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terça-feira, 7 de novembro de 2017

IX ENCONTRO EASO – JUIZ DE FORA – 09/2017

Tupy
Por TUPY

01 – PARA COMEÇO DE CONVERSA

EASO? O que isso significa? Como surgiu a ideia?
EASO? Já sabemos! Caso não saiba, procure saber ++ e +++
“Amigo é coisa para se guardar dentro do peito”. Assim diz a canção! E tempo vem, tempo vai, recordações, lembranças do passado surgem em nossas mentes e enchem nossos corações de.......... de saudade de pessoas, de fatos e acontecimentos que pareciam esquecidos em nossas mentes. Como viver o passado estando inserido em um presente cheio de tantos compromissos sem tempo para nada? Ah! A Tecnologia!!! O telefone! Sim, o telefone? O Google? Foi a partir dessas lembranças e do uso dos meios de comunicação que surgiu o ENCONTRO EASO (Escola Apostólica Santa Odília).

(inserir fotos antigas – do nosso tempo - eis)
Algumas – há outras melhores)

02 – PROBLEMAS, SIM – DÚVIDAS, MUITAS
Eis que surgem as figuras do Raimundo Nonato (de Belém - foto) do Rafael (Juiz de Fora - foto) (nomear outros e inserir fotos). Conversas – troca de informações. Assim foram costurando. Até que resolveram encontrar-se em Belo Horizonte e em Campo Belo para elaborarem um planejamento de ação concreta, distribuindo funções.
Não foi fácil! Esperançosos, destemidos, e acreditando na possibilidade do sucesso arregaçaram as mangas da camisa, puseram o pé na estrada e saíram para a luta. Adesões de imediato, muitas. Indefinições também. Descrenças? Nenhuma.

(deixo este espaço maior para possibilitar uma complementação ao texto e inserir mais fotos que ilustrem o aqui dito.  Ordem da maneira que acharem melhor)

03 - NOSSOS ENCONTROS
Após tantas e tantas conversas, cartas, telegramas, emails e o famoso Google, conseguiu-se encontrar quase todos os mais antigos colegas vivos e informações sobre os que “já passaram para o andar de cima”; foi estabelecida a primeira comissão que viria a cuidar de entrar em contato com todos e fazer o planejamento para o I ENCONTRO DA EASO.
Esses pioneiros foram: Raimundo Nonato, José Rafael,
(espaço para citar os demais , se necessário fazer acréscimos e inserir fotos da época)

O local escolhido, claro, só poderia ser CAMPO BELO. Por quê? Ora, por quê? Elementar, meus caros! CAMPO BELO. Foi lá que tudo teve início. Lá, na ESCOLA APOSTÓLICA SANTA ODÍLIA, começou a história de todos nós. Porque ali, “in loco” poderíamos encontrar-nos, relembrar o passado, ver o que fazemos atualmente, ouvir sobre nossas famílias: esposa, filhos, netos..... Como estamos praticando os ensinamentos passados pelos Padres Crúzios.
 (se quiser pode acrescentar algo e inserir fotos do mais antigo CDC e do atual CDC e de alguns padres da época.)


4 - RELEMBRANDO NOSSOS ENCONTROS
      Em Campo Belo, quem foi ???, quem não foi perdeu, não sentiu o calor e a alegria de rever os amigos, de recordar os bons e os maus momentos vividos dentro daquele prédio chamado SEMINÁRIO. Foi maravilhoso! Que testemunhem os que viveram essas primeiras emoções.  Isso se deu em setembro de 2008. Em 2009 não foi realizado um Encontro, uma vez que fora decidido que novos Encontros seriam realizados de dois em dois anos, e assim:
2008  -  Campo Belo
2010  -  Campo Belo
2011  -  Campo Belo (Hotel-Fazenda)
2012  -  Nova União
2013  -  Campo Belo
2014  -  Belém do Pará
2015  -  Campo Belo
2016  -  Senhora de Oliveira
2017  -  Juiz de Fora
5 - IX EASO – COMENTÁRIOS – FATOS E FOTOS
    Como sói acontecer no final de cada Encontro, a Comissão Coordenadora dos Encontros reúne-se para que todos juntos, e com os representantes de região onde ainda não foi realizado um Encontro, escolham o local do próximo. Assim foi feito em 2016 e a cidade agraciada para 2017 foi JUIZ DE FORA, seus representantes aceitaram de bom grado a escolha e se comprometeram a tudo fazer para sair a contento de todos e dentro dos objetivos traçados desde o seu início. Uma vez aceito, de imediato foram determinados os dias e que todos aguardassem informações.  
Local: Seminário Arquidiocesano de Juiz de Fora
Pergunta que não quer calar: “Seminário”?
Sim! Seminário. Como dizia nosso querido e saudoso Professor Ibiapina: “Uma vetusta, grandiosa e bela construção”. Pelo que se sabe foi inaugurado em 1926; é imenso. Há quartos para um batalhão; hoje está preparando-se para ser hotel para turistas e cursos diversos da própria Diocese. Foi reservado para este nosso IX  ENCONTRO, acontecido de  21 a 24/09/2017.
Além disso, para que pudéssemos sentirmo-nos (nas devidas proporções) como se estivéssemos na Capela, na sala de estudos, no refeitório, no dormitório, na sala de aula e declamação, nas salas de aula do Colégio “Dom Cabral”, no campo de futebol, no campo de pelada e na sala de recreio. Dos Padres professores, dos professores da cidade e dos colegas da cidade. Valeu? Nossa! Como valeu!! Lembranças do “arco da velha” brotaram. Nomes, situações, lágrimas, brigas entre si, raiva contra alguns dos padres, elogios a uns e outros e por aí se prolongou a conversa amiga saudável e sem mágoas.
De início, antes da recepção de chegada foi lembrado – pelos + velhos presentes -  o primeiro prédio do Colégio Dom Cabral (CDC); a construção e instalação do novo CDC. Os primeiros seminaristas. A vista que dava para a entrada da cidade, de onde se via a “jardineira” chegando com os novos seminaristas ou os que estavam de férias. Era uma alegria para com os que retornavam e felicitações para com os novatos.
Outros reviveram a figura do ”Padre Xerife” – quem era, quem era?? - Algumas de nossas esposas se assustaram. “Nossa! Foi dessa forma que vocês viveram”?, mas logo sentiam-se à vontade e continuaram seus comentários entre elas.
O JANTAR FOI UMA VERDADEIRA CONFRATERNIZAÇÃO
APÓS O QUE TODOS RETORNARAM PARA SUAS CELAS.
Celas? Sim! Assim ficaram conhecidos os nossos quartos. Os casais foram privilegiados, todos bem alojados. Os solteiros ficaram distribuídos em celas individuais ou juntos, com dois ou três companheiros. Houve quem dormisse bem; outros sofreram com roncos de garganta e de outra parte imprópria para dizer de onde; todavia, “entre mortos e feridos, todos se salvaram” e sorridentes se apresentaram para o café da manhã, como início do segundo dia do Encontro.
O local muito bucólico. Árvores, pássaros e aves. Permitam-me exprimir algum comentário.
Algumas das mulheres casadas diziam entre si: “Nossa, quem diria que um dia eu estaria no Seminário dormindo com um homem deste”.  “Nossa! Que sensação! Parecia que estávamos em pecado”! “Senti um prazer tão grande, que parecia com a nossa lua de mel”! “Não gostei! Uma cama bem grande, mas com cheiro de padre ou de bispo”! E muitos outros comentários mais. Os casados: “Como pude ficar tanto tempo enclausurado, com frio e sem um calorzinho para esquentar os meus pés”! Alguns dos solteiros diziam: “Eta cafezinho bom! Que pão gostoso! Outro acrescentou: “Do café e pão da Dona Luca, nem pensar”! “Bulão de café com leite, que maravilha! Ao colocar na xícara, primeiro vinham aquela belas e formosas formigas, de olhos grandes, vivas e dizendo: me bebe ou morre”. Um outro: “Que pão bonito! Hum! Deve estar gostoso! Merda! É só a casca, por dentro é massa pura sem ser cozida”!  + um: “Aposto que os padres não comem deste pão”! E por aí vieram tantos outros comentários que não ouso aqui declinar, a não ser “rosa-rosae.... Etc.  Saindo do refeitório, pausa na sala de estudos; em seguida aula nas salas do CDC.
Registramos a chegada do Lulu, do Edgar e suas respectivas esposas. Maravilha!
Falando em aulas. Quem se recorda do Sr. Professor IBIAPINA? Isso mesmo! Essa coordenação é demais. Imaginem, foram encontrar e buscar um irmão seu: Prof. José Dias Ibiapina. Não era tão cascudo como o irmão, mas falou, relatou fatos interessantes e contou muitas piadas.

