segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nova União Sediará o IV Encontro dos Ex-Seminaristas Crúzios

Segundo Rafael


 
Foi pensando no IV Encontro que Rafael, Nonato, Eustáquio e Siovani estiveram em Nova União neste início de 2012. Mas havia um propósito na escolha de uma data coincidente com as comemorações do aniversário do Walter Caetano Pinto: eles queriam homenagear o aniversariante. Embora convidados pelo Rafael, nem todos da coordenação dos encontros e Conselheiros do Blog puderam comparecer: as férias das crianças e dos netos, as atividades profissionais de rotina dos que ainda estão no mercado de trabalho, as praias e outros passeios já programados talvez sejam algumas das razões para as ausências, mas, tenham certeza, todos os ex-seminaristas foram bem representados por esse quarteto e suas esposas.

As impressões registradas no belo texto do Siovani (vide postagem neste blog)  não deixam dúvidas quanto ao acerto na escolha do local para um inesquecível encontro de amigos e quanto à generosidade da família do Walter: são peritos em receber bem. (Parabéns, Lua! E muito obrigado!).

Rafael nos trouxe, em breve e preciso relato, sua boa impressão dos locais para passeios e hospedagem, inclusive ele demonstra sua preocupação, por justa razão, com a questão dos custos com a estadia.

Localização: a cidade de Nova União faz parte da grande Belo Horizonte e fica a aproximadamente 50 quilômetros da capital. A zona urbana está a poucos quilômetros do antigo Seminário do Caraça, no município de Santa Bárbara, e também próxima  de Catas Altas, de Caeté, onde fica a Capela da Serra da Piedade (1.751 metros de altitude),   de Barão de Cocais   todos esses municípios considerados pontos turísticos de relevância, com suas atrações históricas e suas reservas ecológicas.Tamanho: o município é pequeno, com aproximadamente 6 mil habitantes.

Rafael descreve os locais mais indicados para a hospedagem, inclusive com fotos, e nos dá uma ideia de preços relativos (entre uma pousada e outra). Sobre o local para reuniões, diz ele: "Lua nos mostrou a
Fazenda onde poderemos realizar as reuniões do IV Encontro, nela existe um enorme salão que comporta muita gente. Aliás, a festa do aniversário do Lua, no sábado à noite, foi realizada nesse salão, e havia muita, mas muita gente".

Durante o encontro a se realizar em Setembro de 2012, segundo Rafael, está prevista uma visita ao Caraça, conforme programa já alinhavado. O Caraça fica a pouco mais de 40 quilômetros de Nova União (uma viagem de aproximadamente 40 minutos).

Mais precisamente, com relação ao próximo encontro, o Rafael informa: "Fizemos uma reunião (em Nova União) visando sugerir a data e o programa para o nosso próximo encontro, ficando assim a proposta:

DATA DE REALIZAÇÃO DO ENCONTRO: 14/09/2012 (SEXTA), 15/09/2012 (SÁBADO) E 16/09/2012 (DOMINGO).

SEXTA-FEIRA: apresentação na Fazenda em Nova União às 18:00 horas. Após as apresentações de rotina, haverá um jantar de recepção, com direito a moda de viola e dança.

SÁBADO: pela manhã, visita à Fazenda (da Zona Rural), onde é fabricada a Germana. Em seguida, de ônibus, iremos para o Caraça. Lá, almoçaremos e visitaremos todas as dependências do antigo seminário do Caraça e a reserva existente em seu entorno, que tem cachoeiras e locais para nadar. No Complexo do Caraça, outras duas atrações que os conhecedores do local recomendam com entusiasmo: o célebre quadro “A Última Ceia”, do pintor barroco Manoel da Costa Ataíde, o mais importante do Ciclo do Ouro em Minas Gerais, e a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de arquitetura singular e com vitrais maravilhosos.   Retorno ao final da tarde para Nova União, onde haverá um Jantar à noite com brincadeiras e bate-papo.

DOMINGO: visita à Serra da Piedade, de onde se tem uma vista cinematográfica de toda a região e onde há uma belíssima capelinha. Haverá uma missa para quem se interessar. Lá, almoçaremos e retornaremos, em seguida, para Nova União. Aqueles que desejarem retornar às suas casas poderão fazê-lo à tarde.

