-los de que é a melhor água para apagar incêndios nas matas daquelas bandas. Que as brisas frescas soprem nas costas do nosso amigo Raimundo!

  
Tagarelas e pecadores em raro momento de silêncio
  Havia também uma conversa de que o casal Raimundo/Nazaré tentara encaixar no programa um pequeno retiro espiritual duplo lá no Sítio/Fazenda Espírito Santo: um para o grupo de Easistas ‘pecadores’, e um outro para o grupo de Easistas mais ‘tagarelas’. Foi inviável, pois todos os presentes se encaixaram nos dois grupos. Isso é algo um pouco sério que necessita reflexão, sobretudo depois de ouvir a teoria do Tião Coelho: ‘Pensamentos maus fazem bem para a saúde na terceira idade’.

   
Medina - quem carrega sabe o peso que pega 
Rosalino, Lua, Benone e Medina foram os que mais valorizaram as artes locais de Belém. Todos saíram com os sacos cheios!!! Negociantes?!!! Suas mesas com dinheiro dracmas vão ser viradas de cabeça para baixo como aconteceu no Templo, o que deixou os bolsos de Judas Iscariotes cheios e até pôde comprar um vinhozinho mais caro!

    AÇAÌ/ASSAÍ – produto que muito ajuda na economia do Pará... foi uma palavra muitas vezes usada pelo guia Guilherme, em um só dia usou-a 78 vezes!!! E foram bem contadas e registradas. Oxalá ele não seja castigado por uma manga invejosa caindo na sua cabeça!!!

    Muitos Easistas ficaram encabulados com esse redator que andava dizendo que seu cérebro não seguia/obedecia suas pernas, donde um certo desequilíbrio e até necessidade de uma bengala... Uns mais curiosos – sempre há um e outro mentiroso – queriam saber como ele conseguia caminhar tão bem/firme no meio de tantas panelas cheirosas nos restaurantes ‘self-serve’ em que estivemos em Belém?!!! Mistério não se explica!!! Para ele tudo é questão de mirar o alvo e acertar a pontaria. Era o campeão de ‘atiradeira’ nas redondezas quando menino/jovem...

    Comentaram lá nas mesas da Praia Grande do Outeiro que o problema de claustrofobia do Craque Alfredo vem de muito tempo atrás...  de quando ele ficou acidentalmente preso, sozinho à noite, em uma das privadas da EASO que ficava do lado de fora. Então a energia faltou e tudo ficou escuro! (Infelizmente o Zé Geraldo Assunção, que é especialista em eletricidade, não estava presente). Alfredo saiu de lá e continua até hoje com os olhos arregalados, pois, tanto naqueles tempos, como ainda agora, no presente, ainda acredita em assombrações, saci-pererê e em mulas sem cabeça... é por isso também que sabe/sabia correr nos campos quando está/estava jogando bola... pensa/pensava que o Zé Geraldo Freitas é/era um ‘lobisomem’. Alfredo irá gostar quando um dos Encontros for escalado para Juiz de Fora. Não precisará entrar em táxi superlotado!!!

  
Mundão de água doce ao lado de Belém do Pará
  Raciocínio do Toinzé/Santana na Praça de Lavras: ‘Se o Rio Amazonas se chamasse “Rio Jacaré”, o atual Rio Jacaré deveria se chamar “Rio Piolho Anão de Jacaré”’, sempre guardadas as devidas proporções. Só para ficar esclarecido: na Praça de Lavras não tem ‘Banco de Cornos’, mas, sim, coretos cheios de flores cheirosas...  Com tudo isso e mais, Santana estava muito feliz com a chegada de mais um neto. Também estava muito conformado depois de averiguar que os Rios Amazonas e Jacaré tinham algo em comum: ÁGUA DOCE!!! (Exceto nas primeiras 3 dúzias de ondas nas beiradas das praias!!!).

   
Benone, caladão e contrito.
Foi deveras notado que o grande Easista nadador Benone não entrou na água nenhum dia... Medo do ‘caldo’ prometido? O menino de sapato desgastado, como bem notou Pe. Marino, estava muito desconfiado e um pouco caladão – exceto na reunião final. Parece que alguém o aconselhou a trazer sua ‘cara metade’ na próxima vez. Foi aí que ele deu um meio sorriso...

    Há uma corrente moralista entre os Easistas, pré Papa Francisco, que procura com humildade aconselhar certos Easistas Filhos Pródigos a que não usem calção de banho tão/muito apertadinho/curto... Evitariam assim deixar à mostra os barrigões/umbigões, aliás, ‘barrigas grandes’, na linguagem profética do Bessa. Exceções: Raimundo e Zé Geraldo Assunção.

 
Toinzé e Maria, sua irmã, planejam mudanças no Rio Jacaré
   Toinzé/Santana, após visitar o Museu Goeldi, está pensando, com as assessorias de Rosalino e Lulu, em introduzir a Vitória Régia em uma das partes mansas do Rio Jacaré... tanto para aumentar o turismo, como para proteger debaixo d'água a fauninha do rio... Ele pensa, se for o caso, poder usar os urubus desempregados da redondeza para dar uma esticadinha nas folhas, de vez em quando as virando de cabeça para baixo para servirem de armadilhas... Dando ou não resultados, o teimoso Lulu já disse que vai tentar depois lá no Sitio ½ Dúzia, pois lá a ‘força de gravidade’ é maior/melhor. Entretanto, o pensamento de Santana é ainda usar aquelas folhonas como meio de transporte, como uma jangada redondinha...(O tempora O mores).

   
Chicão e Benedita no Outeiro
Agora ficamos sabendo de que o Easista Chicão só foi para o seminário da EASO em Minas por que ouviu dizer que seu conterrâneo, o Prof. Ibiapina, estava lá ensinando português no Dom Cabral. Chicão disse: “aonde aquele cabra da peste for, eu também irei”, já se despedindo de todos. É bom saber/confirmar que Chicão é cearense ‘cagado e cuspido’.  -”Valei-me, meu padi, Padim Cilco” como dizia a nossa babá em Alagoas.

    Ficou comprovado que Rosalino só está fingindo quando usa sua filmadora. Na verdade, ele usa o tempo ou para tirar uma soneca ou para sonhar com os ‘tempos bons’ do seminário onde fazia ‘coisas’ que ainda agora deixam certos Easistas avermelhados...

   
Siovani e Rosimere em Sirituba
Alguns mais entendidos em ‘campos magnéticos’ afirmaram que o Easista Siovani, apesar de ser caladinho, abria a boca/bocejava com muita frequência porque era influenciado tremendamente pela Linha do Equador... ora a parte de cima da boca estava no Hemisfério Norte enquanto a parte de baixo estava no Hemisfério Sul. Notou-se que Rosimere constantemente lhe dava castanhas do Pará para que ele seguisse mastigando, mantendo assim o equilíbrio das duas forças (um ovo fica em pé na Linha do Equador). Na realidade, ela passa por ali perto...