(lembrar fatos ocorrido com ele em sala de aula - acrescentar) . 
(inserir fotos). 
Um convidado especial nos foi apresentado. O Sr. Prof. Roberto Dilly, membro de um setor municipal do Patrimônio Histórico Cultural de Juiz de Fora. Gente, o cara sabe e conhece muito da história local. Defensor fanático de Itamar Franco. Foi bonito! Mas, para alguns, não vou citar nomes para não me comprometer, consideraram mais bonita ainda a Secretária do Professor: ”Que mulherão, sô”! Valeu!!! Mesmo assim, alguns encontristas e algumas das encontristas começaram a ficar incomodados. Que coisa feia? Teria sido pela valiosa exposição? Nada disso. É que essas pessoas começaram a roncar. Não era de sono, não; nem “de peido”, não. E sim de fome. Assim, com um pouco mais de paciência, todos aguardavam por uma lauta mesa e foi mesmo. Outros esperavam “molhar o bico” com um golo que não fosse de água e sim da marvada. Quem trouxe de casa tomou e, ainda que escondidamente, ofertava aos colegas, mas a famosa estrangeira não apareceu. Ô Lua!!!!
“Comida no papinho, pé no caminho!”. Quem aguenta? Ninguém! Somos filhos de Deus e estamos em uma casa sacra. O bom mesmo é “tirar uma palhinha – uma sonequinha” e aí então dar continuidade à programação prevista: Passeio Turístico em Juiz de Fora. Três pontos chamaram a atenção: a Catedral, com toda sua espiritualidade e beleza artística (inserir fotos) ; o Cine Central, uma maravilha de prédio e beleza interna (inserir fotos). E o Museu da Estação Ferroviária, uma verdadeira conexão entre o passado e o presente de um meio de transporte chamado TREM. (idem) - fomos informados do regresso antecipado do Edgar, Lulu e esposas).
Algo de estranho tinha que acontecer. Gente: cadê o Tupy? O Tupy sumiu! Sumiu? Mas como? Se todos estávamos juntos. Coitado do Rafa! Lá foi ele atrás do Índio. Foi encontrado, ainda bem! Já pensaram o que iríamos dizer para a Marina? Tudo bem.
“Pediu cerveja, pediu Brahma Chopp, Brahma Chopp”! ou aquela que “Desce redondo”! Cadê? – Cadê? Estavam todos de garganta seca, doidinhos por uma “loura”, gostosa, geladinha, afinal, agora estávamos fora do “Seminário”, sem “Xerife” ou um dos seus substitutos. Partimos ao encontro dela, lá em MR. TUGAS, uma fábrica de cerveja; Dita e Tupy deram o ar da graça, fazendo-nos cantar e levando outros a fazer o mesmo e a contar algumas piadas. Chegamos. “Oba, vamos tirar a garganta da miséria”, uma vez que dentro da fábrica poderíamos ver, com detalhes, como a “loura” chega até nós e ... “pegá-la entre os dedos, tomá-la na boca deliciando-nos com seu sabor”. Ledo engano! Primeiramente, pagou-se o primeiro golo e, segundamente, todos os outros e degustando saboroso rodízio de pizzas, pagando também.  Gente, a Germana deu as caras. Tudo pago, rateado o custo... agora sim: a visita ao local da fabricação e...  saciados, de barriga cheia e sonolentos retornamos às nossas celas. BOM SONO PARA TODOS!
O dia de amanhã será “carregado”.
Dia 23, sábado.
“O galo cantou, o dia amanheceu...” Ninguém acordou. O Zé Maria chegou e como “bom Xerife” logo nos apressou: “vamos, gente, o ônibus já está lá fora, esperando”. ??? “que se....”??? Alguns retrucaram, vamos tomar nosso café com calma, “não é pessoal?” aclamação total. Lá fomos nós, a caminho da Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga.
Preguiçosamente dirigimo-nos ao veículo. Alguns silenciosamente conversavam, uns dormitavam, outros apreciavam a paisagem. Viagem longa. Mais uma vez a Dita e o Chicão nos presenteiam com belas canções e interessantes paródias.
 (se achar a produção do Chicão e da Dita: publicar – vale a pena).
Imaginem, até o Siovani e o Rafael soltaram a voz. A Rose, desde o início do Encontro, comandou o espetáculo e o evento todo. Chegamos à referida Fazenda. Andar a pé já era uma rotina; foi assim que adentramos no ambiente.
Paisagem maravilhosa: rio correndo, uma ponte pela qual só passam bicicletas, motos e carros bem estreitos. Prédio antigo e grandioso: 365 janelas, 52 quartos e 7 salas; ornamentação toda do tipo colonial em estilo europeu com predominância do francês. Uma Capela linda e maravilhosa, lá Padre Júlio da Ordem da Santa Cruz celebrou a Santa Missa. Um senhor, neto dos antigos proprietários, serviu de cicerone mostrando todos os cantos da fazenda e contando história do local e dos tempos passados. De repente, sentiu-se a falta da Dita; e, procura daqui, procura dali, ela foi encontrada dormitando tranquilamente em uma cama fofa e do estilo da época que servia de mostruário. Imaginem a cena!
O Rosalino, o Lua e outros mais, ávidos de saber ou curiosidade demais, locupletaram-se de conhecimentos. O cheiro de mofo e a falta de ar puro em alguns dos locais deixou muitos coçando o nariz e espirrando. Ah! Ar puro e claridade: terminou a visita. (sinta-se à vontade para complementar informações e fatos verificados) 
“Caminhando e cantando... Bem vamos embora que esperar não é viver. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...”, com sede e com fome fomos caminhando... porém sem cantar, para o ônibus que nos levou a um restaurante que serviu almoço na base de “comida mineira”. Satisfeitos, cansados e sonolentos, assim sentimos que, apesar de saber, não fizemos hora, não esperamos acontecer, chegamos dentro do horário previsto para, em celas confortáveis, descansar e adormecer. VALEU!!!!!!!!
Valeram pouco as horas de repouso, pois, mais uma vez, lá veio o ZE MARIA. “Tá na hora – vamos pessoal, o ônibus já está esperando-nos para o jantar. Quando? Onde?
Que alegria, pessoal! Lembram ainda? Foi na residência do amigo e companheiro Alfredo, Dona Marina e toda a sempre bem agradável família. Surpresa foi na chegada. Ficamos embasbacados.
Por quê? Em toda a extensão da rua onde nosso amigo reside, deparamos com uma fila enorme de gente elegantemente vestida; as damas com seus longos e maravilhosos vestidos; os cavalheiros de terno completo. E agora, pensamos: “nós aqui deste jeito”! Uns de bermuda, sandálias, barba feita ou por fazer, em todo caso estavam perfumados. Nossas esposas, como sempre bem vestidas, mas não com tanto esmero em virtude do que se via na grande fila de espera; foi  apenas um susto. As dúvidas foram sanadas com a chegada do anfitrião. Bem ao lado da sua casa há uma casa de recepção social e lá estava acontecendo uma recepção de casamento. Ufa! Ainda bem, pois algumas das nossas damas já estavam pensando em voltar.
Acredito que nosso encontro de confraternização teve mais sucesso e grande alegria dado ao ambiente sadio, agradável e fraterno.  A família se esmerou. Da entrada, do subir e ao descer a escadaria no final, só podemos elogiar. Água com frutas, água sem frutas, refrigerante, cerveja, wisque, batida de diversos sabores, pinga da roça. Até a Germana apareceu, apareceu tanto que serviu até para fazer batida a pedido de algumas damas; petiscos dos mais variados e muito gostosos. No jantar teve de tudo: salada, strogonof, carnes, até um maçarico foi utilizado para flambar a carne e o queijo, delícia! E a sobremesa?
Sobremesa pesada foi a discussão para a escolha do local do X ENCONTRO. Propostas foram colocadas: Belo Horizonte, descartada por falta de número insuficiente desta cidade para responder pelo sim ou pelo não. Fortaleza, bom, contudo não obteve muita aceitação para esta vez. Bahia, Arraial da Ajuda, da mesma forma decidiu-se para uma outra oportunidade; cada proposta foi colocada e defendida pelo proponente. Alguém lembrou que poderia ser em Campo Belo, devido à comemoração dos 10 anos da realização do Iº Encontro. Bem lembrado. Aplaudida e aceita a sugestão. Assim, o Xº EASO será realizado em Campo Belo; e já contando com o “aceite” do pessoal de lá e com o aceite do Padre Júlio. Bravo!!!
Aí veio a sobremesa. Nessa hora ninguém pensou em regime ou de se sentir satisfeito com a comilança. Entraram de sola, ou melhor, com boca e tudo nas iguarias.
A anfitriã, Marina, não deixou suas amigas irem embora de mãos vazias, ofertando a cada uma um belo pano de prato bordado em ponto de cruz e com a mensagem: “Amigas para sempre”, o que causou bons momentos de alegria e agradecimento.
Parabéns Alfredo e familiares. Muito, muito obrigado. Deus lhes pague por tudo.
Foi aí que eu entrei de gaiato! O Rafa me chama em um canto e ao pé do ouvido, muito sutilmente, convoca-me, sem direito à recusa, para ser desta vez o Relator deste Encontro.
“Roma locuta, causa finita”. O pior de tudo é ter que assumir a clareza, sutileza e subjetividade do amigo Siovani nesta tarefa. Vamos ver o que este escriba poderá apresentar.
Andar, andar faz bem, e foi andando que se chegou ao ônibus e ao Seminário para dormir.
24 de setembro, domingo
Eis que às 07h30 chega uma pessoa que nos tem acompanhado de perto, olhos abertos, orelhas em pé, agitado e agitando o grupo, como uma COTIA ágil e esperta a conduzir sua prole. Presença constante informando e tomando decisões rápidas. Parabéns, Amigo. Nesta manhã, no entanto, fomos mais espertos, tomamos café primeiro; mas, assim mesmo, cumprimos suas ordens e logo estávamos no “bus” para uma visita ao Centro de pesquisas da UFJF e o Morro do Cristo.
Parecíamos alunos novatos. Muitas novidades. Quadros, molduras, aparelhos de certas utilidades desenvolvidos e fabricados pelos próprios alunos. Muitas curiosidades e, mais uma vez, curiosidades muitas foram sanadas pelos jovens instrutores e inventores. Valeu, valeu tanto que não sobrou tempo para chegar ao Morro do Cristo.
Após essa visita ao Centro de Pesquisas da UFJF, dirigimo-nos para o local onde seríamos homenageados pelo amigo e colega, bem como pelos seus familiares, Alberto Medina. Ótimo local, ótima cerveja, excelente comida e amizade e fraternidade sem limites.
As gentilezas do casal ainda cuidaram de também oferecer um brinde às esposas presentes, tendo a Conceição entregue a cada amiga uma bela bonbonnière.
Lembramos ainda da caneca comemorativa do IX ENCONTRO que os participantes hospedados no Seminário receberam, belo brinde cuidadosamente elaborado pela Comissão Organizadora.
OBRIGADO MUITO OBRIGADO – DEUS LHES PAGUE.
ATÉ CAMPO BELO.





quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Uma visão pessoal e inesquecível - VIII Encontro da EASO



Edgard, Cátia, Maria José e Lulu
                                                                                Por Tupinambá Pedro Paraguassu Amorim da Silva

A preocupação sadia, porém demasiada, dos casais Luiz Alfenas-Maria José Alfenas – Edgar-Cátia Maria Alfenas e colaboradores mais próximos em sediar o VIII EASO, por certo lhes tirou mais cabelos da cabeça, como fez surgir um punhado maior de rugas e, quem sabe, de mechas de cabelos brancos nas distintas senhoras.


A bucólica Senhora de Oliveira, mesmo diante de uma cerrada campanha política, parecia não entender. Mas  recebeu, assim mesmo, um relevante número de visitantes provenientes de várias partes do Estado e também de outras partes do Brasil, como da distante Belém do Pará.
O que foram fazer na tão cantada Senhora de Oliveira?
Pergunta desnecessária, mas pertinente: participar do VIII Encontro dos Ex-seminaristas da Escola Apostólica Santa Odília, Campo Belo – MG – VIII EASO-2016.

Senhora de Oliveira? Onde está situada? Como chegar até lá?

 
Senhora de Oliveira é perto

Maria e Edmundo
Edmundo Antônio Dutra do Vale, sua esposa Maria de Jesus Gaspar do Vale e este “escriba”, sem sua querida Marina Terezinha Rigotto da Silva, exatamente às 9h00 do dia 23, partimos de Belo Horizonte; optamos por seguir em direção a Conselheiro Lafaiete e daí seguir o caminho sugerido pelos coordenadores do evento. Lá pelas 12h00, após algumas dúvidas  durante o trajeto, pois a estrada não apresentava muitas informações, chegamos ao destino:
 
                 
Dirigimo-nos ao Hotel “São Judas Tadeu” para saciar nossa fome



Comida caseira da boa “a la fogão à lenha”. Maravilha! Fomos informados que havia algumas pessoas não conhecidas da região que ali estavam hospedadas, logo inferimos que deveriam ser nossos companheiros.
Pousada/ hotel São Tadeu -
 Senhora de Oliveira
 (anexar fotos).
Senhora de Oliveira - Sede
 oficial do VIII Encontro da EASO
Local aprazível, silencioso, acomodações ótimas e de fazer inveja a apartamentos de “cinco estrelas”. Fazer o que, né! “Tirar uma palhinha”, descansar e se preparar para a primeira etapa da programação.
Após essa breve, porém salutar hibernação, dirigimo-nos para o local da recepção da turma. Tratava-se de um antigo alambique desativado, mas que apresentava as peças do mesmo, um monjolo funcionando e resquícios de um pequeno estábulo.

Pousada Roda D'água -  um local bom para confraternizações
Que emoção! Os Easistas, gradativamente, foram chegando. Formamos uma turma de 22 amigos que viemos confraternizar-nos junto com esposas, filhos, filhas e até netos. Torresmo, linguiça, mandioca, caldinhos, uma variada qualidade de petiscos, tal como foi prometido pelos queridos anfitriões. Mas, não ficou só nisso, a leitoa e mais outros comes foram servidos.
A “marvada” da casa rolou por todos os lados. A especial do Lua não ficou de fora. A “batida” do Chicão, importada de Belém do Pará, completou a “carta de bebidas”.
Desta vez os discursos ficaram apenas por conta do “eterno presidente”, seguido dos anfitriões e uns valentes e corajosos amigos que usaram da palavra. Entre estes uma mensagem do Seoldo foi pronunciada. A mensagem do Padre Tiago e do Padre Leonardo, últimos dos “moicanos” da Província Senhor Bom Jesus Crúzios, ficou para uma outra oportunidade, a qual não me lembro de tê-la ouvido.
Nonato deu seu recado.
“Comida no papinho, pé no caminho”. Assim foi. Todos satisfeitos: “Cada macaco pro seu galho”, ops! Cada um voltou para seu canto buscando uma boa noite de descanso, pois o amanhã seria muito mais pleno. Assim se passou o primeiro dia do VIII EASO.
Noite tranquila. Manhã suave. Levantar cedo foi um problema. Café da manhã. Bate-papo agradável. Programação alterada. Assim mesmo todos se apressaram para ouvir a explanação do Siovani (“O poder do Mito”). Muito elucidativa.  Muita atenção! Uns (umas também) e outros dormitando. Efeito da “marvada” e da cervejada da noite anterior? Não! Cansaço mesmo.
Rosalino não está só, o  Lua
 também se inclui entre os
 acumuladores. 
O Rosalino  
arrematou ao tratar da “mania compulsiva”, em ambos os casos houve debate. Imaginem, até a Rosemere encorajou-se e deu um banho de confiança no grupo ao se expor de forma simples, porém sincera sobre aspectos pessoais. Bom! Muito bom!
Rosemere, um banho de
confiança.
Imaginem o sempre tímido  Ildeu explanando sobre a transmissão de conhecimentos dentro da área de Engenharia Agrônoma. O Raimundo e o Lua também deram seus recados.
Ildeu: a transmissão de
conhecimentos. 
Cuidar do espírito, buscar conhecimentos novos é muito bom. Saímos edificados ao absorvermos palavras sábias e verdades até então impensadas. Mas... Mas... O melhor estava por vir! O quê? Ora, a ida e visita ao Sítio “Meia Dúzia”, onde teríamos uma bela e grande surpresa. Sítio de quem? Ora, da família Lulu, Maria José, filhos e noras. Como tudo sói acontecer, o netinho do Alfredo e da Marina, menino vivo e ativo, caiu e se machucou; nada de grave. Mas nos assustou. Medicado que foi, logo soubemos que estava bem e levado para Belo Horizonte.
 “Sítio Meia Dúzia”: lugar aprazível. Um recanto agradável. Um pedacinho do céu! Bela varanda. Sala ampla. Cozinha de fazer inveja.
Um bosque verdejante, pomar, horta e árvores
frutíferas  variadas
Um bosque verdejante, pomar, horta, árvores frutíferas variadas. Uma bem preparada área com estacionamento, churrasqueira, tendas, mesas e cadeiras para nosso conforto. Ressalte-se a delicadeza, a bondade e a alegria do pessoal em servir-nos. Bebida “à vontade”. Música de acordo com o ambiente.
Como símbolo da presença dos easistas neste VIII, para perpetuar o evento, cada um de nós plantou uma muda de árvore. Músicos chegaram, animaram o ambiente. A Dita nos abrilhantou com uma música de seu repertório. Até que uma chuvinha vinda do céu,  trouxe bênçãos para ‘a terra, a boa terra’. Nem a falta de luz abalou nosso ânimo. A conversa e a comilança continuaram do mesmo jeito. Brindes e lembranças foram ofertadas a cada um presente. Que delicadeza! E olhe que ainda haveria uma lauta macarronada. Foi o suficiente para este dia o qual se prolongou até de madrugada.
Como o tempo passa! “Tudo que é bom, dura pouco”! Chegamos ao terceiro e último dia do
O autor, uma presença forte e bem colocada no altar. 
Encontro. Ressaca, não. Cansaço, não. E sim, pitadas de saudades. Mas, vamos lá!  Celebração Eucarística, às 9h00 na Matriz de Nossa Senhora da Oliveira. Lá estávamos todos nós. Recebemos e usamos uma camisa especial, doada pela Tatiane. Para não fugir à regra, este “escriba” foi indicado para fazer-se presente no altar. Foi maravilhoso ver que os muitos distantes da vida seminarística, jamais deixamos de participar da Eucaristia. Um manual da peregrinação da visita de Nossa Senhora de Nazaré do Pará foi entregue ao Pároco, como uma lembrança pela acolhida.
Fechado com chave de ouro na casa do Edgard.
Espiritualizados e santificados, fomos para a residência do casal Edgar/Cátia Luchezi Alfenas. Lá nos esperava, mais uma vez uma “recepção de babar”: petiscos, churrasco e um excelente almoço. A Dita conseguiu cantar a música especial para o VIII Encontro. Reunidos, após uma calorosa discussão, ficou estabelecido que o IX Encontro será na cidade de Juiz de fora. Agradecemos a Deus pela oportunidade de estarmos juntos. Uma oração especial foi proferida pelas família.
O VIII ENCONTRO FOI UM SUCESSO
TODOS EM JUIZ DE FORA EM 2017

