Sentimos falta dos seguintes Easistas que
já participaram de Encontros anteriores: Zé Maria de C. Coelho, Azara, João
Henrique, Zé Aureliano, Janjão, Eustáquio, Baliza, Delduque, Artur, Dirceu,
Chiquinho, Gabriel, Ildeu, Macabeu, Nicodemos, Tito, Jorge Oliveira, Max, Ney,
Olímpio, Raimundo Célio, Tião Rocha, Zé Maria Fontes, Quadrado (Leopoldina),
Adrianus(?) e também faltou a presença de um representante da Ordem da Santa
Cruz. Houve um pequeno movimento para jogar todos ‘na cova do leão’ junto com
Daniel... mas houve bom senso da maioria em considerá-los como ‘convidados às
Bodas de Canaã’.
Foi relembrada, com respeito, a “travessia
para o outro lado do caminho” do ativo Easista Marquinhos, que nos disse adeus
no dia 14 de maio do corrente. Liana, sua esposa, sempre nos informava da
situação dele... Resistiu heroicamente até o fim à fulminante doença ELA. Que
descanse em paz, Grande Amigo Easista!!!
PADRE AGOSTINHO
RIJKEN (em 2009)
PADRE GUILHERME VAN DE LOKKANT[U1]
Um fato que já ia passando despercebido foi
que este redator teve a sorte de ganhar uma deslumbrante rede num sorteio
promovido pelo casal Raimundo/Nazaré dentro do ônibus da Valeverde. Em
agradecimento o premiado garantiu que um dia no futuro encherá a rede com
dólares de prata, pois vem jogando fielmente o mesmo conjunto de números nos
últimos 23 anos!!! Estatisticamente há chances (1 em 175 milhões)... Só não se
sabe se há tempo suficiente pela frente...
Momento da reunião, com correrias e confusões citadas
pelo autor (rsr)
A reunião para marcar o(s) próximo(s)
Encontro(s) deveria, talvez, ser feita no segundo dia... Evitaria assim aquela
agonia/correria/confusão/indecisão quando tal
assunto é colocado em discussão. Além do mais, no último dia alguns
Easistas já voltaram para casa e, acima de tudo, todos querem relaxar... Nada
de coisas muito sérias!!! Não esquecendo que, de agora em diante, as esposas
dos Easistas e os convidados serão livres para participarem da discussão. Vamos
adequar/acomodar/modernizar as coisas!
Na próxima vez em que o Encontro for em
Belém – II ENCONTRO EM BELÉM – iremos todos, sem dúvida, visitar as paróquias
que foram dos crúzios, bem como o túmulo no cemitério onde descansam os restos
mortais de 7 padres crúzios. Fará bem para o espirito! Além disso, Marajó,
Salinas, e mesmo Macapá serão possibilidades... (Se quiserem podemos ir para o
outro lado: Manaus!). Por que não o VIII Encontro, enquanto podemos ainda
caminhar e também nadar um pouquinho aproveitando a maré baixa? QUEREMOS PO –
RO – RO – CA, RAFAEL!!!
Houve uma informação de alguém que estava
por dentro que Raimundo está seriamente pensando em abrir um negócio de
engarrafar e vender a água limpinha do igarapé que nasce no seu Sítio/Fazenda
Espírito Santo. Até nome já tem: I G A R A P I N G A!!! Será frustração por não
ter podido fabricar a Germana? Ele está até em contato com especialistas dos
corpos de bombeiros de toda a Amazônia tentando convencê-los de que é a melhor
água para apagar incêndios nas matas daquelas bandas. Que as brisas frescas
soprem nas costas do nosso amigo Raimundo!
Tagarelas e pecadores em raro momento de silêncio
Havia também uma conversa de que o casal
Raimundo/Nazaré tentara encaixar no programa um pequeno retiro espiritual duplo
lá no Sítio/Fazenda Espírito Santo: um para o grupo de Easistas ‘pecadores’, e
um outro para o grupo de Easistas mais ‘tagarelas’. Foi inviável, pois todos os
presentes se encaixaram nos dois grupos. Isso é algo um pouco sério que
necessita reflexão, sobretudo depois de ouvir a teoria do Tião Coelho: ‘Pensamentos
maus fazem bem para a saúde na terceira idade’.
Medina - quem carrega sabe o peso que pega
Rosalino, Lua, Benone e Medina foram os que
mais valorizaram as artes locais de Belém. Todos saíram com os sacos cheios!!!
Negociantes?!!! Suas mesas com dinheiro dracmas vão ser viradas de cabeça para
baixo como aconteceu no Templo, o que deixou os bolsos de Judas Iscariotes
cheios e até pôde comprar um vinhozinho mais caro!
AÇAÌ/ASSAÍ – produto que muito ajuda na
economia do Pará... foi uma palavra muitas vezes usada pelo guia Guilherme, em
um só dia usou-a 78 vezes!!! E foram bem contadas e registradas. Oxalá ele não
seja castigado por uma manga invejosa caindo na sua cabeça!!!
Muitos Easistas ficaram encabulados com
esse redator que andava dizendo que seu cérebro não seguia/obedecia suas
pernas, donde um certo desequilíbrio e até necessidade de uma bengala... Uns
mais curiosos – sempre há um e outro mentiroso – queriam saber como ele
conseguia caminhar tão bem/firme no meio de tantas panelas cheirosas nos
restaurantes ‘self-serve’ em que estivemos em Belém?!!! Mistério não se
explica!!! Para ele tudo é questão de mirar o alvo e acertar a pontaria. Era o
campeão de ‘atiradeira’ nas redondezas quando menino/jovem...
Comentaram lá nas mesas da Praia Grande do
Outeiro que o problema de claustrofobia do Craque Alfredo vem de muito tempo
atrás... de quando ele ficou
acidentalmente preso, sozinho à noite, em uma das privadas da EASO que ficava
do lado de fora. Então a energia faltou e tudo ficou escuro! (Infelizmente o Zé
Geraldo Assunção, que é especialista em eletricidade, não estava presente).
Alfredo saiu de lá e continua até hoje com os olhos arregalados, pois, tanto
naqueles tempos, como ainda agora, no presente, ainda acredita em assombrações,
saci-pererê e em mulas sem cabeça... é por isso também que sabe/sabia correr
nos campos quando está/estava jogando bola... pensa/pensava que o Zé Geraldo
Freitas é/era um ‘lobisomem’. Alfredo irá gostar quando um dos Encontros for
escalado para Juiz de Fora. Não precisará entrar em táxi superlotado!!!
Mundão de água doce ao lado de Belém do Pará
Raciocínio do Toinzé/Santana na Praça de Lavras: ‘Se o Rio Amazonas se
chamasse “Rio Jacaré”, o atual Rio Jacaré deveria se chamar “Rio Piolho Anão de
Jacaré”’, sempre guardadas as devidas proporções. Só para ficar esclarecido: na
Praça de Lavras não tem ‘Banco de Cornos’, mas, sim, coretos cheios de flores
cheirosas... Com tudo isso e mais,
Santana estava muito feliz com a chegada de mais um neto. Também estava muito
conformado depois de averiguar que os Rios Amazonas e Jacaré tinham algo em
comum: ÁGUA DOCE!!! (Exceto nas primeiras 3 dúzias de ondas nas beiradas das
praias!!!).
Benone, caladão e contrito.
Foi deveras notado que o grande Easista
nadador Benone não entrou na água nenhum dia... Medo do ‘caldo’ prometido? O
menino de sapato desgastado, como bem notou Pe. Marino, estava muito
desconfiado e um pouco caladão – exceto na reunião final. Parece que alguém o aconselhou
a trazer sua ‘cara metade’ na próxima vez. Foi aí que ele deu um meio
sorriso...