    Três mineiros brincalhões sugeriram os locais/lugares em Minas para os próximos Encontros:
TRÊS MARIAS
TRÊS CORAÇÕES
TRÊS PONTAS
TRÊS CRUZES

    
O Toinzé/Santana ficou muito bem na foto com sua irmã Maria tirada lá no Museu Goeldi, perto daquela enorme figueira parecendo ‘orelhas de elefante’. Seus pensamentos, porém, estavam voltados para seu eterno sonho de construir uma jangada com estilo diferente. Parece que finalmente encontrou sua árvore preferida. A jangada de seus sonhos deve funcionar com a metade da frente empinada acima das águas enquanto a metade de trás, por sua vez, abaixo das águas. Inclusive ele já tentou o contrário, mas não deu certo devido à ‘força de contra-ação’. Porém ele deixou alguns saberem que ouviu lá em Belém a respeito do princípio da força do MOTO PERPÉTUO proveniente da Pororoca. Conselho ao jangadeiro: se dessa vez também não der certo, é só acrescentar a letra 'R' na palavra ‘moto’ e terá: MORTO PERPÉTUO!!!

    A Dita falou, sem papas na língua, que não deixa mais o Chicão ir sozinho para a Praia Grande do Outeiro porque todas as vezes que faz isso ele pega ‘mau olhado’ e também ‘quebranto’... e, além do mais, sua fala sempre fica um pouco ‘amineirada’...

    Chicão afirmou categoricamente que adubou aquela touceirona/moitona de bambu lá na casa da praia com um tipo de adubo mineiro, específico para fazer as plantas darem mais sombras moreninhas.

    Aquele portonzão lá da casa do Raimundo, herdado pela família de Nazaré, veio de Portugal, de um castelo da Idade Média que nem os mouros conseguiram quebrar para entrar, nem os portugueses conseguiram abrir para sair...

    O ‘menor’ Lulu deixou de ir à Praia Grande somente para checar/confirmar se havia mesmo no Jardim Botânico ou no Museu Goeldi um MULUNGU maior e mais galhado que o seu lá do Sítio ½ Dúzia....

Rosalino e Santana
   
Judith, Rosimere e Siovani em Sedona
Foto de Santana e Rosalino (fundo com pedronas vermelhonas) no Museu Goeldi. Parece que os dois artistas/Easistas estão passeando em Arizona, na região de SEDONA. (Entrar na internet e clicar em imagens/fotos). Por lá dizem que “Deus criou o Grand Canyon, mas vive em Sedona”. Uma região muito pitoresca e de caráter turístico. 
 Mas olhando/analisando bem a foto em pauta, parece que Rosalino não está gostando da mão do Santana no ombro dele... Rosalino é muito arisco... sobretudo quando está passeando numa região da era dos dinossauros, quais precedem os jacarés/crocodilos na teoria da evolução.

    Sabedoria do Tião Coelho:
SUCESSO DEPOIS DOS 68 ANOS
É TER AMIGOS ATIVOS E SORRIDENTES
E
NÃO TER MAIS MAUS PENSAMENTOS.

    Os Easistas de Belém estão oferecendo uma sobremesa de açai/assaí para quem descobrir quem citou esta frase nos fins da década de 50:
S T A T   C R U X   D U M   V O L V I T U R   O R B I S


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VERDADE FINAL
  
    Ficou bem guardada na memória a frase que o Easista Tupi, sorrindo, enquanto estávamos dando aquelas voltas pelas “Ilhas e Trilhas”, chegando perto e mostrando as beiradas das ilhas, disse com o maior orgulho: ‘OLHA, SEOLDO, MEU PAI TRABALHAVA POR AQUI’. Então, agora, com todo respeito, passo a pena ao Tupi para que ele escreva sobre seu pai (e também sua mãe) vivendo naquela área. Paz para todos! Abraços para todos! (Podem jogar/atirar pedras... estou bem longe!!!)


Geraldo H. Seoldo Rodrigues
Easista

P.S.: Judite e eu, de coração, queremos agradecer a todos pela companhia. Foi, sem dúvida, um Encontro gratificante! Valeram a pena os gastos e os contratempos da viagem. Agradecemos aos paraenses hospedeiros e também a Lulu/Maria José que nos acolheram sempre corteses em sua casa. Não querendo competir com o Tião Coelho, diria que ‘Sucesso depois dos 70 anos é ter amigos ainda bons motoristas e poder também subir escadas’!!! Outra vez, abraços sinceros para todos... e até MORRETES!!! (= morros só com descidas + porretes para escorar).Obrigado, outra vez pelo trabalho. Seoldo.    Queremos também agradecer o saboroso almoço na casa de Siovani, preparado por Rosimere sempre distraída pelo inteligente neto, Marquinho. Valeu o arroz com quiabo e angu!!! Por fim, não nos esquecemos do famoso 'arroz doce' da Marina/Tupi. Essas receitas , somadas, com as inúmeras de Maria José, "MEMORANDAE SUNT





terça-feira, 28 de outubro de 2014

VI Encontro na Pai d'Égua Belém parte 2

Por Geraldo Seoldo

CONTINUAÇÃO DO SUMÁRIO DO VI ENCONTRO DOS EASISTAS
EM BELÉM DO PARÁ



DIA 24 DE SETEMBRO DE 2014 - “Passeio à Ilha do Mosqueiro”

        Depois daquele 'ALMOÇÃO', aceito com muito prazer a pena passada pelo Easista Siovani, que tão fluente, como as águas daquelas bandas, descreveu os dias des de Liana que já voltou para Uberaba. Foi bom ver seus sorrisos!!!  Grande esforço para rever a turma!

        ''NA VERDADE, NOSSAS BARRIGAS SÃO BEM GRANDES...” (palavras de autoria do Bessa, nas Crônicas de 1960, em uma cópia do Repórter Crúzio deixada na caixa de biscoito Piraquê do nosso saudoso Marquinhos).  Menciono aqui saudades de Liana que já voltou para Uberaba. Foi bom ver seus sorrisos!!!  Grande esforço para rever a turma!
         Uma observação: nos 3 dias restantes do Encontro, praticamente houve apenas duas ocasiões em que todos estivemos juntos como um único grupo, o que parece foi bom para alguns e não muito bom para outros, já que viemos de longe com a finalidade de estarmos/ficarmos juntos...
          Pois bem (desculpem a informalidade), de acordo com a programação foi a vez do passeio à Ilha do Mosqueiro. Saímos do Hotel Grão Pará pela última vez no ônibus da Valeverde Turismo. Todos alegres depois da ‘bênção’ do Tupi. Seguimos para o Banho da Alegria em Mosqueiro com os piriquitos nas mangueiras. Aproveitou-se para se fazer as despedidas do motorista Cláudio e do guia de turismo Guilherme, ambos pessoas muito bacanas (como Benone costuma dizer). Passamos pelo colégio onde fica hospedada a Imagem Peregrina, pelo Museu Emílio Goeldi, pela caixa d'água da COSAMPA, por São Brás, onde se cruzam as velas no pescoço, pelo Jardim Botânico Rodrigues Alves, etc... E chegamos em Mosqueiro por volta das 10 horas com nuvens passando para lá e para cá.... Fomos direto para o Hotel Fazenda Paraíso de onde podíamos assistir abertamente as ondas castigando, como de costume, todas as beiradas da ilha. Sentamo-nos na parte alta e automaticamente começamos a estudar o cardápio do dia:

