Entrevista
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Raimundo Célio da
Costa no tempo do
seminário.
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Os filhos: Nicole, a arquiteta; Felipe,
mestrado em artes, no ramo de tortas e
doces; Camila, médica. |
Como facilitador, solicito ao entrevistado, Raimundo Célio da Rocha, que descreva de
maneira sucinta aspectos de sua vida que sejam importantes para orientar o
grupo para as primeiras perguntas. O entrevistado pode, ao livre arbítrio, se negar a responder a qualquer pergunta.
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Raimundo e Simone durante
o IX Encontro em Juiz de Fora.
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Simone e Raimundo, em foto
da rede social. |
Sou médico, otorrinolaringologista, tenho como hobby a orquidofilia; tenho três filhos (duas filhas); sou casado com a Simone há 35 anos; gosto muito de viajar e serei vovô pela primeira vez em junho, e sou tricolor (o legítimo kkkk RJ). Bem, é isso aí.
Max: Podemos marcar um horário para conversarmos?
Raimundo Célio: Boa noite a todos, um bom horário é à noite (20/21 h).
Chicão: Bom dia Mundico (vai te acostumando, porque eu vou te chamar
assim, tá?) e demais amigos deste grupo. . . Lá vai a minha primeira pergunta: eu tenho uma filha médica, e ela, desde muito criança, já dizia que iria ser doutora. E contigo, foi
assim? E se foi, o que foste fazer na EASO? E para matar uma
curiosidade eu gostaria de saber quem era o diretor da escola, e qual o
motivo do encerramento das atividades da EASO?
Por enquanto esta é a minha participação nesta entrevista. Agora
é contigo, meu caro. Fica à vontade para responder na hora em que quiseres, tá?
Raimundo Célio: Boa noite, Chico Sales, o desejo de ser médico surgiu na
adolescência, após meu retorno a Juiz de Fora, vindo de Campo Belo. O
diretor da EASO, no período em que estive lá (dois últimos anos de seu
funcionamento), foi o padre Agostinho, se não me falha a memória.
Max: Boa noite, Raimundo. Como você gosta de ser chamado?
Raimundo Célio: Boa noite, Max. Gosto de ser chamado Raimundo, pois já
temos um Raimundo Nonato (mais antigo) no grupo.
Max: Com que idade você foi para o Seminário e o que o levou?
Raimundo Célio: Eu tinha 14 anos; a oportunidade de uma educação melhor e de atender a uma expectativa de minha mãe (ter um filho padre, dois já tinham
estudado em seminário de Leopoldina).
Perguntas enviadas pelo Seoldo:
Prezado EASISTA Raimundo Célio, não fomos da mesma época, mas passamos
pela mesma EASO (talvez administrada um pouco diferente). Sem dúvida, no
futuro precisaremos de analistas bem qualificados para fazerem um estudo bem
limpo deste fato histórico, a tradição oral dos que passaram por lá é de suma
importância, e por isso que nosso teimoso colega Lulu Caieira não deixa
este assunto morrer. Espero que minhas perguntas não lhe incomodem, mas o
tempo está ficando curto... você entende...
1 - Detalhes e mais detalhes do
seu recrutamento para a EASO. Por favor, incluir tudo (médicos se preocupam
com detalhes/minúcias).
Raimundo Célio: Bem, vamos lá: como já disse, minha mãe queria ter um
filho sacerdote. Muito católica, ela conseguiu que eu fizesse parte do grupo
de coroinhas da então iniciada capela de Santa Terezinha, no bairro de mesmo
nome, onde morávamos. O vigário local era Padre Henrique, da ordem dos Crúzios.
Fiquei como coroinha um bom tempo. A vontade de prosseguir com os estudos, influência de minha mãe, e, então, conheci o
Ivair, também residente no bairro e seminarista da EASO, que me levou, e ao Edésio (que não se adaptou e logo voltou), assim foi meu ingresso na
instituição, que fez toda diferença em minha vida: organização;
responsabilidade com o estudo; respeito e normas de convivência; acesso a uma
biblioteca excepcional e outras experiências que foram fundamentais na minha
formação como ser.
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Encontro de 2008. Raimundo Célio entre os easistas de
Juiz de Fora. |
2 - Detalhe também os motivos que fizeram você tomar a decisão de sair da EASO.