Há uma corrente moralista entre os
Easistas, pré Papa Francisco, que procura com humildade aconselhar certos
Easistas Filhos Pródigos a que não usem calção de banho tão/muito
apertadinho/curto... Evitariam assim deixar à mostra os barrigões/umbigões, aliás,
‘barrigas grandes’, na linguagem profética do Bessa. Exceções: Raimundo e Zé
Geraldo Assunção.
Toinzé e Maria, sua irmã, planejam mudanças no Rio Jacaré
Toinzé/Santana, após visitar o Museu
Goeldi, está pensando, com as assessorias de Rosalino e Lulu, em introduzir a
Vitória Régia em uma das partes mansas do Rio Jacaré... tanto para aumentar o
turismo, como para proteger debaixo d'água a fauninha do rio... Ele pensa, se
for o caso, poder usar os urubus desempregados da redondeza para dar uma
esticadinha nas folhas, de vez em quando as virando de cabeça para baixo para
servirem de armadilhas... Dando ou não resultados, o teimoso Lulu já disse que
vai tentar depois lá no Sitio ½ Dúzia, pois lá a ‘força de gravidade’ é
maior/melhor. Entretanto, o pensamento de Santana é ainda usar aquelas folhonas
como meio de transporte, como uma jangada redondinha...(O tempora O mores).
Chicão e Benedita no Outeiro
Agora ficamos sabendo de que o Easista
Chicão só foi para o seminário da EASO em Minas por que ouviu dizer que seu
conterrâneo, o Prof. Ibiapina, estava lá ensinando português no Dom Cabral.
Chicão disse: “aonde aquele cabra da peste for, eu também irei”, já se despedindo
de todos. É bom saber/confirmar que Chicão é cearense ‘cagado e cuspido’. -”Valei-me, meu padi, Padim Cilco” como dizia
a nossa babá em Alagoas.
Ficou comprovado que Rosalino só está
fingindo quando usa sua filmadora. Na verdade, ele usa o tempo ou para tirar
uma soneca ou para sonhar com os ‘tempos bons’ do seminário onde fazia ‘coisas’
que ainda agora deixam certos Easistas avermelhados...
Siovani e Rosimere em Sirituba
Alguns mais entendidos em ‘campos
magnéticos’ afirmaram que o Easista Siovani, apesar de ser caladinho, abria a
boca/bocejava com muita frequência porque era influenciado tremendamente pela
Linha do Equador... ora a parte de cima da boca estava no Hemisfério Norte
enquanto a parte de baixo estava no Hemisfério Sul. Notou-se que Rosimere
constantemente lhe dava castanhas do Pará para que ele seguisse mastigando,
mantendo assim o equilíbrio das duas forças (um ovo fica em pé na Linha do
Equador). Na realidade, ela passa por ali perto...
Três mineiros brincalhões sugeriram os
locais/lugares em Minas para os próximos Encontros:
TRÊS MARIAS
TRÊS CORAÇÕES
TRÊS PONTAS
TRÊS CRUZES
O Toinzé/Santana ficou muito bem na foto
com sua irmã Maria tirada lá no Museu Goeldi, perto daquela enorme figueira
parecendo ‘orelhas de elefante’. Seus pensamentos, porém, estavam voltados para
seu eterno sonho de construir uma jangada com estilo diferente. Parece que
finalmente encontrou sua árvore preferida. A jangada de seus sonhos deve
funcionar com a metade da frente empinada acima das águas enquanto a metade de
trás, por sua vez, abaixo das águas. Inclusive ele já tentou o contrário, mas
não deu certo devido à ‘força de contra-ação’. Porém ele deixou alguns saberem
que ouviu lá em Belém a respeito do princípio da força do MOTO PERPÉTUO
proveniente da Pororoca. Conselho ao jangadeiro: se dessa vez também não der
certo, é só acrescentar a letra 'R' na palavra ‘moto’ e terá: MORTO PERPÉTUO!!!
A Dita falou, sem papas na língua, que não
deixa mais o Chicão ir sozinho para a Praia Grande do Outeiro porque todas as
vezes que faz isso ele pega ‘mau olhado’ e também ‘quebranto’... e, além do
mais, sua fala sempre fica um pouco ‘amineirada’...
Chicão afirmou categoricamente que adubou
aquela touceirona/moitona de bambu lá na casa da praia com um tipo de adubo
mineiro, específico para fazer as plantas darem mais sombras moreninhas.
Aquele portonzão lá da casa do Raimundo,
herdado pela família de Nazaré, veio de Portugal, de um castelo da Idade Média
que nem os mouros conseguiram quebrar para entrar, nem os portugueses
conseguiram abrir para sair...
O ‘menor’ Lulu deixou de ir à Praia Grande
somente para checar/confirmar se havia mesmo no Jardim Botânico ou no Museu
Goeldi um MULUNGU maior e mais galhado que o seu lá do Sítio ½ Dúzia....
Rosalino e Santana
Judith, Rosimere e Siovani em Sedona
Foto de Santana e Rosalino (fundo com
pedronas vermelhonas) no Museu Goeldi. Parece que os dois artistas/Easistas
estão passeando em Arizona, na região de SEDONA. (Entrar na internet e clicar
em imagens/fotos). Por lá dizem que “Deus criou o Grand Canyon, mas vive em
Sedona”. Uma região muito pitoresca e de caráter turístico. Mas olhando/analisando bem a foto em pauta,
parece que Rosalino não está gostando da mão do Santana no ombro dele...
Rosalino é muito arisco... sobretudo quando está passeando numa região da era
dos dinossauros, quais precedem os
jacarés/crocodilos na teoria da evolução.
Sabedoria do Tião Coelho:
SUCESSO DEPOIS DOS 68 ANOS
É TER AMIGOS ATIVOS E SORRIDENTES
E
NÃO TER MAIS MAUS PENSAMENTOS.
Os Easistas de Belém estão oferecendo uma
sobremesa de açai/assaí para quem descobrir quem citou esta frase nos fins da
década de 50:
Ficou bem guardada na memória a frase que o
Easista Tupi, sorrindo, enquanto estávamos dando aquelas voltas pelas “Ilhas e
Trilhas”, chegando perto e mostrando as beiradas das ilhas, disse com o maior
orgulho: ‘OLHA, SEOLDO, MEU PAI TRABALHAVA POR AQUI’. Então, agora, com todo
respeito, passo a pena ao Tupi para que ele escreva sobre seu pai (e também sua
mãe) vivendo naquela área. Paz para todos! Abraços para todos! (Podem
jogar/atirar pedras... estou bem longe!!!)
Geraldo H. Seoldo Rodrigues
Easista
P.S.:
Judite e eu, de coração, queremos agradecer a todos pela companhia. Foi, sem
dúvida, um Encontro gratificante! Valeram a pena os gastos e os contratempos da
viagem. Agradecemos aos paraenses hospedeiros e também a Lulu/Maria José que
nos acolheram sempre corteses em sua casa. Não querendo competir com o Tião
Coelho, diria que ‘Sucesso depois dos 70 anos é ter amigos ainda bons
motoristas e poder também subir escadas’!!! Outra vez, abraços sinceros para
todos... e até MORRETES!!! (= morros só com descidas + porretes para escorar).Obrigado, outra vez pelo trabalho. Seoldo.Queremos também agradecer o saboroso almoço na casa de Siovani, preparado por Rosimere sempre distraída pelo inteligente neto, Marquinho. Valeu o arroz com quiabo e angu!!! Por fim, não nos esquecemos do famoso 'arroz doce' da Marina/Tupi. Essas receitas , somadas, com as inúmeras de Maria José, "MEMORANDAE SUNT
CONTINUAÇÃO DO SUMÁRIO DO VI ENCONTRO DOS EASISTAS
EM BELÉM DO PARÁ
DIA 24 DE SETEMBRO DE 2014 - “Passeio à Ilha do Mosqueiro”
Depois daquele 'ALMOÇÃO',
aceito com muito prazer a pena passada pelo Easista Siovani, que tão fluente,
como as águas daquelas bandas, descreveu os dias des de Liana que já voltou
para Uberaba. Foi bom ver seus sorrisos!!!
