José Geraldo, entre Lua (E) e Rafael (D),
fala para os colegas que não via há 40 anos.
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José Geraldo atendeu ao pedido deste Blog e reproduziu o que disse no dia 15 de setembro de 2012 às 20 horas e 50 minutos no restaurante da Serra da Piedade e, além disso, acrescentou ao seu texto um agradecimento aos colegas que o receberam tão bem:
Como encontrei os ex-seminaristas:
Em 2009, após comentar com uma das minhas filhas que eu gostaria muito de um dia revê-los, ela deu-me a ideia de pesquisar na internet. Foi quando tomei conhecimento do blog que haviam criado.
A partir daí, passei a ter todas as informações necessárias para procurar por vocês. Na minha pesquisa inicial contei muito com a ajuda do Raimundo Nonato, do José Rafael, do José Tito e do Lulu.
44 anos depois... Como seria?
Como confessei durante a minha apresentação, eu havia guardado as minhas fotos e recordações com muito carinho, ao longo desses 44 anos. Todas as minhas lembranças estavam paradas no tempo quando deixei o seminário, cristalizadas naquela época em que criamos fortes laços de amizade.
Éramos todos garotos e, revendo minhas fotos, as recordações vinham como se o tempo não tivesse passado.
Eu queria rever os meus amigos e conhecer pessoalmente aqueles que eu só conhecia pelos nomes, mas me assustava a ideia de deparar-me com todos já velhos, sem as simpatias e afeições do passado. O que seria?
Em busca da minha turma:
Na ocasião, consegui falar com algumas pessoas tentando encontrar os amigos que pertenceram à minha turma. Nessa busca, consegui contatar poucos.
Nos meus contatos houve muita receptividade por parte da maioria e alguma frieza de outros. Mas foi muito gratificante falar com velhos amigos como José Tito, Olímpio, Lua, Canhão e Adrianus. Porém, foi muito triste saber que dois amigos muito queridos já haviam partido (Pelé e João).
O medo de me decepcionar:
Eu temia ir a este encontro e ficar deslocado. Realmente tinha medo de correr o risco de destruir recordações tão importantes para mim. E pensei que talvez fosse melhor deixar as coisas como existiam em minha imaginação poética.
Nos encontros anteriores, não fiz nenhum esforço para comparecer, e provavelmente não teria comparecido a este também.
O carinho e a atenção:
Pesava para mim o fato de não ter respondido a uns textos tão carinhosos que recebi, lamentando a minha ausência no encontro anterior, principalmente o do José Rafael, do Nonato e de outros. Não respondi por não querer expor minhas razões.
Coragem:
Adquiri coragem para ir ao encontro graças a uma ligação do Olímpio, quando ele foi sabiamente insistente e convincente, deixando-me sem condições de dizer não. (Fica aqui uma sugestão: vale a pena a comissão organizadora nomeá-lo como caçador de seminaristas desgarrados. Esse cara é bom para convencer a gente).
Surpresas e agradecimentos:
Inicio meus agradecimentos a todos aqueles com os quais tenho mantido contato desde que tomei conhecimento do blog dos ex-seminaristas e que sempre me incentivaram a comparecer aos encontros. Ao Olímpio, pelo grande empurrão que me colocou novamente entre vocês.
Foi muito gratificante poder abraçar cada um e saber que os anos não enfraqueceram os laços de amizade que nos uniram há tanto tempo naquele colégio lá em Campo Belo. Fui ao encontro preocupado pelos poucos amigos que iria encontrar da minha época, estava receoso.
No entanto, foi grande a minha surpresa quando cada um que chegava abraçava-me, tratando-me como se fôssemos velhos amigos.
É como o Nonato comentou no texto dele: “não havia distinção de época ou de coisa alguma, éramos apenas amigos e irmãos”.
Tínhamos ali alguns amigos de projeção social, do que só tomei conhecimento posteriormente, porque em todos os momentos em que estivemos juntos só pude ver humildade e simplicidade.
Quando tive a honra de abraçar o José Maria e perguntar se ele lembrava-se de mim, imagino que naquele momento ele não lembrou, mas foram tamanhas sua generosidade e simplicidade que ele fez questão de repetir que sim, lembrava.
A atenção que tive também do Seoldo e de muitos outros que não foram da minha época deixou-me emocionado e muito feliz. Pude constatar que os valores morais ensinados pelos nossos pais e reforçados no convívio com os padres crúzios fizeram de todos nós pessoas boas. Isso é muito importante. Não conseguiram nos formar padres, mas parte da missão foi cumprida; eles nos deram boa base para nos tornarmos o que somos hoje.
Neste encontro, pude sentir que somos uma irmandade, que naturalmente se formou pelos laços de amizade que nos uniram há tanto tempo no convívio que tivemos naquele seminário. Vocês surpreenderam-me muito, a receptividade foi tão boa que superou minhas expectativas.
Adorei a aula do Lua sobre cachaça e nunca poderia imaginar que aquele meu amigo de 44 anos atrás fosse estar ali, naquele momento, como um dos donos e profundo conhecedor de uma das maiores marcas de cachaça do mundo, ensinando-me a forma correta de tomar a bebida. Poxa! Fui aprender a tomar cachaça depois de 60 anos de idade (obrigado ao Lua e Shirley).