- Peixe na Telha
- Filé de Peixe Regional Frito
- Salada Naturalista
- Caldeirada do Tucupi
- Galinha Caipira Inteira
- Etc.. .etc... etc...
Já com um pouquinho de fome, Judite e eu escolhemos logo o PEIXE NA TELHA!!! Qual foi nossa surpresa quando, depois de muito esperar (culpa da telha?), vimos chegar uma bandeja com dois peixinhos parecendo que nos sorriam/gozavam!... Não deu para comer muito depois de tirar as cabeças, a pele e os ossos... mas não vale reclamação, como se diz: nunca se é velho demais para aprender! (ou foi castigo pelo quilo e meio que comera ontem?!!!).  -- Notinha a parte: sugiro a todos os curiosos que explorem a internet o máximo possível para mais detalhes e fotos de todos os lugares em que estivemos. Também sugiro que compartilhem suas fotos pessoais de todo o Encontro.
O tempo foi passando e pouco a pouco alguns decidiram descer e entrar na água, já que a praia foi se expandindo com o cansaço das ondas... também motivados pela aventureira Marina do Tupi. Assim foi a ordem de quem pisou e se molhou nas águas: Marina do Tupi, Marta, Judite, Dita, Toinzé Santana (parecendo sonhar com uma jangada), Tupi, Medina, Fátima (só molhou os pés), Lua, Marina do Alfredo, Edgard/Cátia juntos, Zé Geraldo Assunção, Raimundo e Nazaré... etc... O resto da turma parece que ainda ficou comendo, bebendo, batendo papo ou olhando em silêncio para o outro lado das águas, sonhando com a Ilha das Onças!
 
Apenas um político desavisado ficou ali por perto.
Saímos do Hotel Fazenda Paraíso ali pelas 13:20 horas. Paramos por alguns momentos na pracinha da Vila do Mosqueiro, onde havia um banco chamado “Cadeiro de Cornos” com uma caveira de boi no alto salientada por dois chifres grandes. Alguns se aventuraram a sentar para fotos (nomes não podem ser revelados). Sem querer, ouvi um comentário de alguém: “Se meu marido sentar lá vai levar uma pisa quando chegar em casa”. Tudo terminou sem maiores problemas... assim o esperamos.
       Durante a volta, o guia Guilherme (que não sabia, mas tinha o telefone de quem sabe) finalmente desvendou o mistério do nome da flor branca (que atiçava a curiosidade da turma há alguns dias): VÉU DE NOIVA!!! O que provavelmente causou saudades remotas... Chegamos ao Hotel Grão Pará mais ou menos às 16 horas. Imediatamente todos se espalharam... uns para a Estação das Docas, outros para o Ver-o-Peso (sempre mais pesados com cargas, como o Rosalino), outros para o Restaurante Xícara da Silva... e o resto teimava em ficar olhando para cima para ver as mangas caírem...

NOTA FINAL DO DIA: Ilha do Mosqueiro (nome dado pelos Tupinambás ao peixe Moqueio) foi ocupada pelos estrangeiros, barões da borracha no século XIX.

                                          Tupinambá quer dizer Filho de Tupã.



DIA 25 DE SETEMBRO - 'DIA LIVRE'

   Mais ou menos, o grupo grande se dispersou em subgrupos:
- o subgrupo maior decidiu ir para o Outeiro, aceitando o convite do Chicão/Dita;
- um subgrupo menor foi vadiar no Jardim Botânico-Bosque Rodrigues Alves;
- ainda um restinho saiu por aí e acolá.

(Nota: Limitarei meu sumário/comentário ao subgrupo do Outeiro do qual participei. Talvez apareçam voluntários dos outros subgrupos contando o que viram e o que fizeram... para ficar mais completo o trabalho).


           SUBGRUPO DO OUTEIRO



Levantamo-nos cedo, cerca de 05:30 horas e parece que fomos os primeiros a aparecer para o café da manhã, sempre oferecendo muitas frutas... até maçãs!!! Depois, do lado de fora, houve uma pequena confusão com respeito ao transporte. Acabaram uns indo no táxi-kombi do Luís da Van, outros no carro do Chicão e outros de ônibus... Apenas uma notinha: a atitude adamante do Easista Alfredo de não querer ir na kombi onde já se encontrava sua Marina, dizendo que era claustrofóbico e coisa e tal... Não houve como convencer o Craque!!! Pegou o ônibus. Ele tinha um pouco de razão, pois na kombi já havia 14 pessoas... e, pelo menos, não pagou nada, como representante da terceira idade! Depois de tudo resolvido (não mencionando alguns xingamentos), arrancamo-nos... Pegamos a Estrada Velha do Outeiro, passamos pela Ponte Sebastião Oliveira (1,5 Km) sobre o Furo Maguari, entramos na Estrada do Outeiro e, finalmente, na Avenida Paulo Costa, que nos levou à Praia Grande – evitamos de propósito a Praia do Amor. Eram já 10 horas e tantas... Fomos logo para as cadeiras e mesas na praia que pareciam já nos esperar... debaixo das árvores. (Nota à parte: um dos Easistas – não é bom mencionar o nome - estava com a barriga um pouco desarranjada e foi logo ocupando o único banheiro, deixando a porta um pouquinho aberta, olhando calmo para fora para desanimar os outros candidatos também necessitados. Ficou sentado no ‘trono’ um bom tempo... assim que saiu, uma empregada do restaurante logo avançou com uma vassoura e um balde d'água para refrescar tudo.) O som da música continuava alto e logo ficamos sabendo que era de autoria da Dita e dos filhos. Tentamos comprar um CD, mas não foi possível. Espero que Dita comente algo sobre o conjunto e mesmo que nos presenteie aqui com um número...
Para não ficar para trás o restaurante vizinho também começou com suas músicas, e os sons de lá e de cá começaram a abalar a Praia Grande. Sem esperar muito, lá estavam dançando o Carimbó, Marina do Tupi e Zé Geraldo Assunção, no meio do pessoal de outro grupo de turistas... inclusive umas da terceira idade bem reboladeiras! Apareceram vendedores ambulantes de bijuterias, de queijo assado na brasa na hora, de abacaxi gelado... fotógrafas profissionais... etc... Pouco a pouco, muitos resolveram se banhar... podia-se ouvir bem claro a fala mineira do ‘mineirão’ Caio... Em um dos momentos de descanso, o Easista Lua, sempre muito prestativo com a garrafinha da Germana Heritage, ofereceu-nos os seguintes prêmios para as melhores fotos:
  - Primeiro Prêmio: uma semana livre na Fazenda Vista Alegre ajudando a fabricar a Germana. (Sugiro que chamemos este Prêmio de ‘MARCOS ROCHA’ em homenagem ao saudoso Marquinhos que começou com essa ideia).
  - Segundo Prêmio: um conjunto de 3 garrafas da rara Germana Heritage (10 anos em tonéis e com preço de quase 300 reais a garrafa!)
   - Terceiro Premio: uma coleção de 7 garrafas da Germana (diferentes modelos).
Agora vamos ver como resolver este assunto.

