Um
fato histórico de elevada grandeza foi registrado nesse dia nos anais
paraenses:
"Descida
da cauda da estrela do Pará, conforme fora anunciado há um ano pelos oráculos de
Campo Belo, tomou de assalto o aeroporto de Belém uma legião de mineiros
encanecidos,travestida de alegria, que convulsionou o saguão do lugar com
abraços de efusivos reencontros.Os mineiros desembarcados foram recebidos no
local pelos amigos paraenses que propiciaram a alegre recepção. No meio do
burburinho acalorado ouviu-se em alta voz um surpreso espectador, talvez
versado em latim, exclamar:
-
Um verdadeiro Val-de-Cans!
Pela
importância do fato e pela apropriada imagem que retratava as muitas cãs em
alvoroço, deu-se ao aeroporto e ao bairro o nome de Val-de-Cans, que
resistiu pela história dos últimos 300 anos da capital do estado." (Notícia
transcrita do popularíssimo jornal Diário de Nazaré, edição de 14 de outubro de
1708.)
Sob
os auspícios dessa curiosa notícia propagada pela internet, esta moderníssima
mídia de elevada credibilidade, que trazia um misterioso hiato no espaço-tempo,
começou o nosso VI Encontro em Belém. Mas as peripécias do tempo não se limitaram
ao narrado, com efeito, uma bolha de um ano, carregada de mazelas políticas e
outros achincalhes, foi criada ligando o término do Encontro anterior a este.
Como o agora é uma simples imagem atrasada do passado,ilusão dos nossos olhos
que só enxergam o que já não mais existe, suprimida a bolha, no contínuo do
espaço-tempo permanecemos no mundo onde a amizade é rainha e condutora suprema.
Findos
os abraços, fomos todos os mineiros para o mesmo hotel, Grão Pará, em frente à
Praça da República, já com a obrigação de estarmos às dezessete horas prontos
para iniciar os compromissos com Belém. Um pouco de tumulto houve para
conseguirmos estar prontos à tal hora, mas com certo atraso, que nada
prejudicou, seguimos para a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, onde
assistiríamos à missa das dezoito horas. Grata surpresa já nos esperava no
ônibus quando se nos apresentou o guia da Valeverde Turismo que nos
acompanharia por todos os eventos na cidade, Guilherme Martins. Muito mais que
um guia, ele logo nos revelou seus dons de cantor entoando uma canção em
homenagem à Senhora de Nazaré.
(Fafá
de Belém cantando Vós Sois O Lírio Mimoso)
E
ali mesmo no ônibus começou nossa imersão na cultura paraense pela história da
imagem
de
Nossa Senhora de Nazaré. O pequeno ícone foi achado em 1700 pelo caboclo
Plácido no local onde hoje se ergue a Basílica. Conta-se que o caboclo levou a
imagem para sua casa e no dia seguinte ela havia desaparecido. Voltando ao
lugar onde a encontrara, lá estava a imagem. Recolhida novamente em sua casa
tornou a desaparecer e a reaparecer no local original, repetindo-se o fato por diversas vezes
até que foi ali construída uma capela. Posteriormente a capela deu lugar a uma
igreja que,por sua vez, foi substituída no início do século 20 pela atual basílica.
Fomos
ainda apresentados à história do Círio de Nazaré e da corda que puxa a Berlinda
que carrega a imagem: durante a procissão de 1855 o carro ficou atolado devido
a uma forte chuva; arranjou-se uma grande corda e os fiéis puxaram a Berlinda;
posteriormente a corda foi
incorporada
às festividades como um elo entre os fiéis e Nossa Senhora de Nazaré.
Neste
ano a corda confeccionada em Santa Catarina chegou em Belém no dia 24 de
setembro. Confeccionada de sisal, ela tem oitocentos metros e um diâmetro de cinco
centímetros, e será dividida em dois pedaços de quatrocentos metros:um deles
será usado na Trasladação e a outra metade na grande romaria do domingo, dia 12
de outubro. A festa ocorre no segundo domingo de outubro, que neste ano
coincide com a outra grande festa católica de Nossa Senhora Aparecida.
