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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

ECOS DO IV ENCONTRO, por Tupy




IV - ENCONTRO DOS EX-SEMINARISTAS DA EASO
 
DIAS 14 A 16 DE SETEMBRO DE 2012

 

 

Os homens de cabelos brancos (Foto enviada pelo Lulu)
I-À cabeleira espessa do Eustáquio e  à rala do Rafael foram acrescidos mais cabelos brancos, antes e durante o evento, devido as suas preocupações com a realização e com o sucesso do Encontro: e-mails, telefonemas, faxes,  quantas  perguntas, quantas respostas a serem dadas e o programa não saía. Por fim, um programa lacônico, pouco esclarecedor. O nosso querido “Lua” sonegava informações (queria impressionar?!).  Agora, a preocupação do Eustáquio foi ampliada:mais cabelos brancos, mais preocupações. O próximo Encontro será em Campo Belo. Vão embranquecer mais os seus cabelos, e também os do Ázara, do João Henrique, do Olímpio, do Baliza, do Santana e outros campobelenses. “Meu cansaço que a outros descanse.”

 


Casal Waltinho (Lua) e Shirley
II-Por falar em cabelos, certamente a cabeça do “Lua” ficou desprovida de muitos deles, aumentando o brilho de sua cabeça. Não fora a Shirley, sua querida esposa, a comandar todos os passos referentes à recepção: caldos, torresmos, pessoal para cuidar do atendimento, o chapéu passaria a ter seu maior e melhor efeito.  Certamente que o sanfoneiro e o violeiro foram escolhidos a dedo: capricharam, mas foram prejudicados pela ousadia do Tupy e da Dita, que resolveram “dar uma” de seresteiros. O “Barman” fez sucesso com a caipirinha e com a caipijá: deliciosas. O Chope da melhor qualidade e personalizado. Todos os tipos da “marvada”, quero dizer, da “Bendita” GERMANA corriam “a rodo” pelo salão.

 
   Medina, Tupy e Dita na primeira noite do IV Encontro
Video enviado pelo Eustáquio. Edição amadora por
Lulu
 

III- “Ó tempo bão que não vortamais, sordade é que leva e trás”. “Recordar é viver!” – “Recordar é sofrer duas vezes”. Será que é verdade? Todos estavam ali, presentes, recordando o tempo passado, lembrando e vivendo. Sofrendo? Que nada! Estavam todos felizes e alegres, relembrando os bons e maus momentos, as rusgas, as brigas, os prêmios, os castigos, os passeios. Mágoas? Nenhuma. Só paz e alegria.

Tudo isso porque você é “meu amigo de fé, meu irmão camarada. Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas, cabeça de homem, mas coração de menino, aquele que está a meu lado em qualquer caminhada. Me lembro de todas as lutas meu bom companheiro. Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro. O seu coração é uma casa de portas abertas. Amigo, você é o mais certo das horas incertas”.


Lua faz a cachaça e mostra a cana - foto de Lulu
 (clique na foto para ampliá-la)
IV-“Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água não!”. Assim nos provou o doutor em cachaça, o nosso querido “Lua”. Terreno para o plantio da cana. Cana especial. Maquinário moderno. Pessoal qualificado. Produção em série. Embalagens personalizadas. Armazenagem especial para cada tipo. Higiene e limpeza. Amor pelo que faz e pelo resultado desejado só pode resultar em um produto de primeiríssima qualidade. Degustar? Vivendo e aprendendo:abrir a garrafa; sentir o cheiro;passar um pouco do produto nos lábios;levar um pouco à boca. Sentir o líquido descer pela garganta. “Nesta casa tem goteira? (tem não, mas), pinga em mim”. “Carro de boi que não geme, não é bom. Carro de boi, só é bom o gemedor”. Falha nossa. Não de carro de boi e sim de um “luxuoso e moderno ônibus com ar condicionado, frigobar e música ambiente” que fomos para o Alambique e depois para o “Divino”. Estrada asfaltada. Curvas reduzidas. Nada de poeira. Um bando de “peões da cidade” passeando “nesta longa estrada da vida”. Foi maravilhoso.