Grande esforço para rever a turma!
''NA VERDADE, NOSSAS
BARRIGAS SÃO BEM GRANDES...” (palavras de autoria do Bessa, nas Crônicas de
1960, em uma cópia do Repórter Crúzio deixada na caixa de biscoito Piraquê do
nosso saudoso Marquinhos). Menciono aqui
saudades de Liana que já voltou para Uberaba. Foi bom ver seus sorrisos!!! Grande esforço para rever a turma!
Uma observação: nos 3
dias restantes do Encontro, praticamente houve apenas duas ocasiões em que
todos estivemos juntos como um único grupo, o que parece foi bom para alguns e
não muito bom para outros, já que viemos de longe com a finalidade de
estarmos/ficarmos juntos...
Pois bem (desculpem a informalidade),
de acordo com a programação foi a vez do passeio à Ilha do Mosqueiro. Saímos do
Hotel Grão Pará pela última vez no ônibus da Valeverde Turismo. Todos alegres
depois da ‘bênção’ do Tupi. Seguimos para o Banho da Alegria em Mosqueiro com
os piriquitos nas mangueiras. Aproveitou-se para se fazer as despedidas do
motorista Cláudio e do guia de turismo Guilherme, ambos pessoas muito bacanas
(como Benone costuma dizer). Passamos pelo colégio onde fica hospedada a Imagem
Peregrina, pelo Museu Emílio Goeldi, pela caixa d'água da COSAMPA, por São Brás,
onde se cruzam as velas no pescoço, pelo Jardim Botânico Rodrigues Alves,
etc... E chegamos em Mosqueiro por volta das 10 horas com nuvens passando para
lá e para cá.... Fomos direto para o Hotel Fazenda Paraíso de onde podíamos
assistir abertamente as ondas castigando, como de costume, todas as beiradas da
ilha. Sentamo-nos na parte alta e automaticamente começamos a estudar o cardápio
do dia:
- Peixe na Telha
- Filé de Peixe Regional Frito
- Salada Naturalista
- Caldeirada do Tucupi
- Galinha Caipira Inteira
- Etc.. .etc... etc...
Já com um pouquinho de fome, Judite e eu escolhemos
logo o PEIXE NA TELHA!!! Qual foi nossa surpresa quando, depois de muito
esperar (culpa da telha?), vimos chegar uma bandeja com dois peixinhos
parecendo que nos sorriam/gozavam!... Não deu para comer muito depois de tirar
as cabeças, a pele e os ossos... mas não vale reclamação, como se diz: nunca se
é velho demais para aprender! (ou foi castigo pelo quilo e meio que comera
ontem?!!!). -- Notinha a parte: sugiro a
todos os curiosos que explorem a internet o máximo possível para mais detalhes
e fotos de todos os lugares em que estivemos. Também sugiro que compartilhem
suas fotos pessoais de todo o Encontro.
O tempo foi passando e pouco a pouco alguns decidiram descer
e entrar na água, já que a praia foi se expandindo com o cansaço das ondas... também
motivados pela aventureira Marina do Tupi. Assim foi a ordem de quem pisou e se
molhou nas águas: Marina do Tupi, Marta, Judite, Dita, Toinzé Santana
(parecendo sonhar com uma jangada), Tupi, Medina, Fátima (só molhou os pés), Lua,
Marina do Alfredo, Edgard/Cátia juntos, Zé Geraldo Assunção, Raimundo e Nazaré...
etc... O resto da turma parece que ainda ficou comendo, bebendo, batendo papo
ou olhando em silêncio para o outro lado das águas, sonhando com a Ilha das Onças!
Apenas um político desavisado ficou ali por perto.
Saímos do Hotel
Fazenda Paraíso ali pelas 13:20 horas. Paramos por alguns momentos na pracinha
da Vila do Mosqueiro, onde havia um banco chamado “Cadeiro de Cornos” com uma
caveira de boi no alto salientada por dois chifres grandes. Alguns se
aventuraram a sentar para fotos (nomes não podem ser revelados). Sem querer,
ouvi um comentário de alguém: “Se meu marido sentar lá vai levar uma pisa
quando chegar em casa”. Tudo terminou sem maiores problemas... assim o
esperamos.
Durante a volta, o guia
Guilherme (que não sabia, mas tinha o telefone de quem sabe) finalmente
desvendou o mistério do nome da flor branca (que atiçava a curiosidade da turma
há alguns dias): VÉU DE NOIVA!!! O que provavelmente causou saudades remotas...
Chegamos ao Hotel Grão Pará mais ou menos às 16 horas. Imediatamente todos se
espalharam... uns para a Estação das Docas, outros para o Ver-o-Peso (sempre
mais pesados com cargas, como o Rosalino), outros para o Restaurante Xícara da
Silva... e o resto teimava em ficar olhando para cima para ver as mangas caírem...
NOTA FINAL DO DIA: Ilha do Mosqueiro (nome dado pelos Tupinambás ao
peixe Moqueio) foi ocupada pelos estrangeiros, barões da borracha no século
XIX.
Tupinambá quer dizer
Filho de Tupã.
DIA 25 DE SETEMBRO - 'DIA
LIVRE'
Mais ou menos, o grupo grande se dispersou
em subgrupos:
- o subgrupo maior
decidiu ir para o Outeiro, aceitando o convite do Chicão/Dita;
- um subgrupo menor foi
vadiar no Jardim Botânico-Bosque Rodrigues Alves;
- ainda um restinho
saiu por aí e acolá.
(Nota: Limitarei meu
sumário/comentário ao subgrupo do Outeiro do qual participei. Talvez apareçam
voluntários dos outros subgrupos contando o que viram e o que fizeram... para
ficar mais completo o trabalho).
SUBGRUPO DO OUTEIRO
Levantamo-nos cedo,
cerca de 05:30 horas e parece que fomos os primeiros a aparecer para o café da
manhã, sempre oferecendo muitas frutas... até maçãs!!! Depois, do lado de fora,
houve uma pequena confusão com respeito ao transporte. Acabaram uns indo no
táxi-kombi do Luís da Van, outros no carro do Chicão e outros de ônibus...
Apenas uma notinha: a atitude adamante do Easista Alfredo de não querer ir na
kombi onde já se encontrava sua Marina, dizendo que era claustrofóbico e coisa
e tal... Não houve como convencer o Craque!!! Pegou o ônibus. Ele tinha um
pouco de razão, pois na kombi já havia 14 pessoas... e, pelo menos, não pagou
nada, como representante da terceira idade! Depois de tudo resolvido (não
mencionando alguns xingamentos), arrancamo-nos... Pegamos a Estrada Velha do
Outeiro, passamos pela Ponte Sebastião Oliveira (1,5 Km) sobre o Furo Maguari,
entramos na Estrada do Outeiro e, finalmente, na Avenida Paulo Costa, que nos
levou à Praia Grande – evitamos de propósito a Praia do Amor. Eram já 10 horas
e tantas... Fomos logo para as cadeiras e mesas na praia que pareciam já nos
esperar... debaixo das árvores. (Nota à parte: um dos Easistas – não é bom
mencionar o nome - estava com a barriga um pouco desarranjada e foi logo
ocupando o único banheiro, deixando a porta um pouquinho aberta, olhando calmo
para fora para desanimar os outros candidatos também necessitados. Ficou
sentado no ‘trono’ um bom tempo... assim que saiu, uma empregada do restaurante
logo avançou com uma vassoura e um balde d'água para refrescar tudo.) O som da
música continuava alto e logo ficamos sabendo que era de autoria da Dita e dos
filhos. Tentamos comprar um CD, mas não foi possível. Espero que Dita comente
algo sobre o conjunto e mesmo que nos presenteie aqui com um número...
