sábado, 5 de março de 2011

Um Espertalhão (Ipsis litteris)

O espertalhão
Certo rapaz de uma cidadezinha beira mar, achando-se sem recursos econômicos, resolveu pregar uma boa peça ao agente do correio local, e ao mesmo tempo se munir de dinheiro de que precisava. No outro dia bem cedinho, foi ao correio e mandou lavrar uma caixa, na qual podia ler o seguinte: Pedra Preciosa. Valor Cr$20.000,00. O agente do correio, querendo ser o tal, olhou aquilo com desprêzo, mas bem diz o ditado "Quem desdenha quer comprar". Mas êle não queria comprar e sim roubar. E foi com aquela caixinha que no mesmo dia, à trdinha, êle fugiu pensando ter em suas mãos uma bela quantia, pois a pedra pensava ele vale talvez mais do que Cr$20.000,00. E assim continuou a caminhar despreocupado. Mas no caminho recebeu um aviso de que a polícia o estava seguindo; não se mostrou muito assustado, e continuou a divagar por aquelas bandas. No outro dia de manhã, teve a vontade de ver a tão bela pedra mas ao abrir a caixinha, viu sòmente no fundo uma pedra simples. Que decepção! Quis êle voltar, mas foi impossível, pois a polícia já o procurava. Então fugiu para longe, atirando fora a pedra. O rapaz da cidade ficou alegre por seu truque triunfar, e foi muito mais alegre para casa, com 20.000,00 pela pedra e 3.000,00 pelo que tinha paga para o transporte.
Luiz Henriques Alfenas
2.a série

Artigo sobre Tiradentes (sem título)

(Dificuldades técnicas não nos permitiram a edição da matéria.  Fica o registro de autoria. Cópias do original podem ser encaminhadas aos interessados)
José Eustáquio Starling.
Admissão

sexta-feira, 4 de março de 2011

ANIVERSÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ REIS (Ipsis litteris)


ANIVERSÁRIO

       Foi no dia 16  de maio que o Professor José Reis fêz mais um natalício.
       Nós o recebemos com uma festinha.
       Depois que acabou a festa: veio um belíssimo bôlo para todos da Admissão.
       Tomaram parte nesta festa: Weliton, Oiser, Antônio Custódio "Pigmeu", Pedro, Antônio Luiz o "Picolé", Oswaldo, Aloysio, José Eustáquio, Geraldo Lemos, Evair e Ildeu.
       Em primeiro lugar ouvimos um discurso por Weliton, falando sôbre o professor.
       Depois houve uma poesia - por Pedro, Oswaldo e Antônio Luiz o  nosso grande "Picolé".
       Em seguida Ildeu declamou outra poesia.
       Em quarto lugar uma poesia por Antônio Custódio o grande "Pigmeu".
       Em quinto lugar uma poesia por Aloysio, Oiser e José Eustáquio.
       Em sexto lugar mais uma poesia por Geraldo Lemos.
       Em sétimo uma poesia por Evair.
       E em último lugar um canto, por todos alunos, que se chama Io Vivat.
       Depois o professor José Reis falou algumas palavras bonitas agradecendo a todos nós. 
       E após terminar de falar,  êle disse: hoje não posso dar arguição porque não sei dar nota, e estou muito alegre de receber esta surpresa que eu não esperava, para mim foi uns dos melhores tempos que passo em minha vida. 
       E depois todos nós fomos comer o bôlo com êle.
       Também foi muito aplaudido o professor e o nosso colega Antônio Luis o "Picolé", porque além de declamar bem uma poesia, foi lá na frente e perguntou ao professor se êle queria um picolé, porque estava fazendo muito calor. 
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Weliton de Oliveira. Admissão
      

O grito do Ipiranga (Ipsis litteris)