Lua, o professor, dando uma verdadeira aula de como
degustar uma boa pinga. Ao fundo, algumas das varieda-
des da Germana. (Foto enviada pelo Lulu)



V- “Os devotos do Divino vão abrir sua morada, pra bandeira do menino ser bem-vinda, ser louvada .... dando água (ardente, chope) a quem tem sede, dando pão (cabrito e frango) a quem tem fome”. A morada do Divino foi aberta para os Encontristas. Local agradável. Tudo varridinho, multiespaço. Verde e água por todos os lados. Como disseram alguns: “um pedacinho do céu”. Após uma viagem por estrada tão estreita e poeirenta ... “chegou a turma do funil, todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto...”. Nada como uma boa cachaça, um chope gelado para animar os “garotos e as garotas”! Refrescante.
O Divino fica no meio de uma capoeira com água cristalina e cascatas de água fria. (Foto enviada pelo Lulu)

 

VI-Grupos, grupinhos, “panelas e panelinhas”. Cada um ou cada uma buscou aquele ou aquela com quem mais gostaria de trocar ideias. Fofocas? Não. Apenas confidências. Esposas, mães, avós, todas falando dos seus. Maridos, esposos, avôs, todos querendo ouvir causos, falar do passado, sentir a presença dos velhos tempos: dos padres mais amigos, daqueles mais rígidos, dos colegas externos do “Dom Cabral”, dos times do Sparta e do Comercial, dos passeios, das pescarias, das recomendações para as férias; do porquê deixaram o Seminário e de como se viraram para serem o que são hoje. Como conheceram suas esposas. Ah! Se as árvores, o vento e os pássaros pudessem relatar tudo o que ali foi dito! Oh! Campo Belo! Ah! EASO: “Amo-te muito como as flores amam o frio orvalho, que o infinito chora. Amo-te muito como o sabiá da praia ama a sanguínea e deslumbrante aurora. Oh! Não te esqueças de que te amo assim. Oh! Não esqueças nunca mais de mim”.

 

VII- Quantas crianças e jovens passaram pela EASO! Não foram poucos. A semente brotou, a planta cresceu, produziu frutos, a semente se espalhou. Antônio de Araújo Bessa foi fruto “cem por um”. Planta rara, vida efêmera. Vida dedicada. Deixou exemplos de dedicação, persistência e devoção à Ordem da Santa Cruz e à Igreja do Brasil. Foi ordenado sacerdote em sua terra, lá no Pará. Nesta “terra de ricas florestas, fecundas ao sol do Equador...” lá faleceu e lá repousa seu corpo. Com certeza: Bessa descansa em paz.

 

VIII- A maioria de nossos mentores já encontraram “in cruce salus”, cumpriram sua missão, guardaram a fé, hoje ostentam a coroa da glória. Ainda convivem entre nós, no Brasil, em Santa Tereza, Belo Horizonte, os mais antigos: Guilherme, Teófilo, Leonardo, Haroldo, João Maria e Tiago. Que tenham vida longa com saúde e paz. Os Crúzios marcaram nossas vidas ecriaram em nós o espírito de disciplina, de firmeza, de moral e de ética.

Estudantes de 1961 na frente da porta que seria fechada em
1968 - (foto do arquivo do Blog)
 

IX-“Roma locuta, causa finita!”. “Ordens ... são ordens!” “Manda quem pode, obedece quem tem juízo!”. E, assim, a Escola Apostólica Santa Odília, a EASO,fechou suas portas. O Seminário deixou de existir. Tudo acabado! Epa! Epa! Epa! ...Ôpa! Ôpa! Ôpa! “Que, que é isso, minha gente!” Das trevas sempre brota uma luz. Por cima dos escombros sempre surgem novas construções. “Quero falar de uma coisa. Advinha onde ela anda? Deve estar dentro do peito. Ou caminha pelo ar. Pode estar aqui do lado, bem mais perto do que pensamos. A folha da juventude é o nome certo desse amor. Já podaram seus momentos. Desviaram seu destino, seu sorriso de menino quantas vezes se escondeu! Mas renova-se a esperança, nova aurora a cada dia. E há que se cuidar do broto, pra que a vida nos dê flor e frutos”.

 

X-“Hic et nunc”. No aqui e no agora, das trevas está brotando uma nova luz.