Para não ficar para
trás o restaurante vizinho também começou com suas músicas, e os sons de lá e
de cá começaram a abalar a Praia Grande. Sem esperar muito, lá estavam dançando
o Carimbó, Marina do Tupi e Zé Geraldo Assunção, no meio do pessoal de outro
grupo de turistas... inclusive umas da terceira idade bem reboladeiras!
Apareceram vendedores ambulantes de bijuterias, de queijo assado na brasa na
hora, de abacaxi gelado... fotógrafas profissionais... etc... Pouco a pouco,
muitos resolveram se banhar... podia-se ouvir bem claro a fala mineira do ‘mineirão’
Caio... Em um dos momentos de descanso, o Easista Lua, sempre muito prestativo
com a garrafinha da Germana Heritage, ofereceu-nos os seguintes prêmios para as
melhores fotos:
- Primeiro Prêmio: uma semana livre na
Fazenda Vista Alegre ajudando a fabricar a Germana. (Sugiro que chamemos este
Prêmio de ‘MARCOS ROCHA’ em homenagem ao saudoso Marquinhos que começou com
essa ideia).
- Segundo Prêmio: um conjunto de 3 garrafas
da rara Germana Heritage (10 anos em tonéis e com preço de quase 300 reais a
garrafa!)
- Terceiro Premio: uma coleção de 7 garrafas
da Germana (diferentes modelos).
Agora vamos ver como
resolver este assunto.
Cansados, resolvemos voltar, passando antes
pela casa de praia do casal Chicão/Dita. Ali ficamos por algum tempo bendizendo
os banheiros... Também nos assustamos com a toucerona de bambu no quintal que
mandava sombras para todos os lados como querendo dizer: “aqui o rei sou
eu!!!”. Alfredo, o teimosinho, pegou o ônibus de volta. Chegamos ao Grão Pará e
ficamos do lado de fora assistindo a instalação das arquibancadas e, de vez em
quando, o barulhinho de uma manga caindo. Daí a pouco, todos desapareceram...
fomos preparar-nos para o jantar de despedida.
Obrigado ao Chicão/Dita
pelo dia no Outeiro!!!
JANTAR DE DESPEDIDA: Residência do casal
Raimundo/Nazaré – 19:30 horas.
Travessa Segunda de
Queluz - Bairro de Canudos
Todos excitados e se coçando no Hotel Grão
Pará já esperando por esse grande evento, apesar de não contarmos mais com a
presença de Liana, Fátima, Siovani/Rosimere, Alfredinho/Blenda... Outra vez
contratempos com relação ao transporte! Mas tudo ficou resolvido pacificamente
dessa vez. Lá fomos, o bando de Easistas/Convidados, parecendo voltar ao tempo
em que partíamos afoitos com sacos/mochilas nas costas para devastar as frutas
das cercanias da EASO/DOM CABRAL em Campo Belo. Porém, dessa vez, todos bem
arrumadinhos... não dois a dois nas ruas, mas quatro a quatro em táxis, sem
fazer força – a não ser para enfiar a mão no bolso para o pagamento. Lembrei-me, outra vez, do nosso saudoso
Bessa, que escreveu nas Crônicas/março de 1960: “JÁ PROVAMOS DE TODAS AS FRUTAS
QUE EXISTEM NESTES MATOS DAQUI...”. Por falar nisso, Marquinhos mencionou uma
vez que sua fruta preferida era o ARATICUM. Lembranças?!!!
Chegamos desconfiados no endereço da
residência de Raimundo/Nazaré: portão grande/alto de aço, muros altos com fios
de arame por cima, não muita gente por perto, etc... Finalmente, para
confirmar, perguntamos a uma vizinha que se aventurou do lado de fora de sua
casa vendo tanta gente na rua, falando aquele sotaque mineiro: - “É aqui a casa
de Raimundo?” - alguém, sempre afoito, perguntou. -”Não, sinhô! Esta é a
residência oficial do COMANDANTE NONATO!!!”. Tudo esclarecido, alguém mais
sabido que entendia de botões elétricos apertou uma campainha de comunicação e,
imediatamente, os portões foram se abrindo e lá vinham de abraços abertos,
sorrindo, o hospitaleiro casal Raimundo/Nazaré dando as boas vindas a toda
aquele mineirada, que pisou com cuidado o pátio todo calçadinho de preto e branco
com mesas arranjadas no lado de paredes altas... no outro lado, estavam o
músico Geraldo Braga mergulhado nos seus ritmos; as panelas do ‘self-serve’
jantar cujo dono, João Mineiro, nasceu em Minas; e bem perto, uma coleção de
garrafas de bebidas – sobretudo cachaças de marcas variadas com a Germana na
frente . O Senhor Francisco, auxiliar de Raimundo ajudava sorrindo... parecia
um pouco com o Bessa! Fomos saudados pelos filhos de Raimundo/Nazaré:
- Andrei Vicente/esposa Adal Milena – filhos:
Adrielle, Andra, Antônio José, Andrei Nonato;
- Adriano e noiva Juliana;
- Artur e noiva Jamille.
Também estavam
presentes as irmãs de Nazaré: Rosa Maria, Maria das Graças e Maria de Magaly.
O anfitrião Raimundo foi logo me agarrando de
lado para mostrar a parte de baixo da residência, sobretudo seu QG de onde fala
sempre conosco no Skype, ou mesmo transmitindo mensagens pela internet... Fala
muito animado o nosso Grande Raimundo!!! Depois fez questão de me mostrar
cuidadosamente sua coleção da ‘mardita’ (o que meus olhos já haviam visto desde
que pisei no pátio). O bom era que se podia tirar uma bicadinha de todas sem
cerimônia. Sentimo-nos em casa. A lua, lá em cima, acompanhava tudo com
clareza. O Lua (nosso Walter Caetano) sempre por perto, sorrindo feliz. Parece
que houve um tempo em que, ouvi dizer, Raimundo queria começar uma filial da
Germana no Sítio Espírito Santo, mas foi desaconselhado por não ser permitido o
plantio de cana de açúcar por lá... (Uns dos motivos porque Raimundo ainda é
meio nervosinho com as coisas). Apenas uma sugestão: por que não tentar fazer
uma Germana 'whisquizada' de beterraba, Raimundo?!!!
Jantar de encerramento - colagens
O jantar tipo ‘self-serve’
foi oferecido (e muito apreciado) pelo mesmo grupo que o fizera no Sítio Espírito
Santo como já foi mencionado. Tudo estava caminhando como devia, quando o
Easista Rafael de súbito pegando o microfone, convidou somente os Easistas
presentes, fora as esposas e os convidados... o que não pegou muito bem, pois
em tudo agora deve haver pelo menos 30% de participação das mulheres. Porém
elas comentaram com ardor que querem participar 100%, desde que vêm
acompanhando os Encontros e são partes ativas em tudo que passa. Muito justo!!!