Raimundo Célio: Bem, eu saí naquela data porque não tinha alternativa, visto que o seminário foi desativado; se assim não fosse, não sei por quanto
tempo teria ficado. Fato é que estes dois anos foram de extrema importância
em minha vida.
3 - Há uma frase no livro 'O Pequeno Príncipe': "Você
é responsável por aqueles que você conhece (cativa)". Qual sua interpretação?
Abraços e felicitações por ser VOVÔ!!! .
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A família Rocha: Felipe, filho: Raimundo, pai; Simone,
esposa; Nicole, filha; Camila, Filha. |
Raimundo Célio: A frase referida, no meu ponto de vista, diz para o
cuidado que temos que ter com as pessoas de nosso relacionamento diário
em não magoá-las; sermos um ombro de apoio nas horas difíceis; estarmos juntos em momentos e
situações diferentes que a vida nos coloca, pois NESTA nossa vida só
conjugamos o presente.
Facilitador: Raimundo, eu gostaria que você nos desse uma aula sobre
orquídeas e que nos enviasse, para publicação junto à sua entrevista, no
mínimo umas dez fotos das mais belas de sua coleção.
Diga-nos também quando e como você entrou para este seleto grupo de orquidófilos,
e quais são os benefícios desse hobby para a saúde da alma. Gostaríamos
de saber, também, se você tem participado de exposições e se já ganhou algum
prêmio.
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Raimundo Célio: Olha, falar sobre orquídeas para mim é um prazer, o assunto é
vasto e há boa literatura, sugiro o livro do professor René Rocha, ABC do
orquidófilo. Há aproximadamente 30 mil espécies catalogadas, caracterizadas pelas
flores; suas pétalas e sépalas são coloridas (compare com uma rosa), têm a pétala diferenciada, o labelo (onde se encontra o seu órgão
reprodutor); a maioria são epífitas (que vivem apoiadas em uma árvore), rupícolas
e as terrestres; não são parasitas, pois elaboram sua seiva; o habitat é
variado, a maioria necessita de luz solar filtrada; outras só florescem em
pleno sol. Estão presentes em quase todos os continentes, na Europa a maioria
é terrestre, e predominam em países sob a faixa do equador; a rega deve ser
regular (o excesso de água favorece fungos). Ao adquirir uma, deve-se
informar sobre seu habitat e saber seu nome (isto facilita pesquisar o seu cultivo).
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Temos uma estufa pequena, o outro local
é em minha casa |
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Um belo exemplar da coleção de Raimundo
Célio da Rocha.
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Meu interesse por orquídeas foi por acaso: ao sair de um hospital,
após realizar uma cirurgia, avistei umas flores e resolvi levar uma para a
Simone, pois fiquei encantado com a beleza dela. Indaguei sobre o nome e fui
informado tratar-se de uma orquídea; fiquei sabendo, também, que existe uma grande
variedade delas. Cheguei em minha casa, entreguei-a e fui pesquisar. Não
parei mais, comecei a colecionar. Em 2000 filiei-me ao círculo orquidófilo de
Juiz de Fora, hoje participo de várias exposições, na verdade é o círculo que
participa, os associados enviam suas plantas por meio do círculo; atualmente sou presidente da entidade, já ganhei algumas premiações, tenho
algumas bem interessantes.
Quando estou cuidando das orquídeas, esqueço-me do tempo, dos problemas
que a vida nos oferece, e volto a ser criança, entrego-me (tem alguma situação
que você volta a ser criança?). Enviarei algumas fotos dos locais que cultivo
e, claro, das estrelas e troféus de minha preferência.
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Adicionar legenda |
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Vista da estufa |
Nota do blog: note-se a organização impecável do orquidário com muitas e belas variedades, com cultivo aéreo e nas laterais.
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Raimundo Célio: as orquídeas que estão em pleno sol, na frente de minha casa
(na foto) estão amarradas em um tronco seco, são de três espécies: a florida
é Renanthera coccinea, a outra (em a folha típica), Vanda teres e um epidendrum.
A flor da Renanthera tem uma durabilidade acima da média, que é em torno de 7
dias; existe espécie em que a flor dura 1 ou 2 dias.
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Facilitador: Mudando de assunto, Raimundo, temos algumas perguntas clássicas
em nossas entrevistas:
O que é ter sucesso na vida?