Após acertos e desacertos, foram ordenados quatro novos Padres Crúzios brasileiros. “Vitória, tu reinarás! Ó Cruz Tu nos salvarás!”

 

Os padres Crúzios nos anos 60
XI- Velhos tempos! Grandes sonhos! Vidas doadas! Missão cumprida! Esquecer? Jamais! Os primeiros Crúzios foram verdadeiros missionários. Aqui chegaram. Aqui deram suas vidas. Aqui construíram famílias. Aqui lançaram sementes.A semente lançada nasceu naroçada da terra mais fértil. Foi sal e fermento. É luz que ilumina a estrada do povo fazendo história (a nossa história). Dando vida às palavras sem medo: é libertador! Nasceu a esperança nas suas andanças, colhendo, contente, os frutos mais belos, falando de paz, justiça e verdade, da fraternidade. Assim vivem, assim vivemos nós, os Encontristas. Frutos dessas vidas dedicadas, um pouco de cada um deles ficou e ...permanece. Hoje o que se vê são homens dignos, excelentes profissionais, maridos amantes de suas esposas, grandes e amorosos pais de família. A semente brotou? Ou não?

 

XII-Surpresa! “A semente brotou e cresceu, porque eu (no caso: cada um deles, os missionários Crúzios) acolhi a voz do Senhor!”. Uma nova semente brotou na roçada da terra fértil. Só neste ano foram ordenados quatro novos Padres Crúzios. Todos brasileiros. Todos mineiros da gema. Um de Campo Belo: padre Elione; um de Juiz de Fora: padre Júlio; dois de Astolfo Dutra: padres José Cláudio e padre Wilson.



Padre Wilson no IV Encontro (Foto
enviada pelo Lulu)
Este último, padre Wilson, esteve presente em nosso encontro representando os seus confrades. Wilson dissertou sobre a formação que eles tiveram, as dificuldades por que passaram, mas que agora estão residindo em Campo Belo, nas dependências do Colégio Dom Cabral. Continuam como missionários voltados para a vida religiosa em sua essência, no trabalho pastoral e na busca de novos integrantes para a OSC do Brasil. Nesse propósito, já contam com três postulantes, os quais ocupam pequenas e espremidas celas provenientes da divisão de alguns dos quartos do antigo convento. Há uma perspectiva de, no próximo ano, acolherem outros candidatos, inclusive de outros países. “O caldo entornou!”. Onde abrigar os próximos candidatos?

Por outro lado, o visível crescimento do Colégio Dom Cabral, a utilização de novas técnicas e metodologia de ensino ali implantadas desde a chegada do diretor Eustáquio, o nosso Eustáquio, exigem novas salas. O que fazer?

 

XIII- Silêncio. Estupefação. Proposta. Utilizar todo o segundo andar para salas de aula e para a administração do Colégio. Os novos padres, junto com seus postulantes e noviços, deverão se alojar em outro local. Qual? Não existe. Precisa ser construído. Onde? Bem, pode ser ao lado da Igreja e o mais rápido possível. Sua Eminência, o Bispo da Diocese de Oliveira já autorizou. O Mestre Geral também e já se dispôs a enviar uma ajuda financeira. A população de Campo Belo encampou a ideia e já está se mobilizando. Graças a Deus!

 

XIV- Que felicidade! Os Crúzios ressurgem das cinzas com força jovem, sangue novo. Vamos colaborar? Claro! Afinal, ali está um pouco da história de cada um de nós. Assim, tomando a palavra, o Tupy (este escriba) sugeriu que cada um de nós presente poderia colaborar.Inicialmente com o valor de um salário mínimo, a começar já em outubro, contribuição esta que poderia ser dividida em duas, três, quatro ou cinco parcelas. Ou até, em doze vezes, ficando a critério de cada um, contanto que seja já para que sejam apressadas as obras. Cada um que venha ler este “ECO”, mesmo que não tenha participado deste 4º Encontro, poderá colaborar também. Decidimos também que poderemos buscar outros fundos com amigos, empresários, etc.. Um recibo será emitido e poderá ser abatido no imposto de renda. Haverá uma auditoria permanente e todos os contribuintes receberão demonstrativos de como está evoluindo a obra.