Tour virtual pela basílica (Atenção: para entrar na basílica e posteriormente para entrar em qualquer área, clique no Sn)
E quando
entramos na belíssima Basílica a luz do sol ainda invadia os vitrais franceses
que circundam a parte alta do templo colorindo todo o recinto com aquele ar
místico que envolve os fiéis em profunda imersão, e pouco a pouco foi se
apagando, e já assistimos à missa à luz das lâmpadas, que não menos embelezava
nossos olhos de admiração. Mais uma vez comprovando a"importância do nosso
Encontro para o povo paraense", a missa foi transmitida pela TV Nazaré.
Por televisores postados ao longo da igreja podíamos acompanhar as imagens que
eram levadas aos fiéis distantes. Antes do início do rito uma senhora leu uma
interminável lista de nomes e dedicações daquela missa, entre eles o nosso
grupo easista, atestando a enorme dedicação do povo paraense a sua Virgem de
Nazaré.
Finda
a missa dirigimo-nos ao Alfajor Buffet, local onde os anfitriões paraenses nos
brindaram com um coquetel e um jantar. Como está se tornando costume, que
conclamamos mister seja definitivamente abolido, o grupo de Juiz de Fora faltou
a esse evento de abertura, com a ilustre exceção do Alfredo e esposa, Marina.
De inusitado, a atitude do Edgard quando nos vimos na necessidade de atravessar
uma rua sem sinal e faixa para pedestres: ele postou-se à frente de um ônibus,
parando-o, e atravessamos a rua à frente dos carros espantados.
E a noite correu ligeira e agradável embalada pela
música do Geraldo Braga, amigo do Nonato, ou seria melhor dizer, Geraldo Braga e
Seus Teclados, que dedilhava e cantava músicas que nos faziam recordar momentos
passados, e sem faltar a presença de artistas do nosso grupo como a Dita e o
Chicão, casal de anfitriões paraenses que nos encantou: ela com sua bela voz,
ele com a irreverência autêntica de exímio repentista com uma burlesca paródia da
música Chico Mariê, satirizando a nossa seleção de futebol:
Desabafo de um Torcedor
F Sales
(Chicão)
(Refrão)
Não sei o que dizer
Não sei o que pensar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar
Mas essa copa do mundo
Dessa vez foi de amargar
Eu não sei se tenho pena
Ou raiva do Felipão
Mas eu sei que o time dele
É um monte de bundão
Não se faz uma omelete
Sem ter os ovos na mão
E com um grupo de vedetes
Não se faz a seleção
Faltou raça faltou peito
Faltou garra faltou jeito
Lá na p...onte que partiu
Até pra bater os pênaltis
Foi aquela confusão
Tinha nêgo que chorava e dizia
Eu sou um ...bobão
Eu só gostei do goleiro
Que teve boa conduta
Mas teve por companheiro
Um bando de filhos da ...fruta
Sete a um pra Alemanha
Que não teve nem trabalho
Vão ser ruim desta maneira
Lá na casa do ... Barbalho
Se ferrou (com) a Holanda
Não ficou nem em terceiro
Três a zero e mais um baile
E um chute no traseiro.
E o jantar
foi uma perfeita introdução à gastronomia paraense: camarão ao creme de pupunha,
peixe ao tucupi, filé ao molho,mousse de bacuri, nuvem de cupuaçu.
O
cansaço venceu-nos e fomos em busca dos lençóis, mas alguns ainda ouviram o
Edgard entoar "Canzone Per Te", música italiana de Sérgio Endrigo que
nos anos 60 venceu o festival de San Remo com interpretação de Roberto Carlos.
Ele, o Edgard, ainda não revelara ao grupo os seus males, mas alguns que deles
sabiam pensaram que ele o fazia como sua canção do cisne, mas como ele mesmo o
negou,quero usar os versos abaixo da canção como uma promessa de estarmos
juntos outras vezes:
"Perché
giurare che sarà l'ultima volta
Il
cuore non ti crederà"
(em
tradução livre)
Porque
se jurar que será a última vez
O
coração não acreditará.)
Sábado,
20 de setembro.
