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terça-feira, 24 de maio de 2011

Documentário da passagem pela Irlanda, por Antônio José Ferreira (Santana).

Foto 190 Antônio José e Fátima em
Dublin. Aqui, na frente do Pub mais
famoso da cidade.
Em meus sonhos de viagens, nunca imaginei ir até a Irlanda, mas um dia, quase sem perceber, lá chegamos. No aeroporto estavam nos esperando o Patric e a Marcela, com um lindo buquê de rosas para a Fátima. Foi por causa deles que nós tínhamos ido à Irlanda e eles nos receberam com a maior generosidade e amabilidade.
Foto 191 Antônio José, Fátima e o
e o casal generoso e amável, Patric
e Marcela
Em postagem anterior já relatei a surpresa com que o Patric nos brindou, levando-nos até Liverpool. Muito mais não puderam fazer, porque a nossa passagem pela Irlanda foi muito rápida e, além disso, coincidiu com uma semana de intensa atividade para o casal. Conforme expus anteriormente, o Patric e a Marcela foram para a Irlanda com o principal objetivo de dominar o Inglês. Ficamos sabendo que muitos brasileiros vão para lá com a mesma intenção. Talvez, possa falar disso em outra oportunidade. Mas, o importante, naquele momento, é que o Patric e a Marcela iriam coordenar um encontro de casais, que eles haviam programado para o fim de semana, envolvendo alguns brasileiros.




Este mapa pode ser visto em tamanho grande, clique aqui Percurso a pé: saindo de 'A' da Rua North Portland St, entrando à esquerda na North Circular Road, contornar à direita na Fitzgibbon St. Por esta, seguir em frente até a esquina da igreja na Gardiner Row com Parnell Square East (passando por Mountjoy Square N, Gardiner PI e Great Denmark St), descer pela Parnell Square St até o fim da O’Connell Upper (onde se encontra o Dublin Spire), seguir pela O’Connell Lower e atravessando a ponte O’Connell sobre o Rio Liffey entrar na Westmoreland St e, daí, seguir até o Stephen’s Green, passando pelo calçadão da Grafton St.



Foto 192 Antônio e Fátima na ponte
sobre o rio que divide Dublin.
Assim, na manhã do dia seguinte, que era um domingo, o Patric nos levou a pé para conhecermos o centro da cidade, enquanto a Marcela foi para o encontro cumprir sua função inadiável de recepcionista e secretária. O percurso da residência do casal ao centro é relativamente curto, de modo que rapidamente, após dobrarmos duas esquinas e caminharmos um pouco mais, chegamos à avenida principal, onde fica a igreja presbiteriana Abbey. O Patric nos explicou: “tenham sempre como referência a Igreja, sua torre esquerda mais alta pode ser vista à distância”. Virando à esquerda, nesta esquina, já estávamos no eixo principal da cidade. A igreja fica numa colina não muita elevada, de modo que a partir dali, descemos suavemente para o centro, que fica em direção sul. Pelo caminho, o Patric foi mostrando algumas construções e prédios históricos até chegarmos a um monumento, à semelhança de uma agulha muito alta (120 m), conhecido como Dublin Spire (clique aqui para ver o Dublin Spire), que fica bem no meio do cruzamento da Rua O’Connell Street com Henry St e serve de referência e orientação. Descendo um pouco mais, chegamos à ponte O’Connel sobre o rio Liffey, que corta a cidade de Dublin ao meio, onde tiramos fotos (Foto 192). Após atravessar a ponte, viramos obliquamente à direita e seguimos em frente, e na esquina da Rua Grafton St com Suffolk St tiramos uma foto da estátua de Molly Malone.
Foto 193 Santana e Fátima na frente
da estátua de Molly Malone

Molly Malone era uma jovem mulher, muito bonita, que vendia mariscos e mexilhões, empurrando um carrinho e gritando “crockles and mussels alive...alive”, e um dia foi encontrada morta no meio da rua, provavelmente, de febre tifoide, o que, todavia, parece que não foi completamente certificado. Este fato aconteceu há mais de 300 anos e Molly Malone tornou-se uma personagem legendária, celebrada em poemas e canções, sendo que uma delas, intitulada Molly Malone, também conhecida como Crockles and Mussels em referência aos mariscos que ela vendia, tornou-se uma espécie de hino não oficial de Dublin. Nos anos recentes, esta canção tem sido interpretada por vários cantores internacionais, incluindo Bono Vox do You 2, o famoso roqueiro irlandês.
Foto 194 Roqueiros no calçadão da
Grafton St ... futuros You 2
Seguimos pela Grafton St, no segmento da rua transformada em calçadão, ponto de apresentação gratuita de artistas e cantores, onde, de vez em quando, até o próprio Bono costuma dar sua canja para seus conterrâneos e os felizardos turistas que tiverem a ventura de estar ali na hora certa, que, não foi o nosso caso. Indo em frente, passamos por vários cruzamentos, até chegar ao Saint Stephen’s Green Park.
Chegando ao Stephen’s Green, resolvemos liberar o Patric para que ele fosse para seu encontro. Como nossos celulares não estivessem habilitados na Irlanda, no dia anterior a Marcela deixara o seu celular com a Fátima, para facilitar a nossa comunicação, naquele domingo. Combinamos com o Patric que eles ligariam para nós mais tarde e marcaríamos encontro em um lugar qualquer no centro da cidade, para continuarmos o passeio em companhia deles.
Foto 195 Fátima no parque Stephen’s
Green (antes do susto)
Após o Patric nos deixar, a Fátima e eu entramos no parque. Este fica bem no coração de Dublin tanto no sentido geográfico como sentimental, pois é um local propício para reflexão e repouso espiritual. Antes de iniciarmos a caminhada pelo parque, resolvemos nos sentar para descansar um pouco. A Fátima pensou em pegar o celular e levou um susto ao verificar que ele não estava em sua bolsa e concluiu que, provavelmente, o esquecera no apartamento. 