 

Nossa casa de formação, o Colégio Dom Cabral de Campo
Belo (Foto enviada pelo Tupy)
XV– Estamos sendo chamados à responsabilidade. Falamos tanto de Campo Belo. Muito reverenciamos a EASO, nossa casa de formação, o Colégio Dom Cabral. Pois bem, chegou a hora de podermos contribuir com um pouco do que temos, acredito que dessa forma não ficará pesado para ninguém. O importante é colaborar.

“Boca fechada não entra mosquito”, velho ditado. O Tupy falou demais e ficou encarregado de “chefiar” essa missão. Conto com todos. Aliás, brotou a ideia de se fundar uma Associação dos antigos alunos da EASO para, cada grupo em sua cidade, promover jantares, bingos ou outra forma de angariar fundos para nossos futuros encontros e para essa grande obra dos novos padres Crúzios. O Marquinho ficou de estudar a ideia e depois repassar.

Como passar essa contribuição já agora?

 

Banco do Brasil: Ag. 0176-7, Conta Corrente: 3841-5 – Campo Belo, MG

Bradesco – Agência 1884-8 – Conta corrente 018015-7 – Campo Belo, MG

Para maiores informações: ORDEM DA SANTA CRUZ – CRÚZIOS

www.cruzios.org.br

 

O Seoldo e o Tupy já deixaram sua contribuição.

 

A Capela da Serra da Piedade ilumina a noite fria de setembro
de 2012 (foto enviada pelo Lulu)
XVI- Bem, a visita noturna à Serra da Piedade foi maravilhosa. A vista magnífica. O frio cortante. A confraternização muito farta e regada com umas boas doses de Germana. Outros deverão discorrer sobre essa visita noturna à Serra da Piedade.

 

Igreja do Caraça vista dos fundos. (foto enviada pelo Eustáquio)
XVII- A visita ao Caraça também teve seu imenso valor. Como bons cristãos e até mesmo católicos de carteirinha fomos participar da Santa Missa, pois era domingo, dia 16. Curioso foi o celebrante que procurou ser muito gentil. Falou ao povo que ali estava presente um grupo de ex-seminaristas. Pediu que nos levantássemos e a assembleia bateu palmas para nós. Ficamos satisfeitos, mas muito sem graça. Entretanto, o pior veio depois. Em sua homilia, o Padre disse que ali poderiam estar 21 padres ajudando a Igreja a levar a sua missão, a Boa Nova do Evangelho, a muitas criaturas, mas desertaram. “Toin”.

Ficamos sem graça. Contudo, nossas mulheres não ficaram caladas, protestaram na hora dizendo: “não foram padres, mas ...realizamos um bonito trabalho missionário na família, nos ambientes de trabalho e dentro da própria Igreja, a qual não serviram como sacerdotes”. Que coragem!

O padre logo mudou seu discurso, dizendo que assim se pode servir muito a Deus e até melhor que muitos padres. Saímos de “cara lavada”. Êta mulheres corajosas e maravilhosas!

Rafael nomeia a comissão organizadora do V Encontro (Foto
enviada pelo  Lulu)
O almoço foi ótimo. Após a refeição reunimo-nos em um canto e começamos a falar do Encontro, da amizade, do valor de podermos estar juntos, da ausência dos companheiros, do sentimento pelos que já ”passaram para o degrau de cima”. Houve a despedida, pois, alguns já partiriam dali mesmo para suas casas. Por fim, ficou decidido que o 5º Encontro será realizado em Campo Belo, dessa vez dentro da semana dos festejos do Dia da Cidade.Foi nomeada a Comissão Organizadora, composta por: Eustáquio, Baliza, Antônio de Ázara, Olímpio, João Henrique e Santana. Estes convocarão outros de perto para colaborarem no planejamento. Ficou decidido também que ficaríamos todos hospedados no Hotel Fazenda Álamo. Indo a Campo Belo, poderemos verificar como estão as obras do novo convento. Nossa contribuição é importante. Contribuam.

Ficamos por aqui. Esperamos ter sido fiéis aos acontecimentos. “Amigos para sempre”.