O
café-da-manhã já nos trouxe o atrasado grupo de Juiz de Fora ao nosso meio,
além da presença do saudoso Marquinhos estampada no sorriso de etérea simpatia
da Liana. Às dez horas, na verdade nem tão pontualmente assim, subimos
novamente no ônibus que nos levaria para as docas, onde embarcaríamos para um
passeio à ilha de Serituba. Também chegaram,vindos de Fortaleza, raios de
juventude a fazerem mais resplandecentes as cãs, um filho do Alfredo e Marina.
Neste encontro um bom número de novos amigos foram incorporados ao grupo,
enriquecendo a diversão e a amizade.
Descemos
nas docas, um belíssimo espaço onde antigos armazéns foram transformados em
lojas e restaurantes,e com a excelente cervejaria Amazon Beer, que produz sua
cerveja ali mesmo no local. Mas tudo isto só desfrutaríamos posteriormente,
naquele momento tivemos que fazer, sob o sol do equador,que não se preocupou em
mostrar gentilezas aos seus ilustres visitantes, uma fila para entrarmos no
barco.
Mas
eis-nos dentro do barco, finalmente à sombra, deslizando pelas águas da Baía do
Guajará, vendo Belém se afastar vagarosamente.
Belém, vista a partir da Baía do Guajará
Por
aquelas águas, durante as comemorações do Círio, centenas de embarcações acompanham
o barco que conduz Nossa Senhora de Nazaré até o porto de Belém, em um percurso
de aproximadamente cinco horas. Para informação aos incautos que queiram participar,
os bilhetes para a procissão fluvial, embora ao preço de duzentos e sessenta
reais, há muito já estão esgotados.
Mas fiquemos
com o nosso grupo que faz uma romaria pela cultura paraense sob a regência da
guia Ana Cristina, uma genuína viúva negra, em confissão dela própria, que
enterrou cinco maridos. Só não entendi como conseguiu amarrar o sexto sob tal
ameaça segura de morte. E o barco ia correndo pelas águas tranquilas da baía
enquanto assistíamos a um show de músicas e danças paraenses apresentado pelo
grupo Tribo dos Kayapós. Os ricos e sensuais ritmos do Norte, Carimbó, Lundu
Marajoara, Marujadas de Bragança, entre outros, balançavam o barco nos pés do
casal de bailarinos, que se apresentavam com vestimentas típicas.
Houve
um momento em que o guia do nosso grupo, o Guilherme, contou a todos os
turistas marinheiros de água-doce, sobre nossa história, desde o momento
inicial em que o Rafael e o Nonato se puseram a nos caçar pelo mundo. E falou de
tal maneira simpática e cativante, falando da amizade que nos une, e que muito
além da amizade era uma fidedigna questão de amor, que olhando-se ao redor
via-se diversos rostos transfigurados em emoção, as lágrimas correndo soltas. Ao
meu lado, a Liana derretia-se.
E fomos
ainda apresentados a algumas das 39 ilhas que vivem sua exuberância amazônica
entre as águas da baía, com nomes indígenas e curiosos: Jutuba, Cotijuba, Paquetá-Açu,
Arapiranga... Ilhas cobertas de árvores, entrecortadas pelas casas dos caboclos,
que do açaí abundante fazem sua principal fonte de energia, consumindo-o
misturado à farinha de mandioca, sem açúcar, pois este dizem estragá-lo,
acompanhado de peixe. E navegando pela baía podíamos apreciar diversos ribeirinhos
com suas canoas, até mesmo crianças pequenas, que nos saudavam, sozinhas em
suas pirogas naquelas águas imensas.
Apesar
dos momentos em que foi necessário chamar a atenção dos afoitos turistas que
acorriam precipitadamente para o mesmo lado do barco, levando perigo para seu
equilíbrio, chegamos ao píer onde desembarcamos. Uma caminhada pelas margens do
rio e da floresta levou-nos até a praia de Sirituba, não sem alguns danos, pois
nossa amiga Cibele, esposa do Tião Coelho, sofreu uma queda e machucou o pé, o
que lhe deu como companheiras duas muletas pelo resto do Encontro. Poucos se
aventuraram pelo rio, pois a fome era mais importante a cuidar. Almoçamos de
maneira despojada e a cerveja correu ligeira pelas mesas para amenizar o calor.