Também os convidados devem ter voz... Sem mais música, Rafael foi logo
assessorado por Lulu e Raimundo, que de uma certa maneira coordenaram a
discussão. Rafael, muito sabido e usando o bom senso, parecendo notar que a
coleção da ‘mardita’ estava seguindo a maré baixa, atacou logo os seguintes
pontos: frequência, duração e locais dos futuros Encontros. O Easista Tupi
também estava ao lado... Ficou aprovado pela maioria de mãos levantadas o
seguinte:
-- frequência dos
Encontros: uma vez por ano;
-- duração dos
Encontros: de 3 a 6 dias dependendo do local;
-- local dos Encontros:
deve ter caráter/atrações turísticas.
Então foram sugeridos
alguns lugares como Fortaleza (onde o filho de Alfredo, o Alfredinho, seria o
contato; Bonito no Mato Grosso do Sul e outros no sul do país... Morretes,
sugerido por Lua, foi bem falado, mas de acordo com minhas anotações, não ficou
clara a sua aprovação. Parece que o Lua tem algumas cartas fortes na mão.
Aproveitando a oportunidade para inserir aqui a sugestão de convidar
oficialmente, através de uma cartinha, os padres crúzios, tanto de Belo
Horizonte como de Campo Belo, pois queiram ou não, são nossas raízes. Ademais
desses pontos discutidos, Tupi também sugeriu a criação de um fundo para ajudar
os Easistas necessitados a participarem dos Encontros; a proposta rejeitada. Sem dúvida, necessitamos
uma poupança antecipada preparando-nos adequadamente para esse fim. Sugiro
aqui, que se alguém souber de alguém nessa situação, que um grupinho
disfarçadamente, sem muito alarde, tome a iniciativa para ajudar sem que isso
fique uma coisa de caráter permanente. Afinal devemos ser guiados pelos nobres
princípios de: ‘honestidade, justiça e bondade’ (“FAÇAS ISSO E SERÁS FELIZ”).
A festa continuou mais um
pouco... houve até corajosos que caíram
na dança, incentivados pelos pares Adriano/Juliana e Artur/Jamille, que sabiam
bailar de verdade, sobretudo juntinhos!!! Foram lembrados, em conversas, os que
já estão do “outro lado do caminho”. O Easista Edgard resolveu mais uma vez a
nos brindar com suas canções. Voltamos para o nosso hotel após as 23 horas...
menos o Lua que devia pegar voo de volta durante a noite. Realmente não sei se
alguém ainda deu uma escapulida (saudades do tempo de seminarista) e foi fazer
umas farras ali na Praça da República dizendo que foi apenas chupar mangas!!!
DIA 26 SETEMBRO
A maioria da turma estava programada de
voltar para suas casas hoje pela tarde. Apenas um grupinho voltaria no sábado.
Como o voo só seria de tarde, Raimundo/Nazaré, Zé Geraldo Freitas/Marta e este
relator (Judite ficou no hotel arrumando as malas) saíram pela manhã – tendo
Raimundo como piloto do seu carro – para dar uma voltinha de caráter mais
espiritual: visita aos lugares onde os crúzios deixaram sua marca:
José Geraldo, na frente da Igreja de São
Sebastião, aponta para a figura de
Theodoro de Celis
Igreja de Santa Cruz
A CRUZ.
Primeiro paramos na Paróquia de São Sebastião, antigamente administrada pelos
crúzios. Surpresa em ver na parede da frente, do lado de fora, uma pintura
grande do Beato Theodoro De Celis (o fundador da Ordem da Santa Cruz). Ainda se
via também, mais ao lado, a cruz ‘crúzia’. Fomos levados para uma sala onde
havia na parede um conjunto de quadros/retratos de vários religiosos, entre
eles muitos crúzios como Pe. Guilherme e Pe. Tiago (que hoje vivem em Belo
Horizonte). Depois visitamos a Paróquia da Santa Cruz, onde se lia na frente:
PELA CRUZ A VIDA.
O autor destas bem traçadas linhas
na frente do marco da Igreja de Santa
Cruz
Aí então a cruz ‘crúzia’ estava por toda a parte!!! Lá estão construindo um prédio para servir
como Centro Evangélico e diversos trabalhos de assistência social. Será chamado
TEÒFILO DALESSI em homenagem ao padre crúzio que também vive em Belo Horizonte.
Fomos informados de que a igreja tem boa acústica. Notamos que em todos os
lugares por onde passamos as igrejas quase sempre tinham o mesmo estilo gótico
(As igrejas de Belém, da Vila São Jorge – Dezoito – e também a igreja de São
José em Leopoldina...)
Sem perder muito tempo seguimos para o
Cemitério Central. Estacionamos na rua e fomos passando por meio de muitos
vendedores de flores e velas até que conseguimos entrar no portão principal.
Dentro, ficamos perdidos por uns momentos, sem a
mínima ideia de onde ir. Então Raimundo, dando um tapa na cabeça, disse que o túmulo
era de mármore preto. Não ajudou muito, pois a metade era de túmulos pretos... mas
nos espalhamos... muito difícil de caminhar entre os túmulos, sem nenhuma ordem
geométrica. Pula daqui, pula dali.... salta daqui, salta dali...(ouvi alguém
como que dando uma xingadinha)... finalmente sucesso!!! Raimundo acenou de
longe alertando-nos que havia encontrado o jazigo. Assim que chegamos começamos
a limpar tudo, jogando matos para os lados e também outras coisas. Limpamos,
espanando com cuidado a tampa com 7 nomes de padres crúzios, entre eles o de
Pe. Humberto Nienhuis (muito popular entre os Easistas). Creio que pagamos algo
a uma senhora que estava por perto oferecendo-se para limpar mais direitinho o
túmulo. Ficamos mais aliviados. Começamos a sair do local devagarinho e em
silêncio... parece, então, que ouvimos um ruído atrás... Seria de manga caindo?
Seria do trabalho da senhora? Ou seria uma daquelas cutucadas/daqueles coices
do sempre saudoso Pe. Humberto??? Raimundo, olhando para todos os lados,
prometeu guardar o local do túmulo num cantinho de seu cérebro. Voltamos para o
hotel parece que com mais energia, como se tivéssemos conquistado/ganhado
alguma coisa especial.
Lá no hotel ainda foi feita a entrega de
um presente do grupo ao Guilherme, agradecendo-lhe seu desempenho. Edgard
representou o grupo.
Foi
um Encontro memorável!!! Oxalá tenhamos um Encontro Belém II não muito
distante! Rafael tem de colocar isso em votação logo, com 100% de participação
das esposas Easistas e também de convidados. A Ilha de Marajó, Salinas e, até
mesmo, Maracá, além do Cemitério Central.
Que sonhem com os anjos!!!
O Caminho é um só: A ESTRADA DE BELÉM. A direção
certa é uma só: A ESTRELA DO CAMINHO DE BELÉM.
QUE O VI ENCONTRO DOS EASISTAS EM BELÉM SEJA
SEMPRE RELEMBRADO
Um
fato histórico de elevada grandeza foi registrado nesse dia nos anais
paraenses:
"Descida
da cauda da estrela do Pará, conforme fora anunciado há um ano pelos oráculos de
Campo Belo, tomou de assalto o aeroporto de Belém uma legião de mineiros
encanecidos,travestida de alegria, que convulsionou o saguão do lugar com
abraços de efusivos reencontros.Os mineiros desembarcados foram recebidos no
local pelos amigos paraenses que propiciaram a alegre recepção. No meio do
burburinho acalorado ouviu-se em alta voz um surpreso espectador, talvez
versado em latim, exclamar:
-
Um verdadeiro Val-de-Cans!
Pela
importância do fato e pela apropriada imagem que retratava as muitas cãs em
alvoroço, deu-se ao aeroporto e ao bairro o nome de Val-de-Cans, que
resistiu pela história dos últimos 300 anos da capital do estado." (Notícia
transcrita do popularíssimo jornal Diário de Nazaré, edição de 14 de outubro de
1708.)
