quarta-feira, 30 de março de 2011

O SEMINÁRIO E O COLÉGIO DOM CABRAL - FOTOS DOS ANOS 1960.

Fotos recebidas  de Rodolfo Rodarte ilustram bem a conexão entre a Escola Apostólica Santa Odília e o Colégio Dom Cabral. As duas escolas compartilhavam espaços,   professores e filosofia de ensino. Aulas complementares, exclusivas para os seminaristas, completavam o  ensino com o  latim e educação religiosa.  
Foto 158 Padre Geraldo e Padre Luiz entre autoridades de Campo Belo. Final dos anos 1960
Foto 159 Padre Agostinho participa de Pic Nic na usina de Candeias em 1967. 
Foto 160 Padre João Maria junto à turma do 1o. científico Dom Cabral em 1967
Foto 161 Wagner Cardoso, padre Cornélio, padre Clemente e o professor Antônio Vicente


Foto 162 - O ex-seminarista José Nicodemus Costa entre os alunos do
Colégio Dom Cabral em 1967.

segunda-feira, 7 de março de 2011

VIDA MISSIONÁRIA (Ipsis litteris)


VIDA MISSIONÁRIA
Jesus Cristo, prestes a deixar a terra, no desejo irresistível de salvar todos os homens, disse a seus discípulos: “Ide e pregai a todos...” sem exceção dos ricos e pobres, vermelhos, brancos ou negros.
Ainda hoje milhares de missionários de diversas ordens têm pregado e continuam pregando nos quadrantes de terra, a doutrina de Jesus, cheia de amor de verdade e de misericórdia.
A compaixão por uma humanidade transviada e dolorosamente infeliz, leva milhares de missionários aos heroísmos e muitas vezes ao martírio.
Sua missão é especialmente pregar, e evangelizar os povos; e vão até às almas mais desprezadas, mais abandonadas, para levar a elas a verdadeira luz da alegria e da felicidade.
Onde estão essas almas? Em tôda parte. Nas aldeis, nas grandes cidades, mas estão principalmente  nos lugares menos civilizados, por ex: no norte do Brasil, na parte central da África, na Austrália e entre os Esquimõs.
“Senhor, que eu veja! Senhor, ensina-nos a rezar! Senhor, se queres, podes curar-me!”
Êstes são os gritos de milhares de almas que sofrem, que estão precisando de banhar-se no Sangue do Cordeiro, isto é, estão precisando do auxílio de almas generosas que possam mostrar-lhes o caminho da felicidade.
São Pedro na pesca milagrosa recebeu socorro dos outros que estavam à margem do lago. Oxalá recebessem também os missionários de hoje os auxílios dos outros em ocasião tão necessária.
Êstes outros somos nós fiéis, com nossas orações e nossos sacrifícios.
Muitas são as almas e poucos os escolhidos.
Antônio Edes Carraro
3ª. série

HISTÓRIA MISSIONÁRIA (Ipsis litteris)


HISTÓRIA MISSIONÁRIA
       ANTES de subir ao céu, Jesus encarregou os apóstolos de pregar a sua doutrina a todos os povos e batizá-los, para que assim todos os homens se convertessem à verdadeira religião.
       Os apóstolos tinham a idéia de propagá-la a todos, mas só através dos judeus. Coube a São Paulo mostrar o erro dêsse pensamento, dirigindo-se também diretamente aos gentios e tornando-se assim o primeiro missionário.
       Logo a seguir, todos os demais apóstolos (exceto Tiago que ficou em Jerusalém) partiram pra longínquas terras para difundir entre os pagãos a doutrina de seu Divino Mestre. Nêste trabalhos foram secundados por numerosos outros que se entregaram com todas as fôrças a esta sublime missão.
       No início da Idade Média, quando os bárbaros, em grandes invasões, ameaçavam destruir a cultura e civilização existente, surgiram homens corajosos e abnegados que, à custa de grandes sacrifícios e às vêzes da própria vida, conseguiram trazer êstes povos ao seio da religião e da civilização.
       Alguns dêstes ligaram o seu nome à história da terra que evangelizaram: São Patrício, hostilizado no início, conseguiu converter os Pictos e Escotos, habitantes da Irlanda.
       Os Anglos são trazidos à religião pelo monge Santo Agostinho e mais 40 companheiros enviados à Inglaterra pelo papa Gregório Magno.
       Os Francos e Germanos são igualmente convertidos por São Remígio e São Bonifácio respectivamente.
       No início da Idade Moderna, com as grandes descobertas, abriu-se um vasto campo para a ação missionário, para onde acorreram muitíssimos imbuídos no santo desejo de ganhar almas para Deus.
       Sacerdotes de diversas Ordens embrenharam-se nas terras da América, África, e Ásia, em busca do negro e do amarelo para a Igreja de Cristo.
       Nêste mister não podem ser olvidados os trabalhos de São Francisco Xavier nas Índias e no Japão e os de Nóbrega e Anchieta nas terras brasileiras.
       Ainda hoje, depois de vinte séculos, a Igreja vem cumprindo o preceito de Cristo. Muito resta, no entanto, para fazer. Apenas uma quinta parte da humanidade pertence à Igreja de Cristo, mais da metade são pagãos, e o restante são protestantes e cismáticos.
       Contudo, a ordem que Jesus deu não vale apenas para os apóstolos e missionários, mas para todos os cristãos e lhes impõe a obrigação de rezar e de fazer boas obras e sacrifícios pelas Missões.
Max Ordonez de Sousa
1º Científico.  

