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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Crônica: o futebol naquele tempo (Ipsis litteris)


CRÔNICAS
(10 de maio até 4 de Julho de 1960)         
         Corre rápido o mês de maio e a temperatura nestes dias é de um frio cortante, de manhã e à noite principalmente. E num tempo dêste o melhor meio de se esquentar é o futebol; e esta é razão por que o dia 21 marcou início de uma série de jogos do nosso infantil controa os dos clubes da cidade.
          Às 15,30 horas, nosso time entrava em campo para lutar contra o Sparta, êste que terminou com 3 X 1 para nós. A partida estava equilibrada e havia ataques perigosos de ambos os times; mas não demorou e furamos o primeiro gol. Pouca depois, um médio esquerdo adversário teve a honra de assinalar o segundo tento para nós, isto é: foi um gol contra.  Mas êles continuaram tentando até que furaram seu primeiro gol, num penal. Na segunda etapa, conseguimos assinalar mais um tento , por intermédio de Antôniio Ázara; com esta quantia acabou a peleja.
         No dia seguinte, domingo, fomos assistir a um jogo em que o Comercial local ganhou do Renascença de Belo Horizonte por 3 X 1, mostrando pela segunda vez sua superioridade àquele time, pois da outra vez fôra 2 X O o placar.
         O dia 26 foi dia santo da Ascenção do Senhor; claro que não houve aula. Na parte da manhã fomos assistir a uma Missa solene na velha Matriz.
         No dia seguinte chegou aqui o Revmo. Padre Martinho, no seu último ano como superior dos Crúzios do Brasil, o qual voltou a 2 de junho.
       Os infantis do Comercial ouvindo dizer que havíamos batido no Sparta, quizeram jogar contra nós no dia 23 para ver se ganhavam, e ser assim o melhor infantil da cidade.Mas, coitados, ainda não havia dois minutos, já estava o placar em 2 X 0, ambos os gols de Raimundo. Mais um pouco e mais outro gol nosso. Passaram alguns minutos em que ficamos  "dando baile", e então assinalaramos mais dois gols por intermédio de Alfredo; e com 5 X 0 terminou a primeira etapa. Na segunda, êles reforçaram o time a ponto de dar mais pressão; marcamo somente um gol, de Luiz, mas os perdidos foram muitos e o baile não vou contar. A partida terminou por 6 X 0.
       Depois de tanto jogar, chegamos a junho, o mês das festas e fogueiras, mas também das perigosas provas parciais.
       Mas ainda não havia acabado nossos jogos: o último foi no dia 4, contra o Sparta que pedira desforra. Logo no ínício erramos um penal. O jôgo  estava difícil para nós, quando num ataque em que a defesa adversária parou, Fidelis aproveitou a ocasião para assinalar o primeiro gol a nosso favor. No segundo tempo os espartanos queriam ganhar a todo custo, recorrendo até a jogadores juvenis, sendo que  combinamos infantis. No início dêste período houve uma paralização, pois não queríamos aceitá-los. Por fim cedemos e jogaram dois.  Os adversários chegaram a ganhar de 2 X 1 numa espectacular reação, mas a nossa foi maior; daí a pouco Max fura o segundo tento, de penal, e não demorou que Antônio Ázara assinalasse mais gols. E assim vencemos por 4 X 2.
        No dia 11, à noite, ficamo sabendo de uma notícia sensacional que nos pôs na maior alegria: dia 4 de julho partiríamos para casa! O amigo leitor deve saber que não temos o costume de passar as férias do meio do ano em casa; portanto é fácil imaginar a nossa surpresa e alegria, ao sabermos disso.
        No dia santo do Corpo de Deus não houve aula. Às 10,30 horas fomos acompanhar uma bela processião que percorreu as principais ruas da cidade, parando em três lugares para haver benção.
       Demorou, mas finalmente chegou o último dia da aula: 18 de junho. Todos estávamos muito alegres pelo término das aulas e animados a fazer boas provas parciais.
       No dia seguinte, 19, assistimos a um ótimo jôgo: Botafogo do Rio X Comercial. O primeiro trazia elementos de grande valor no futebol brasileiro. É claro que não houve possibildade para o nosso Comercial, mas êstes lutram muito para perder do menos possível; o final constou 4 X 0 para os visitantes.
       Dia 20 marcou início das provas parciais que acabaraim sòmente a 30 do corrente. Nestes dias geralmente estuda-se muito, pois todos queremos obter bos notas.
       O dia 23 foi a véspera da partida do Revmo Pe. Lucas, superior desta casa, o qual irira gozar suas merecidas férias no país natal. Não lhe podemos fazer uma boa festa, o que era nosso desejo, pois estávamos em pleno tempo das provas. Mas ainda houve um discurso, lido por Raimundo, no qual lhe agradecíamos pelos esforços e fadigas, e lhe desejávamos boas férias. Em seguida êle nos falou desejando bom aproveitament das provas e nas férias; também nos agradeceu pela nossa colaboração em seus oito anos de seminário. No dia seguinte, às 11,30, Pe Lucas partiu para Belo Horizonte.
       Custaram muito a terminar as provas, já estávmos impacientes; mas finalmente chegou o dia 30, e após uma última prova já estávamos de férias. Agora até dia 4 nossa vida se resumirá em quatro palavrinhas: dormir, rezar, comer e brincar; e naquele dia acima dito partiremos alegres para casa.
                                                         Marcos Antônio Rocha
                                                                       4a. série


                                                          BOAS FÉRIAS