   Cansados, resolvemos voltar, passando antes pela casa de praia do casal Chicão/Dita. Ali ficamos por algum tempo bendizendo os banheiros... Também nos assustamos com a toucerona de bambu no quintal que mandava sombras para todos os lados como querendo dizer: “aqui o rei sou eu!!!”. Alfredo, o teimosinho, pegou o ônibus de volta. Chegamos ao Grão Pará e ficamos do lado de fora assistindo a instalação das arquibancadas e, de vez em quando, o barulhinho de uma manga caindo. Daí a pouco, todos desapareceram... fomos preparar-nos para o jantar de despedida.

Obrigado ao Chicão/Dita pelo dia no Outeiro!!!

  JANTAR DE DESPEDIDA: Residência do casal Raimundo/Nazaré – 19:30 horas.
                      Travessa Segunda de Queluz - Bairro de Canudos

    Todos excitados e se coçando no Hotel Grão Pará já esperando por esse grande evento, apesar de não contarmos mais com a presença de Liana, Fátima, Siovani/Rosimere, Alfredinho/Blenda... Outra vez contratempos com relação ao transporte! Mas tudo ficou resolvido pacificamente dessa vez. Lá fomos, o bando de Easistas/Convidados, parecendo voltar ao tempo em que partíamos afoitos com sacos/mochilas nas costas para devastar as frutas das cercanias da EASO/DOM CABRAL em Campo Belo. Porém, dessa vez, todos bem arrumadinhos... não dois a dois nas ruas, mas quatro a quatro em táxis, sem fazer força – a não ser para enfiar a mão no bolso para o pagamento.  Lembrei-me, outra vez, do nosso saudoso Bessa, que escreveu nas Crônicas/março de 1960: “JÁ PROVAMOS DE TODAS AS FRUTAS QUE EXISTEM NESTES MATOS DAQUI...”. Por falar nisso, Marquinhos mencionou uma vez que sua fruta preferida era o ARATICUM. Lembranças?!!!

   Chegamos desconfiados no endereço da residência de Raimundo/Nazaré: portão grande/alto de aço, muros altos com fios de arame por cima, não muita gente por perto, etc... Finalmente, para confirmar, perguntamos a uma vizinha que se aventurou do lado de fora de sua casa vendo tanta gente na rua, falando aquele sotaque mineiro: - “É aqui a casa de Raimundo?” - alguém, sempre afoito, perguntou. -”Não, sinhô! Esta é a residência oficial do COMANDANTE NONATO!!!”. Tudo esclarecido, alguém mais sabido que entendia de botões elétricos apertou uma campainha de comunicação e, imediatamente, os portões foram se abrindo e lá vinham de abraços abertos, sorrindo, o hospitaleiro casal Raimundo/Nazaré dando as boas vindas a toda aquele mineirada, que pisou com cuidado o pátio todo calçadinho de preto e branco com mesas arranjadas no lado de paredes altas... no outro lado, estavam o músico Geraldo Braga mergulhado nos seus ritmos; as panelas do ‘self-serve’ jantar cujo dono, João Mineiro, nasceu em Minas; e bem perto, uma coleção de garrafas de bebidas – sobretudo cachaças de marcas variadas com a Germana na frente . O Senhor Francisco, auxiliar de Raimundo ajudava sorrindo... parecia um pouco com o Bessa! Fomos saudados pelos filhos de Raimundo/Nazaré:
 - Andrei Vicente/esposa Adal Milena – filhos: Adrielle, Andra, Antônio José, Andrei Nonato;
 - Adriano e noiva Juliana;
 - Artur e noiva Jamille.
Também estavam presentes as irmãs de Nazaré: Rosa Maria, Maria das Graças e Maria de Magaly.

 O anfitrião Raimundo foi logo me agarrando de lado para mostrar a parte de baixo da residência, sobretudo seu QG de onde fala sempre conosco no Skype, ou mesmo transmitindo mensagens pela internet... Fala muito animado o nosso Grande Raimundo!!! Depois fez questão de me mostrar cuidadosamente sua coleção da ‘mardita’ (o que meus olhos já haviam visto desde que pisei no pátio). O bom era que se podia tirar uma bicadinha de todas sem cerimônia. Sentimo-nos em casa. A lua, lá em cima, acompanhava tudo com clareza. O Lua (nosso Walter Caetano) sempre por perto, sorrindo feliz. Parece que houve um tempo em que, ouvi dizer, Raimundo queria começar uma filial da Germana no Sítio Espírito Santo, mas foi desaconselhado por não ser permitido o plantio de cana de açúcar por lá... (Uns dos motivos porque Raimundo ainda é meio nervosinho com as coisas). Apenas uma sugestão: por que não tentar fazer uma Germana 'whisquizada' de beterraba, Raimundo?!!!
Jantar de encerramento - colagens

O jantar tipo ‘self-serve’ foi oferecido (e muito apreciado) pelo mesmo grupo que o fizera no Sítio Espírito Santo como já foi mencionado. Tudo estava caminhando como devia, quando o Easista Rafael de súbito pegando o microfone, convidou somente os Easistas presentes, fora as esposas e os convidados... o que não pegou muito bem, pois em tudo agora deve haver pelo menos 30% de participação das mulheres. Porém elas comentaram com ardor que querem participar 100%, desde que vêm acompanhando os Encontros e são partes ativas em tudo que passa. Muito justo!!! Também os convidados devem ter voz... Sem mais música, Rafael foi logo assessorado por Lulu e Raimundo, que de uma certa maneira coordenaram a discussão. Rafael, muito sabido e usando o bom senso, parecendo notar que a coleção da ‘mardita’ estava seguindo a maré baixa, atacou logo os seguintes pontos: frequência, duração e locais dos futuros Encontros. O Easista Tupi também estava ao lado... Ficou aprovado pela maioria de mãos levantadas o seguinte:

-- frequência dos Encontros: uma vez por ano;
-- duração dos Encontros: de 3 a 6 dias dependendo do local;
-- local dos Encontros: deve ter caráter/atrações turísticas.

Então foram sugeridos alguns lugares como Fortaleza (onde o filho de Alfredo, o Alfredinho, seria o contato; Bonito no Mato Grosso do Sul e outros no sul do país... Morretes, sugerido por Lua, foi bem falado, mas de acordo com minhas anotações, não ficou clara a sua aprovação. Parece que o Lua tem algumas cartas fortes na mão. Aproveitando a oportunidade para inserir aqui a sugestão de convidar oficialmente, através de uma cartinha, os padres crúzios, tanto de Belo Horizonte como de Campo Belo, pois queiram ou não, são nossas raízes. Ademais desses pontos discutidos, Tupi também sugeriu a criação de um fundo para ajudar os Easistas necessitados a participarem dos Encontros; a  proposta rejeitada. Sem dúvida, necessitamos uma poupança antecipada preparando-nos adequadamente para esse fim. Sugiro aqui, que se alguém souber de alguém nessa situação, que um grupinho disfarçadamente, sem muito alarde, tome a iniciativa para ajudar sem que isso fique uma coisa de caráter permanente. Afinal devemos ser guiados pelos nobres princípios de: ‘honestidade, justiça e bondade’ (“FAÇAS ISSO E SERÁS FELIZ”).