O grito do Ipiranga
       Nesta gravura há lindas palmeiras, e uma linda escadaria de mármore. Em cima da escadaria estão as estátuas dos grandes vultos do Ipiranga.
       Aí estão D. Pedro e seus companheiros com a espada na mão.
       D. Pedro tirou sua espada e gritou: Independência ou Morte. Todos tiraram a espada e responderam Independência! Estas estátuas estão em S. Paulo. Tôdas as vêzes que os militares passam ali, tiram o chapéu e fazem continência, pois na mão de um dos companheiros de D. Pedro está a bandeira do Brasil.
       Também todos devem respeitar a bandeira, porque nós somos brasileiros e temos que honrar nossa pátria, pois a ela é que pertencemos.
Antônio Custódio  de Assis
    Admissão

Os Árabes (Ipsis lítteris)

      
       A Arábia é a  mais ocidental de tôdas as três penínsulas do sul da Ásia. Está situada ao sul da Anatólia, entre o Mar Vermelho, o Golfo Pérsico e o Mar das Índias.  Ao  norte predominam longos e áridos desertos onde não há habitações e onde não medra a mais comum entre as plantas.
       Êste deserto foi sempre uma boa fortificação contra os invasores.
       Há aí alguns oásis, onde os pastores erguem suas cabanas e ficam vivendo. Nas zonas do litoral, principalmente a sudeste, existem as terras mais férteis da Arábia, onde há habitações e plantações; é o único lugar onde se pode viver.
       Os árabes são brancos de origem semita da  mesma raça que os hebreus. Desde os tempos mais antigos a Arábia foi  habitada por êstes povos. Distinguiam-se pelo espírito guerreiro. Agrupavam-se em tribos algumas das quais nômades.
       Os Nômades preferiam cuidar de suas cabras e camelos no deserto, onde muitas vêzes assaltavam caravanas e as pilhavam. Êles tinham seu  chefe, ao qual  chamavam de xeque, que era um ancião venerável.
       A  religião primitiva dos árabes era politeísta. Na cidade de Meca havia um santuário comum, de enorme construção cúbica, ao qual chamavam de Caaba, onde se encontravam centenas de ídolos de pedra, com formas humanas ou de certos animais. Êste templo, diziam ter sido construído pelo patriarca Abraão. Os ídolos eram adorados em cima de uma pedra negra, que o arcanjo Gabriel trouxera alva e resplandecente, a qual se tornou negra pelo pecado dos homens.
       No século VI Maomé fundou na Arábia uma nova religião, monoteiísta, cuja propagação se fez pela "Guerra Santa". Os árabes diziam que o fundador desta nova religião, Maomé, era o mensageiro de Alá. Essa doutrina chamava-se  Islamismo, isto é: dirigir-se em oração sòmente a Deus.
       Órfão e sem recursos, Maomé, quando moço, ganhava a vida dirigindo as caravanas de Kadija, uma viúva muito  rica, com a qual casou aos vinte e cinco anos. Quinze anos mais tarde entregou-se ao retiro e meditação, e dizia ter muitas visões.
      Em 622 Maomé foi condenado à morte; por causa disso fugiu da cidade acompanhado por oitenta prosélitos e encontrou refúgio em Yatreb, cujo nome foi mudado  para Medina-el-Naby, istó é, cidade do profeta. Em 630 tomou a cidade de Meca e mandou destruir todos os ídolos que se achavam na Caaba. Dois anos depois da tomada de Meca, o profeta morreu.
       A doutrina do Islamismo está contida no Alcorão, o livro santo dos maometanos, seu código religioso, social e político.
       Sôbre o modo de rezar, nele está escrito: "Quando vos dispuserdes à oração purificai antes o rosto, as mãos até aos cotovelos, a face até as orelhas, e os pés até os tornozelos". "No mês de Ramadã, comer e beber só vos é permitido até o momento em que a claridade vos deixar distinguir um fio branco dum preto".
       Os mamoetanos acreditam na imortalidade da alma e na existência de um só Deus, Alá, e Maomé é o seu profeta.
       Os árabes foram também ótimos conquistadores pois, em um século estendeu-se seu império dos Pirineus ao Himalaia.
                                     José Aureliano Da Silva.
                                             3a. série.
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TROVAS

"Há pessoas neste mundo
de uma grande presunção,
quem me dera eu ser a metade
do que elas pensam que são"

"Triste passar pela vida,
como a sombra pela estrada,
quando passa é percebida....
passou, não resta mais nada".