O editor pede que as lembranças e considerações sejam postadas como mensagem. Caso achem conveniente, podemos mudar as legendas das fotos. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

NONATO E NAZARÉ RETORNAM A MINAS


Nazaré e Nonato,f oto de 29 jan/2015
Esteve em Minas o casal que coordenou o último Encontro realizado em Belém em 2014.  Veio em missão familiar e para contatos com amigos easistas. Nonato e Nazaré aproveitaram a oportunidade para conhecer um pouco mais o roteiro do próximo Encontro em Morretes.  Os dois easistas chegaram a Belo Horizonte no dia 20 e voltaram a Belém do Pará no dia 30 de janeiro de 2015. Pouco tempo, mas, como são dinâmicos e bem relacionados por aqui, conseguiram fazer milagres em termos de contatos e passeios. Nonato é um bom interlocutor para assuntos de encontros: tem sangue de aventureiro, gosta de ir e vir, e traz  na bagagem a vantagem do pioneirismo (foi um dos mentores dos Encontros easistas) e, além disso, teve  excelente atuação no VI Encontro.




Dona Iraci

Dona Iraci, entre Nonato e Nazaré, 
no dia 21 de janeiro de 2015
Um bolo e três velas  marcam um
 século de vida proveitosa.
Nonato e Nazaré passaram o dia 21 com Dona Iraci, a razão primeira dessa viagem, queriam comemorar os seus 100 anos. Dona Iraci, a quem Nonato considera como mãe, pois era quem o acolhia em suas férias quando o ex-seminarista estudava na EASO de Campo Belo, está em pleno vigor: esbanja  saúde,  simpatia e a tranquilidade de quem pela vida tem distribuído nada menos do que amor e alegria. Na casa de Dona Iraci, Nonato tem irmãos e irmãs, sobrinhos e sobrinhas e chega a ser até tio-avô. Quando fala de Dona Iraci, parece que a memória se lhe abre um grande livro de recordações e velhas emoções pousam sobre o experiente "Comandante".  Só não conhece cada paralelepípedo da Rua Bauxita, em Santa Tereza, porque a modernidade da cidade os substituiu pelo asfalto. Lembra-se das peladas na rua e dos amigos que ali fez.   Razões tem para ser tão grato, esta senhora, nos anos 1960, não apenas abriu sua casa e deu-lhe guarida durante as férias escolares, mas o tornou um membro da família, como ele diz: "ela me tratava como se eu fosse realmente um filho e dava-me de tudo que um menino precisa. Eu me sentia em casa". Assim, aquela casa fez de Nonato um filho; e dos filhos de Dona Iraci, seus irmãos. 

Pampulha


Nazaré e Nonato na frente  da igreja
da Pampulha
No dia 22, pela manhã, o casal e Lulu  foram a passeio pelo  entorno da Lagoa da Pampulha. Nada mal para uma esticada pelas margens da lagoa e posar para fotos na frente da famosa igrejinha de São Francisco de Assis, contornar  a lagoa de carro - são 18 quilômetros - e dar um paradinha no Museu de Artes da Pampulha - MAP só para apreciar algumas obras de arte e conhecer um pouco da história da construção da lagoa, desde o prefeito Otacílio Negrão Lima (1936) até JK (1943),  Por ali veem-se a Casa do Baile, o Mineirinho, o Mineirão, o Iate Clube, o pórtico do zoológico e a entrada da famosa Toca da Raposa. A lagoa, apesar de ser ainda muito poluída, não tem mau cheiro e, nas suas margens,  pode-se respirar a beleza das obras curvilíneas de Oscar Niemeyer e apreciar os paneis de Portinari, especialmente na Igrejinha de São Francisco,  com seus  motivos cravados ao lado do altar, onde os animais se achegam ao culto.


Jantar árabe

Serra do Mar Paranaense, vista a partir  do trem que
 vai de Curitiba até Morretes
À noite do dia 22,  o casal reuniu-se  com alguns amigos de BH num restaurante de comida típica árabe. Com a presença do Lua (leia-se coordenador do próximo Encontro) e o reforço de Siovani e Rose, José Geraldo Assunção e Lulu, Nonato e Nazaré foram o centro das atenções. Nessa reunião, o Lua apresentou suas ideias básicas sobre o próximo Encontro e mostrou fotos da região de Morretes. O Encontro foi assim esquematizado: Plano inicial do VII: dia 22 de setembro de 2015, chegada a Curitiba; dia 23, ida de trem de Curitiba para Morretes. A partir de Morretes,  o grupo fará vários passeios pela região, que é rica em motivos turísticos e belezas naturais. Dia 26, retorno (ainda não muito bem definido). Essa programação inicial deverá ser confirmada pelo Lua para que cada um dos encontristas possa antecipar sua programação e conseguir comprar passagens aéreas a preços de promoção, a exemplo do que aconteceu no Encontro de Belém. Quando houver a confirmação das datas e dos pontos de embarque de ida e volta, todos serão informados por e-mail e pelo Blog. Por enquanto, com essas informações, os interessados já podem ir conciliando a agenda de 2015 e nela encaixando as Serras Paranaenses.

Os dias 24 e 25 foram reservados para os compromissos sociais com irmãos, igreja e outros passeios em Belo Horizonte.