Voltamos
ao barco, a maré havia baixado, o que deu às mulheres uma nova oportunidade
para experimentarem uma nova aventura: enfrentar a tosca escada para descer a
bordo, que felizmente todas venceram com espírito esportivo. O barco retornou a
Belém já não com o mesmo brilho da ida, mas com muita música, até demais para
alguns mais sensíveis ao som muito alto.
À
noite pudemos apreciar a Estação das Docas. Na Amazon Beer provamos a cerveja
Stout Açaí, cerveja escura de alto teor alcoólico, vencedora do Festival
Brasileiro da Cerveja deste ano como a melhor cerveja artesanal do Brasil, bem
como a Forest Bacuri, mais leve, grande preferida do público feminino. Fizemos
ainda uma viagem gastronômica no Spazzio Verdi onde o Pato a Tucupi estava
delicioso. E por fim não pode faltar o sorvete de frutas típicas.
O
cansaço era o nosso fiel companheiro na volta ao hotel para uma noite de sono,
pois o dia seguinte também prometia muitas descobertas.
Domingo,
21 de setembro.
O
atraso no embarque do dia começou agitado, pois um casal do grupo ficou preso
no elevador do hotel. Após alguns minutos de ansiedade foram resgatados sem
nenhum dano aparente.
Saímos
novamente de Belém em direção à terra de Antônio Araújo Bessa, o Padre Bessa, o
único exemplar dos easistas que se ordenou. Grande amigo do Seoldo, este fez
questão de ir conhecer o lugar onde o Bessa nasceu,a Vila de São Jorge,
naqueles tempos conhecida como Dezoito (neste blog existe um texto do Seoldo
homenageando o amigo, ver em http://encontristasdaeaso.blogspot.com.br/search?q=bessa).
Uma vila
pequena no interior do Pará: para nós, vindos de tão longe, uma quase surpresa
em encontrar gente morando perdida em tais paragens. Conhecemos a igreja onde o
Padre Bessa foi vigário, a casa paroquial e um seu sobrinho. Ali na igreja
foram feitas as homenagens ao amigo que se foi tão cedo, menos de dois anos
após sua ordenação.
Em
frente à casa paroquial um pé de jambo nos atraía como antigamente aos antigos
seminaristas famintos de novidades, principalmente as gustativas, mas no atual
peso das barrigas nenhum se aventurou a subir nos galhos atrás das suculentas,
apenas foram feitas algumas tentativas de catar as frutas puxando os galhos. E
voltamos ao ônibus para seguir para o sítio do Nonato, que não ficava muito
distante, no município de Santa Maria do Pará.
Maravilha!
Chegamos no sítio onde nos sentimos os noivos de uma bela noiva toda de branco.
As árvores com seus troncos caiados transpiravam harmonia com o verde fresco das
folhas. Relaxante! Acolhedor! Gostoso! Ouvia-se!
Tapioca!
Cuscuz! Sucos! A água fresca também virou iguaria! Linguiça boa apimentada na
brasa e coxinha de frango!
Descemos
para o que chamam por lá de igarapé, um riacho, onde a corrente foi represada
formando uma piscina natural. O sol por entre as folhas das árvores coloria aqueles
barrigudos que se juntaram em roda dentro da água para contar piadas. Agora,
sem a presença dos coices vigilantes do Pe.Humberto, as piadas já não eram mais
tão inocentes.
E
tome cerveja! E baciada de caranguejo! E baciada de camarão! Melhor assim, sem
falar muito, só interjeições de contentamento! E ainda houve almoço!
E o
papo se espalhou em volta das mesas que tomavam a varanda da casa. Um grupo
começou a contar as histórias das formações dos casais que lá estavam: como se
conheceram, o namoro, o casamento. Confidências que nos fazem cada vez mais
amigos ao penetrarmos mais fundo nas intimidades uns dos outros. Depois
apareceram redes onde alguns se desligaram de vez,
deixando os roncos competirem com a algazarra das conversas. No campeonato em
que reservadamente inscrevemosos distintos dorminhocos, o Santana levou a taça
com distinção.