Sob
os auspícios dessa curiosa notícia propagada pela internet, esta moderníssima
mídia de elevada credibilidade, que trazia um misterioso hiato no espaço-tempo,
começou o nosso VI Encontro em Belém. Mas as peripécias do tempo não se limitaram
ao narrado, com efeito, uma bolha de um ano, carregada de mazelas políticas e
outros achincalhes, foi criada ligando o término do Encontro anterior a este.
Como o agora é uma simples imagem atrasada do passado,ilusão dos nossos olhos
que só enxergam o que já não mais existe, suprimida a bolha, no contínuo do
espaço-tempo permanecemos no mundo onde a amizade é rainha e condutora suprema.
Findos
os abraços, fomos todos os mineiros para o mesmo hotel, Grão Pará, em frente à
Praça da República, já com a obrigação de estarmos às dezessete horas prontos
para iniciar os compromissos com Belém. Um pouco de tumulto houve para
conseguirmos estar prontos à tal hora, mas com certo atraso, que nada
prejudicou, seguimos para a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, onde
assistiríamos à missa das dezoito horas. Grata surpresa já nos esperava no
ônibus quando se nos apresentou o guia da Valeverde Turismo que nos
acompanharia por todos os eventos na cidade, Guilherme Martins. Muito mais que
um guia, ele logo nos revelou seus dons de cantor entoando uma canção em
homenagem à Senhora de Nazaré.
(Fafá
de Belém cantando Vós Sois O Lírio Mimoso)
E
ali mesmo no ônibus começou nossa imersão na cultura paraense pela história da
imagem
de
Nossa Senhora de Nazaré. O pequeno ícone foi achado em 1700 pelo caboclo
Plácido no local onde hoje se ergue a Basílica. Conta-se que o caboclo levou a
imagem para sua casa e no dia seguinte ela havia desaparecido. Voltando ao
lugar onde a encontrara, lá estava a imagem. Recolhida novamente em sua casa
tornou a desaparecer e a reaparecer no local original, repetindo-se o fato por diversas vezes
até que foi ali construída uma capela. Posteriormente a capela deu lugar a uma
igreja que,por sua vez, foi substituída no início do século 20 pela atual basílica.
Fomos
ainda apresentados à história do Círio de Nazaré e da corda que puxa a Berlinda
que carrega a imagem: durante a procissão de 1855 o carro ficou atolado devido
a uma forte chuva; arranjou-se uma grande corda e os fiéis puxaram a Berlinda;
posteriormente a corda foi
incorporada
às festividades como um elo entre os fiéis e Nossa Senhora de Nazaré.
Neste
ano a corda confeccionada em Santa Catarina chegou em Belém no dia 24 de
setembro. Confeccionada de sisal, ela tem oitocentos metros e um diâmetro de cinco
centímetros, e será dividida em dois pedaços de quatrocentos metros:um deles
será usado na Trasladação e a outra metade na grande romaria do domingo, dia 12
de outubro. A festa ocorre no segundo domingo de outubro, que neste ano
coincide com a outra grande festa católica de Nossa Senhora Aparecida.
Tour virtual pela basílica (Atenção: para entrar na basílica e posteriormente para entrar em qualquer área, clique no Sn)
E quando
entramos na belíssima Basílica a luz do sol ainda invadia os vitrais franceses
que circundam a parte alta do templo colorindo todo o recinto com aquele ar
místico que envolve os fiéis em profunda imersão, e pouco a pouco foi se
apagando, e já assistimos à missa à luz das lâmpadas, que não menos embelezava
nossos olhos de admiração. Mais uma vez comprovando a"importância do nosso
Encontro para o povo paraense", a missa foi transmitida pela TV Nazaré.
Por televisores postados ao longo da igreja podíamos acompanhar as imagens que
eram levadas aos fiéis distantes. Antes do início do rito uma senhora leu uma
interminável lista de nomes e dedicações daquela missa, entre eles o nosso
grupo easista, atestando a enorme dedicação do povo paraense a sua Virgem de
Nazaré.
Finda
a missa dirigimo-nos ao Alfajor Buffet, local onde os anfitriões paraenses nos
brindaram com um coquetel e um jantar. Como está se tornando costume, que
conclamamos mister seja definitivamente abolido, o grupo de Juiz de Fora faltou
a esse evento de abertura, com a ilustre exceção do Alfredo e esposa, Marina.
De inusitado, a atitude do Edgard quando nos vimos na necessidade de atravessar
uma rua sem sinal e faixa para pedestres: ele postou-se à frente de um ônibus,
parando-o, e atravessamos a rua à frente dos carros espantados.
E a noite correu ligeira e agradável embalada pela
música do Geraldo Braga, amigo do Nonato, ou seria melhor dizer, Geraldo Braga e
Seus Teclados, que dedilhava e cantava músicas que nos faziam recordar momentos
passados, e sem faltar a presença de artistas do nosso grupo como a Dita e o
Chicão, casal de anfitriões paraenses que nos encantou: ela com sua bela voz,
ele com a irreverência autêntica de exímio repentista com uma burlesca paródia da
música Chico Mariê, satirizando a nossa seleção de futebol:
Desabafo de um Torcedor
F Sales
(Chicão)
(Refrão)
Não sei o que dizer
Não sei o que pensar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar
Eu não sei se tenho pena
Ou raiva do Felipão
Mas eu sei que o time dele
É um monte de bundão
Não se faz uma omelete
Sem ter os ovos na mão
E com um grupo de vedetes
Não se faz a seleção
Faltou raça faltou peito
Faltou garra faltou jeito
Lá na p...onte que partiu
Até pra bater os pênaltis
Foi aquela confusão
Tinha nêgo que chorava e dizia
Eu sou um ...bobão
Eu só gostei do goleiro
Que teve boa conduta
Mas teve por companheiro
Um bando de filhos da ...fruta
Sete a um pra Alemanha
Que não teve nem trabalho
Vão ser ruim desta maneira
Lá na casa do ... Barbalho
Se ferrou (com) a Holanda
Não ficou nem em terceiro
Três a zero e mais um baile
E um chute no traseiro.
E o jantar
foi uma perfeita introdução à gastronomia paraense: camarão ao creme de pupunha,
peixe ao tucupi, filé ao molho,mousse de bacuri, nuvem de cupuaçu.
O
cansaço venceu-nos e fomos em busca dos lençóis, mas alguns ainda ouviram o
Edgard entoar "Canzone Per Te", música italiana de Sérgio Endrigo que
nos anos 60 venceu o festival de San Remo com interpretação de Roberto Carlos.
Ele, o Edgard, ainda não revelara ao grupo os seus males, mas alguns que deles
sabiam pensaram que ele o fazia como sua canção do cisne, mas como ele mesmo o
negou,quero usar os versos abaixo da canção como uma promessa de estarmos
juntos outras vezes:
"Perché
giurare che sarà l'ultima volta
Il
cuore non ti crederà"
(em
tradução livre)
Porque
se jurar que será a última vez
O
coração não acreditará.)
Sábado,
20 de setembro.
O
café-da-manhã já nos trouxe o atrasado grupo de Juiz de Fora ao nosso meio,
além da presença do saudoso Marquinhos estampada no sorriso de etérea simpatia
da Liana. Às dez horas, na verdade nem tão pontualmente assim, subimos
novamente no ônibus que nos levaria para as docas, onde embarcaríamos para um
passeio à ilha de Serituba. Também chegaram,vindos de Fortaleza, raios de
juventude a fazerem mais resplandecentes as cãs, um filho do Alfredo e Marina.