 

Tupy e Marina – tupypedro@yahoo.com.br

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aniversário de Marina e visita do Tupy a Juiz de Fora

Este editor recebeu o seguinte e-mail do nosso colega José Rafael Cabral:

Caro Luiz :

Gostaria que você noticiasse no nosso Blog, duas notícias importantes :

01 - No dia 27/11/2011 foi comemorado o aniversário de Marina, esposa do nosso colega ALFREDO.
      Ele fez um grande almoço para comemorar a data. Todos os nossos colegas encontristas estiveram representados no almoço por mim, pelo Alberto Medina (barata) com esposa e filhos e o Tupy que estava numa cidade aqui perto de Juiz de Fora e veio até Juiz de Fora, especialmente para o almoço. 
O almoço foi ótimo, o Alfredo nos deu muita atenção, no final teve "parabéns prá você", bolo e docinhos.  Mais uma vez, parabenizamos à Marina que estava muito elegante.

02) - Tupy e sua esposa Marina estiveram aqui em Juiz de Fora, de passagem, no início deste mês. Na oportunidade convidamos a turma de Juiz de Fora para um mini encontro na cobertura do Alberto Medina. Estiveram presentes : Rafael, Benone, Nei, Alfredo e esposa, Alberto Medina e esposa, Tupy e esposa. Foi uma noite muito agradável, para variar falamos muito da década de 60 e do nosso seminário.  Discutimos também o nosso próximo Encontro, algumas sugestões foram apresentadas, como a confecção de uma camisa ou um boné com gravação ref. ao IV Encontro.

Foi sugerido também que o Programa do nosso IV Encontro, que se estenderá até o final do  domingo, seja publicado com certa antecedência e que, os itens do Programa sejam realmente cumpridos.
Eu, particularmente, acredito que a turma de BH, que organizará o próximo Encontro, cuidará bem destes detalhes.

Embora a visita do Tupy e de sua esposa Marina, em Juiz de Fora foi muito rápida, pois, eles chegaram na sexta à tardezinha e foram embora para Leopoldina no sábado às 10 hs. da manhã, a mesma foi muito proveitosa, Tupy é uma pessoa muito agradável e inteligente, sem contar a amabilidade de Marina, sua esposa. 
Gostaríamos que outros colegas venham a Juiz de Fora, nossa turma os receberão muito bem.
Anexo algumas fotos dos eventos: as quatro primeiras fotos são da visita do Tupy a Juiz de Fora no dia 03 e 04/11/11.  As demais são do aniversário da Marina, esposa do Alfredo.
Foto 1010344 - Alfredo, esposa e filhos, acompanhados de Tupy, Alberto Medina  e Rafael.
Foto 1010346 - Alfredo, esposa e filhos.
Foto 1010348 - Alfredo, Rafael, Tupy, Alberto Medina, esposa e filha.

                                          Atenciosamente.   Rafael.

Visita do Tupy a Juiz de Fora
Visita do Tupy
Visita do Tupy


Visita do Tupy



Aniversário da Marina. Na foto Alfredo, Rafael, Tupy, Medina e Maria da
Conceição e filha
Alfredo filhos com Tupy, Medina e Rafael

Alfredo, esposa e filhos

domingo, 14 de agosto de 2011

“Causos” Crúzios

                Tupinambá Pedro P. Amorim da Silva

Conforme prometido, apresento alguns “causos” referentes à nossa convivência com os digníssimos Padres Crúzios.

   Para início de conversa, todos sabem que sou paraense, de Belém do Pará. Nasci lá no distante dia 28 de junho de 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, e fui criado no bairro da Pedreira. Talvez tenha sido essa origem a sina que estava escrita nas estrelas e que me acompanharia até os dias atuais, pois minha vida pode ser considerada, ao longo de todos esses anos, uma verdadeira pedreira...  

   Auto-ironias e gozações à parte,  fui batizado na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, hoje Santuário, onde, no segundo domingo de outubro, é realizada aquela tradicional Procissão do Círio de Nazaré, que os noticiários de televisão dizem reunir mais de dois milhões de pessoas todos os anos.  Por que fui batizado lá? Bem ... Porque meu pai não “topava” muito com uns certos missionários que, não por acaso, eram Padres Crúzios da paróquia da Pedreira, que pregavam  uma profunda conversão de costumes próprios da região e combatiam a forma como os partidos e governantes da época atuavam: PSD e UDN.

