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Jardim em vasos. Criação e execução de Maria José,
foto de Flávia Linhares.
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Por Lulu e Siovani
Os easistas agora são bosque, e eu
Sou jardineiro imperfeito
Pois no jardim da saudade
Quando planto amor perfeito
Nasce sempre uma saudade.
(quadrinha popular)
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Alberto Medina e Maria da Conceição cuidam da laranjeira.
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Meus zelos
Rosinha de Valença
De
manhãzinha
A primeira
coisa que vou fazer
É ir buscar
pra você
No fundo do
quintal
Uma gota de
sereno
Na folha da
laranjeira
Na folha da
laranjeira
Na palma da
minha mão
Vou te levar
um segredo
Vou te
mostrar os meus zelos
Numa gota de
sereno
Molharei teu
corpo inteiro
Na folha da
laranjeira
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Marina e Alfredo plantam um abacateiro.
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Refazenda
Abacateiro
acataremos teu ato
Nós também
somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos
brincaremos no regato
Até que nos tragam
frutos teu amor, teu coração
Abacateiro
teu recolhimento é justamente
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Ildeu de Souza plantou um abacateiro. |
O
significado da palavra temporão
Enquanto o
tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá
tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro
sabes ao que estou me referindo
Porque todo
tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes
que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro
serás meu parceiro solitário
Nesse
itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro
saiba que na refazenda
Tu me ensina
a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo
tudo
Refazenda
Refazenda
toda
Guariroba
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Cutia, o José Maria Fontes, e Zazá, a Maria
das Graças, marcaram o bosque com um
pinheiro |
Pinha no Pinheiro
com Sérgio Reis.
(ouvir )
O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Arrasta pé dá em Minas em Minas dá mineiro
Uê, uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Sou violeiro, catireiro e folgazão
Cantador de profissão, viajado como o quê
Vou em Fandango, danço tango
E se tiver um gostoso arrasta pé
O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
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Benone e Jorcélia, e o início da produção de
pinhão. |
Arrasta pé dá em Minas em Minas dá mineiro
Uê, uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Estou pensando e matutando sobre a Rosa
Uma cabocla formosa, natural de Guaxupé
Já fiz meus planos e até o fim do ano
Com a Rosa eu junto os panos
O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Arrasta pé dá em Minas em Minas dá mineiro
Uê, uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro.
Trepa no coqueiro
Ary Kerner
com Nei
Matogrosso:
(ouvir)
refrão:
Oi! Trepa no
coqueiro!
Tira coco!
Jipe, jipe!
Nheco, nheco!
No coqueiro
olirá
(bis)
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Efigênia ajudou o irmão, Canhão (José de
Lurdes Oliveira), no plantio de um coqueiro. |
Papai, cadê
Maria?
Maria foi
passiá.
(bis)
Os passeios
de Maria
Faz papai e
mamãe chorar.
(bis)
(refrão)
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Cátia e Edgard contribuíram com um coqueiro. |
Maria é moça
nova
Sortera, num
tem juízo
(bis)
Os passeio
de Maria
Só pode dar
prejuízo
(bis)
(refrão)
Maria sobe
ladeira,
Maria pula o
regato
(bis)
Mas com essa
brincadeira
Gasta a sola
do sapato!
(bis)
(refrão)
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Francisco Sales, o Chicão, fincou aqui uma
mangueira.
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A MANGUEIRA
Gonçalves Dias
Já viste
coisa mais bela
Do que uma
bela mangueira,
E a doce
fruta amarela,
Sorrindo
entre as folhas dela,
E a leve
copa altaneira?
Já viste
coisa mais bela
Do que uma
bela mangueira?
Nos seus
alegres verdores
Se embalança
o passarinho;
Todo é
graça, todo amores,
Decantando
seus ardores
À beira do
casto ninho:
Nos seus alegres
verdores
Se embalança
o passarinho!
O cansado
viandante
A sombra
dela acha abrigo;
Traz-lhe a
aragem sussurrante,
Que lhe
passa no semblante,
Talvez o
adeus d'um amigo;
E o cansado
viandante
À sombra
dela acha abrigo -
A sombra que
ela derrama
Todas as
dores acalma;
Seja dor que
o peito inflama,
Ou voraz,
nociva chama
Que nos mora
dentro d'alma,
A sombra que
ela derrama
Todas as
dores acalma.