           A festa continuou mais um pouco...  houve até corajosos que caíram na dança, incentivados pelos pares Adriano/Juliana e Artur/Jamille, que sabiam bailar de verdade, sobretudo juntinhos!!! Foram lembrados, em conversas, os que já estão do “outro lado do caminho”. O Easista Edgard resolveu mais uma vez a nos brindar com suas canções. Voltamos para o nosso hotel após as 23 horas... menos o Lua que devia pegar voo de volta durante a noite. Realmente não sei se alguém ainda deu uma escapulida (saudades do tempo de seminarista) e foi fazer umas farras ali na Praça da República dizendo que foi apenas chupar mangas!!!


DIA 26 SETEMBRO

      A maioria da turma estava programada de voltar para suas casas hoje pela tarde. Apenas um grupinho voltaria no sábado. Como o voo só seria de tarde, Raimundo/Nazaré, Zé Geraldo Freitas/Marta e este relator (Judite ficou no hotel arrumando as malas) saíram pela manhã – tendo Raimundo como piloto do seu carro – para dar uma voltinha de caráter mais espiritual: visita aos lugares onde os crúzios deixaram sua marca:
José Geraldo, na frente da Igreja de São
Sebastião, aponta para a figura de
Theodoro de Celis
Igreja de Santa Cruz
A CRUZ. Primeiro paramos na Paróquia de São Sebastião, antigamente administrada pelos crúzios. Surpresa em ver na parede da frente, do lado de fora, uma pintura grande do Beato Theodoro De Celis (o fundador da Ordem da Santa Cruz). Ainda se via também, mais ao lado, a cruz ‘crúzia’. Fomos levados para uma sala onde havia na parede um conjunto de quadros/retratos de vários religiosos, entre eles muitos crúzios como Pe. Guilherme e Pe. Tiago (que hoje vivem em Belo Horizonte). Depois visitamos a Paróquia da Santa Cruz, onde se lia na frente: PELA CRUZ A VIDA.
O autor destas bem traçadas linhas
na frente do marco da Igreja de Santa
Cruz
Aí então a cruz ‘crúzia’ estava por toda a parte!!!  Lá estão construindo um prédio para servir como Centro Evangélico e diversos trabalhos de assistência social. Será chamado TEÒFILO DALESSI em homenagem ao padre crúzio que também vive em Belo Horizonte. Fomos informados de que a igreja tem boa acústica. Notamos que em todos os lugares por onde passamos as igrejas quase sempre tinham o mesmo estilo gótico (As igrejas de Belém, da Vila São Jorge – Dezoito – e também a igreja de São José em Leopoldina...)

       Sem perder muito tempo seguimos para o Cemitério Central. Estacionamos na rua e fomos passando por meio de muitos vendedores de flores e velas até que conseguimos entrar no portão principal. Dentro, ficamos perdidos por uns momentos, sem a mínima ideia de onde ir. Então Raimundo, dando um tapa na cabeça, disse que o túmulo era de mármore preto. Não ajudou muito, pois a metade era de túmulos pretos... mas nos espalhamos... muito difícil de caminhar entre os túmulos, sem nenhuma ordem geométrica. Pula daqui, pula dali.... salta daqui, salta dali...(ouvi alguém como que dando uma xingadinha)... finalmente sucesso!!! Raimundo acenou de longe alertando-nos que havia encontrado o jazigo. Assim que chegamos começamos a limpar tudo, jogando matos para os lados e também outras coisas. Limpamos, espanando com cuidado a tampa com 7 nomes de padres crúzios, entre eles o de Pe. Humberto Nienhuis (muito popular entre os Easistas). Creio que pagamos algo a uma senhora que estava por perto oferecendo-se para limpar mais direitinho o túmulo. Ficamos mais aliviados. Começamos a sair do local devagarinho e em silêncio... parece, então, que ouvimos um ruído atrás... Seria de manga caindo? Seria do trabalho da senhora? Ou seria uma daquelas cutucadas/daqueles coices do sempre saudoso Pe. Humberto??? Raimundo, olhando para todos os lados, prometeu guardar o local do túmulo num cantinho de seu cérebro. Voltamos para o hotel parece que com mais energia, como se tivéssemos conquistado/ganhado alguma coisa especial.
     Lá no hotel ainda foi feita a entrega de um presente do grupo ao Guilherme, agradecendo-lhe seu desempenho. Edgard representou o grupo.

     Foi um Encontro memorável!!! Oxalá tenhamos um Encontro Belém II não muito distante! Rafael tem de colocar isso em votação logo, com 100% de participação das esposas Easistas e também de convidados. A Ilha de Marajó, Salinas e, até mesmo, Maracá, além do Cemitério Central.
Que sonhem com os anjos!!!
O Caminho é um só: A ESTRADA DE BELÉM. A direção certa é uma só: A ESTRELA DO CAMINHO DE BELÉM.

QUE O VI ENCONTRO DOS EASISTAS EM BELÉM SEJA SEMPRE RELEMBRADO

“BELEM MEMORANDA EST”        


sábado, 11 de outubro de 2014

VI Encontro na Pai d'Égua Belém

 Por Siovani

Sexta-feira, 19 de setembro de 2014.

Um fato histórico de elevada grandeza foi registrado nesse dia nos anais paraenses:
"Descida da cauda da estrela do Pará, conforme fora anunciado há um ano pelos oráculos de Campo Belo, tomou de assalto o aeroporto de Belém uma legião de mineiros encanecidos,travestida de alegria, que convulsionou o saguão do lugar com abraços de efusivos reencontros.Os mineiros desembarcados foram recebidos no local pelos amigos paraenses que propiciaram a alegre recepção. No meio do burburinho acalorado ouviu-se em alta voz um surpreso espectador, talvez versado em latim, exclamar:

- Um verdadeiro Val-de-Cans!

Pela importância do fato e pela apropriada imagem que retratava as muitas cãs em alvoroço, deu-se ao aeroporto e ao bairro o nome de Val-de-Cans, que resistiu pela história dos últimos 300 anos da capital do estado." (Notícia transcrita do popularíssimo jornal Diário de Nazaré, edição de 14 de outubro de 1708.)

Sob os auspícios dessa curiosa notícia propagada pela internet, esta moderníssima mídia de elevada credibilidade, que trazia um misterioso hiato no espaço-tempo, começou o nosso VI Encontro em Belém. Mas as peripécias do tempo não se limitaram ao narrado, com efeito, uma bolha de um ano, carregada de mazelas políticas e outros achincalhes, foi criada ligando o término do Encontro anterior a este. Como o agora é uma simples imagem atrasada do passado,ilusão dos nossos olhos que só enxergam o que já não mais existe, suprimida a bolha, no contínuo do espaço-tempo permanecemos no mundo onde a amizade é rainha e condutora suprema.