  
   Minha mãe, ao contrário do meu pai, era muito religiosa. Assim, ela nos enviava ao Catecismo Paroquial. Lá, vim a me relacionar com os Padres Crúzios, que eram os responsáveis pela Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Dois grandes missionários Crúzios atuavam por lá: Padre Henrique Plag e Padre Hilário de Yong.  A casa deles era na Rua Barão do Triunfo, bairro do Marco, uma longa distância até a paróquia. Faziam o percurso de bicicleta ou de ciclomotor (aquele tipo de bicicleta movida por um motorzinho barulhento, doado por seu país de origem).

   Esses padres, quando vinham para o Brasil, atravessavam o Atlântico de navio, eram viagens de 15 dias ou mais. Não falavam português. A comunicação era difícil, daí a razão de alguns dos “causos”.

   Provenientes de região muito fria, podemos calcular como sofriam com o calor do Rio de janeiro e do Pará. Usavam batina branca, cíngulo preto, escapulário preto com a cruz pregada no peito e uma capinha também preta sobre os ombros (símbolo da dignidade de Cônegos Regulares). É assim até hoje.

   Para fugir ao calor quase insuportável, usavam camisetas, cuecas e meias brancas longas, que iam até o joelho. Desta forma, sentiam-se melhor protegidos do calor.  Poucas vezes usavam suas pesadas calças.

   Aqui começam alguns “causos” que,  se alguém duvidar, poderão ser confirmados pelos remanescentes Crúzios e por outras testemunhas oculares das estórias, que ainda estão por aí.

   O bairro da Pedreira era, naquela época, uma área sem nenhuma estrutura de saneamento. Havia poucas ruas calçadas, muitos brejos, muita lama. Água para beber, só de cisternas (poços). A existência de pinguelas era a tônica. Usavam-se tábuas e toras de açaizeiros para servir de precárias pontes.

    Aqui vai o primeiro “causo”. Um belo dia, um dos padres, pilotando sua bicicleta sobre essas “pontes”, caiu dentro do lamaçal. Imaginem a cena! Barro e lama para tudo quanto é lado.  A bicicleta foi literalmente para o brejo. A batina subiu até à cintura. Reação de uma das crianças: - “Manhê! O padre usa calcinha igual a da vovó, branca e graaande”.

   Uma outra vez, também na Pedreira, lá ia o padre pedalando airosamente a sua “magrela”. Uma ponta da barra da batina entrou na catraca do veículo. Ooops! Ao se assustar, o padre puxou o guidão para o alto e, obviamente, estatelou-se no chão, caindo ao lado da bicicleta, de peito para cima. Parecia uma cena extraída dos pastelões do cinema mudo que assistíamos nas matinês de domingo: batina pra cima, meias compridas e o famoso cuecão aparecendo. Os que presenciaram a cena ficaram preocupados e logo procuraram socorrer nosso querido missionário. Mas não deixaram de dar boas gargalhadas. E o padre ficou mais vermelho que um tomate, ainda meio desorientado, que nem um cachorro que cai do caminhão de mudança...

   O trabalho missionário dos Crúzios em minha Paróquia, a de Nossa Senhora Aparecida,  era intenso. Além da Catequese Infantil, Coroinhas,  Cruzada Eucarística, Escoteiros e tantos outros,  tínhamos um  magnífico coral e um grupo de teatro que apresentava as “pastorinhas” e peças educativas. O palco era de madeira e as cadeiras da platéia, dessas antigas de metal, utilizadas nos botecos.  Vejam o que aconteceu numa das nossas apresentações.

   O superior maior dos Crúzios no Brasil, que  era o Pró-Provincial, estava  em visita pastoral em Belém. Homenagem para ele na Pedreira. Padre grandão, forte e volumoso. Sentou-se na primeira fila. Ficou maravilhado por ver na terra dos tupiniquins artistas natos.  Em determinado momento, entusiasmado,  levantou-se, virou-se para a platéia, pediu aplausos para nossos artistas e, com certa rapidez,  buscou sentar-se.  A cadeira não resistiu ao seu peso e cedeu. Foi ao chão. “Ooohhhh!”, foi o murmúrio geral que percorreu o auditório. Todos ficaram preocupados, mas não deixaram de rir com a cena: costas no chão, pernas pra cima e o resto podem imaginar. Foi uma loucura...