DESCRIÇÃO: O MÊS DE SETEMBRO (Ipsis litteris)


DESCRIÇÃO
O MÊS DE SETEMBRO
Estamos no mês de setembro, mês da primavera, mês das flôres.
Vocês devem ter notado que, por coincidência quase todos os dias comemoráveis deste mês caem numa quinta-feira. Ocorre-nos o primeiro, o dia 7, quando comemoramos a Independência do Brasil.
Como era de esperar, não houve desfile aqui em Campo Belo devido à situação política do país.
Outro dia comemorativo também foi o dia 14, dia da Exaltação da Santa Cruz. Foi esse dia um feriado especial somente para nós seminaristas e para os alunos do Ginásio.
Neste dia, à tarde, fomos à Usina Velha; lugar onde costumamos nadar frequentemente. Fomos a pé. Chegamos, logo depois chegaram os padres conduzidos pela “Kombi Wolkswagen”. O Padre Cornélio trouxe a sua bola a qual nos divertiu muito: fizemos, dentro da piscina, um joguinho entre Padres X Seminaristas.
Na volta viemos na “Kombi” (em três viagens).
Também, outro dia que não podemos deixar passar sem algumas palavras, é o dia da árvore (dia 21). O principal propagador para que se comemorasse neste dia o DIA DA ÁRVORE, foi José Mariano Filho, em virtude de ser nesta data a chegada da Primavera. Nada mias justo que festejar a árvore, pois ela é quem nos oferece sua sombra, a paisagem e seus frutos.  Além disso nos dá a madeira com a qual fazemos várias coisas.
 Por isso, quando tivermos de cortar uma árvore por necessidade, devemos plantar outra, preservando assim nossas florestas e também nossos mananciais de água cristalina.
Ivair Vasconcelos
Admissão