O mancebo
namorado
Para ela se
encaminha;
Bate-lhe o
peito açodado
Quando chega
o prazo dado,
Quando ao tronco
se avizinha,
E o mancebo
namorado
Para o
tronco se encaminha.
Sob a copa
deleitosa
Mil suspiros
se entrelaçam,
E d'uma hora
aventurosa
Guarda a
prova a casca anosa
Nas cifras
que ali se abraçam:
Sob a copa
venturosa
Mil suspiros
se entrelaçam.
Grata
estação dos amores,
Abrigo dos
que o não tem,
Deixa-me
ouvir teus cantores,
Admirar teus
verdores;
Presta-me
abrigo também,
Grata
estação dos amores,
Abrigo dos
que o não têm.
Tangerina ou mexerica, é tudo igual, por isso José
Geraldo e Marta deixaram aqui uma lembrança.
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José Rafael Cabral plantou também um pé de
mexerica/tangerina.
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O CHEIRO DA TANGERINA
(Ferreira Gullar)
...
Rígidos em
sua cor
os minerais
são apenas
extensão e
silêncio.
Nunca se
acenderá neles
– em sua
massa quase eterna –
um cheiro de
tangerina.
Como esse
que vaza
agora na
sala
vindo de uma
pequena esfera
de sumo e
gomos
e não se
decifra nela
inda que a
dilacere
e me
respingue
o rosto e me
lambuze os dedos
feito uma
fêmea.
E digo
– tangerina
e a palavra
não diz o homem
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Olímpio também deixou um pé de mexerica. |
envolto
nessa
inesperada
vertigem
que vivo
agora
a domicílio
(de camisa
branca
e chinelos
sentado numa
poltrona) enquanto
a flora
inteira
sonha à
minha volta
porque nos
vegetais
é que mora o
delírio...
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Tião Coelho e Cibele e seu pé de mexerica
ou tangerina.
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(durante
séculos
no ponto do
universo
onde chove
uma linha
azul de vida abriu-se em folhas
e te gerou
tangerina
mandarina
laranja da
China
para
esta tarde
exalares teu cheiro
em minha modesta residência.
Canto dos Ipês Amarelos
(formado pelas músicas Roda Gigante de
Guru Martins e Dandô e Vento Bandoleiro de João Bá e Klecius Albuquerque)
Com Dércio
Marques:
(ouvir)
na cabeça do tempo
eu plantei um Ipê amarelo
bem no centro da vida
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Lua aproveitou a lua nova para plantar um Ipê
amarelo.
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eu finquei o meu mastro de ferro
e na palma da mão
do meu pai
vi o mundo de perto
minha irmã me cantava
as canções que eu viria
cantar pra vocês
ói eu aqui viu
veja de novo e crê
que nao tem mais mistério a criação
meu canto é claro
e agora Aissa diz
pai me bote
na palma de sua mão
eu também quero ver
este mundo de perto
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Nicodemo plantou um ipê amarelo.
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Ô dandei..
Olha o vento que brinca de dandar
Ele vem pra levar as andorinhas
E quem sabe a canção pra uma janela
Saciar o ipê que se formou
E roubar suas flores amarelas
Senhor vento
Eu não quero ser primeiro
Mas preciso uma ponga pelo ar
Quero ser bandoleiro como vós
No balanço do mar poder cantar
Vou levar o meu circo colorido
Vou armar bem pra além das ilusões
Vou contente acenar pro continente
E dandar nas porteiras das canções...
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Nonato e Nazaré plantaram
um pé de abiu.
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Abiu
Cláudio Poeta
A quinze passos da porta da minha cozinha,
Em um plano inferior, há um pé de abiu.
Como ele está abaixo, explode a sua copa,
Bem em frente a porta.
Adornando o quintalzinho do fundo,
E, embelezando, enfaticamente, o meu mundo.
Mundo esse que me sorriu,
Tão sinceramente,
Tão convincentemente,
Que me é impossível não adorá-lo,
Não amá-lo.
A fonte de minha alegria.
Gosto demais de ficar admirando,
Mentalmente, conversando,
Com o pé de abiu, meu amigo,
Enorme, antigo, sábio e lindo.
Agora está cheio de frutos,
Alguns, já bem maduros.
Está com seis ninhos de tamanhos diferentes.
É disputadíssimo pelos passarinhos,
E também pelos saguizinhos,
Contra os quais, os sabiás oferecem forte resistência.
Mas, na maioria das vezes é pacífica a convivência.