Mas
chegou a hora de partirmos e voltarmos a Belém. Ainda ganhei como recordação
uns beijos de amor de umas lava-pés que deixaram meus pés em fogo.
Neste
momento é bom abrir um parêntese para agradecer a acolhida que os paraenses nos
deram, em especial ao Nonato e à Nazaré, que nada economizaram para nos
propiciarem um Encontro onde a alegria fosse a única lembrança. E não houve economia
nem de tempo, nem de lar, nem financeira, nem de gentilezas e carinhos. À Dita
e ao Chicão temos a agradecer a alegria, a versatilidade e competência de
grandes artistas que são e que nos propiciaram muitos divertidos momentos. Ao
Tupi e a Marina pela presença de conhecedores de Belém e
pela ajuda que sempre estiveram dispostos a prestar. Muitíssimo obrigado!!!
Segunda-feira,
22 de setembro.
A
segunda-feira nos levou a Icoaraci, local de onde partem os barcos na procissão
fluvial do Círio e maior centro de produção de cerâmicas das culturas
marajoaras, tapajônicas e Maracá. Mas da agitação de tantos barcos que tumultuam
a baía naquela data nada se via, somente a placidez das leves ondinhas que
corriam pelas águas iluminadas pelo sol dos trópicos, aliás, o nome Icoaraci
alguns pretendem que significa "de frente para o sol", enquanto
também se ouve dizer "mãe de todas as águas", de qualquer maneira,
muita água e muito sol.
Antes de
irmos admirar a paisagem da orla fluvial estivemos na olaria do Sr. José Anísio
e fomos surpreendidos pela beleza das peças que lá se encontravam em exposição.
Os olhos aturdidos por tamanhas belezas ainda ficaram mais estupefatos quando
pudemos acompanhar as mãos habilidosas do oleiro a moldar um vaso: daquela
massa informe de argila socada e amassada, pouco a pouco tomando forma, ora
parecendo que tudo se desmoronava para retomar de imediato uma forma ainda mais
elaborada, girando continuamente no mesmo ritmo pela ação dos pés,
transformando o giro da roda em anéis que desenhavam a curvilínea forma do
vaso, girando... girando...
Enquanto
moldava o vaso o oleiro nos contava detalhes de sua vida, sem se descuidar da
sua obra, e sabedor da sua valia comentava que na sua terra não lhe davam valor,
e se estivesse no hemisfério norte decerto estaria rico. Falou-nos de alguém
que tendo plantado em um vaso de plástico reclamou que a planta murchara, e completou
com ironia: o que poderia querer de outro se a planta e a terra não podiam respirar
como num vaso de barro. E falando de modo tão simples, sem esconder uma
sabedoria inata, despertou em todos simpatia e admiração.
Feitas
as compras, reencontrada a Fátima, que o Santana perdera e não dava notícia do
seu destino, seguimos para a orla do rio que nos aguardava com uma feirinha de
mais cerâmicas e outros artefatos, onde ainda se gastou um pouco mais, mas chega
de compras. Seguimos pela orla para onde barracas nos espreitavam com os cocos
afogados no gelo esperando com avidez. Sentados à sombra, o rio sacudindo
levemente as águas e os nossos olhares bamboleantes, a paisagem entrecortada
pelas ilhas ao longe, e com o sol desenhando caprichosamente sobre as águas com
um pincel feito das sombras das nuvens... ah! que bambeza...
O
guia lembrou-se de nos acordar para nos levar para o almoço no restaurante
Espaço Verdi, não nas docas, como já havíamos provado, mas na casa matriz, muito
maior, onde a variedade de pratos aturdia o desejo de provar tantas belezas que
prometiam. O prato para o serviço era enorme, o que já podia causar enganos à
capacidade da fome, mas o Seoldo não se fez de cuidados, parava em cada iguaria
e acomodava mais um pedaço no prato. Peixes, carnes,
camarão, bacalhau, como deixar de provar algum? Resultado: a balança quase não
acreditou que tinha de registrar um quilo e meio. Só espero que ele não saia
divulgando para os seus amigos americanos que a comida no Brasil é muito cara!