"As cabeças de muitas pessoas parecem-se
com as casas, o  andar mais alto é
o pior mobiliado (Bacon)"

"Quem não quer pensar é um fanático;
Quem não pode pensar é um cretino;
Quem não usa pensar é um covarde".

FELIZ NATAL, BOM ANO NOVO, BOAS FÉRIAS.
  

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CRÔNICA DE 1960 (Ipsis litteris)



Crônicas
       Prosseguindo com o conto dos principais acidentes além dos de costume na nossa convivência, vide adiante o período em que vivemos de 5 de Outubro até nossa saída para as férias (9 de dez.).
       Em primeiro plano, surgem as brincadeiras, cujo tempo vivido, às vezes se prolongam ou então é quase efêmero. O certo é que em determinada época do ano tornam a voltar.
       Foi o que se deu com as bolinhas de gude. Pe. Cornélio trouxe de sua terra novas e bonitas bolinhas de gude, que distribuídas, entre nós iniciaram um jôgo muito simpático a todos. Jôgo êste de ganhar ou perder, quer dizer, "a valer". Interessante é que as bolinhas holandêsas estão bem guardadinhas (para levar para casa) enquanto que as disputadas, são as brasileiras, velhas ou manjadas. Nos primeiros dias, há um pouco de confusão por causa das regras mas, dá-se um jeitinho e temos as regras próprias do seminário.  

Como acontece com todos os brinquedos, êste também foi-se extinguindo paulatinamente.






       É certo "a pelada e voleibol", um outro divertimento que vem atravessando o ano todo é o jôgo de botão. Êste, numa palavra, é próprio dos pequenos, porque os maiores gostam mais de ler ou ouvir rádio. Quanto ao futebol e voleibol, estamos parados. Parados assim, não topando com outro  quadro, porque aqui principalmente futebol, nunca morrerá. Se é paixão dos brasileiros como alguns dizem, é pelo menos o melhor meio que temos para as conversas, para passear, para assistir aos jogos aqui na cidade.
       Fizemos uma partida de voleibol com os ginasianos. Coitados! Suaram para sair do zero, o que mostra não haver necessidade de não dizer quem venceu.
        O nosso espírito neste fim do ano é outro. Nossos pensamentos, nossas conversas têm como alvo os exames, aquêles dias que resumem  todo ano escolar.  É justo que tenhamos algum receio, porque perder um ano! Graças a Deus, já chegaram, já passaram, levando as pragas de uns e os louvores de outros.
       Por duas vêzes, deixou-nos o nosso diretor: a primeira, indo a Belo Horizonte para lá passar o décimo aniversário da paróquia de Santa Teresa nas mãos dos Crúzios, o que era muito natural, tendo sido êle o primeiro vigário de lá; a segunda, levando a Juiz de Fora o seminarista Francisco Afonso cujo pai lhe faltara.
       Domingo das Missões, 23 de outubro, esteve nossa Congregação Mariana em movimento pela quarta vez no ano. Como parte principal, sobressaiu o discurso de Marcos Antônio sôbre o ferenho e ameaçador inimigo nosso: o comunismo.
       Depois de muitos choros, reclamações, deu-se o que há muito havia sido planejado: um piquenique temporão. Foi no nosso lugarzinho costumeiro no rio Jacaré em Santana.
       Acompanhou-nos Pe. Clemente que não teve um instante de sossêgo. Tinha mêdo de que alguém se afogasse! Ainda mais desorientado ficou depois que viu alguns passando um bocado de apêrto para safar-se da água.
        18 de novembro, sexta-feira, no meio das provas parciais, um dia de folga. É claro! Pois é o dia do aniversário do Pe. Diretor; é o dia de fazermos um passeio, é o dia de passarmos bem, um dos melhores do ano. Mas quase que ficamos aqui, porque já amanheceu chovendo e o tempo estava mal. Pareceu que com a choradeira e o desespêro fizeram-no além de bom, até muito propício.
       Asistida a missa, com cântigos, tomados os cafés (duas vêzes) raspamos para a usina elétrica de Candeias. Lugar longe, mas ótimo.
Um acontecimento que muito deu que fazer e falar foi a captura de um mico na viagem. Diziam-se que êle era um novo seminarista, etc... mas, qual  foi o espanto quando depois de três dias viemos saber que em vez de mico era uma mica!