Zona da Mata Mineira

A partir da esquerda: Benoni, Manoel, 
Chiquinho, Alfredo, Marina, José
Maria Fontes, Marcos, Nazaré, 
Nonato, Rafael e Alberto
Medina (foto de 28 jan/2015)
Do dia 26 a 29, o casal realizou uma viagem que o levou a  Juiz de Fora, a Argirita, a Leopoldina e  Recreio. Em todo o trajeto, esteve sempre rodeado por amigos. Juiz de Fora conta com  um grupo de easistas  que sempre mostra presença nos pequenos e grandes Encontros, e dessa vez não foi diferente. Aos easistas Nonato, Rafael, Benone e Alberto Medina, os quais podemos chamar de pioneiros, juntaram-se outros que gozam de grande prestígio entre todos os ex-seminaristas, como Chiquinho, Manoel, José Maria Fontes e Marcos Cardoso Paula (clique no nome para ver uma foto de 1954).
A partir de Juiz de Fora, o casal e os easistas Benone, Rafael e Alberto Medina foram até Leopoldina/Recreio e no caminho passaram por Argirita. Neste trajeto,  outros easistas foram contactados:   Lídio (Leopoldina),  Edison  e José Firmino (Recreio).


Esta viagem foi assim relatada pelo Nonato:

Juiz de Fora

"Na verdade, minha ida  a Juiz de Fora tinha como objetivo convidar o Rafael para que fosse comigo a Leopoldina para que eu pudesse me encontrar com o Lídio,  também colega de seminário, que lá viveu nos anos de 1957 a 1959, se não me falha a memória, e que nunca participou de nossos Encontros porque não tinha condições de ir por se achar doente. O gostoso foi que, não só o Rafael, mas também o Benone e o Alberto Medina, o Barata, no dia 27 de janeiro, nos acompanharam nessa aventura. 

Argirita


Antônio Medina e Argentina Gonçal-
ves Medina 
Alberto Medina, Benone e Nazaré, em 
pé. Antônio Medina, Rafael, Nonato
e Argentina Gonçalves Medina, assen-
tados.
Antes de chegarmos a Leopoldina, passamos por Argirita, onde fomos até a casa dos pais do Barata, o senhor Antônio Medina e a senhora Argentina Gonçalves Medina,  e tivemos a felicidade de conhecê-los: ele com 97 anos e ela com 94, ambos sofrendo com o peso da idade, mas muito felizes. O senhor Antônio, apesar da idade avançada, está lúcido e vibrante como ex-combatente da 2ª Guerra mundial.  
Alberto Medina ao lado da foto do
pai, Antônio Medina, a quem reve-
rencia com justo orgulho. .

Num papo bem descontraído e animado, nos relatou alguns lances de sua vida lá pela Itália, nos idos de 1944 /45, em seguida nos mostrou suas condecorações e quadros alusivos àquela época.







Leopoldina


Nonato, Fátima e Ldio Costa Reis Filho
Em Leopoldina, aproveitamos não só para encontrar o Lídio como também para visitar o antigo convento onde funcionou o nosso Seminário Maior e a Igreja de São José. Procuramos também o nosso colega José Maria Gaetho, o Quadrado:  fomos até à casa dele, num bairro bastante distante, mas, infelizmente, não o encontramos. Por volta de meio dia, depois de procurarmos bastante por estes nossos companheiros, fomos a um restaurante para almoçar quando, finalmente, tivemos a satisfação de nos encontrar com o Lídio, que atendeu nosso telefonema e veio até ao restaurante e nos convidou para irmos até a sua casa, onde fomos bem recebidos e tivemos o prazer de conhecer a sua distinta família. Graças a Deus, este nosso  amigo não está tão doente que não possa participar de nossos Encontros, talvez tenha uma pequena síndrome de pânico, que o impeça de viajar, mas nos prometeu que estará presente no próximo Encontro que vier a ser realizado  em Campo Belo. (clique aqui para ler uma crônica do Lídio escrita em 1959)




Recreio

A rara presença de Edison Júlio da 
Silva, ex-seminaristas da velha
guarda, ao lado de Nonato e rodeado 
pelos easistas. 
Edson em 1953, destaque.
Depois de Leopoldina, fomos até a cidade de Recreio, onde visitamos o colega Edison, que foi um dos seminaristas da primeira turma, em 1953. Em 1958 era o goleirão de nosso imbatível Santa. Cruz. Edison está bastante debilitado, sofre do Mal de Parkinson e vive só em companhia de uma enfermeira, que cuida dele. Nessa cidade, encontramos também  o nosso colega, ex-seminarista,  José Firmino Rodrigues; este é o maior de todos os ex-seminaristas tanto em longitude como em altitude, como a figura de um ''Asterix'', grandão e que, com muita simpatia, nos acompanhou até a casa do Edison e depois nos levou ate sua residência onde conhecemos sua distinta esposa e seu filho (Clique aqui para ler uma crônica do  Edison escrita em 1958).

Na volta, ficamos até às 19 horas em Leopoldina, tentando nos encontrar com o Quadrado, agora em um restaurante onde supostamente trabalhava, mas lá não apareceu para nossa frustração. 

Benoni fala aos convidados do 
jantar dos Medinas (Alberto e 
Maria Conceição). Foto de 28
 de janeiro de 2015
Voltamos a Juiz de Fora, onde no dia 28 , na residência do Barata que com sua simpática e querida esposa , Dona Conceição, nos proporcionou um espetacular Jantar regado a Cerveja com um delicioso tira-gosto. Estando presente neste pequeno encontro: O Medina e sua esposa Conceição, Alfredo e Marina, eu e a Nazaré, Benone, o José Maria Fontes , o Cutia, o Manoelzinho e seu irmão, o Francisco, e o Marquinho  que pela primeira vez nos abrilhantou com sua presença. Neste pequeno Encontro, tratamos de vários assuntos sendo o principal deles o VII que será este ano em Morretes no Estado do Paraná.

O RESULTADO foi que todos ficamos ansiosos,  esperando a programação e a avaliação de quanto serão os custos".




Jantar de despedida em Belo Horizonte

Cebola gigante 
O casal voltou a  BH no dia 29 e, à noite, juntou-se a um grupo de amigos e foi jantar num badalado restaurante de comida típica australiana. Depois de enfrentar uma fila de espera de mais de uma hora, finalmente o grupo de nove pessoas  conseguiu um lugar privilegiado e  com aconchego apropriado para tanta amizade.
Quem foi pela primeira vez aguardou ansioso o petisco inicial: a famosa cebola gigante temperada com pimenta, alho e sal e muitos condimentos; dizem que é frita depois de dois dias de geladeira para o entranhamento de tanto ingrediente.



No sentido horário: Marina, Tupy,
Toninho, Ciléia, Cláudio, Lulu,
Maria José, Nazaré e Nonato 
Toninho e Ciléia.
Estavam presentes nessa "steakhouse": os visitantes, Nonato e Nazaré; o casal Toninho e Ciléia, ele um dos irmãos que o Nonato tem aqui em BH, mais precisamente na casa da Dona Iraci; o casal Tupy e Marina; e o casal Lulu e Maria José acompanhado do filho Cláudio. (duplo clique nas
fotos para ampliá-las)


No dia 30 se despediram de Minas, mas logo voltarão.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ENTREVISTA COM O TUPY



Entrevistado: Tupinambá Pedro Paraguassú Amorim da Silva (68 anos)
Período no seminário: 1963-1964 (EASO – Campo Belo); 1965 – 1971 (Seminário Maior – BH).
Formação acadêmica: Filosofia – História - Teologia - Administração de Empresas – Ecologia e Educação Ambiental.


APRESENTAÇÃO

Tupy, nome reduzido pelo qual é mais conhecido, é esse homem de fé, irmão, camarada. Descendente de índio misturado com europeu, herança que lhe deu essa mescla genuína na tez e no porte físico.
Filho comportado, acatou a decisão da mãe e seguiu seu desejo: entrou no seminário menor disposto a ser padre. Todavia, concepções divergentes no trabalho apostólico, já no diaconato, levaram-no a deixar a vida religiosa.
Será que a Marina teve algo a ver com essa decisão? Isso ele não disse nem lhe foi perguntado. Uma coisa é certa: casaram-se dois anos depois dessa decisão, em 1973, formando uma bela família, que foi abençoada com dois filhos e dois netos, por enquanto. Mesmo depois de aposentados, o casal ainda comunga muitos sonhos e projetos de vida!
Homem simples, mas também corajoso. Não se submete à injustiça e enfrenta os poderosos nos seus tronos, assim como fez, enfrentando a polícia na década de 1970, dando assistência aos presos políticos e perseguidos da (in)justiça.
O seu testemunho de fé é um exemplo para todos nós: como ele não se envergonha do Mestre, com certeza, o Mestre também não se envergonhará dele no último dia.
Este é o nosso amigo Tupy, que, diferente da maioria de nós outros, chegou já grande no Seminário da Escola Apostólica “Santa Odília” (EASO).
Prezado leitor, conheça melhor a grandeza desse homem na entrevista a seguir e preste atenção às suas mensagens que nos fazem refletir.