Terça-feira,
23 de setembro.
A
terça-feira nos prometera um city-tour por Belém. Saímos novamente no ônibus,
conduzido pelo Cláudio como em todos os dias, novamente em direção às docas.
Dali, um pouco à frente, fomos ao mercado Ver-o-peso, a maior feira ao ar livre
da América Latina.
De um antigo
posto de fiscalização, denominado Casa de Haver o Peso, originou-se o nome do
mercado, que aliás são muitos: o Mercado de Ferro, o Mercado de Carne, o
Mercado de Peixe. Ambiente perfeito para conhecer a diversidade dos produtos
que fazem parte da mesa paraense: as frutas pouco conhecidas no sul, tais como
o cupuaçu, abricó-do-pará, taperebá, bacuri estão presentes in natura, em sucos e em doces; plantas
medicinais para curar do lumbago a um simples mal de amor; camarões de todos os
tamanhos e peixes; artesanato e roupas.
Seguimos
a orla em direção à Cidade Velha, bairro antigo de Belém, onde a cidade nasceu.
Ali visitamos a Catedral da Sé, que apresenta um dos interiores dos mais
bonitos que já pude contemplar, onde a arquitetura se harmoniza com as diversas
obras de arte e as luzes. Ainda tivemos a alegria de ouvir o enorme e antigo
órgão soar uma música.
Tour pela Catedral
Siga às setas para entrar na Catedral e em suas diversas
áreas.
Ali ao lado da catedral visitamos o Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém, ouForte do Presépio, onde se descortina uma maravilhosa vista da
baía, tendo em primeiro plano o Mercado de Ferro do Ver-o-Peso.
Mas o nosso tempo com a Valeverde Turismo acabou e fomos
levados de volta ao hotel.
Ao cair da tarde dirigimo-nos, eu e a Rose, junto com o
Santana e a Fátima, à casa do Nonato, pois, como deixaríamos Belém no dia
seguinte, o amabilíssimo casal anfitrião convidou-nos para conhecer sua morada.
Lá tivemos a oportunidade de conhecer os seus netos, bem como o filho, também
coronel-bombeiro, que ainda não conhecêramos. Trocamos ao redor de uma mesa de
lanche as conversas corriqueiras. No caminho de volta ao hotel, o Santana e o
Nonato agarraram uma discussão política, onde cada um jogava na ponta extrema,
e da qual me abstive, um tanto por não escutar direito por estar no banco de
trás, outro tanto por não gostar de assuntos de atiçar marimbondos.
Despedimo-nos,
então, do casal que nos propiciou tão agradáveis momentos, agradecendo por
todas as gentilezas que nos cumularam durante a nossa estadia. No dia seguinte,
enquanto a corda do Círio chegava a Belém, deixamos os amigos e o Val-de-Cans.
E
aqui entrego a pena ao Seoldo para continuar a narrativa do VI Encontro.
[LA1]Ficou
muito bema inserção do link para o tour
virtual pela Catedral
- 18:00 horas- Missa - Local, Basílica Santuário NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
- 20:00 horas – Apresentação - Local ALFAJOR Buffet (Rua Ferreira Cantão, 451 Bairro da
Campina, em Belém )
- 20:30 horas- Recepção com pequeno coquetel de confraternização, seguido de atividades com
oportunidade para performances individuais e grupais e o que ocorrer ( declamação de poesias,
danças, cantorias, contos de causos e piadas, etc. ).
- 22:00 horas – Jantar ( pratos quentes especiais ).
Dia 20/09 – Sábado :
- 09 as 14 horas – Ilhas e Trilhas.- Passeio pelo exuberante mundo das águas dos furos e florestas
com parada para o almoço (incluso), na Praia de Siritiba.
- O resto do dia livre. Sugerimos o jantar na Estação das Docas, mas antes, a partir das 17:00 horas, um
passeio com um fim de tarde deslumbrante ( Orla ao entardecer)
Dia 21/09 – Domingo:
- 7:00 horas, saída de Belém - Visita à terra do Pe. Bessa, (Vila São Jorge Município de Igarapé-
Açu, PA.)