Findos os abraços, fomos todos os mineiros para o mesmo hotel, Grão Pará, em frente à Praça da República, já com a obrigação de estarmos às dezessete horas prontos para iniciar os compromissos com Belém. Um pouco de tumulto houve para conseguirmos estar prontos à tal hora, mas com certo atraso, que nada prejudicou, seguimos para a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, onde assistiríamos à missa das dezoito horas. Grata surpresa já nos esperava no ônibus quando se nos apresentou o guia da Valeverde Turismo que nos acompanharia por todos os eventos na cidade, Guilherme Martins. Muito mais que um guia, ele logo nos revelou seus dons de cantor entoando uma canção em homenagem à Senhora de Nazaré.

                                                   (Fafá de Belém cantando Vós Sois O Lírio Mimoso)

E ali mesmo no ônibus começou nossa imersão na cultura paraense pela história da imagem
de Nossa Senhora de Nazaré. O pequeno ícone foi achado em 1700 pelo caboclo Plácido no local onde hoje se ergue a Basílica. Conta-se que o caboclo levou a imagem para sua casa e no dia seguinte ela havia desaparecido. Voltando ao lugar onde a encontrara, lá estava a imagem. Recolhida novamente em sua casa tornou a desaparecer e a reaparecer no local original, repetindo-se o fato por diversas vezes até que foi ali construída uma capela. Posteriormente a capela deu lugar a uma igreja que,por sua vez, foi substituída no início do século 20 pela atual basílica.

Fomos ainda apresentados à história do Círio de Nazaré e da corda que puxa a Berlinda que carrega a imagem: durante a procissão de 1855 o carro ficou atolado devido a uma forte chuva; arranjou-se uma grande corda e os fiéis puxaram a Berlinda; posteriormente a corda foi
incorporada às festividades como um elo entre os fiéis e Nossa Senhora de Nazaré.

Neste ano a corda confeccionada em Santa Catarina chegou em Belém no dia 24 de setembro. Confeccionada de sisal, ela tem oitocentos metros e um diâmetro de cinco centímetros, e será dividida em dois pedaços de quatrocentos metros:um deles será usado na Trasladação e a outra metade na grande romaria do domingo, dia 12 de outubro. A festa ocorre no segundo domingo de outubro, que neste ano coincide com a outra grande festa católica de Nossa Senhora Aparecida.
Tour virtual pela basílica
(Atenção: para entrar na basílica e
posteriormente para entrar em
 qualquer área, clique no Sn)
E quando entramos na belíssima Basílica a luz do sol ainda invadia os vitrais franceses que circundam a parte alta do templo colorindo todo o recinto com aquele ar místico que envolve os fiéis em profunda imersão, e pouco a pouco foi se apagando, e já assistimos à missa à luz das lâmpadas, que não menos embelezava nossos olhos de admiração. Mais uma vez comprovando a"importância do nosso Encontro para o povo paraense", a missa foi transmitida pela TV Nazaré. Por televisores postados ao longo da igreja podíamos acompanhar as imagens que eram levadas aos fiéis distantes. Antes do início do rito uma senhora leu uma interminável lista de nomes e dedicações daquela missa, entre eles o nosso grupo easista, atestando a enorme dedicação do povo paraense a sua Virgem de Nazaré. 


Finda a missa dirigimo-nos ao Alfajor Buffet, local onde os anfitriões paraenses nos brindaram com um coquetel e um jantar. Como está se tornando costume, que conclamamos mister seja definitivamente abolido, o grupo de Juiz de Fora faltou a esse evento de abertura, com a ilustre exceção do Alfredo e esposa, Marina. De inusitado, a atitude do Edgard quando nos vimos na necessidade de atravessar uma rua sem sinal e faixa para pedestres: ele postou-se à frente de um ônibus, parando-o, e atravessamos a rua à frente dos carros espantados.

E a noite correu ligeira e agradável embalada pela música do Geraldo Braga, amigo do Nonato, ou seria melhor dizer, Geraldo Braga e Seus Teclados, que dedilhava e cantava músicas que nos faziam recordar momentos passados, e sem faltar a presença de artistas do nosso grupo como a Dita e o Chicão, casal de anfitriões paraenses que nos encantou: ela com sua bela voz, ele com a irreverência autêntica de exímio repentista com uma burlesca paródia da música Chico Mariê, satirizando a nossa seleção de futebol:

Desabafo de um Torcedor
                         F Sales (Chicão)
(Refrão)
Não sei o que dizer        
Não sei o que pensar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar

Eu não sei se tenho pena
Ou raiva do Felipão
Mas eu sei que o time dele
É um monte de bundão

Não se faz uma omelete
Sem ter os ovos na mão
E com um grupo de vedetes
Não se faz a seleção

Faltou raça faltou peito
Faltou garra faltou jeito
Lá na p...onte que partiu

Até pra bater os pênaltis
Foi aquela confusão
Tinha nêgo que chorava e dizia
Eu sou um ...bobão

Eu só gostei do goleiro
Que teve boa conduta
Mas teve por companheiro
Um bando de filhos da ...fruta

Sete a um pra Alemanha
Que não teve nem trabalho
Vão ser ruim desta maneira
Lá na casa do ... Barbalho

Se ferrou (com) a Holanda
Não ficou nem em terceiro
Três a zero e mais um baile
E um chute no traseiro.





E o jantar foi uma perfeita introdução à gastronomia paraense: camarão ao creme de pupunha, peixe ao tucupi, filé ao molho,mousse de bacuri, nuvem de cupuaçu.

O cansaço venceu-nos e fomos em busca dos lençóis, mas alguns ainda ouviram o Edgard entoar "Canzone Per Te", música italiana de Sérgio Endrigo que nos anos 60 venceu o festival de San Remo com interpretação de Roberto Carlos. Ele, o Edgard, ainda não revelara ao grupo os seus males, mas alguns que deles sabiam pensaram que ele o fazia como sua canção do cisne, mas como ele mesmo o negou,quero usar os versos abaixo da canção como uma promessa de estarmos juntos outras vezes:

"Perché giurare che sarà l'ultima volta
Il cuore non ti crederà"

(em tradução livre)
Porque se jurar que será a última vez
O coração não acreditará.)


Sábado, 20 de setembro.

O café-da-manhã já nos trouxe o atrasado grupo de Juiz de Fora ao nosso meio, além da presença do saudoso Marquinhos estampada no sorriso de etérea simpatia da Liana. Às dez horas, na verdade nem tão pontualmente assim, subimos novamente no ônibus que nos levaria para as docas, onde embarcaríamos para um passeio à ilha de Serituba. Também chegaram,vindos de Fortaleza, raios de juventude a fazerem mais resplandecentes as cãs, um filho do Alfredo e Marina. Neste encontro um bom número de novos amigos foram incorporados ao grupo, enriquecendo a diversão e a amizade.