Rafael nos enviou diversas fotos com legendas, algumas já foram mostradas na crônica do Siovani e outras seguem abaixo:

Casarão no centro de Nova União

Capelinha dentro da sede da fazenda

Salão dentro da sede da fazenda

Alambique

Hotel Zeta

Pousada da Dadinha.

Nonato e Nazaré dançam na fazenda
Capela da fazenda

Loja com produtos da fazenda


Vista muito parcial de Nova União a partir da capela

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aniversário de Marina e visita do Tupy a Juiz de Fora

Este editor recebeu o seguinte e-mail do nosso colega José Rafael Cabral:

Caro Luiz :

Gostaria que você noticiasse no nosso Blog, duas notícias importantes :

01 - No dia 27/11/2011 foi comemorado o aniversário de Marina, esposa do nosso colega ALFREDO.
      Ele fez um grande almoço para comemorar a data. Todos os nossos colegas encontristas estiveram representados no almoço por mim, pelo Alberto Medina (barata) com esposa e filhos e o Tupy que estava numa cidade aqui perto de Juiz de Fora e veio até Juiz de Fora, especialmente para o almoço. 
O almoço foi ótimo, o Alfredo nos deu muita atenção, no final teve "parabéns prá você", bolo e docinhos.  Mais uma vez, parabenizamos à Marina que estava muito elegante.

02) - Tupy e sua esposa Marina estiveram aqui em Juiz de Fora, de passagem, no início deste mês. Na oportunidade convidamos a turma de Juiz de Fora para um mini encontro na cobertura do Alberto Medina. Estiveram presentes : Rafael, Benone, Nei, Alfredo e esposa, Alberto Medina e esposa, Tupy e esposa. Foi uma noite muito agradável, para variar falamos muito da década de 60 e do nosso seminário.  Discutimos também o nosso próximo Encontro, algumas sugestões foram apresentadas, como a confecção de uma camisa ou um boné com gravação ref. ao IV Encontro.

Foi sugerido também que o Programa do nosso IV Encontro, que se estenderá até o final do  domingo, seja publicado com certa antecedência e que, os itens do Programa sejam realmente cumpridos.
Eu, particularmente, acredito que a turma de BH, que organizará o próximo Encontro, cuidará bem destes detalhes.

Embora a visita do Tupy e de sua esposa Marina, em Juiz de Fora foi muito rápida, pois, eles chegaram na sexta à tardezinha e foram embora para Leopoldina no sábado às 10 hs. da manhã, a mesma foi muito proveitosa, Tupy é uma pessoa muito agradável e inteligente, sem contar a amabilidade de Marina, sua esposa. 
Gostaríamos que outros colegas venham a Juiz de Fora, nossa turma os receberão muito bem.
Anexo algumas fotos dos eventos: as quatro primeiras fotos são da visita do Tupy a Juiz de Fora no dia 03 e 04/11/11.  As demais são do aniversário da Marina, esposa do Alfredo.
Foto 1010344 - Alfredo, esposa e filhos, acompanhados de Tupy, Alberto Medina  e Rafael.
Foto 1010346 - Alfredo, esposa e filhos.
Foto 1010348 - Alfredo, Rafael, Tupy, Alberto Medina, esposa e filha.

                                          Atenciosamente.   Rafael.

Visita do Tupy a Juiz de Fora
Visita do Tupy
Visita do Tupy


Visita do Tupy



Aniversário da Marina. Na foto Alfredo, Rafael, Tupy, Medina e Maria da
Conceição e filha
Alfredo filhos com Tupy, Medina e Rafael

Alfredo, esposa e filhos

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fotos enviada por Rodolfo Leão Rodarte & Júlio Martins

Fotos inéditas cedidas por Rodolfo Leão Rodarte e Júlio Fernandes Martins, de Campo Belo, Minas Gerais, mostra alguns ex-alunos do Colégio Dom Cabral com os ex-seminaristas Tupinambá Pedro Paraguassu Amorim da Silva, Antônio Edes Carraro e Raimundo Nonato Costa.