Raimundo Célio: Sobre o sucesso: para mim é muito mais que ter
conquistado uma situação financeira melhor, o significado é muito
pessoal, você se auto analisa, vê o quanto cresceu intelectualmente, seus
valores de vida, quantos desafios você superou para chegar aonde está, muito além da evolução financeira, é olhar para trás e poder dizer: cresci como um
todo.
Você se considera uma pessoa de sucesso? Por quê?
Raimundo Célio: Voltando ao assunto: sim, considero-me uma pessoa de sucesso. Como falei anteriormente, ao analisar a minha caminhada por esta
existência (fiz 65 anos recentemente), vejo quanto cresci culturalmente, e a
profissão que aprendi, ela me dá oportunidade de ajudar em muito as pessoas
que necessitam de meu trabalho, e praticar princípios cristãos.
Quais foram seus melhores amigos no tempo do seminário?
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Foto da turma do Raimundo Célio.
No sentido anti-horário: Tito, Raimundo,
José Gabriel (Mirinha), José Maria,
Rafael, José Carlos (Caneta), Belchior,
Dona Celina, Caradi, José Maria
(Pimentinha), Identificação enviada por
José Tito Gonçalves em 12/10/2010.
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Quanto aos amigos, fiquei somente 2 anos no
Santa Odília, do meu convívio foram José Tito e o Rafael (Caeté). Tinha um bom
relacionamento com todos, talvez eu evitasse uns dois colegas por não
concordar com a visão deles do coletivo.
Max: Raimundo, como está a religião em sua vida? É católico praticante?
Raimundo Célio: Sou católico, procuro ir a missa semanalmente, mas não
sou praticante nem tenho um compromisso assumido com a minha paróquia.
Pergunta enviada pelo Seoldo:
Raimundo, qual a diferença entre o comportamento dos FARISEUS E SADUCEUS do
tempo de JESUS e os modernos fariseus e saduceus de hoje?
Raimundo Célio: Boa tarde, Seoldo, fiquei devendo uma
resposta para sua pergunta referente aos fariseus e saduceus. Fui ler um
pouquinho sobre os dois partidos religiosos que tinham visões diferentes.das
leis divinas, os fariseus foram condenados por Jesus, por serem radicais em seus valores,
hoje estamos vendo os nossos fariseus e saduceus cometendo os mesmos erros,
esquecendo que a virtude está no meio, pois falta bom senso de parte a parte,
esquecendo de valorizar o Homem, atropelando princípios e regras para ter o
poder. Será que Cristo vai novamente voltar para ensinar-nos? Espero que tenha
compreendido sua pergunta. Abraços.
Seoldo: Raimundo, você disse que gosta de viajar... muito bem. Lembro-me de
uma sabedoria grega que se expressa mais ou menos assim: "Você não precisa
de sair de suas vizinhanças para ver coisas bonitas e ser feliz".
Outra sabedoria popular é: "Felicidade é dormir na sua própria
cama."
Raimundo Célio: Referente à sabedoria grega: vejo como uma
grande verdade, tive essa experiência, tempos atrás, ao recobrar a
consciência, após uma cirurgia do intestino grosso, com sondas, medicação
venosa, dieta zero; tudo o que eu queria era simplesmente caminhar no lago do
museu, durante os quatro dias da dieta zero só pensava em ver o sol se pôr,
coisas do nosso cotidiano que poucas vezes valorizamos; o fato de todos os
dias levantarmo-nos, apreciarmos uma flor, um beija-flor, é um grande
presente de Deus, não precisamos de ir longe, as coisas agradáveis, os bons momentos estão bem perto, e dentro da gente.
Seoldo: Raimundo, espero que você sempre sonhe em visitar o Arizona...
Há um dito aqui: "Deus criou o Grand Canyon, mas ele vive em
Sedona". Por favor, tente ver estes dois lugares...
[
Raimundo Célio: Oi, Seoldo, não sei dizer, porque ir aos EEUU (é assim que
escreve???) nunca foi minha primeira opção. Em 1998, fui a um congresso em
Washington, DC, e New York city, mas, olha, vou considerar bem essa sugestão. Há um
programa de TV (o mundo visto de cima) que mostra lugares muito bonitos dos
EEUU. Um dos programas de minha preferência.
Outras orquídeas da coleção de Raimundo Célio
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Mostra 03 |
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Mostra 01 |
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Mostra 02 |
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Mostra 04 |
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Mostra 06 |
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Mostra 05 |
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Mostra 07 |
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