Descemos nas docas, um belíssimo espaço onde antigos armazéns foram transformados em lojas e restaurantes,e com a excelente cervejaria Amazon Beer, que produz sua cerveja ali mesmo no local. Mas tudo isto só desfrutaríamos posteriormente, naquele momento tivemos que fazer, sob o sol do equador,que não se preocupou em mostrar gentilezas aos seus ilustres visitantes, uma fila para entrarmos no barco.

Mas eis-nos dentro do barco, finalmente à sombra, deslizando pelas águas da Baía do Guajará, vendo Belém se afastar vagarosamente.

Belém, vista a partir da Baía do Guajará

Por aquelas águas, durante as comemorações do Círio, centenas de embarcações acompanham o barco que conduz Nossa Senhora de Nazaré até o porto de Belém, em um percurso de aproximadamente cinco horas. Para informação aos incautos que queiram participar, os bilhetes para a procissão fluvial, embora ao preço de duzentos e sessenta reais, há muito já estão esgotados.


Mas fiquemos com o nosso grupo que faz uma romaria pela cultura paraense sob a regência da guia Ana Cristina, uma genuína viúva negra, em confissão dela própria, que enterrou cinco maridos. Só não entendi como conseguiu amarrar o sexto sob tal ameaça segura de morte. E o barco ia correndo pelas águas tranquilas da baía enquanto assistíamos a um show de músicas e danças paraenses apresentado pelo grupo Tribo dos Kayapós. Os ricos e sensuais ritmos do Norte, Carimbó, Lundu Marajoara, Marujadas de Bragança, entre outros, balançavam o barco nos pés do casal de bailarinos, que se apresentavam com vestimentas típicas.

Houve um momento em que o guia do nosso grupo, o Guilherme, contou a todos os turistas marinheiros de água-doce, sobre nossa história, desde o momento inicial em que o Rafael e o Nonato se puseram a nos caçar pelo mundo. E falou de tal maneira simpática e cativante, falando da amizade que nos une, e que muito além da amizade era uma fidedigna questão de amor, que olhando-se ao redor via-se diversos rostos transfigurados em emoção, as lágrimas correndo soltas. Ao meu lado, a Liana derretia-se.

  E fomos ainda apresentados a algumas das 39 ilhas que vivem sua exuberância amazônica entre as águas da baía, com nomes indígenas e curiosos: Jutuba, Cotijuba, Paquetá-Açu, Arapiranga... Ilhas cobertas de árvores, entrecortadas pelas casas dos caboclos, que do açaí abundante fazem sua principal fonte de energia, consumindo-o misturado à farinha de mandioca, sem açúcar, pois este dizem estragá-lo, acompanhado de peixe. E navegando pela baía podíamos apreciar diversos ribeirinhos com suas canoas, até mesmo crianças pequenas, que nos saudavam, sozinhas em suas pirogas naquelas águas imensas.

Apesar dos momentos em que foi necessário chamar a atenção dos afoitos turistas que acorriam precipitadamente para o mesmo lado do barco, levando perigo para seu equilíbrio, chegamos ao píer onde desembarcamos. Uma caminhada pelas margens do rio e da floresta levou-nos até a praia de Sirituba, não sem alguns danos, pois nossa amiga Cibele, esposa do Tião Coelho, sofreu uma queda e machucou o pé, o que lhe deu como companheiras duas muletas pelo resto do Encontro. Poucos se aventuraram pelo rio, pois a fome era mais importante a cuidar. Almoçamos de maneira despojada e a cerveja correu ligeira pelas mesas para amenizar o calor.

Voltamos ao barco, a maré havia baixado, o que deu às mulheres uma nova oportunidade para experimentarem uma nova aventura: enfrentar a tosca escada para descer a bordo, que felizmente todas venceram com espírito esportivo. O barco retornou a Belém já não com o mesmo brilho da ida, mas com muita música, até demais para alguns mais sensíveis ao som muito alto.

À noite pudemos apreciar a Estação das Docas. Na Amazon Beer provamos a cerveja Stout Açaí, cerveja escura de alto teor alcoólico, vencedora do Festival Brasileiro da Cerveja deste ano como a melhor cerveja artesanal do Brasil, bem como a Forest Bacuri, mais leve, grande preferida do público feminino. Fizemos ainda uma viagem gastronômica no Spazzio Verdi onde o Pato a Tucupi estava delicioso. E por fim não pode faltar o sorvete de frutas típicas.

O cansaço era o nosso fiel companheiro na volta ao hotel para uma noite de sono, pois o dia seguinte também prometia muitas descobertas.


Domingo, 21 de setembro.

O atraso no embarque do dia começou agitado, pois um casal do grupo ficou preso no elevador do hotel. Após alguns minutos de ansiedade foram resgatados sem nenhum dano aparente.
Saímos novamente de Belém em direção à terra de Antônio Araújo Bessa, o Padre Bessa, o único exemplar dos easistas que se ordenou. Grande amigo do Seoldo, este fez questão de ir conhecer o lugar onde o Bessa nasceu,a Vila de São Jorge, naqueles tempos conhecida como Dezoito (neste blog existe um texto do Seoldo homenageando o amigo, ver em http://encontristasdaeaso.blogspot.com.br/search?q=bessa).

Uma vila pequena no interior do Pará: para nós, vindos de tão longe, uma quase surpresa em encontrar gente morando perdida em tais paragens. Conhecemos a igreja onde o Padre Bessa foi vigário, a casa paroquial e um seu sobrinho. Ali na igreja foram feitas as homenagens ao amigo que se foi tão cedo, menos de dois anos após sua ordenação.


Em frente à casa paroquial um pé de jambo nos atraía como antigamente aos antigos seminaristas famintos de novidades, principalmente as gustativas, mas no atual peso das barrigas nenhum se aventurou a subir nos galhos atrás das suculentas, apenas foram feitas algumas tentativas de catar as frutas puxando os galhos. E voltamos ao ônibus para seguir para o sítio do Nonato, que não ficava muito distante, no município de Santa Maria do Pará.

Maravilha! Chegamos no sítio onde nos sentimos os noivos de uma bela noiva toda de branco. As árvores com seus troncos caiados transpiravam harmonia com o verde fresco das folhas. Relaxante! Acolhedor! Gostoso! Ouvia-se!

  Tapioca! Cuscuz! Sucos! A água fresca também virou iguaria! Linguiça boa apimentada na brasa e coxinha de frango!

Descemos para o que chamam por lá de igarapé, um riacho, onde a corrente foi represada formando uma piscina natural. O sol por entre as folhas das árvores coloria aqueles barrigudos que se juntaram em roda dentro da água para contar piadas. Agora, sem a presença dos coices vigilantes do Pe.Humberto, as piadas já não eram mais tão inocentes.

E tome cerveja! E baciada de caranguejo! E baciada de camarão! Melhor assim, sem falar muito, só interjeições de contentamento! E ainda houve almoço!