Em pé, a partir da esquerda, Carraro e Tupy.
Em baixo, não identificados

A partir da esquerda, em pé: Avilmar, Tupy, Carraro, Raimundo Nonato e
Elimar. Agachados: Júlio Martins, Paulo Alípio, Pepita e Ronaldo Gibran.
Foto cedida por Rodolfo Rodarte


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aniversariantes

Aniversariantes por mês
NomeDia
Janeiro
ALBERTO GONÇALVES MEDINA 1
WALTER CAETANO PINTO5
RAHCEL MOREIRA ALVARENGA25
SIMONE M. A. Rocha28
ILDEU DE SOUZA30
Fevereiro
GERALDO HÉLCIO SEOLDO RODRIGUES4
DIRCEU DE PAULA CRUZ7
RAIMUNDO CÉLIO DA ROCHA15
JOSÉ AURELIANO DA SILVA17
MARIA DE JESUS GASPAR DO VALE19
GASPARINA LUIZA DUIN TAVARES25
Março
BENONI FERNANDES BILHEIRO5
CAIO MILAGRES10
SHIRLEY MUZZI13
ROSA ADELINA R.S.23
Abril
MARIA JOSÉ DA SILVA ALFENAS1
ZILDA AVELINA DE MELO4
MARIA DAS GRAÇAS  (ZAZA)10
JOSÉ MARIA FONTES 11
JOSÉ ENGRÁCIO SOUZA16
ANTÔNIO DE ÁZARA MAIA22
JORGE DE OLIVEIRA NEIVA23
EDMUNDO ANTÕNIO DUTRA DO VALE28
CAROLINA MARIA BRUM DE OLIVEIRA30
Maio
RAIMUNDO NONATO COSTA22
NILDA MARIA DE OLIVEIRA29
MAX ORDONEZ F. SOUZA          29
MARILTON BORGES                  31                   

Junho
SEBASTIÃO CARVALHO COELHO1
EUSTÁQUIO DE AZEVEDO SILVA6
JOSÉ GERALDO DE FREITAS OLIVEIRA 8
RITA DE CASSIA V. NEIVA13
ADRIANUS L M PENNINGS16
LEIDA MARIA MOTTA CABRAL22
CÁTIA MARIA LUCHEZI ALFENAS23
MARIA APARECIDA SILVA AZEVEDO25
MARIA LÚCIA OLIVEIRA GAETHO25
JOSÉ ORLANDO BALIZA28
TUPINAMBÁ PEDRO P AMORIM DA SILVA28
ARTUR MEIRA DE MELO29
Julho
FRANCISCO SALES3
SIOVANI RODRIGUES MOREIRA6
JUDITH B. SEOLDO11
MARIA EDWIGES ALV. DOS SANTOS11
JULIETA SOUZA COSTA11
ANDRE A. B. SEOLDO (FILHO DO SEOLDO)11
ANTÔNIO DELDUQUE ALVARANGE 18
JOSÉ NICODEMO COSTA22
Agosto
ZULMA FERREIRA DE SOUZA1
JOAQUIM MACABEU DE SOUZA1
CIBELE VIEIRA TEIXEIRA COELHO9
MARIA ALICE (MAICE)16
ROSA HELENA B.L. DE SOUZA17
JOÃO HENRIQUE DOS SANTOS21
LEANDRA MARIA MIRANDA23
TIÃO ROCHA30
Setembro
MARIA APARECIDA S. NEVES8
JOSÉ TITO GONÇALVES10
JOSÉ MARIA DA SILVA GAETHO11
MARLY GOMES ALVARENGA13
MARIA AUXILIADORA R. MILAGRES15
ROSALINO JOSÉ MIRANDA17
HENRIETTE M. K. GUNNEWIEK19
MARIA JOSÉ APARECIDA BALIZA26
Outubro
OLÍMPIO JOSÉ DA SILVA 5
MARÍZIA MILAGRES RODRIGUES SOUZA8
NEY SILVA TAVARES15
LUIZ HENRIQUES ALFENAS20
MARIA DE  LOURDES OLIVEIRA MAIA - CIDA23
JOSÉ RAFAEL CABRAL24
NATHALIE R. S. HINMAN (FILHA DO SEOLDO)27
MARINA TEREZINHA RIGOTTO DA SILVA28
Novembro
JOÃO MOREIRA DE OLIVEIRA6
SÍLVIA REGINA COREA DOS SANTOS16
MARIA CONCEIÇÃO M. MEDINA24
ALFREDO DIAS DA COSTA24
GABRIEL NEVES DE SOUZA27
BENEDITA CARVALHO28
VALDECI BARBOSA DE PAULA29
Dezembro
MARINA BARBOSA DA COSTA8
NAZARÉ DE FÁTIMA V. DA COSTA11
MARIA FÁTIMA S. FERREIRA 15
LIANA BORGES AMARAL15
EDGARD MIRANDA ALFENAS21
ROSIMERE ASSIS DE ANDRADE MOREIRA27
ANTÔNIO JOSÉ FERREIRA30
MARCOS ANTÔNIO ROCHA31