I – PERFIL

Família: casado com Marina Terezinha Rigotto da Silva, Assistente Social aposentada, natural de Belo Horizonte. O casamento realizou-se em Sabará no dia 14/07/73, na Capela de São Pedro Damião.
Dessa feliz união foram gerados dois filhos: o mais velho, de nome Lucas Tadeu Rigotto da Silva, casado com a paulista Carla, que tiveram como fruto desse casamento o neto Lucas. O outro é o Matheus José Rigotto da Silva, casado com a mineira Simone, que geraram o neto Matheusinho.

II - DEPOIMENTO DO ENTREVISTADO

 Ainda me chamo Tupinambá Pedro Paraguassú (com dois ‘ss' e acento agudo no ‘u’) Amorim da Silva. Sou natural da antiga “Cidade das Mangueiras”, Belém do Pará, nascido aos 28 dias do mês de junho do ano de 1944. Fui criado no Bairro da Pedreira, “Bairro do Samba e do amor”, cuja padroeira é Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Fui batizado na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.
Meu pai, Sebastião José da Silva, de origem escrava e indígena, é proveniente da Ilha do Mosqueiro. Minha mãe, Carmem Amorim da Silva, de origem portuguesa e francesa. Dessa mistura toda vim ao mundo, belo, sadio e sacudido. Oficialmente consta que tive mais sete irmãos, ao todo, seis homens e duas mulheres. Eu sou o penúltimo da prole. Meus pais, como também outros quatro irmãos, já estão no andar de cima. Hoje somos apenas duas irmãs e dois irmãos. Exceto eu, todos vivem com suas famílias em Belém do Pará e na ilha do Mosqueiro.
Minha ligação com os “Crúzios” não difere tanto da de nossos companheiros de seminário. Aos sete anos, recebi o Sacramento da Eucaristia (nem sabia o que era bem isso!). Dado ao meu espírito moleque, brincalhão, porém muito sério, logo fui ser coroinha e entrar para a “Cruzada Eucarística” (CE). Imagine, fui “cruzadinho” e depois presidente da CE. Na minha paróquia fui escoteiro, legionário, do Grupo de Jovens e etc e tal. Não sabia que estava sendo observado. Padre Henrique Plag, padre Hilário de Yong, padre Tiago Boets, padre Andrezinho (“Driske”), padre Guilherme Lokkant e Padre Gilberto van de Ven foram os meus preceptores na Ordem de Santa Cruz (OSC). Padre Arnaldo van Kuyk, superior da Ordem no Brasil, um dia, em visita canônica, esteve em Belém e apresentaram-me a ele.  Perguntou-me se gostaria de conhecer o Seminário de Campo Belo.  Não soube responder.  “Que conversassem com a mamãe!”. Foi um rolo. Estava já terminando a 8ª série do 1º grau no Ginásio “Visconde de Sousa Franco”. Papai nem quis ouvir. Mamãe mandou pensar. E pensando, os padres me colocaram para estudar com os Maristas no Colégio Nazaré. Lá, em 1962, cursei a primeira série do 2º grau. Após muita relutância de papai, minha mãe deu o veredicto: “pode ir! Vá com Deus!"

Em pé, a partir da esquerda, Avimar, Tupy, Carraro, 
Nonato, Edmar. Júlio Martins (primeiro agachado, à esquerda
Foto cedida por Rodolfo Rodarte
No dia 13 de fevereiro de 1963, saí de Belém em um avião da Panair do Brasil, junto com o Raimundinho (por onde ele andará?). No dia 14 de fevereiro, cheguei a Campo Belo. Dessa “Cidade Montesa”, saí no final de 1964 para dar continuidade à formação eclesiástica no Noviciado. Deixei a OSC em 1971.

Onde trabalhei?
Antes mesmo de deixar a OSC, eu já trabalhava em uma escola da periferia de Belo Horizonte, no bairro Boa Vista, lá pelos idos do ano de 1966: Colégio Normal “Frederico Ozanam”, mantido pela Associação de Negros “Henrique Dias”, fundada para dar suporte aos negros e filhos de negros, já discriminados naquela época. Fui professor de Filosofia-Sociologia-Psicologia da Educação; professor da área de Estudos Sociais (História Geral, História do Brasil, Educação Moral e Cívica, OSPB). A princípio minha atividade maior era acompanhar e dar assistência aos jovens e às futuras professoras. Dado à insuficiência de técnicos educacionais e pelo meu destaque no trato com alunos, pais de alunos, professores e comunidade, logo fui assumindo as funções de Diretor Técnico, Orientador Pedagógico, Orientador Educacional e Relações Públicas, pois muitos dos diretores eram semianalfabetos. Foi uma experiência maravilhosa. Ali pude ver o quanto uma pessoa cheia de boa vontade pode fazer por seus semelhantes.  Nesse Colégio implantamos os cursos de Secretariado, Técnico em Administração de Empresas, Contabilidade, e Enfermagem. O Eustáquio pode dar testemunho dessa fase. Por questões de ordem pessoal e de futuro de lá saí em 1976.
Atuei também como professor, Diretor e Coordenador Pedagógico no Colégio “Claudovino de Carvalho”, depois denominado “Santa Inês” e agora conhecido como “Colégio Maximus”. Praticamente fizemos um trabalho semelhante ao anterior.
Não deixei de estudar e, nesse intervalo de tempo, completei meus estudos filosóficos em São João d’El Rei. Formei-me em Administração de Empresas pela Faculdade de Ciências Gerenciais da UNA (FCG/UNA). Como sempre só pensando na docência, mas lá fui eu, logo depois de formado, devido às experiências anteriores, assumir a Coordenação Geral de Ensino da UNA, depois a Secretaria Geral, depois a Vice-diretoria, depois a Coordenação do Vestibular; tempos depois colaborar na implantação dos cursos de Comércio Exterior, Processamento de Dados. Isto tudo, mais uma vez digo, por causa do meu espírito alegre, amigo de todos, cumpridor de meus deveres, firme nas decisões e sem “puxar saco” de quem quer fosse.
Não satisfeito com o que já sabia, em Lavras fiz o curso de “Ecologia e Educação Ambiental”. Foi mais uma porta aberta para o magistério. Assim, lá fui eu para Itabira colaborar na oficialização do curso de Turismo e dar aulas de Recursos Humanos, Ética Profissional (Deontologia). Foi uma loucura, mas deu certo.
Hoje sou um aposentado feliz e quase realizado profissionalmente.

O que realizei fora do emprego?
Ainda achava tempo para ajudar nas paróquias na formação e coordenação da Catequese e na formação de Associações de Bairros. Eram comunidades emergentes, não havia saneamento básico; faltavam escolas; condução precária; inexistiam Postos Médicos, etc, etc.


Tupy servindo a sopa, em destaque, à esquerda,
Nonato e Carraro (de óculos) - Foto cedida
por Nonato
O que fiz no mundo?
Ora, no mundo, a vida consta de uma sucessão de fatos e estes fizeram parte na minha vida.
No espaço de tempo de 1966 a 1970, participei de manifestações estudantis e confronto com as Polícias Militar e Exército, apanhei de cassetete, as bombas de gás lacrimogêneo me faziam chorar e correr. Fui por algumas vezes levado no “camburão” junto com outros estudantes e solto após levar algumas lambadas nas costas (‘solta eles, mas dá umas porretadas neles, pra aprender’); estava no “meio da multidão”. Ainda como Crúzio e vestido de Crúzio, visitava presos políticos no DOPS e nas Delegacias de Polícia. Parece que eu “acendia uma vela pra Deus e outra pro Diabo”. Assim fiz até que foram descobrindo minhas atividades. Aqui também começou a minha divergência com a direção da OSC: queriam um Crúzio conventual e eu estava mais fora do que dentro do convento. Era o vigor da juventude brasileira, a força intrínseca do nacionalismo, contra o tradicionalismo europeu de formação; quiseram mandar-me para a Alemanha ou Roma, mas não aceitei. Na oportunidade, achava que não podia deixar o nosso povo. Mesmo assim, cheguei ao Diaconato. Assim batizava crianças, celebrava casamentos, visitava doentes em suas casas e nos hospitais, ia a velórios, participava de cultos ecumênicos, ia aos terreiros e ainda celebrava cultos na ausência de padres, tanto em nossas paróquias quanto na periferia, etc., etc. O mais importante e gostoso era contribuir para levar nosso povo a ter uma melhor condição de vida tanto espiritual como social, pessoal e comunitária.  Por um tempo fui Conselheiro do Conselho Regional de Administração (CRA/MG) e um dos autores do Código de Ética do Administrador. Hoje, como aposentado, continuo fazendo tudo isso e muito mais. Junto com a Marina, esposa querida, somos membros do Conselho Municipal do Idoso de Sabará (imagina que cheguei a ser presidente deste Conselho); coordenamos o Grupo da Melhor Idade “Alegria da Abranês” da nossa comunidade; participamos do Encontro de Casais com Cristo; fazemos parte do Conselho Pastoral da comunidade; somos membros do Apostolado da Oração, da SSVP, Conferência “Santa Helena” e outras coisas mais.