CRÔNICA: O BARBOSINHA (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
Aí está mais um número de o REPÓRTER CRÚZIO; Aí está mais uma exposição da vida interna do Seminário Santa Odília.
11 de Agôsto – Com o objetivo de ensinar e divulgar certas brincadeiras recreativas, assim como canções folclóricas, veio por intermédio da Diretoria de Esportes de Minas Gerias ( a única no Brasil), êste senhor, bem capacitado do seu ofício, logo na chegada já ganhara a afeição dos seminaristas que lhe foram ao encontro, entusiasmados, sem mesmo o conhecerem. Barbosinha, é para nós o seu nome.
Êle teve um grande sucesso no nosso meio pois, obteve a comprrensão e o instrumento de que necessitava. O seminário tem jeito para tudo. Se se precisava de um palhaço, apareciam dois; de um chorão ou de um declamador, tinha até o trabalha de escolher, e essa enumeração vai por aí afora.
Isso tudo o Barbosinha encontrou; só precisava dizer, e pronto! Não havia acanhamento. Todos estavam dispostos e interessados vendo a boa vontade do homem. Foi justamente isso que lhe deu apoio e ao mesmo tempo êxito. E  como homem experimentado, tendo todas as aptidões, aproveitou-nos e foi divertido por nós: gostou de nós e nós gostamos dele.
Já com os ginasianos houve um grande esperdício. Acanhamento, falta de cooperação e interêsse, como também o exíguo número, cremos que levaram o Sr. Barbosinha a pensar na união e civilização do seminário, ao menos em comparação com aquêles.
Esteve três dias aqui em Campo Belo; não só no seminário, como também em outras escolas. Mas, julgamos que foram os seminaristas que o compreenderam melhor. Como prova disso, sabemos até agora tudo o que êle nos ensinou. Diàriamente ouvem-se cantigas ou assovios daquelas pequenas e engraçadas canções.
Obrigado, portanto, à D.E.M.G.; obrigado ao Barbosinha e bem-vindo seja novamente ao nosso seminário!
O futebol cada vez mais cativa aos seminaristas, seja para jogar, seja para assistir. O clube do seminário fêz sua primeira partida do segundo semestre contra o teimoso Infnatil do Sparta que há muito procura uma desforra. Indignado porém, teve de aceitar desta vêz os 3 a 2 do seminário. Então, o infantil do Comercial, para mostrar sua grandeza, convidou-nos, abateu-nos (3 X 2) e nos instigou para uma melhor de três. Perdemos a primeira e empatamos a segunda. 15 de agosto – Dia da Assunção da SS. Virgem – Como todos os anos, tivemos a reunião da nossa Congregação Mariana daqui do seminário e, logo após, cantamos a missa na Velha Matriz.
28 de agôsto – Dia de Santo Agostinho – Esta data é muito lembrada pelos padres crúzios. Nêste dia uns fizeram os votos de Profissão Religiosa, outros receberam a ordenação sacerdotal. Por sorte, nêste ano, deram-se as bodas de Profissão Religiosa do nosso Diretor, Pe. Humberto. Anotamos com os padres, aqui mesmo, a missa solene, celebrada pelo próprio Pe. Humberto.
Enquanto tomávamos café com mais alguma coisa, Alfredo leu um curto, mas acertado discurso. Pouco depois já se ouvia o barulho da bola no campo. Eram os padres Paulo (doido por uma bola), Haroldo e Antônio. Jogamos um bom tempo com eles. Além dos primeiros dois, estava aqui também o Pe. Artur e o Sr. Firmino, grande cooperador dos padres em Belo Horizonte.
Á noite oferecemos ao Diretor um simples teatro, durante o qual houve diversos cânticos e brincadeiras dos padres.
2 de setembro – Cada um tendo apanhado seu pão e enfiado no bolso, marchamos para a Usina Velha. Nem o sol nem a poeira não nos impediram.
À tardinha, em seguida ao jantar, o Senhor Vilico apanhou-nos com seu  caminhão para fazermos aquêle teatrinho do dia 28 aos meninos da Vila Vicentina.
Dois dias depois, fomos assistir ao filme “Zé Periquito” que, embora não tivêsse arte, ao menos deu para rir um bocado.
Nêsse tempo também os seminaristas do curso  científico começaram a dar catecismo em São Benedito, no alto das Mercês.
Já caira em esquecimento a promessa do Diretor de dar uma sinuca para o seminário (para os maiores), quando mesmo sem darmos tento, a tal já estava sendo armada lá embaixo, na sala de recreio. Enquanto os grandes estão na sinuca muito apegados, os pequenos não largam a mesa de botão.
Já está, e, ainda seria longa demais esta crônica se contar todos os passeios que fizemos, sobretudo na usina Velha. Por outro lado seria injusto se não disséssemos ainda sobre os jogos que assistimos. Foram raros os domingos, que abrange esta crônica, sem que fôssemos a uma partida de futebol, quer seja no Sparta, que no Comercial. Êstes dois clubes, pela antiga rivalidade, tem-se mostrado muito ultimamente, receosos de um ficar por baixo do outro. Isso de todos os domingos haver jogos trouxe para nós , fortes futebolistas, uma viva satisfação, já que temos entrada franca nos dois campos e já que o Diretor é o primeiro a descer o morrinho.
Também não pode deixar de constar entre o futebol, a fremente peleja entre o Tiro de Guerra local e o seminário. (Êste agora com um jôgo de camisas novas)
Ainda que o marcador de 1 a 1 não acusa diretamente nenhum, contudo o Tiro tremeu e viu que topava com uma “união” mesmo: A  União Seminarista, muito mais ...
Se esta crônica não te agradou, leitor, espero que ao menos te fêz saber da vivacidade dos seminaristas. Que não os julgues parados e frios!.
Geraldo Seoldo Rodrigues
1º. Ano Científico

CAMPO BELO DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ (Ipsis litteris)