Crônicas de uma Saudade por Siovani Rodrigues Moreira

Crônicas de uma Saudade - 6   
                                                          
6 – Crônicas de uma Saudade


Autor Siovani Rodrigues Moreira




O vento sopra onde quer, e lhe ouves a voz, mas não sabes de onde ele vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”                                                                              (João 3,8)


Já me perguntaram o porquê desse título, embora já o tenha deixado transparecer antes, vou tentar explicar um pouco a respeito dessa Saudade.


Quando nasci, uma série de enganos parece ter ocorrido simultaneamente. Esta impressão ficou devido a certos eventos um tanto, como dizer, no mínimo curiosos.


O primeiro engano parece ter ocorrido a respeito do momento do nascimento, pois me foi dito, alguns anos depois, evidentemente, ter nascido cerca de onze horas da noite do dia 5 de julho, mas um tio insistiu para que me registrassem no dia 6, pois este era o dia de seu aniversário, e assim foi feito, fui registrado como nascido a uma hora do dia 6. E por causa dessa pequena alteração é claro que os céus ficaram muito confusos com qual horóscopo eu deveria ser conduzido, portanto, nasci com o ascendente no signo da confusão.


Além dessa confusão de dia e hora, não é que mudaram também o lugar do meu nascimento? Pois é, nasci em Itaperuna, estado do Rio de Janeiro, onde morava minha avó, para onde minha mãe foi para ter sua assistência naqueles dias, e fui registrado como nascido em Miracema, cidade vizinha também naquele estado. Pois então já eram duas enganações que aprontavam com meu horóscopo, além da camuflagem do dia e hora, também o lugar estava deslocado. Acredito que o diabo deve ter-se aproveitado bastante da situação.


Acham que parou por aí, ainda não. Itaperuna e Miracema são cidades fronteiras de Minas Gerais e logo toda a minha vida seria desviada para este estado. Sou tão mineiro quanto qualquer um nascido em Minas, embora o diabo tenha tentado enganar-me. Mais estranho ainda, meu pai contou-me que, nascido em uma fazenda, ela pertencera a Minas Gerais, com adequação das fronteiras mudou de lado. Vejam, minhas raízes mineiras são bem mais profundas. Faz-me lembrar um causo contado pelo Boldrin em que um fazendeiro turrão ficou insatisfeito porque, ao alterar as divisas entre os estados, mudaram sua fazenda de Minas Gerais para São Paulo e, de imediato, pôs à venda sua fazenda. Quando lhe perguntaram por que estava ele vendendo seu torrão, onde nascera e criara sua família, respondeu que ele não se dava bem com o clima de São Paulo. É mais ou menos por aí, estou bem identificado com o jeito mineiro de ser, encravado no meio das montanhas e no meio de mim mesmo, este morro muito mais difícil de ser transposto.


Agora vejam, outro fato estranho foi que parece que se enganaram com o meu nome, pois deixa a impressão de um erro cometido por um escrivão incompetente como tantos havia por esses interiores. Talvez eu devesse chamar Giovani, tradução italiana de duas grandes personagens dos evangelhos para o nome de João, mas não, meu pai nem me soube explicar de onde ele leu esse nome, mas foi intencional mesmo. Assim fui pela vida afora com um nome que ficava parecendo um erro, algo assim como Soão. Não estou reclamando, ele me deu uma identidade que nem necessita de um sobrenome para identificar-me, o que pode ser um problema no caso de não me comportar muito bem.