O pé de abiu, como quase tudo na floresta,
É motivo para uma interior festa.
A sua presença nobre e imponente,
Potencializa a energia do ambiente.
Grande companheiro,
Que me conforta, apazigua,
Ao mesmo tempo em que me estimula
O peito.
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Quinzinho e Rosa Helena no
esmero do plantio de um pé
de graviola.
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Feira de Mangaió
Fumo de rolo arreio de cangalha
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pé de moleque, alecrim, canela
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
E Zé saiu correndo pra feira de pássaros
E foi passo-voando pra todo lugar
Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá (2x)
Cabresto de cavalo e rabichola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
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Rosalino José Miranda plantou
uma muda de açaí
(doada por Nonato).
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Farinha rapadura e graviola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pavio de candeeiro panela de barro
Menino vou me embora
Tenho que voltar
Xaxar o meu roçado
Que nem boi de carro
Alpargata de arrasto não quer me levar
Porque tem um Sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem Zefa de purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar (2x)
Eiii forró da mulestia..
Fumo de rolo arreio de cangalha
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pé de moleque, alecrim, canela
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
E Zé saiu correndo pra feira de pássaros
E foi passo-voando pra todo lugar
Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá
Mais é que tem um Sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem Zefa de purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar
Eitaa Sanfoneiro da gota serena...
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Maria José e Lulu, dois imperfeitos,
plantando pândano. Felicidade (ouvir). |
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Siovani e Rose cavaram fundo para seu pé de Limão Tahiti |
Meu Limão, meu Limoeiro
Inesita barroso (
ouvir)
Meu limão, meu limoeiro
meu pé, meu pé de jacarandá
Uma vez eskindolêlê iê iê
outra vez eskindolálá
Meu limão, meu limoeiro
meu pé, meu pé de jacarandá
Uma vez eskindolêlê iê iê
outra vez eskindolálá
la la la la la la la
la la la la la la la la...
Mas o jardim não nasceu hoje, quem prestou atenção notou duas árvores já frondosas que têm titularidades reconhecidas e cantadas em prosa: a árvore do viajante e o ipê amarelo, esse plantado em setembro de 2012 por Judith (vide postagem aqui). Impressionante como esse ipê negou todas as estatísticas e começou a florir já em 2014. Amplie a foto e observe os flocos amarelos em pelo menos dois galhos.
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Judith aqui é ipê Amarelo. (amplie ao
abrir em nova guia). |
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Plantada em 2002, batizada em 2012
com o nome de Seoldo's traveler tree. |
Muitas pessoas levam seus cães para passear; eu levo meus olhos para passear, eles se encantam com tudo
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Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: "E quem é Rubem Alves?". Um menininho respondeu: "O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...". A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins, da comida mineira, de conversar à volta da lareira.
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação está relatado que Deus, ao fim de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem.
Sou místico. Ao contrário dos místicos religiosos que fecham os olhos para verem Deus, a Virgem e os anjos, eu abro bem os meus olhos para ver as frutas e legumes nas bancas das feiras. Cada fruta é um assombro, um milagre. Uma cebola é um milagre. Tanto assim que Neruda escreveu uma ode em seu louvor: "Rosa de água com escamas de cristal...".
Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. Diferentes dos filmes, que exigem tempo para serem vistos, as fotografias são instantâneas. Minhas crônicas são fotografias. Escrevo para fazer ver.
Uma das minhas alegrias são os e-mails que recebo de pessoas que me confessam haver aprendido o gozo da leitura lendo os textos que escrevo. Os adolescentes que parariam desanimados diante de um livro de 200 páginas sentem-se atraídos por um texto pequeno de apenas três páginas. O que escrevo são como aperitivos. Na literatura, frequentemente, o curto é muito maior que o comprido. Há poemas que contêm todo um universo.
Mas escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como acontece na eucaristia.
Sei que não me resta muito tempo. Já é crepúsculo. Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui... Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês-amarelos...
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Caio, Edmundo e Tupy. Montagem feita a partir de fotos de 24 de setembro de 2016.
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O editor pede desculpas aos easistas Caio, Edmundo e Tupy por não ter encontrado nenhuma foto deles plantando uma árvore no nosso bosque. Mas informa que quando voltar ao paraíso vai procurar indícios de que tenham fincando suas marcas por lá.
Créditos: fotos de Flávia Linhares, Lulu, Jorcélia (ou Benone), José Rafael, Tupy, Rosimere, Caio e outros.