Nuns dias assim é a barriga que mais fica cansada, porque  não  enjeitamos nada, somos tal qual bando de gafanhotos; apesar da muita merenda, não poupamos os pés de frutas com que topamos (manga verde, côco, ingá). É bom lembrar que um pouco antes, dia 13, quase limpamos os pés de jabuticabas de um vizinho que nos convidara para chupar algumas!
       Entre as provas escritas e orais, para ganharmos mais ânimo, fizemos uma espécie de teatro, exclusivamente para nós e os padres, apenas três. Incialmente parece que estava meio sem "sal", frio , etc. Porém, com a aparição de alguns que têm mesmo jeito de palhaço, passamos uns instantes gozados.
       Calma e lentamente passam os útlimos dias.
       Tendo em vista só o dia 9 parece-nos que os outros se vão preguiçosamente fenecendo a não quer pôr término nunca nêste ano da graça de 1960.
       Nossa alegria é grande. Projetos e mais projetos já foram traçados para as férias. Há dois aqui que estão contentes qual duas criancinhas, só porque irão gastar sua férias em suas próprias casas no Pará, após estarem aqui aproximadamente quatro anos. Que sejam felizes e levem aos seus um pouco de Minas.
       Ganhamos mais dois dias de férias pela entrada do novo Superior Regional eleito: Padre Arnaldo Van Cuyk.
      Olhando-se para a esquerda do ginásio vê-se a desoladora construção do campo de futebol. É um azar! A máquina vem, trabalha uns dias, quebra e fica quase meio ano na oficina.  A enxorrada que  não se desvia mesmo, leva tôda a terra fazendo do campo um não sei que de buracos. Já duas vêzes se deu isto e o campo está na mesma.
       Bem, agora vamos para casa, dando aos padres e às cozinheiras um pouco de alívio.
       A todos boas férias; aos leitores Feliz Natal e Própspero Ano Novo.
                 Geraldo Hélcio Seoldo Rodrigues
                                                 4a. série






Resultado final do ano escolar de 1960
Total de seminaristas: 30
Arpovados:                 25
2a. época:                    1
Reprovados:                4
 No próximo número daremos uma relação mais completa
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fotos cedidas por Rodolfo Rodarte

Recebemos e-mails de Rodolfo Rodarte com fotos muito interessantes do Seminário nos anos 1940 e com fotos mais recentes de estudantes e professores do Colégio Dom Cabral.
Solicitamos-lhe algumas informações que permitissem a sua identificação e a autorização para publicar as fotos, seguem os textos de dois e-mails que ele nos enviou em resposta à nossa solicitação:

Comecei a estudar aos 13 anos no Colegio Dom Cabral de 1969 a 1975, lembro pouco dos seminaristas ,vendo o blog, achei bacana o encontro e, como tenho algumas fotos antigas, resolvi enviar- lhe algumas relacionadas ao seminário; a foto que tem alunos do ginásio tem  o seminarista Muniz que não conheço e o padre Luiz que conheci no encontro de ex alunos.

Esqueci de mencionar, conheço o José Tito de quando eu tinha uma farmácia em Campo Belo e ele era representante do Laboratorio Abbot. As fotos poderão ser divulgadas sim.
Rodolfo


Foto 154 II Encontro de ex-alunos do Colégio Dom Cabral em 1995

Foto 155 Alunos do Colégio Dom Cabral em 1954
Foto 156 Largo da velha Matriz - Década de 1940

Foto 157 Praça Cônego Ulisses - Década 1950