Escrito pela equipe de redação do Blog
Colocar a amizade em dia não é uma questão de muito tempo,
mas de afeto.
A sempre bela Tiradentes. |
No Habanero a partir do Lua, Siovani, Maria José, Auxiliadora, Rose e Marina |
Via-se a satisfação no rosto e nas palavras dos que chegavam
ao se depararem com a simpatia dos donos da casa que combinava com a
arquitetura do imóvel, que também encantava. É bom ver que estes amigos vieram
para São João Del Rei e aqui encontraram local muito bom para viver: aconchegante,
cheio de recursos que dão conforto e bem-estar. Uma casa que mostra o bom gosto
de quem a construiu e dos que a escolheram para comprar. Como eles mesmos dizem,
rodaram meio mundo procurando o que queriam e foi paixão à primeira vista pela
beleza e estilo do imóvel; não foi preciso dar mais de que dois passos no
jardim para baterem o martelo: é esta! Os espaços e localização são excelentes,
os jardins têm agora as digitais que marcam o capricho dos atuais moradores, um
local onde se dãoao luxo de terem beija-flores de estimação (eles quase falam
com o Siovani que lhes dá atenção e água com açúcar; e não se esqueça: 20% de
açúcar, 80% de água). Quem dormiu lá sabe que o conforto se estende pela casa
toda e em especial pelo quarto, banheiro e cama. Pode existir colchão igual,
mas melhor duvido, foi o que disse a Maria José.
Mas voltemos à vaca-fria, ou melhor, ao guacamole e ao Habanero: copos
regados à cachaça Germana com gelo e água tônica e, nos pratos, molho de
pimenta. Muitas guloseimas: Tacos, Tortilhas, Torresmo estupidamente crocante, Bife de Ancho com arroz, Bolinho de Carne Moída. O forte da casa é o guacamole
que recheia diversas opções de pratos, a pimenta ali é adereço servido na forma
de molhos que enchem pequenascaveiras de cristais (e como definiu o Tupy: arde
pouco na primeira lambiscada, mas que queima bastante com o passar do tempo).
Terminado o almoço, Lua e seu irmão, Ademir, despediram-se
dali mesmo, pois tinham compromissos inadiáveis em BH. Nós resolvemos perambular pelas
ruas de Tiradentes tomadas pelo povo num dia de movimento acima do normal, pois
havia um festival gastronômico que evitamos, já que havíamos comido e bebido do
melhor que se poderia ter por ali. Logo
na porta do restaurante alguns saborearam picolés de marca famosa na cidade
(Picolé do Amado), e nota-se que uma senhora pediu alguma coisa e Maria José
ofereceu um pedaço do picolé que degustava, a mulher, emocionada em intensidade
desproporcional a uma metade de picolé, agradeceu por várias vezes; e o Caio, um
observador perspicaz, comentou mais tarde de como algumas pessoas são gratas
mais pelo gesto do que pelo valor do bem recebido. Depois do picolé, o pequeno grupo resolveu caminhar
um pouco pelo centro de Tiradentes. Alguns entraram em umas poucas lojas,
olharam os preços, torceram a cara, e logo sentiram que o frio aumentava a vontade
de voltar e aproveitar o calor da casa e do Encontro (que também aquece a alma).
Não demorou e o grupo já estava de novo na casa dos
anfitriões, e logo em seguida todos sentaram-se ao redor de um café ao estilo
mineiro, o que aguçou o apetite. Não faltaram boas quitandas: pão de queijo;
queijo fresco; pão de frutas; um bolo muito elogiado e tudo mais que se possa
pensar em termos de alimentos saudáveis, e, acreditem, tudo ou quase tudo feito
pela anfitriã. Para completar a alegria
da noite, fomos convidados para um papo de coroinhas, o que ocorreu numa enorme
sala, ao lado de uma lareira, que não foi acesa por cortesia dos proprietários
com a Maria José, que tem alergia por fumaça de lenha. Pensem numa sala grande e
alta, na verdade, um espaço que comporta um mezanino que dá acesso a alguns
cômodos do segundo andar. Pensem no Caio abrindo o verbo, ele que sempre fugiu das
entrevistas do Blog dos Encontros da Easo, desta feita, talvez pelo efeito da
Germana, que não tonteia, mas sobe, falou um pouco dele mesmo mostrando uma
experiência de vida que daria para escrever um livro dos bons. Caio é um ótimo
contador de estórias, pois coloca sempre uma boa dose de humor em seus casos.
Lembrou-se do tempo em que morava em Senhora de Oliveira, MG, e em seguida de seu
período inicial de vida profissional em que foi caminhoneiro e garimpeiro. Teve
uma época em que ele associou-se a um primo em uma balsa e juntos percorreram as
margens do Rio Piranga e do Gualaxo do Sul à procura de Ouro. Depois de revirar muita areia, por destino ou
vocação, Caio conta que finalmente firmou-se na vida profissional como
especialista em minerações de grande porte e que atuou na zona metalúrgica de Minas em
diversos pontos de prospecção e escavação entre Conselheiro Lafaiete, Belo Horizonte e Ouro
Branco.
E assim, depois desse dia rememorável, dormimos tranquilos pensando em montanhas, no preço das peças
artísticas e no valor da amizade.
No dia seguinte, Domingo bem cedo, nos vimos novamente ao redor de uma
mesa farta de quitutes e calor humano. Logo em seguida, embora
tentássemos segurá-los, Maria José e Lulu, que tinham compromissos inadiáveis
com seus bichos de estimação, deixaram-nos, voltando para o seu sítio em
Senhora de Oliveira.
A partir da esquerda: Auxiliadora; Conceição, Marina , Medina, Caio, Rose e Siovani |
Ficamos à espera do Alberto que vinha de Juiz de Fora
trazendo o Rafael na boleia. Quando ele ligou para o Siovani, dizendo que já
havia chegado em São João e perguntando como chegar, ele não disse que não
usava o gps, e recebeu indicações para chegar mais próximo, e foi logo dizendo:
ok, ok, deixa comigo. O tempo foi passando e ele não aparecia. Preocupados, ligamos
para ele no justo momento em que ele disse: achei a rua agora! Ele é adepto do caduco
ditado “quem tem boca vai à Roma”, pois hoje “quem tem o waze vai direto à
Roma”, sem necessidade de conhecer, a contragosto, um bairro inteiro, e bem
grande.
Embora a costumeira alegria de recepção do nosso grupo aos
recém-chegados, ficamos todos um tanto consternados ao constatar que chegaram apenas
o Alberto e a Conceição, nada do prometido e aguardado Rafael, há muito
desaparecido dos nossos encontros, pois a esposa dele não estava muito bem.
Na parte detrás da casa, sentamo-nos todos ao redor de uma mesa
feita sob encomenda com as medidas de uma mesa de ping-pong, esperando pelo
churrasco que o Siovani prometera. Aos poucos foram sendo oferecidos os
petiscos entre queijos e carnes e, para arrematar, abacaxi com queijo provolone,
coloridos pelas conversas divertidas que a presença do Caio sempre propicia.
O churrasqueiro |
Hora da arrumação: momento especial para o Caio mostrar que
além de ser um prosador de primeira é também um excelente lavador de pratos.
E é chegada a hora das despedidas. Nos abraços trocados a
saudade já começa a surgir por nos distanciarmos dos momentos de tanta amizade
e alegrias.
Para o próximo ano, o Lua prometeu que nos levaria novamente
a Nova União. Acontecendo, poderemos esperar grandes momentos assim como foram
os do encontro que lá fizemos.