Foto 196 Santana no parque (depois do
do susto). Indiferentes e despreocupadas,
as árvores hibernam.
De repente, os nossos planos iniciais foram por água abaixo. O que fazer? Voltar ao apartamento para pegar o celular? Não, pois iríamos perder muito tempo e talvez não encontrássemos a casa, pois, de tão despreocupados, nem sequer tínhamos anotado ou decorado o nome da rua. 
Como se diz: “estávamos num mato (ou melhor, na cidade) sem cachorro”.

Foto 197 Fátima curte homenagem a
James Joyce
Enfim, chegamos à conclusão que seria melhor relaxar e curtir o nosso passeio e mais tarde voltar para casa da melhor forma possível. Assim fizemos e, sem mais nos preocuparmos no momento, passamos a desfrutar de todas as belezas daquele inesquecível parque. Levantamos do banco e fomos andando pelas alamedas, observando e fotografando tudo que achávamos interessante como estátuas, árvores floridas, lagos, pássaros, bem como algumas estátuas como a do famoso escritor irlandês James Joyce. Registre-se um dos pensamentos desse autor, que passou parte de sua vida longe da Irlanda e, apesar disso, baseou toda sua ficção em personagens familiares: “sempre escrevi sobre Dublin, porque se eu puder compreender o coração desta cidade, posso compreender o coração de todas as cidades do mundo, pois em uma fração do todo se contém toda a universalidade”.

Foto 198 Santana: "imagine um cisne levantando voo neste cenário"

No parque, a foto que poderia ter sido nossa melhor foto, nós a perdemos por não estarmos com a câmera preparada. Foi quando sentados embaixo de uma árvore, que com seus galhos secos pendentes lembrava o inverno findo, admirávamos o lago em frente, onde nadavam patos, gaivotas e marrecos. Então, à meia distância, um belo cisne começou a se levantar da água, de início um voo lento e rasante, todavia mostrando toda sua força e formosura ao soerguer-se da água, delineando uma linda imagem digna de estar emoldurada em uma parede de sala.
Findo o nosso passeio pelo parque, saímos pelo mesmo arco que fica em frente ao Stephen’s Green Shopping Center, onde entramos e, depois, passamos a fazer o tradicional passeio por lojas até por volta de três horas da tarde, quando decidimos retornar para casa. Foi o momento de percorrer o caminho de volta, buscando ansiosamente as nossas pegadas de ida, representadas por letreiros, estátuas e pontes, que ficaram marcadas em nossa mente. Como foi bom avistar de longe o “spike” em forma de agulha e as torres da igreja presbiteriana! Chegando à esquina da igreja, viramos à direita e seguimos até próximo do estádio Croke Park, que fica perto da casa do casal, questão de uma esquina. Chegar novamente em casa e encontrar o Patric e a Marcela, que já haviam entendido o acontecido, foi um alívio e mostrou que, apesar de nossos deslizes, conseguimos nos orientar bem no centro de Dublin, mesmo sendo pela primeira vez.
Foto 199 Santana, Fátima, Marcela e
Patric - lembranças da região dos Pub's
À noite, após a missa assistida no convento dos Jesuítas, com acompanhamento musical de um coral maravilhoso, fomos conhecer os pubs de Dublin, que se concentram numa região conhecida como Temple Bar. Na verdade Temple Bar é um dos primeiros pubs de Dublin, que deu origem ao nome de toda a região dos pubs (vide foto 190, no início desta postagem). Os pubs funcionam principalmente à noite, quando apresentam músicas e shows de danças. A região de Temple Bar localiza-se à margem direita do Rio Liffey, não muito longe do Stephen’s Green e a oeste de Westmoreland Street. Vale a pena visitar este ponto de passagem diário de muitos irlandeses e turistas, que geralmente saem de lá bastante “calibrados”.
Foto 200 Marcela, Patric, Fátima e
Antônio José animam-se ao entrarem
na região dos Pub's
Os irlandeses constituem um povo muito parecido com os brasileiros por sua alegria e receptividade, um pouco diferentes dos outros povos anglo-saxões, que geralmente são mais fechados e frios. Suas músicas são alegres, engraçadas e, também sentimentais e amorosas, muito agradáveis ao ouvido sensível a uma boa música. O leitor, querendo apreciar algumas, eis uma boa amostra, no link Canções Irlandesas