E o papo se espalhou em volta das mesas que tomavam a varanda da casa. Um grupo começou a contar as histórias das formações dos casais que lá estavam: como se conheceram, o namoro, o casamento. Confidências que nos fazem cada vez mais amigos ao penetrarmos mais fundo nas intimidades uns dos outros. Depois apareceram redes onde alguns se desligaram de vez, deixando os roncos competirem com a algazarra das conversas. No campeonato em que reservadamente inscrevemosos distintos dorminhocos, o Santana levou a taça com distinção.

Mas chegou a hora de partirmos e voltarmos a Belém. Ainda ganhei como recordação uns beijos de amor de umas lava-pés que deixaram meus pés em fogo.

Neste momento é bom abrir um parêntese para agradecer a acolhida que os paraenses nos deram, em especial ao Nonato e à Nazaré, que nada economizaram para nos propiciarem um Encontro onde a alegria fosse a única lembrança. E não houve economia nem de tempo, nem de lar, nem financeira, nem de gentilezas e carinhos. À Dita e ao Chicão temos a agradecer a alegria, a versatilidade e competência de grandes artistas que são e que nos propiciaram muitos divertidos momentos. Ao Tupi e a Marina pela presença de conhecedores de Belém e pela ajuda que sempre estiveram dispostos a prestar. Muitíssimo obrigado!!!


Segunda-feira, 22 de setembro.

A segunda-feira nos levou a Icoaraci, local de onde partem os barcos na procissão fluvial do Círio e maior centro de produção de cerâmicas das culturas marajoaras, tapajônicas e Maracá. Mas da agitação de tantos barcos que tumultuam a baía naquela data nada se via, somente a placidez das leves ondinhas que corriam pelas águas iluminadas pelo sol dos trópicos, aliás, o nome Icoaraci alguns pretendem que significa "de frente para o sol", enquanto também se ouve dizer "mãe de todas as águas", de qualquer maneira, muita água e muito sol.

Antes de irmos admirar a paisagem da orla fluvial estivemos na olaria do Sr. José Anísio e fomos surpreendidos pela beleza das peças que lá se encontravam em exposição. Os olhos aturdidos por tamanhas belezas ainda ficaram mais estupefatos quando pudemos acompanhar as mãos habilidosas do oleiro a moldar um vaso: daquela massa informe de argila socada e amassada, pouco a pouco tomando forma, ora parecendo que tudo se desmoronava para retomar de imediato uma forma ainda mais elaborada, girando continuamente no mesmo ritmo pela ação dos pés, transformando o giro da roda em anéis que desenhavam a curvilínea forma do vaso, girando... girando...

Enquanto moldava o vaso o oleiro nos contava detalhes de sua vida, sem se descuidar da sua obra, e sabedor da sua valia comentava que na sua terra não lhe davam valor, e se estivesse no hemisfério norte decerto estaria rico. Falou-nos de alguém que tendo plantado em um vaso de plástico reclamou que a planta murchara, e completou com ironia: o que poderia querer de outro se a planta e a terra não podiam respirar como num vaso de barro. E falando de modo tão simples, sem esconder uma sabedoria inata, despertou em todos simpatia e admiração.

Feitas as compras, reencontrada a Fátima, que o Santana perdera e não dava notícia do seu destino, seguimos para a orla do rio que nos aguardava com uma feirinha de mais cerâmicas e outros artefatos, onde ainda se gastou um pouco mais, mas chega de compras. Seguimos pela orla para onde barracas nos espreitavam com os cocos afogados no gelo esperando com avidez. Sentados à sombra, o rio sacudindo levemente as águas e os nossos olhares bamboleantes, a paisagem entrecortada pelas ilhas ao longe, e com o sol desenhando caprichosamente sobre as águas com um pincel feito das sombras das nuvens... ah! que bambeza...

O guia lembrou-se de nos acordar para nos levar para o almoço no restaurante Espaço Verdi, não nas docas, como já havíamos provado, mas na casa matriz, muito maior, onde a variedade de pratos aturdia o desejo de provar tantas belezas que prometiam. O prato para o serviço era enorme, o que já podia causar enganos à capacidade da fome, mas o Seoldo não se fez de cuidados, parava em cada iguaria e acomodava mais um pedaço no prato. Peixes, carnes, camarão, bacalhau, como deixar de provar algum? Resultado: a balança quase não acreditou que tinha de registrar um quilo e meio. Só espero que ele não saia divulgando para os seus amigos americanos que a comida no Brasil é muito cara!



Terça-feira, 23 de setembro.

A terça-feira nos prometera um city-tour por Belém. Saímos novamente no ônibus, conduzido pelo Cláudio como em todos os dias, novamente em direção às docas. Dali, um pouco à frente, fomos ao mercado Ver-o-peso, a maior feira ao ar livre da América Latina.

De um antigo posto de fiscalização, denominado Casa de Haver o Peso, originou-se o nome do mercado, que aliás são muitos: o Mercado de Ferro, o Mercado de Carne, o Mercado de Peixe. Ambiente perfeito para conhecer a diversidade dos produtos que fazem parte da mesa paraense: as frutas pouco conhecidas no sul, tais como o cupuaçu, abricó-do-pará, taperebá, bacuri estão presentes in natura, em sucos e em doces; plantas medicinais para curar do lumbago a um simples mal de amor; camarões de todos os tamanhos e peixes; artesanato e roupas.

Seguimos a orla em direção à Cidade Velha, bairro antigo de Belém, onde a cidade nasceu. Ali visitamos a Catedral da Sé, que apresenta um dos interiores dos mais bonitos que já pude contemplar, onde a arquitetura se harmoniza com as diversas obras de arte e as luzes. Ainda tivemos a alegria de ouvir o enorme e antigo órgão soar uma música.


Tour pela Catedral
Siga às setas para entrar na Catedral e em suas diversas
áreas.
Ali ao lado da catedral visitamos o Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, ou Forte do Presépio, onde se descortina uma maravilhosa vista da baía, tendo em primeiro plano o Mercado de Ferro do Ver-o-Peso.

Mas o nosso tempo com a Valeverde Turismo acabou e fomos levados de volta ao hotel.

Ao cair da tarde dirigimo-nos, eu e a Rose, junto com o Santana e a Fátima, à casa do Nonato, pois, como deixaríamos Belém no dia seguinte, o amabilíssimo casal anfitrião convidou-nos para conhecer sua morada. Lá tivemos a oportunidade de conhecer os seus netos, bem como o filho, também coronel-bombeiro, que ainda não conhecêramos. Trocamos ao redor de uma mesa de lanche as conversas corriqueiras. No caminho de volta ao hotel, o Santana e o Nonato agarraram uma discussão política, onde cada um jogava na ponta extrema, e da qual me abstive, um tanto por não escutar direito por estar no banco de trás, outro tanto por não gostar de assuntos de atiçar marimbondos.

Despedimo-nos, então, do casal que nos propiciou tão agradáveis momentos, agradecendo por todas as gentilezas que nos cumularam durante a nossa estadia. No dia seguinte, enquanto a corda do Círio chegava a Belém, deixamos os amigos e o Val-de-Cans.

E aqui entrego a pena ao Seoldo para continuar a narrativa do VI Encontro.
















 [LA1]Ficou muito bema inserção  do link para o tour virtual pela Catedral