Neste encontro um bom número de novos amigos foram incorporados ao grupo,
enriquecendo a diversão e a amizade.
Descemos
nas docas, um belíssimo espaço onde antigos armazéns foram transformados em
lojas e restaurantes,e com a excelente cervejaria Amazon Beer, que produz sua
cerveja ali mesmo no local. Mas tudo isto só desfrutaríamos posteriormente,
naquele momento tivemos que fazer, sob o sol do equador,que não se preocupou em
mostrar gentilezas aos seus ilustres visitantes, uma fila para entrarmos no
barco.
Mas
eis-nos dentro do barco, finalmente à sombra, deslizando pelas águas da Baía do
Guajará, vendo Belém se afastar vagarosamente.
Belém, vista a partir da Baía do Guajará
Por
aquelas águas, durante as comemorações do Círio, centenas de embarcações acompanham
o barco que conduz Nossa Senhora de Nazaré até o porto de Belém, em um percurso
de aproximadamente cinco horas. Para informação aos incautos que queiram participar,
os bilhetes para a procissão fluvial, embora ao preço de duzentos e sessenta
reais, há muito já estão esgotados.
Mas fiquemos
com o nosso grupo que faz uma romaria pela cultura paraense sob a regência da
guia Ana Cristina, uma genuína viúva negra, em confissão dela própria, que
enterrou cinco maridos. Só não entendi como conseguiu amarrar o sexto sob tal
ameaça segura de morte. E o barco ia correndo pelas águas tranquilas da baía
enquanto assistíamos a um show de músicas e danças paraenses apresentado pelo
grupo Tribo dos Kayapós. Os ricos e sensuais ritmos do Norte, Carimbó, Lundu
Marajoara, Marujadas de Bragança, entre outros, balançavam o barco nos pés do
casal de bailarinos, que se apresentavam com vestimentas típicas.
Houve
um momento em que o guia do nosso grupo, o Guilherme, contou a todos os
turistas marinheiros de água-doce, sobre nossa história, desde o momento
inicial em que o Rafael e o Nonato se puseram a nos caçar pelo mundo. E falou de
tal maneira simpática e cativante, falando da amizade que nos une, e que muito
além da amizade era uma fidedigna questão de amor, que olhando-se ao redor
via-se diversos rostos transfigurados em emoção, as lágrimas correndo soltas. Ao
meu lado, a Liana derretia-se.
E fomos
ainda apresentados a algumas das 39 ilhas que vivem sua exuberância amazônica
entre as águas da baía, com nomes indígenas e curiosos: Jutuba, Cotijuba, Paquetá-Açu,
Arapiranga... Ilhas cobertas de árvores, entrecortadas pelas casas dos caboclos,
que do açaí abundante fazem sua principal fonte de energia, consumindo-o
misturado à farinha de mandioca, sem açúcar, pois este dizem estragá-lo,
acompanhado de peixe. E navegando pela baía podíamos apreciar diversos ribeirinhos
com suas canoas, até mesmo crianças pequenas, que nos saudavam, sozinhas em
suas pirogas naquelas águas imensas.
Apesar
dos momentos em que foi necessário chamar a atenção dos afoitos turistas que
acorriam precipitadamente para o mesmo lado do barco, levando perigo para seu
equilíbrio, chegamos ao píer onde desembarcamos. Uma caminhada pelas margens do
rio e da floresta levou-nos até a praia de Sirituba, não sem alguns danos, pois
nossa amiga Cibele, esposa do Tião Coelho, sofreu uma queda e machucou o pé, o
que lhe deu como companheiras duas muletas pelo resto do Encontro. Poucos se
aventuraram pelo rio, pois a fome era mais importante a cuidar. Almoçamos de
maneira despojada e a cerveja correu ligeira pelas mesas para amenizar o calor.
Voltamos
ao barco, a maré havia baixado, o que deu às mulheres uma nova oportunidade
para experimentarem uma nova aventura: enfrentar a tosca escada para descer a
bordo, que felizmente todas venceram com espírito esportivo. O barco retornou a
Belém já não com o mesmo brilho da ida, mas com muita música, até demais para
alguns mais sensíveis ao som muito alto.
À
noite pudemos apreciar a Estação das Docas. Na Amazon Beer provamos a cerveja
Stout Açaí, cerveja escura de alto teor alcoólico, vencedora do Festival
Brasileiro da Cerveja deste ano como a melhor cerveja artesanal do Brasil, bem
como a Forest Bacuri, mais leve, grande preferida do público feminino. Fizemos
ainda uma viagem gastronômica no Spazzio Verdi onde o Pato a Tucupi estava
delicioso. E por fim não pode faltar o sorvete de frutas típicas.
O
cansaço era o nosso fiel companheiro na volta ao hotel para uma noite de sono,
pois o dia seguinte também prometia muitas descobertas.
Domingo,
21 de setembro.
O
atraso no embarque do dia começou agitado, pois um casal do grupo ficou preso
no elevador do hotel. Após alguns minutos de ansiedade foram resgatados sem
nenhum dano aparente.
Saímos
novamente de Belém em direção à terra de Antônio Araújo Bessa, o Padre Bessa, o
único exemplar dos easistas que se ordenou. Grande amigo do Seoldo, este fez
questão de ir conhecer o lugar onde o Bessa nasceu,a Vila de São Jorge,
naqueles tempos conhecida como Dezoito (neste blog existe um texto do Seoldo
homenageando o amigo, ver em http://encontristasdaeaso.blogspot.com.br/search?q=bessa).
Uma vila
pequena no interior do Pará: para nós, vindos de tão longe, uma quase surpresa
em encontrar gente morando perdida em tais paragens. Conhecemos a igreja onde o
Padre Bessa foi vigário, a casa paroquial e um seu sobrinho. Ali na igreja
foram feitas as homenagens ao amigo que se foi tão cedo, menos de dois anos
após sua ordenação.
Em
frente à casa paroquial um pé de jambo nos atraía como antigamente aos antigos
seminaristas famintos de novidades, principalmente as gustativas, mas no atual
peso das barrigas nenhum se aventurou a subir nos galhos atrás das suculentas,
apenas foram feitas algumas tentativas de catar as frutas puxando os galhos. E
voltamos ao ônibus para seguir para o sítio do Nonato, que não ficava muito
distante, no município de Santa Maria do Pará.
Maravilha!
Chegamos no sítio onde nos sentimos os noivos de uma bela noiva toda de branco.
As árvores com seus troncos caiados transpiravam harmonia com o verde fresco das
folhas. Relaxante! Acolhedor! Gostoso! Ouvia-se!
Tapioca!
Cuscuz! Sucos! A água fresca também virou iguaria! Linguiça boa apimentada na
brasa e coxinha de frango!
Descemos
para o que chamam por lá de igarapé, um riacho, onde a corrente foi represada
formando uma piscina natural. O sol por entre as folhas das árvores coloria aqueles
barrigudos que se juntaram em roda dentro da água para contar piadas. Agora,
sem a presença dos coices vigilantes do Pe.Humberto, as piadas já não eram mais
tão inocentes.
E
tome cerveja! E baciada de caranguejo! E baciada de camarão! Melhor assim, sem
falar muito, só interjeições de contentamento! E ainda houve almoço!
E o
papo se espalhou em volta das mesas que tomavam a varanda da casa. Um grupo
começou a contar as histórias das formações dos casais que lá estavam: como se
conheceram, o namoro, o casamento. Confidências que nos fazem cada vez mais
amigos ao penetrarmos mais fundo nas intimidades uns dos outros. Depois
apareceram redes onde alguns se desligaram de vez,
deixando os roncos competirem com a algazarra das conversas. No campeonato em
que reservadamente inscrevemosos distintos dorminhocos, o Santana levou a taça
com distinção.