Hobby?
Quando podemos, viajar: Belém; São Paulo para ver o netinho Bruno, o filhão e a nora querida; Campo Belo, Leopoldina, Juiz de Fora para ver os amigos; algumas vezes ao Nordeste. Leitura diária de jornais, revistas. Livros técnicos na área de Relações Humanas e religiosos, romances, poesia e contos. Tudo pela metade, não dá tempo para ler tudo. Gosto de ver futebol pela TV, principalmente do meu GALO e do meu querido REMO. Estou sempre ligado às notícias vindas por meio do rádio. As novelas que apresentam um razoável enredo me agradam.

O que penso dos dias atuais? 
Vejo grandes vertentes: a grande preocupação com a qualidade de vida do planeta Terra e das pessoas que nele habitam. Em face disso, congratulo-me com as políticas internacionais em favor da ecologia sem que com isso diminua o processo de desenvolvimento industrial, a preocupação com a valorização do ser humano dentro desse processo todo ainda seria ínfimo, mas que está aí.

Por outro lado, a ganância, o desejo de ser mais, de manter posições estratégicas no rol das nações, leva muitos países a não ver, não querer que a visão anterior se realize e assim vêm as consequências nefastas como as guerras fratricidas, as guerras religiosas, a devastação das riquezas naturais; a fabricação e vendas de armas bélicas com efeitos altamente destruidores. No campo social a luta para a legalização do aborto em todas as situações; a desvalorização e desagregação da família; a relação estável e oficial de pessoas do mesmo sexo; a luta pela dessacralização, pelo descrédito às instituições religiosas e à cultura religiosa em geral. E os efeitos nefastos da globalização no que tange às culturas nacionais, o folclore, as festas tradicionais, os festejos religiosos, as serestas, as brincadeiras e cantos infantis, o amor aos símbolos nacionais. Nossa, é muita coisa. Mas, nada está perdido. O mundo está vendo, está sofrendo e está se revoltando contra este estado de coisas.


O que pretendo do futuro?
Como bom cristão, afirmo: “O futuro a Deus pertence”. O passado é a fonte da experiência. O presente é para ser vivido. Vivido de forma integral de corpo e alma. Lutando para que a condição melhor de vida se torne uma regra e não uma exceção. “Eu vim para que todos tenham vida e todos tenham vida plenamente”.  A parusia começa no momento de nossa existência e se prolonga sempre (há quem acredite que começa após a morte apenas). Eternidade, acredito, não tem início nem fim. Ela é no aqui e no agora (no hic et nunc). Como daqui a cinquenta anos não deverei estar mais aqui e sim em outra esfera, fico com a promessa daquele Senhor que ontem, como hoje nos promete: “Não se perturbem os vossos corações. Creiam em mim, creiam no Evangelho!”, assim vou vivendo, pois sei que “Na casa de meu Pai há muitas moradas!”, assumi a Palavra e lutarei até o fim para que uma delas seja a minha. E, quem sabe, de lá poder, se me for permitido, ver a concretização desse “mundo de amor e paz”, que só Ele pode dar!
É o que penso, mesmo contrariando uns e outros.

Acredito que a trajetória de minha vida tem muito a ver com a presença dos Crúzios na minha vida. Presença esta que vem desde a minha meninice, adolescência e parte da juventude vivida na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, lá na minha querida Belém do Pará, no saudoso bairro da Pedreira; no tempo vivido na Escola Apostólica Santa Odília, no Convento São José em Leopoldina e no Convento de Belo Horizonte em Santa Tereza. Todos os Padres Crúzios, bem como todos os companheiros de seminário, com certeza, não só influenciaram a minha vida como me fizeram ser o homem que sou.

III – PERGUNTAS GERAIS

Blog – Fazendo uma retrospectiva da vida e do ser humano que você é atualmente, o que a Escola Apostólica Santa Odília significou neste contexto? Qual a importância ela teve para você?

Tupy – O sentido de poder viver na unidade dentro de uma diversidade de pessoas provindas de regiões diversas; idades diferentes: crianças, adolescentes, jovens; com intelectuais como os Padres Crúzios, professores do Colégio “Dom Cabral”. Todos esses aspectos contribuíram para moldar meus pensamentos, atitudes de vida, adaptabilidade, o espírito de disciplina, aprofundamento da cultura, da ciência e da espiritualidade.

Blog - Quais as lembranças que você tem da EASO e das pessoas com as quais conviveu lá que são as mais marcantes e significativas para você?
Tupy (à direita) ao lado do Carraro e dois
alunos externos do  "D. Cabral" (agachados)
Foto cedida por Júlio Martins
Tupy – Lembranças todas, desde a chegada até a saída. Os bons momentos e os menos bons. Todos ficaram gravados, nem a névoa do tempo conseguiu extinguir tais lembranças. Quanto às pessoas, recordo-me do Raimundinho ao Antônio de Ázara, ou seja do menor ao mais antigo, contudo as figuras do Carraro, do Raimundo Nonato, do Eustáquio, do Rafael, do Tião Rocha, do Ildeu, do Ivair, do José Engrácio, do Canhão, do Quadrado, do Cabrita, do Picolé e do Canguru sempre me vêm à mente. A figura impoluta do Padre Lucas; a presença constante do Padre Humberto; as inconstâncias do Padre Agostinho; a sisudez e vaidade cultural do Padre Luiz; a invejável cultura dos Padres Justino e Clemente; a altivez, bondade e “berros” do Padre Cornélio; a laboriosidade do Padre Jerônimo; a rigidez do Padre João e a fanfarronice do Padre Pedro, o “pidão”. Cada uma dessas lembranças deixaram indeléveis marcas na minha formação.



Blog – Para você, o que é ser bem sucedido na vida?


Tupy - Filosoficamente: buscar constantemente o sentido da vida em cada fase da existência. Como criança, pensava como criança e o mesmo fiz na juventude e na fase adulta, pensando, respectivamente, como jovem e adulto. E agora, na fase madura da vida, olhar para trás e ver se o que fiz me responderá “para onde vou”.
Racionalmente: “Lutar, lutar, vencer, este é o nosso ideal”. O sucesso depende de como você vê a vida, como você a enfrenta e o que você faz para conviver com a diversidade, sem perder a sua individualidade e a sua dignidade como ser humano.
Espiritualmente:– “Eu creio na vida eterna e na feliz ressurreição!”. “Eu creio num mundo novo, pois Cristo ressuscitou! Eu vejo sua luz no povo, por isso alegre estou! Eu creio nos homens que estão unidos com outros, partindo o pão. Nos fracos fortalecidos, eu vejo a ressurreição! Na fé dos que estão sofrendo, no riso do meu irmão, na hora em que está morrendo, eu vejo a ressurreição”.

IV – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

Blog – Qual a origem de seu nome? E por que você foi batizado na Basílica Nossa Senhora de Nazaré e não na paróquia do Bairro da Pedreira, onde nasceu?

Tupy – Tupinambá Paraguassu. Meu pai, católico daqueles muito ecléticos, acreditava muito em Deus, mas buscava ajuda espiritual onde lhe fosse mais convincente. Estava eu para nascer, mamãe passando muito mal, então, recomendaram-lhe uma visita a um Centro Espírita. Lá foi ele, pois o amor para com mamãe levava-o a buscar todo tipo de ajuda. Gente, “baixou um caboclo”. Seu nome? Tupinambá Paraguassú. Este recomendou umas garrafadas naturais. Se mamãe tomasse, ficaria bem e o filho nasceria bem e sem problemas. Não deu outra, mamãe tomou. Coincidência ou não, mamãe não teve mais nada e eu vim a este mundo, sadio, lindo e maravilhoso, como sou até hoje (um pouco melhor, é claro). Papai foi agradecer. Sabem qual o pagamento? Dar ao filho nascido o nome do índio: Tupinambá Paraguassú. Papai nem pestanejou.
Era comum batizar primeiro (ou seja, logo). Na Pedreira o padre não aceitou batizar o “beleza aqui” só com nome de índio. Na Basílica de Nazaré o padre foi mais acessível e argumentou com papai que, uma vez que eu nascera nas vésperas de São Pedro, que eu fosse batizado com um nome que fosse cristão. Beleza. Tudo em paz! Na Basílica recebi o sal, tomei banho na pia batismal e ainda colocaram uma vela acessa na minha mão e com um novo nome: Pedro Tupinambá Paraguassú Amorim (da mamãe, descendente de francês com português) e da Silva (da parte de papai). 