- 10:00 às 16:00 horas – Recreação e almoço no Sitio “Espírito Santo”, (Município de Santa Maria
de Pará).
Dia 22/09 – Segunda-feira:
- 09:00 ás 14: 00 horas - Visita ao Distrito de Icoarací, maior centro de produção de cerâmica das
culturas Marajoaras, Tapajônicas, e Maracá
- O resto do dia livre.
Dia 23/09 – Terça-feira :
- 09:00 às 13:00 horas - City Tour Cultural, oportunidade de conhecer a cultura, a história, e a arte
de Belém. Passeio com visita aos principais patrimônios históricos-culturais de Belém.
- O resto do dia livre
Dia 24/09 – Quarta-feira :
- 8:30 às 15:30 horas Passeio a Ilha de Mosqueiro, com oportunidade para deliciar-se nas Praias e
tomar banho nas águas da foz do Amazonas com o Mar.
Dia 25/09 Quinta-faira :
- Dia livre. ( Você faz a programação )
- 19:30 horas – Jantar de despedida com a reunião de encerramento – Local a ser determinado
Dia 26/09 : Sexta-feira :
- Despedidas e regresso a seus lares....... Boa viagem !
B- Informações Complementares :
1 - Cada evento terá um custo que será repassado a cada participante :2 - Recepção com jantar : R$ 60,00 por pessoa.
3 - Os passeios com o aluguel de ônibus para Igarapé Açu e Santa Maria e os traslados serão
executados, pela Empresa Valeverde Turismo que fez um pacote ao custo de R$ 11.696,00 ( onze
mil ceis centos e noventa e seis reais) para uma média de 40 participantes, que sai a razão de R$
292,00 por pessoa, por todos os passeios durante a semana. Para os participantes que ficarem
somente por três dias o custo será de R$ 157,00 por pessoa. Estes valores ( Item 2 e 3 )deverão ser
recolhidos no início do evento de sexta-feira no '' ALFAJOR'' bufette.
4 – O local e os custos do Jantar de despedidas ainda não foram definidos o que será informado
oprotunamente.
Outras informações :
Hospedagem :
1 - Com o propósito de manter todos reunidos em um só lugar, para facilitar os deslocamentos, já
fizemos reservas no Hotel “ Grão Pará”, na Praça da República, local central de Belém, com preço
bem acessível ( R$ 121,50 a diaria de Casal e R$ 101,50 a de Solteiro ), está só na dependência de
cada participante fazer sua confirmação, mas cada participante ficará livre para escolher um hotel
de sua preferência.
2- Aqueles que ainda não confirmaram suas presenças poderão fazer sua reservas diretamente com
o Hotel Grão Pará através do fone : 91 3321-2121 ( Roberta Goulart – Enc. das Reservas ) ou
através de e-mail : www.hotelgraopara.com.br
3 – Para os psseios dos dias : 21, domingo, dia 24, quarta-feira, sugerimos que levem roupas de
banho, para banhos de Igarapés e de Praias,
Comissão Organizadora do Evento:
Francisco Sales de Paula – Fone : 91 23338470
Tupinambá Pedro Paraguassu Amorim da Silva - Fone : 031 3482-4069,
e-mail : tupyp@terra.com.br
Raimundo Nonato da Costa – Fone 91 3085-2706, cel 91 8124-7279
e-mail : nonatocmt@gmail.co
Alguns artigos do jornalzinho O REPÓRTER CRÚZIO, publicados originalmente de 1958 a 1961, foram guardados e conservados pelo Jornalista Marcos Antônio Rocha e, agora, gentilmente cedidos para serem publicados neste blog. Abaixo, duas listas que facilitam a localização das postagens daquela época: a primeira, pelo nome do autor da publicação, a segunda, pelo tema. Basta clicar no link para o imeditato acesso. O número entre parenteses do lado direito do nome do autor, e também o tamanho da letra, é indicativo das inserções ou publicações de sua autoria.