Mas
chegou a hora de partirmos e voltarmos a Belém. Ainda ganhei como recordação
uns beijos de amor de umas lava-pés que deixaram meus pés em fogo.
Neste
momento é bom abrir um parêntese para agradecer a acolhida que os paraenses nos
deram, em especial ao Nonato e à Nazaré, que nada economizaram para nos
propiciarem um Encontro onde a alegria fosse a única lembrança. E não houve economia
nem de tempo, nem de lar, nem financeira, nem de gentilezas e carinhos. À Dita
e ao Chicão temos a agradecer a alegria, a versatilidade e competência de
grandes artistas que são e que nos propiciaram muitos divertidos momentos. Ao
Tupi e a Marina pela presença de conhecedores de Belém e
pela ajuda que sempre estiveram dispostos a prestar. Muitíssimo obrigado!!!
Segunda-feira,
22 de setembro.
A
segunda-feira nos levou a Icoaraci, local de onde partem os barcos na procissão
fluvial do Círio e maior centro de produção de cerâmicas das culturas
marajoaras, tapajônicas e Maracá. Mas da agitação de tantos barcos que tumultuam
a baía naquela data nada se via, somente a placidez das leves ondinhas que
corriam pelas águas iluminadas pelo sol dos trópicos, aliás, o nome Icoaraci
alguns pretendem que significa "de frente para o sol", enquanto
também se ouve dizer "mãe de todas as águas", de qualquer maneira,
muita água e muito sol.
Antes de
irmos admirar a paisagem da orla fluvial estivemos na olaria do Sr. José Anísio
e fomos surpreendidos pela beleza das peças que lá se encontravam em exposição.
Os olhos aturdidos por tamanhas belezas ainda ficaram mais estupefatos quando
pudemos acompanhar as mãos habilidosas do oleiro a moldar um vaso: daquela
massa informe de argila socada e amassada, pouco a pouco tomando forma, ora
parecendo que tudo se desmoronava para retomar de imediato uma forma ainda mais
elaborada, girando continuamente no mesmo ritmo pela ação dos pés,
transformando o giro da roda em anéis que desenhavam a curvilínea forma do
vaso, girando... girando...
Enquanto
moldava o vaso o oleiro nos contava detalhes de sua vida, sem se descuidar da
sua obra, e sabedor da sua valia comentava que na sua terra não lhe davam valor,
e se estivesse no hemisfério norte decerto estaria rico. Falou-nos de alguém
que tendo plantado em um vaso de plástico reclamou que a planta murchara, e completou
com ironia: o que poderia querer de outro se a planta e a terra não podiam respirar
como num vaso de barro. E falando de modo tão simples, sem esconder uma
sabedoria inata, despertou em todos simpatia e admiração.
Feitas
as compras, reencontrada a Fátima, que o Santana perdera e não dava notícia do
seu destino, seguimos para a orla do rio que nos aguardava com uma feirinha de
mais cerâmicas e outros artefatos, onde ainda se gastou um pouco mais, mas chega
de compras. Seguimos pela orla para onde barracas nos espreitavam com os cocos
afogados no gelo esperando com avidez. Sentados à sombra, o rio sacudindo
levemente as águas e os nossos olhares bamboleantes, a paisagem entrecortada
pelas ilhas ao longe, e com o sol desenhando caprichosamente sobre as águas com
um pincel feito das sombras das nuvens... ah! que bambeza...
O
guia lembrou-se de nos acordar para nos levar para o almoço no restaurante
Espaço Verdi, não nas docas, como já havíamos provado, mas na casa matriz, muito
maior, onde a variedade de pratos aturdia o desejo de provar tantas belezas que
prometiam. O prato para o serviço era enorme, o que já podia causar enganos à
capacidade da fome, mas o Seoldo não se fez de cuidados, parava em cada iguaria
e acomodava mais um pedaço no prato. Peixes, carnes,
camarão, bacalhau, como deixar de provar algum? Resultado: a balança quase não
acreditou que tinha de registrar um quilo e meio. Só espero que ele não saia
divulgando para os seus amigos americanos que a comida no Brasil é muito cara!
Terça-feira,
23 de setembro.
A
terça-feira nos prometera um city-tour por Belém. Saímos novamente no ônibus,
conduzido pelo Cláudio como em todos os dias, novamente em direção às docas.
Dali, um pouco à frente, fomos ao mercado Ver-o-peso, a maior feira ao ar livre
da América Latina.
De um antigo
posto de fiscalização, denominado Casa de Haver o Peso, originou-se o nome do
mercado, que aliás são muitos: o Mercado de Ferro, o Mercado de Carne, o
Mercado de Peixe. Ambiente perfeito para conhecer a diversidade dos produtos
que fazem parte da mesa paraense: as frutas pouco conhecidas no sul, tais como
o cupuaçu, abricó-do-pará, taperebá, bacuri estão presentes in natura, em sucos e em doces; plantas
medicinais para curar do lumbago a um simples mal de amor; camarões de todos os
tamanhos e peixes; artesanato e roupas.
Seguimos
a orla em direção à Cidade Velha, bairro antigo de Belém, onde a cidade nasceu.
Ali visitamos a Catedral da Sé, que apresenta um dos interiores dos mais
bonitos que já pude contemplar, onde a arquitetura se harmoniza com as diversas
obras de arte e as luzes. Ainda tivemos a alegria de ouvir o enorme e antigo
órgão soar uma música.
Tour pela Catedral
Siga às setas para entrar na Catedral e em suas diversas
áreas.
Ali ao lado da catedral visitamos o Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, ouForte do Presépio, onde se descortina uma maravilhosa vista da
baía, tendo em primeiro plano o Mercado de Ferro do Ver-o-Peso.
Mas o nosso tempo com a Valeverde Turismo acabou e fomos
levados de volta ao hotel.
Ao cair da tarde dirigimo-nos, eu e a Rose, junto com o
Santana e a Fátima, à casa do Nonato, pois, como deixaríamos Belém no dia
seguinte, o amabilíssimo casal anfitrião convidou-nos para conhecer sua morada.
Lá tivemos a oportunidade de conhecer os seus netos, bem como o filho, também
coronel-bombeiro, que ainda não conhecêramos. Trocamos ao redor de uma mesa de
lanche as conversas corriqueiras. No caminho de volta ao hotel, o Santana e o
Nonato agarraram uma discussão política, onde cada um jogava na ponta extrema,
e da qual me abstive, um tanto por não escutar direito por estar no banco de
trás, outro tanto por não gostar de assuntos de atiçar marimbondos.
Despedimo-nos,
então, do casal que nos propiciou tão agradáveis momentos, agradecendo por
todas as gentilezas que nos cumularam durante a nossa estadia. No dia seguinte,
enquanto a corda do Círio chegava a Belém, deixamos os amigos e o Val-de-Cans.
E
aqui entrego a pena ao Seoldo para continuar a narrativa do VI Encontro.
[LA1]Ficou
muito bema inserção do link para o tour
virtual pela Catedral
Alguns artigos do jornalzinho O REPÓRTER CRÚZIO, publicados originalmente de 1958 a 1961, foram guardados e conservados pelo Jornalista Marcos Antônio Rocha e, agora, gentilmente cedidos para serem publicados neste blog. Abaixo, duas listas que facilitam a localização das postagens daquela época: a primeira, pelo nome do autor da publicação, a segunda, pelo tema. Basta clicar no link para o imeditato acesso. O número entre parenteses do lado direito do nome do autor, e também o tamanho da letra, é indicativo das inserções ou publicações de sua autoria.