Tupinambá Pedro Paraguassú Amorim da Silva um pouco mais atual
(I Encontro - 2008) - foto extraída do Google Drive do Luiz Alfenas 


No Cartório: não se sabe se foi gosto do papai, gosto ou erro do escrivão. Recebi outro nome: Tupinambá Pedro Paraguassú Amorim da Silva. Este sou eu. Acredite quem quiser!

Blog (sugerida por Luiz Alfenas) – Tupy, por que você diz que os negros e filhos de negros já eram discriminados em 1966, como se no passado mais remoto não houvesse tal discriminação. Não seria o caso de se dizer: ainda eram discriminados naquela época?

Tupy: Correto. A história se mantém até hoje. Veja o caso da discriminação em empregos, cargos políticos, vagas em Universidades, etc... Acontece que, na periferia onde eu trabalhava como “agente pastoral”, o êxodo rural era uma constante. A maioria dos retirantes era descendente de negros e nas escolas a preferência era para os filhos de brancos. Pouca vaga sobrava para os filhos dos negros e dos marginalizados. A minha fala refere-se ao contexto em que estava situado. Desculpe-me a falta de informação.

Blog (sugerida por Luiz Alfenas) – Na descrição de sua participação em manifestações estudantis e nas atividades de apoio aos presos políticos, no período de 1966 a 1970, você diz que “acendia uma vela para Deus e outra pro Diabo”, quem era o Diabo no contexto descrito?

Tupy – Como religioso e envergando a “farda crúzia” eu entrava nas Delegacias e visitava os presos. No meio das manifestações eu era o civil engajado. A frase descrita foi apenas uma forma de expressão.

Blog (sugerida por Luiz Alfenas) – Em seu depoimento, você se considera um aposentado feliz e quase realizado profissionalmente. O que você quer dizer com quase realizado profissionalmente, o que lhe falta?

Tupy – O ser humano nunca se encontra totalmente realizado. Acredito que enquanto na ativa jamais deixei de cumprir um só ato que desabonasse a conduta profissional. Talvez tenha me expressado mal. O desejo de ser, mais a ânsia de querer saber mais, e a observância de nossas limitações de agora, levam-me a ver que “sei que nada sei”. Por isso, procuro aprender sempre mais e mais e, assim, vou me realizando.

Blog (sugerida por José Tito) - Você acha que a inserção social de ex-internos de colégios católicos, hoje, está mais fácil com o tipo de formação que tivemos?

Tupy – Não tenho informações suficientes para responder a essa pergunta. Posso apenas concluir que as dificuldades são as mesmas para cada um que procura “seu lugar no mundo”. Quando a formação é integral e a instituição bem reconhecida, isso torna-se um facilitador. Tudo depende de cada um, veja nosso caso: quantas dificuldades tivemos. Sobrevivemos e hoje estamos aí.

A seguir, quatro perguntas sugeridas pelo José Rafael:

Blog - Sua atuação no meio social é clara, você se dedica muito ao próximo, faz parte de sua vida o trabalho comunitário. Sendo assim, explorando um pouco mais, perguntamos: como você vê o trabalho atual da "Igreja", no tocante às mudanças sociais que necessitam ser realizadas, nos aspectos político, social e familiar?


Tupy – A Igreja Católica Apostólica Romana, a nossa Igreja, está situada dentro de um extenso mundo: em todos os rincões da terra. Em cada parte uma realidade diferente. A mensagem evangélica é a mesma em todo e qualquer lugar. O trabalho, a missão da Igreja é colaborar para que todos vivam sob a égide da justiça e da paz acentuando que o desenvolvimento é o novo nome da paz. Paz e desenvolvimento no sentido político, econômico, social familiar e religioso. Toda e qualquer ação missionária neste sentido fatalmente conduz à mudança. Isso é notório nas comunidades. O que diferencia, em nosso caso, é que o Brasil é um “gigante pela própria natureza”, com condições diferentes de vida e de problemas de todas as ordens. Isso dificulta uma ação plenamente conjunta. Veja o caso da ação no Norte e no Nordeste, como difere da ação da Igreja presente no Sul e no Sudeste. Considero que a Igreja Católica e algumas evangélicas estão fazendo um trabalho de evangelização que busca uma renovação na política como um todo. Face a isso, muitos de nossos missionários são perseguidos e mortos junto com tantos outros agentes pastorais.

Blog - A fé é algo muito pessoal, no entanto, recebemos influências externas que podem solidificá-la em cada um de nós. Perguntamos: até quando os crúzios tiveram influência na sua fé? Há um fato específico?

Tupy - A fé é algo pessoal porque se trata de uma adesão a alguém, a uma ideia ou a determinado grupo para onde convergem pensamentos e ações semelhantes. No nosso aspecto religioso, a fé está centrada na pessoa de Jesus Cristo, nos seus ensinamentos e em suas ações. Não no Jesus Cristo Histórico, que viveu e fez assim e assim, mas no Jesus Cristo concreto que vive e está no meio de nós. De forma que, por não sermos perfeitos nem donos da verdade, sempre estaremos recebendo influências externas, as quais servirão para solidificar a crença naquilo que professamos. Assim foi com nossos queridos Padres Crúzios. A vida monástica deles e suas ações pastorais, podem ter certeza, influenciaram e continuam influenciando na minha vida, especialmente os “crúzios idosos” que vivem reclusos em determinados conventos e não se queixam do modo como vivem hoje. Venham visitá-los em Santa Teresa, Belo Horizonte.

Blog - Você e o Eustáquio são dois educadores. A O.S.C. acertadamente chamou Eustáquio para dirigir o Colégio “Dom Cabral”. Pelo seu currículo, você também poderia dar uma grande contribuição para a obra. Se lhe fosse solicitado, como você poderia colaborar com o nosso querido colégio?

Tupy – Meu ciclo de vida como educador profissional encerrou-se quando da minha aposentadoria definitiva. Nossa contribuição chama-se presença. Estou constantemente presente e trocando ideias com nosso Eustáquio. Não me passa mais pela cabeça assumir posto algum de direção em nenhum estabelecimento de ensino.

Blog - O que você tem a dizer sobre os nossos "encontros" (EASO)? Você tem alguma sugestão a fazer para melhorar este movimento?

Tupy e Marina em visita ao casal Rafael e Leida, em Juiz
de Fora
Tupy – Gosto de dissertar sobre isso. Foi a melhor das ideias que um ou mais dos antigos internos da Escola Apostólica “Santa Odília” puderam ter. Pensar, sempre pensei. Buscar, nunca busquei.  Daí, desde cedo assumi a proposta. Coloquei-me ao lado do Rafael, do Raimundo e da turma de Juiz de Fora, de Belo Horizonte e dos demais idealizadores para colocar a idéia para frente. Assim foi. Hoje é uma realidade. Uma grande realidade. Uma santa realidade. É maravilhoso reencontrar amigos, ver as esposas se conhecendo, conversando animadamente como se já conhecessem pessoalmente. Filhos e netos, quem diria que um dia pudessem saber mais de perto como foi a formação de seus pais e avós.

Sugestão? Uma só: NÃO DEIXAR QUE ESSE MOMENTO MARAVILHOSO SE PERCA.
               TUDO FAZER PARA QUE MUITOS E MUITOS ENCONTROS SE REALIZEM!

Blog – Qual mensagem você gostaria de deixar para os leitores do nosso Blog?

Tupy – Não esperar ser convidado. Participar do Blog: ler, enviar fotos, crônicas. Contar um pouco de sua vida. Fazer-se presente nos Encontros. Divulgar impressões.
“Um abraço de paz. Um abraço de irmão. Um abraço que vá alegrar seu coração. Paz para você, paz para nós. Paz para o mundo!”. Pelo que somos, onde haja dor, tristeza ou melancolia, que possamos levar a paz!


Tupy e Marina – Sabará – tupypedro@yahoo.com.br