 Acho que fiquei divagando e perdi o senso, deixem-me voltar para o objetivo deste texto. Mesmo com todos os enganos fui criado por uma família católica, bem dentro da igreja, posso mesmo dizer quase dentro do altar, participando de todas as festas com uma alegria imensa por cumprir meus deveres e tendo que inventar alguns ridículos pecados para não ter que toda semana confessar os mesmos e iguais. Logo que tive suficiente idade fui coroinha e para a felicidade de todos parti, aos dez anos, deixando minha família.


E parti para o cemitério. Não, desculpem-me pelo lapso inconsciente, parti para o seminário, por isto toda a minha família ficou feliz, não foi porque estava livre de mim como podem ter imaginado. Fui para Campo Belo iniciando minha jornada como mineiro. Era 1964. Naquele tempo levava dois dias na viagem, de Miracema ia a Leopoldina e a manhã do primeiro dia ia embora; à tarde fazia o percurso para Juiz de Fora, onde dormia na casa paroquial da Igreja de Santa Rita de onde guardei boas lembranças de um padre camarada (Padre Haroldo); no dia seguinte embarcava para Belo Horizonte onde chegava pela hora do almoço e, à tarde, finalmente tomava o ônibus que me levaria a Campo Belo. Este percurso tornou-se importante em minhas memórias pelo que, muitos e muitos anos depois, um dia me revelou uma estranha coincidência que espero contar em outra crônica.  


Como menino que era, tive momentos bons e ruins pelos três anos que lá passei, mas como a adolescência foi se instalando, junto com ela fui perdendo a essência de criança que podia acreditar em tudo que afirmavam. E crescia comigo a ciência e a capacidade de criticar e as dúvidas foram tomando-me. Foram muitos os padres com quem por lá convivi, dos perfis mais variados, desde aqueles onde podíamos enxergar uma piedosa devoção até àqueles onde víamos pura vaidade e arrogância, e outros mais como em qualquer porção de nossa sociedade. Antes que me façam a pergunta sobre abusos, coisa comum de ouvir quando digo que estive no seminário, respondo que nunca sofri e nunca soube que quaisquer dos meus colegas os sofressem.


Meu primeiro grito de independência foi dado no final daqueles três anos. Eu sabia que iria causar um rebuliço na família, mais que rebuliço, uma enorme decepção, mas mesmo assim, ao voltar para casa de férias, comuniquei a todos que não retornaria e que nada poderia ser feito para que eu o fizesse. Tive compaixão das minhas tias.


O lapso que cometi acima a respeito do cemitério talvez tenha sido porque lá também ficou enterrada a minha crença na igreja, e, consequentemente, por confundir o continente com o conteúdo, em coisas do espírito. E sem eu perceber que era esta a falta, a aridez foi tomando conta do meu ser e eu fui adentrando um deserto onde passei a conhecer só a sede, ou a morte (“...e deixa os mortos sepultar seus mortos”, Mt 8,22).


E fui subindo a escada, ora empurrado, ora empurrando. A dor maior não era causada pelo tamanho dos degraus, mas em ver aumentar o abismo que ia crescendo, deixando-me tão distante daquele ser que podia se perder no mundo dos seus gibis em aventuras de Tarzan, do Zorro, do Cavaleiro Negro e muito outros heróis, mas também podia acreditar quando lhe falavam do Amor. Talvez aquele menino pudesse vislumbrar sem entender os reais motivos que este era o mote que existia em todas aquelas aventuras de heróis e jornadas fantásticas. E durante a subida a desilusão de um Dom Quixote retornado à racionalidade suprimia qualquer possibilidade de contato com aquela Esfera.


A saudade foi crescendo, camada por camada, e tornou-se tão doída, tão desesperada, que quando não mais parecia ser suportável houve um choque quando alguém sussurrou que era possível vê-lo renascer, que era possível ressuscitá-lo. E foi quando um velho amigo fez-se vivo.


... ele já estava lá...



                       ***