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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rua Halfeld

  Rua Halfeld

Autor: João Dias Ibiapina *

Conheço mais afamadas: Ouvidor, Imperatriz. Já vi mais bonitas: Paissandu, Senador Paula. Outras são mais extensas: Rio de Janeiro, Senador Pompeu. A outras quero mais: Dona Cândida, Comendador Rocha. Nenhuma, porém, mais singular que esta ruazinha pequena, estreita edesnivelada, que se reclina, confortavelmente, sobre esse monumental travesseiro de veludo chamalotado – o Morro do Imperador, passa se espreguiçando pelo centro da cidade, dando aqui acolá, pulos sobre si mesma, para mais adiante banhar-se tranqüila nas águas do Paraibuna. Rua que tem uma doce filosofia, rua onde cada um se sente como se fora a própria casa. A rua do “Salvaterra”, o bar onde a gente passa uma tarde sentado, o garçom se aproxima, um pede “Sombra e água fresca!” – o outro: “Me deixe em paz!” – e ele vira as costas sorrindo e, se a gente resolve no fim tomar um “chopp” ainda se tem o direito de reclamar por ser 50 centavos a mais que no botequim do bairro. A rua da Velha Celeste (eu hein?!...) alta, magra, ora simpática, alisando a gente, ora com horrendos esgares, praguejando, chorando, inofensiva sempre. A rua da Maria, a doidinha de braços cruzados que conhece a todos por um nomezinho e sempre tem o que falar. A rua onde Peneirão gostava de mostrar suas condecorações... A rua onde o Jambica exibia seu peso, distribuía sua simpatia.
                                                                                                    
* Nota: Com esta publicação, o Blog dos Encontristas da EASO homenageia o ilustre professor e os nossos colegas ex-seminaristas de Juiz de Fora.