Seria uma falha gravíssima se eu não falasse da simpatia das esposas, filhas, filhos e até netos dos meus amigos. Tive a oportunidade de conversar com algumas das esposas e foram todas muito simpáticas.
Valeu muito a pena ter ido a esse encontro. O meu medo de encontrar um bando de velhos, sem que eu pudesse reconhecê-los como meus grandes amigos do passado, e o pior, nem ser reconhecido por eles, realmente preocupava-me.
Mas foi tão bom ver que envelhecemos um pouquinho, mas só fisicamente, e que a vitalidade, o humor, o companheirismo e a amizade ganharam mais força com a maturidade.
Fico rindo sozinho só de lembrar-me das molecagens do Lua imitando o padre Humberto, do Tupy fazendo a dança do índio para o neto do Rosalino e tantas outras brincadeiras e momentos de descontração por parte de todos.
Gostaria de mandar um recado aos meus amigos de 1965 a 1968 que lerem esse texto: façam contato com a gente! É muito gratificante poder falar com cada um que ressurge daquela grande família que fomos um dia no seminário.
Meus amigos, continuem assim e que Deus os abençoe. Saibam que agora vou sentir mais falta ainda de vocês, e quero vê-los no mínimo uma vez por ano nos nossos encontros.
Um grande abraço a todos que compareceram ou que não puderam comparecer ao nosso encontro.
José Geraldo d´Assunção.
José Geraldo,
ResponderExcluirVocê não só tem a razão como tem um coração e sem querer fazer rima, você é aquele irmão! Estou muito feliz por conhecê-lo pessoalmente! Fraternalmente o meu abraço.
Nonato você parece ter uma veia poética! Eu tenho uma filha que é poetisa, ela vai gostar de você.
ExcluirConhecer você e a Nazaré foi uma satisfação muito grande para mim, a simpatia de vocês é contagiante, continuem assim.
Obrigado pelo carinho das suas palavras.
O meu abraço fraterno para vcs.
José Geraldo. 06/10/2012
O seu depoimento foi emocionante e é muito bom revê-lo. Quanto a aula sobre cachaça reafirmamos que quando tiver "alunos" pode chamar que vamos ministrá-la.kkkkk
ResponderExcluirQue bom que você foi ao encontro e a magia dos tempos do colégio tornou-se ainda mais reluzente.
Abraços,
Lua e família
Lua e Shirley mais uma vez obrigado por tudo. Vocês foram o máximo de cordialidade neste nosso encontro; rever o velho amigo e irmão, e conhecer a sua família, foi muito gratificante.
Excluir“Cara” saiba que eu nunca fui tomador de “cachaça” e agora que você me ensinou como tomá-la, estou ficando viciado em tomar uma “cachacinha” todos os dias quando retorno do trabalho. Até aqui tudo bem! Mas o problema é que o litro da Germana ta custando por aqui R$48,00. E ai?...Vai dar para continuar a comprá-la em seu nome? Pensando bem, é melhor esquecermos a aula sobre cachaça!
Para saber: Encontrei parentes seus aqui onde trabalho. Vê se esses nomes são familiares: Angélica esposa de Sávio, que é primo de Ademir.
Quanto à magia do tempo de colégio, ela foi revigorada neste encontro, onde eu acordei e percebi que realmente não somos mais aqueles garotos de 44 anos atrás, que eu procurava recordar vendo minhas fotos, mas pude constatar que os garotos do passado sobrevivem em cada um de nós e que isto o tempo não pôde modificar.
Obrigado a todos vocês.
José Geraldo. 06/10/2012
Ze Geraldo, quando vi voce sozinho la na Dadinha, disse comigo mesmo: pelo menos este tem barba, apesar de mais novo!!!Tentei aproximar-me de voce como um irmao mais velho...mas fiquei logo de boca aberta quando voce me disse que se aposentou com 41 anos... nestas alturas eu estava praticamente comecando. Mas o importante e que voce ouviu a voz dos EASISTAS e achou o ninho outra vez. Abracos e espero estar em contato com voce daqui para frente. Colega Seoldo.
ResponderExcluirSeoldo é muito bom receber os seus comentários, espero que esteja tudo bem com você, Judith e família. Só para esclarecer: você é o irmão mais velho, como é o José Maria, o Raimundo Nonato, o Tupy, o Santana, o Lua e muitos outros.
ExcluirNão diria que vocês são mais velhos do que eu; até porque acho uma palavra inapropriada para o nosso caso. Vocês apenas nasceram primeiro e só por isso são irmãos mais velhos. O importante é que estamos todos muito bem fisicamente e jovens de espírito.
Foi muito bom conhecê-los, você e a Judith são um casal muito simpático. Podem ter certeza, eu ouvi sim a voz dos EASISTAS e já fico pensando quando vou revê-los novamente. Para atenuar as saudades, vamos “teclando”. Mande sempre notícias.
Abraços. Zé Geraldo. 06/10/2012
Grannnnnnnde Zé Geraldo ! Muito bonito tudo aquilo que voce disse sobre a turma. Tenho certeza que voce vai ser daqueles que não perde um encontro. É assim que gostamos ! Acho que voce é da turma do Raimundo (Célio? de Juiz de Fora)e que anda sumido. Quanto à Germana.....pega leve !!!!!
ResponderExcluirAbração - Benone