   Dois padres Crúzios, recém chegados da Holanda, vieram para Belo Horizonte. Não falavam bem nossa língua, mas aventuraram-se a sair pelas lojas para fazer compras. Um dia, ao entrar em uma loja, chamaram o balconista e pediram: “Nós querer comprar calcinhas”. O rapaz novo, meio inexperiente, procurou a gerente dizendo que uns padres esquisitos (dado as vestes dos Crúzios) estão querendo comprar calcinhas. “Que sem-vergonhice!”

    Lá se foi a gerente socorrer a emergência.  E os dois padres, com toda a paciência, explicaram: “Nós querer comprar calcinhas”.  Ela também ficou sem jeito, mas foi ao mostruário e apresentou a eles as mais diversas formas de calcinhas femininas, inclusive alguns modelos bastante sensuais.  Eles se assustaram. “Nô, nô, não ser isso”.  A moça, com muita paciência, disse só ter aquelas. Um deles, então, nitidamente nervoso, gesticulando muito, afastou-se do balcão e mostrou com gestos que era para eles usarem. “Ah! Agora sim”, suspirou a gerente e foi a uma outra prateleira e trouxe as “calcinhas” que os dois padres desejavam.  Eles saíram felizes com duas dúzias de cuecas, daquelas velhas e confortáveis no estilo samba-canção. Ufa!

     Somente em 1963, no dia 14 de fevereiro, cheguei a Campo Belo. E, a partir de então,  comecei a tomar conhecimento de outras estórias interessantes.  Casa dos Padres Crúzios, professores  e párocos, na nossa querida “cidade montesa, como igual não há outra na Terra” (vocês ainda se lembram do hino de Campo Belo, não?).    Os Crúzios sempre davam assistência às  cidade vizinhas. Lá se foi um dos novatos ajudar na Semana Santa na “progressista” cidade de Cana Verde. Praça cheia de fiéis para a pregação do Encontro. Todo paramentado e procurando dar uma grande ênfase, microfone na mão, alto-falante na torre da Igreja e em volta da praça, assim começa nosso pregador: “POVO DE CANA BELA”. Risos e vaias generalizados em plena cerimônia da Semana Santa. Esse povo não tem jeito, mesmo! Vaia até minuto de silêncio nos estádios de futebol, vocês acham que iria perdoar o nosso distraído padre Crúzio?
    E olha que nem chegou a ser um vexame tão  famoso como aquela gafe do presidente norte-americano Ronald Reagan quando, em visita oficial ao Brasil, em 1982, ao lado do sizudo general João Figueiredo, discursou solenemente: “Gostaria de partilhar o sonho americano com o povo da... Bolívia!” (Este, sim, merecia ser vaiado estrepitosamente. E, no entanto, não o foi).

    Um outro padre, mais  entusiasmado ainda, também na Procissão do Encontro, desta vez em Leopoldina. De um lado, a imagem de Nossa Senhora  das Dores; de outro, a imagem do Cristo carregando a sua cruz. Nosso pregador faz uma bela apresentação do tema e depois volta-se para imagem de Nossa Senhora: “Olhem, meus queridos irmãos, quem vem lá? É a Mãe do Filho. Dolorosa, lacrimosa com espadas ‘espetando’ seu coração”. O povo se voltou e ficou entristecido.  “Agora, olhem lá”. Todos se voltam para o outro lado da praça. “Quem vem lá? Coroa de espinhos na cabeça, sangue escorrendo pelo rosto, quase não suportando o peso da cruz.  É ele, meus irmãos, o Cristo sofrendo por nossos pecados. Vejam, lá vem ele: o Filho da Mãe!”.  Risada geral na praça condoída.

   Quem, nessas épocas, conviveu com nossos queridos Crúzios em Belô,  em Campo Belo ou Leopoldina sabe que não estou mentindo. Já quanto às cenas de comédia de pastelão de Belém, algumas delas eu mesmo presenciei.
   Até a próxima!    

CE/MAR