CAMPO BELO DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ
É nossa principal e primordial finalidade, numa ligeira explanação, transcrever uma simples, mas amorosa saudação a Campo Belo, na quase centenária data de sua emancipação política.
Com sua independência municipal em 1879, há 82 anos, abriu-se-lhe uma porta para o caminho do progresso, para a luta renhida entre a ignorância e as escolas, entre a civilização e o atraso. E tôda a cidade enveredou por êste caminho, disposta a enfrentar e a vencer a nobre missão que lhe foi destinada: implantar nestas antigas plagas despovoadas a civilização, o progresso, que ora se vê, embora em menor escala, nas regiões circunvizinhas.
E essa comodidade, êsse progresso que hoje desfrutamos, não foram adquiridos ex-abrupto, mas decorreram na norma vicissitude dos acontecimentos, ora um período de progresso, ora outro de retrocesso; ora um tempo de agitação, ora outro de estabilidade.
Por isso, não podemos nós dizer que Campo Belo é obra de uns dez anos para cá; seria olvidar aqueles que penosamente lutaram para colocar Campo Belo no lugar de destaque que hoje ocupa.
Que se diga, embora, que Campo Belo progrediu muito nos últimos anos, mas isso jamais poderia ser se não houvêsse aquela base que a geração passada nos legou.
Isto foi Campo Belo no passado, isto é Campo Belo no presente, mas o que será Campo Belo no futuro?
Isto depende única e exclusivamente de nós, jovens de hoje, homens de amanhã. Podemos levar Campo Belo aos píncaros da glória, ou rebaixá-la ao abismo da ignomia.
Por isso, não menos árdua é a obrigação a que estamos sujeitos, de lutar para engrandecer e melhorar Campo Belo, combatendo assim para uma causa nacional que é a salvação do Brasil.
Portanto, à juventude campobelense o nosso angustiado, mas esperançoso grito: acordai, e agi!
Reginaldo Antônio Maia
4ª. série

Aniversário de Campo Belo (Ipsis litteris)


CAMPO BELO CM F Sf.
No dia 28 de setembro comemorou-se mais um aniversário de fundação da nossa próspera cidade de Campo Belo.
Na madrugada dêsse dia, enquanto todos ainda dormiam e a lua caminhava pálida e serena para o ocidente, alguns tiros de festim arrancaram do sono em que jazia a população campobelense.
Logo a seguir houve uma alvorada, que se prolongou até que o sol despontasse oferecida à cidade pela garbosa banda do nosso colégio Dom Cabral.
À Proporção que o tocar das cornetas e o rufar dos tambores iam espalhado no ar, um enorme clarão começa a aparecer no oriente e poucas horas depois a cidade se desperta com a natureza.
O Sol, de uma esfericidade incalculável surge do fundo do horizonte, erguendo-se por trás das montanhas que circundam a cidade, avermelhado cubaciado, em tudo se assemelhando a um diamante que aos poucos vai surgindo do meio de um lamaçal infinito. É que nêsse dia o ambiente amanhecera mascarado por uma espécie de bruma seca que fizera com que a paisagem perdesse o seu contorno exato e regular.
Raríssimos eram os raios do sol que, conseguindo romper a neblina vinham ajudar-nos a festejar com mais pompa a cidade aniversariante.
No entanto êsse aspecto desagradável com que a natureza assistia a festança não veio manchar o esplendor da cidade homenageada.
Quando o sol ultrapassava em altura os picos mais elevados dos montes, foram iniciadas as solenidades dêste dia no palanque armado no centro da praça principal da cidade e ladeado pelas bandeiras da Nação e do Estado hasteadas nessa mesma hora. A estas assistiram as principais autoridades civis e eclesiásticas locais e de outros municípios vizinhos. Durante estas foi com eloquência pronunciado um discurso pelo prefeito Lycério Miguel dêsse município, e executado com sonoridade angélica o Hino a Campo Belo pela Lira Santa Cecília desta cidade. Logo após sucederam-se os desfiles dos grupos e colégios do município e dos carros alegóricos que percorreram em marcha as ruas principais da cidade.
Havia um troféu oferecido pelo Banco da Lavoura ao colégio ou grupo que melhor desfilasse e que tivesse melhor banda. Êste foi ganho pelas alunas do colégio São José, que souberam inspirar uma forte simpatia na banca julgadora.
Terminados os desfiles, cessaram também os festejos que se  reiniciaram à tarde com uma partida de futebol oferecida aos desportistas de Campo Belo pelo forte esquadrão do Comercial local, time que aniversaria nêsse mesmo dia.
À noite continuou a festa com um baile no Clube dêsse mesmo time e em outros salões de dança da cidade.
Francisco Sales Paula
2ª. série